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AO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE


________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , RG nº ________ , ________ , residente e
domiciliado na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de Vossa
Excelência, por meio do seu Advogado, infra assinado, ajuizar

AÇÃO DE REVISÃO
DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - DA VIDA TODA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL (INSS), Autarquia Federal, localizada em ________
pelos fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor.

DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA - IDOSO

Para fins do presente pedido, junta em anexo cópia do documento de


identidade comprovando que o Requerente é pessoa idosa, contando com mais de 60
(sessenta) anos, razão pela tem direito à prioridade da tramitação da presente demanda,
nos termos da Lei nº 10.741/2013 (Estatuto do Idoso) e do art. 1.048, inciso I, do CPC.

Assim, considerando que o Requerente já dispõe de ________ anos, não


dispondo de muita saúde para aguardar o trâmite normal do processo, requer prioridade
na tramitação dos atos processuais seguintes.

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO

O Autor, após alcançar os requisitos legais, obteve administrativamente o


benefício previdenciário de ________ .

Ocorre que com o ________ , solicitou a revisão de seu benefício, pedido


este que foi negado.

Não obstante a ausência do pedido administrativo prévio, importa


destacar que se trata de entendimento notório da Administração reiteradamente
contrário à postulação do segurado, sendo dispensável o prévio requerimento,
conforme já destacado pelo STF (Tema 350):

EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO E


PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. DISPENSA DE REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO DIANTE DE NOTÓRIA NEGATIVA
DA ADMINISTRAÇÃO. TEMA 350. FATOS E PROVAS.
SÚMULA 279/STF. 1. O Tribunal de origem assentou a notória
postura defensiva da parte agravante em relação ao pedido do
autor, situação que afasta a necessidade de prévio requerimento
administrativo (Tema 350/STF). 3. (...). Precedentes. 4. (...). 5.
Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da
multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. (STF - Tema
350 RE 1360846 AgR Órgão julgador:Primeira Turma
Relator(a):Min. ROBERTO BARROSO Julgamento:09/03/2022
Publicação: 16/03/2022)

#3098154

No presente caso, trata-se de entendimento negativo notório, sem


nenhum caso de concessão do pedido sem o intermédio judicial, tornando inócua
qualquer atuação na via administrativa.

 Benefício nº: ________

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


 Concessão do benefício: ________

 Resposta do INSS: ________ .

Razão pela qual restam demonstrados o interesse de agir e a legitimidade


do Autor em ajuizar a presente ação.

DA REGRA DE TRANSIÇÃO

A lei Lei 9.876/99 estabeleceu como regra de transição para os benefícios


o cálculo de todo o período contributivo decorrido desde a competência julho de 1994.

No presente caso, o benefício do segurado foi calculado com marco


inicial o PBC em julho de 1994, com a regra prevista no art. 3º, caput e § 2º, da Lei
9.876/99, ou seja, considerando no cálculo apenas os salários de contribuição
posteriores a julho de 1994, o que deve ser revisto, pois manifestamente prejudicial ao
segurado.

DA APLICAÇÃO DA REGRA PERMANENTE

Considerando que a aplicação da regra de transição prejudicou o


segurado, trata-se de norma inconstitucional, e contrária à própria Lei 8.213/91, pois
elas são claras em considerar no cálculo toda a vida contributiva do segurado.

Sobre esta possibilidade, o STF já se manifestou sobre o tema:

EMENTA Recurso extraordinário. Previdenciário. Revisão de


benefício. Cálculo do salário-de-benefício. Segurados filiados ao
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) até a data de
publicação da Lei nº 9.876/99. Aplicação da regra definitiva do
art. 29, inc. I e II, da Lei nº 8.213/91 ou da regra de transição do
art. 3º da Lei nº 9.876/99. Presença de repercussão geral.

Tema 1102 - Possibilidade de revisão de benefício


previdenciário mediante a aplicação da regra definitiva do artigo

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


29, incisos I e II, da Lei nº 8.213/91, quando mais favorável do
que a regra de transição contida no artigo 3º da Lei nº 9.876/99,
aos segurados que ingressaram no Regime Geral de Previdência
Social antes da publicação da referida Lei nº 9.876/99, ocorrida
em 26/11/99. (STF RE 1276977 RG. Tribunal Pleno.
Julgamento:27/08/2020. Publicação:15/09/2020, #198154)

Razões pelas quais deve ser aplicada a regra mais favorável ao segurado.

O segurado já havia preenchido previamente os requisitos para a


obtenção do benefício, não podendo continuar com a limitação posteriormente imposta,
devendo ser adotado o critério que resultar no benefício mais vantajoso, conforme
precedentes sobre o tema:

PREVIDENCIÁRIO. (...) REVISÃO DE APOSENTADORIA


POR TEMPO DE SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. OPÇÃO
PELA RMI MAIS VANTAJOSA. TUTELA ESPECÍFICA. 1.
(...). 3. Se o segurado implementar os requisitos para a
obtenção de aposentadoria pelas regras anteriores à Emenda
Constitucional 20/98, pelas Regras de Transição e/ou pelas
Regras Permanentes, poderá inativar-se pela opção que lhe
for mais vantajosa. 4. Determina-se o cumprimento imediato
do acórdão naquilo que se refere à obrigação de revisar o
benefício em favor da parte autora, por se tratar de decisão de
eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as
atividades de cumprimento da sentença stricto sensu previstas
no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo
executivo autônomo (sine intervallo). (TRF4, AC 5003279-
43.2013.4.04.7100, SEXTA TURMA, Relator JOÃO BATISTA
PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 04/09/2018, #198154)

No presente caso, mesmo que preenchidos os requisitos após a vigência


da EC 20/98, o segurado não pode ser prejudicado por norma de transição, afastando-se
a norma mais gravosa, conforme orientação do STF:

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


PREVIDENCIÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE
CONTRIBUIÇÃO. ART. 9º DA EC 20/98.
INAPLICABILIDADE. REGRA DE TRANSIÇÃO MAIS
GRAVOSA QUE A NORMA GERAL PREVISTA NO
ART. 201, §7º, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 35
(TRINTA E CINCO) ANOS DE CONTRIBUIÇÃO.
REQUISITO PREENCHIDO. CONCESSÃO DO
BENEFÍCIO.EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS,
COM EFEITOS INFRINGENTES. (STF, RE 524189 AgR-ED,
Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, Julgado
em: 09/08/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-184
DIVULG 30-08-2016 PUBLIC 31-08-2016)

Trata-se de preservar o período de contribuição existente previamente à


norma, sob pena de grave afronta ao princípio do Melhor Benefício.

DO PRINCÍPIO DO MELHOR BENEFÍCIO AO SEGURADO

A IN 77/2015 do INSS, em seu Art. 687, tratou de positivar o presente


princípio, nos seguintes termos:

"O INSS deve conceder o melhor benefício a que o segurado


fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido."

Nesse sentido, é a orientação do Conselho de Recursos do Seguro Social,


em seu Enunciado n. 5:

"A Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o


segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse
sentido".

O princípio do melhor benefício ao segurado foi reconhecido pelo STF,


ao julgar a Repercussão Geral - Tema n. 334, in verbis:

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


"Para o cálculo da renda mensal inicial, cumpre observar o
quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando o
decesso remuneratório ocorrido em data posterior ao
implemento das condições legais para a aposentadoria,
respeitadas a decadência do direito à revisão e a prescrição
quanto às prestações vencidas".

Portanto, os requisitos alcançados na vigência de lei antiga não podem


ser simplesmente desconsiderados em face de lei nova, por manifesta quebra do direito
adquirido.

Trata-se, portanto, de pedido amparado no necessário afastamento da


regra de transição do art. 3º da Lei 9.876/99, para fim de que sejam aproveitadas todas
as contribuições previdenciárias do segurado, não somente aquelas realizadas a partir de
julho de 1994, bem como seja afastado o "divisor mínimo", conforme planilha de
cálculo que junta em anexo.

DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

O Autor pleiteia a concessão imediata da revisão do seu benefício, pois


necessário para custear a própria vida, tendo em vista que não reúne condições de
patrocinar seu sustento.

DA PROBABILIDADE DO DIREITO: Como ficou


perfeitamente demonstrado, o direto do Autor é caracterizada
pela comprovação inequívoca do cumprimento aos requisitos
legais à concessão da revisão do benefício.

DO PERIGO DA DEMORA: Trata-se de benefício devido e


única forma de garantir a subsistência do Autor, especialmente
por tratar-se de verba alimentar, ou seja, tal circunstância
confere grave risco pela demora do processo.

Os requisitos exigidos para a revisão encontram-se perfeitamente


demonstrados para o deferimento a medida antecipatória, motivo pelo qual imperiosa a

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


sua concessão, conforme precedente jurisprudencial:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO.


APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA.
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS. É devida a
aposentadoria por idade mediante conjugação de tempo rural e
urbano durante o período aquisitivo do direito, a teor do disposto
na Lei nº 11.718, de 2008, que acrescentou o § 3º ao art. 48 da
Lei nº 8.213, de 1991, desde que cumprido o requisito etário de
60 anos para mulher e de 65 anos para homem. Assim,
considerando que os requisitos para a concessão da
aposentadoria por idade mista ou híbrida estão preenchidos,
resta demonstrada a verossimilhança das alegações. O fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação, por sua
vez, está caracterizado na grande possibilidade de ser
causado prejuízo à própria sobrevivência da autora, que já
conta com idade avançada e necessita do benefício para sua
subsistência. Destaque-se que a mera possibilidade de
irreversibilidade do provimento, puramente econômica, não
é óbice à antecipação da tutela em matéria previdenciária ou
assistencial sempre que a efetiva proteção dos direitos à
vida, à saúde, à previdência ou à assistência social não puder
ser realizada sem a providência antecipatória. (TRF4, AG
5053992-40.2017.4.04.0000, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, Relator PAULO AFONSO BRUM
VAZ, juntado aos autos em 18/12/2017, #398154)

Razões pelas quais, requer a concessão imediata do benefício, nos termos


do Art. 300 do CPC/15.

DA ATUALIZAÇÃO DOS VALORES DEVIDOS

A atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública


devem observar recente posicionamento do STF que entendeu pela
inconstitucionalidade da aplicação do TR, determinando a adoção do IPCA-E para o

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


cálculo da correção monetária nas dívidas não-tributárias da Fazenda Pública.

Entendimento assim ementado:

DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE


ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS MORATÓRIOS
INCIDENTE SOBRE CONDENAÇÕES JUDICIAIS DA
FAZENDA PÚBLICA. ART. 1º-F DA LEI Nº 9.494/97 COM A
REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.960/09.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DA UTILIZAÇÃO DO
ÍNDICE DE REMUNERAÇÃO DA CADERNETA DE
POUPANÇA COMO CRITÉRIO DE CORREÇÃO
MONETÁRIA. (...) 1. O princípio constitucional da isonomia
(CRFB, art. 5º, caput), no seu núcleo essencial, revela que o art.
1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº
11.960/09, na parte em que disciplina os juros moratórios
aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é
inconstitucional ao incidir sobre débitos oriundos de relação
jurídico-tributária, os quais devem observar os mesmos
juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu
crédito; nas hipóteses de relação jurídica diversa da tributária, a
fixação dos juros moratórios segundo o índice de remuneração
da caderneta de poupança é constitucional, permanecendo
hígido, nesta extensão, o disposto legal supramencionado. 2. O
direito fundamental de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII)
repugna o disposto no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a
redação dada pela Lei nº 11.960/09, porquanto a atualização
monetária das condenações impostas à Fazenda Pública
segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança
não se qualifica como medida adequada a capturar a
variação de preços da economia, sendo inidônea a promover
os fins a que se destina. 3. A correção monetária tem como
escopo preservar o poder aquisitivo da moeda diante da sua
desvalorização nominal provocada pela inflação. É que a moeda
fiduciária, enquanto instrumento de troca, só tem valor na

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


medida em que capaz de ser transformada em bens e serviços. A
inflação, por representar o aumento persistente e generalizado
do nível de preços, distorce, no tempo, a correspondência entre
valores real e nominal (cf. MANKIW, N.G. Macroeconomia.
Rio de Janeiro, LTC 2010, p. 94; DORNBUSH, R.; FISCHER,
S. e STARTZ, R. Macroeconomia. São Paulo: McGraw-Hill do
Brasil, 2009, p. 10; BLANCHARD, O. Macroeconomia. São
Paulo: Prentice Hall, 2006, p. 29). 4. A correção monetária e a
inflação, posto fenômenos econômicos conexos, exigem, por
imperativo de adequação lógica, que os instrumentos destinados
a realizar a primeira sejam capazes de capturar a segunda, razão
pela qual os índices de correção monetária devem
consubstanciar autênticos índices de preços. 5. Recurso
extraordinário parcialmente provido. (RE 870947, Relator(a):
Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 20/09/2017,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-262 DIVULG 17-11-2017
PUBLIC 20-11-2017)

Em sua relatoria, o Min. Luiz Fux no RE 870947, acima ementado,


elucida a matéria:

"Não vislumbro qualquer motivo para aplicar critérios distintos


de correção monetária de precatórios e de condenações
judiciais da Fazenda Pública. Eis as minhas razões. A
finalidade básica da correção monetária é preservar o poder
aquisitivo da moeda diante da sua desvalorização nominal
provocada pela inflação. Enquanto instrumento de troca, a
moeda fiduciária que conhecemos hoje só tem valor na medida
em que capaz de ser transformada em bens e serviços. Ocorre
que a inflação, por representar o aumento persistente e
generalizado do nível de preços, distorce, no tempo, a
correspondência entre valores real e nominal (...). Esse estreito
nexo entre correção monetária e inflação exige, por imperativo
de adequação lógica, que os instrumentos destinados a realizar
a primeira sejam capazes de capturar a segunda. Em outras

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


palavras, índices de correção monetária devem ser, ao menos
em tese, aptos a refletir a variação de preços de caracteriza o
fenômeno inflacionário, o que somente será possível se
consubstanciarem autênticos índices de preços."

E conclui sobre os efeitos nefastos da manutenção

"A diferença supera os 30% (trinta por cento) e revela os


incentivos perversos gerados pelo art. 1º-F da Lei nº 9.494/97:
quanto mais tempo a Fazenda Pública postergar a quitação de
seus débitos, menor será, em termos reais, o valor da sua
dívida, corroída que estará pela inflação. Nesse contexto, é
nítido o estímulo ao uso especulativo do Poder Judiciário. (...)
Ora, se o Estado não utiliza a caderneta de poupança como
índice de correção quando tem o objetivo de passar
credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, é porque
tem consciência de que o aludido índice não é adequado a
medir a variação de preços na economia. Por isso, beira a
iniquidade permitir utilizá-lo quando em questão condenações
judiciais."

E ao julgar a modulação dos efeitos julgado em 03/10/19, prevaleceu,


por maioria, o entendimento de que não cabe a modulação, devendo a atualização de
débitos judiciais das Fazendas Públicas aplicar-se de junho de 2009 em diante.

Nesse sentido a jurisprudência vem confirmando e adotando este


posicionamento:

INCIDÊNCIA DO IPCA-E EM LUGAR DA TR - TESE


JURÍDICA FIRMADA PELO STF EM REGIME DE
REPERCUSSÃO GERAL (RE Nº 870.947/SE - TEMA 810). I -
O Plenário do STF reconheceu a repercussão geral da matéria
debatida nos autos do RE nº 870.947 e, após conclusão do
julgamento do feito, firmou a seguinte tese: "o art. 1º-F da Lei nº
9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


que disciplina a atualização monetária das condenações
impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração oficial
da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao
impor restrição desproporcional ao direito de propriedade
(CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica como
medida adequada a capturar a variação de preços da economia,
sendo inidônea a promover os fins a que se destina." II - A
atualização monetária dos precatórios, bem como das
condenações judiciais impostas à Fazenda Pública, há de ser
realizada com base na variação do IPCA-E (Índice de Preços
ao Consumidor Amplo Especial), índice considerado pelo STF
como mais adequado para recompor a perda do poder de compra
da moeda. III - Agravo de Instrumento não provido. IV - Agravo
interno prejudicado.(TRF-2 - AG: 00018913420184020000 RJ
0001891-34.2018.4.02.0000, Relator: SERGIO SCHWAITZER,
Data de Julgamento: 11/05/2018, 7ª TURMA
ESPECIALIZADA, #098154)

"(...). O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE 870.947,


com repercussão geral, a inconstitucionalidade do uso da TR,
determinando a adoção do IPCA-E para o cálculo da
correção monetária nas dívidas não-tributárias da Fazenda
Pública. (TRF4 5011707-12.2012.4.04.7112, SEXTA TURMA,
Relatora TAÍS SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em
13/12/2017, #798154)

Por tais razões que a procedência desta ação deve conduzir à condenação
ao pagamento do benefício pleiteado desde a data do seu requerimento administrativo,
devidamente atualizado pelo IPCA-E cumulado com os mesmos juros de mora pelos
quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em respeito ao princípio
constitucional da isonomia (CRFB, art. 5º, caput).

DA JUSTIÇA GRATUITA

Atualmente o autor é ________ , tendo sob sua responsabilidade a

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


manutenção de sua família, razão pela qual não poderia arcar com as despesas
processuais.

Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das custas
judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do Art. 99 Código
de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na


petição inicial, na contestação, na petição para ingresso de
terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição simples,
nos autos do próprio processo, e não suspenderá seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos


autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais
para a concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o
pedido, determinar à parte a comprovação do preenchimento dos
referidos pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência


deduzida exclusivamente por pessoa natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz jus o
Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE


SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência Judiciária
indeferida - Inexistência de elementos nos autos a indicar que
o impetrante tem condições de suportar o pagamento das
custas e despesas processuais sem comprometer o sustento
próprio e familiar, presumindo-se como verdadeira a
afirmação de hipossuficiência formulada nos autos

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


principais - Decisão reformada - Recurso provido. (TJSP;
Agravo de Instrumento 2083920-71.2019.8.26.0000; Relator (a):
Maria Laura Tavares; Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito
Público; Foro Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de
Fazenda Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas
processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de necessidade, nem


tampouco se fala em renda familiar ou faturamento máximos. É
possível que uma pessoa natural, mesmo com bom renda
mensal, seja merecedora do benefício, e que também o seja
aquela sujeito que é proprietário de bens imóveis, mas não
dispõe de liquidez. A gratuidade judiciária é um dos
mecanismos de viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito tenha que
comprometer significativamente sua renda, ou tenha que se
desfazer de seus bens, liquidando-os para angariar recursos e
custear o processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed. Editora
JusPodivm, 2016. p. 60)

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a


parte seja pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se
da gratuidade da justiça. Basta que não tenha recursos
suficientes para pagar as custas, as despesas e os honorários do
processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se
estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo Código
de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos Tribunais,
2017. Vers. ebook. Art. 98)

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição Federal
e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao requerente.

A existência de patrimônio imobilizado, no qual vive a sua família não


pode ser parâmetro ao indeferimento do pedido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


RECONHECIMENTO E/OU DISSOLUÇÃO DE UNIÃO
ESTÁVEL OU CONCUBINATO. REVOGAÇÃO DA
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. (...) Argumento da
titularidade do Agravante sobre imóvel, que não autoriza o
indeferimento do benefício da gratuidade de justiça, pois se
trata de patrimônio imobilizado, não podendo ser indicativo
de possibilidade e suficiência financeira para arcar com as
despesas do processo, sobretudo, quando refere-se a pessoa
idosa a indicar os pressupostos à isenção do pagamento de
custas nos termos do art. 17, inciso X da Lei n.º 3.350/1999.
Direito à isenção para o pagamento das custas bem como a
gratuidade de justiça no que se refere a taxa judiciária. Decisão
merece reforma, restabelecendo-se a gratuidade de justiça ao réu
agravante. CONHECIMENTO DO RECURSO E
PROVIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (TJRJ,
AGRAVO DE INSTRUMENTO 0059253-21.2017.8.19.0000,
Relator(a): CONCEIÇÃO APARECIDA MOUSNIER
TEIXEIRA DE GUIMARÃES PENA, VIGÉSIMA CÂMARA
CÍVEL, Julgado em: 28/02/2018, Publicado em: 02/03/2018,
#598154)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO


MONOCRÁTICA. AÇÃO DE USUCAPIÃO. BENEFÍCIO DA
GRATUIDADE DA JUSTIÇA. COMPROVAÇÃO DA
NECESSIDADE. DEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. - Defere-
se o benefício da gratuidade da justiça sem outras perquirições,
se o requerente, pessoa natural, comprovar renda mensal bruta
abaixo de Cinco Salários Mínimos Nacionais, conforme novo

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


entendimento firmado pelo Centro de Estudos do Tribunal de
Justiçado Rio Grande do Sul, que passo a adotar (enunciado nº
49). - A condição do agravante possuir estabelecimento
comercial não impossibilita que seja agraciado com a
gratuidade de justiça, especialmente diante da demonstração
da baixa movimentação financeira da microempresa de sua
propriedade. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO.
(Agravo de Instrumento Nº 70076365923, Décima Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gelson Rolim
Stocker, Julgado em 10/01/2018).

Afinal, o Requerente possui inúmeros compromissos financeiros que


inviabilizam o pagamento das custas sem comprometer sua subsistência, veja:

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ;

 ________ - R$ ________ ...

Ou seja, apesar do patrimônio e renda elevada, todo valor auferido


mensalmente esta comprometido, inviabilizando suprir a custas processuais.

DA GRATUIDADE DOS EMOLUMENTOS

O artigo 5º, incs. XXXIV e XXXV da Constituição Federal assegura a


todos o direito de acesso à justiça em defesa de seus direitos, independente do
pagamento de taxas, e prevê expressamente ainda que a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Ao regulamentar tal dispositivo constitucional, o Código de Processo


Civil prevê:

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira,


com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


processuais e os honorários advocatícios tem direito à
gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 1º A gratuidade da justiça compreende:


(...)

IX - os emolumentos devidos a notários ou registradores em


decorrência da prática de registro, averbação ou qualquer
outro ato notarial necessário à efetivação de decisão judicial ou
à continuidade de processo judicial no qual o benefício tenha
sido concedido.

Portanto, devida a gratuidade em relação aos emolumentos extrajudiciais


exigidos pelo Cartório. Nesse sentido são os precedentes sobre o tema:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


BENEFICIÁRIO DA AJG. EXECUÇÃO DE SENTENÇA.
REMESSA À CONTADORIA JUDICIAL PARA
CONFECÇÃO DE CÁLCULOS. DIREITO DO
BENEFICIÁRIO INDEPENDENTEMENTE DA
COMPLEXIDADE. 1. Esta Corte consolidou jurisprudência no
sentido de que o beneficiário da assistência judiciária gratuita
tem direito à elaboração de cálculos pela Contadoria Judicial,
independentemente de sua complexidade. Precedentes. 2.
Recurso especial a que se dá provimento. (STJ - REsp
1725731/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 05/11/2019, DJe 07/11/2019, #098154)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


EMOLUMENTOS DE CARTÓRIO EXTRAJUDICIAL.
ABRANGÊNCIA. Ação de usucapião. Decisão que indeferiu o
pedido de isenção dos emolumentos, taxas e impostos devidos
para concretização da transferência de propriedade do imóvel
objeto da ação à autora, que é beneficiária da gratuidade da
justiça. Benefício que se estende aos emolumentos devidos em

#3098154 Tue Aug 23 11:13:59 2022


razão de registro ou averbação de ato notarial necessário à
efetivação de decisão judicial (art. 98, § 1º, IX, do CPC). (...).
Decisão reformada em parte. AGRAVO PARCIALMENTE
PROVIDO. (TJSP; Agravo de Instrumento 2037762-
55.2019.8.26.0000; Relator (a): Alexandre Marcondes; Órgão
Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado; Foro de Santos - 10ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 14/08/2014; Data de Registro:
22/03/2019)

Assim, por simples petição, uma vez que inexistente prova da condição
econômica do Requerente, requer o deferimento da gratuidade dos emolumentos
necessários para o deslinde do processo.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, REQUER a Vossa Excelência:

1. A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, por ser o


Autor pobre na acepção legal do termo;

2. Que seja deferido a prioridade na tramitação do processo uma vez


que o autor é idoso, nos termos do art. 71, da Lei 10.741/2003;

3. Que seja deferida a antecipação dos efeitos da tutela, para determinar


a concessão imediata da revisão do benefício;

4. A citação do Réu, para, querendo, responder a presente ação;

5. Que seja ao final confirmada a antecipação dos efeitos da tutela e


julgado procedente o pedido do autor para condenar a ré a proceder
com à revisão do benefício previdenciário, cumulado com o
pagamento dos retroativos devidos desde a data da concessão do
benefício, devidamente atualizados pelo IPCA;

6. A produção de todos os meios de prova, admitidos em direito.

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7. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;

8. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome


do Advogado ________ , OAB ________ .

Por fim, manifesta o ________ na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inc.
VII do CPC.

Dá-se à causa o valor R$ ________ .

Nestes termos, pede e aguarda deferimento

________ , ________ .

________

ANEXOS

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

3. Documentos de identidade do Autor

4. RG

5. CPF

6. Comprovante de Residência

7. Procuração

8. Declaração de Pobreza

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9. Pedido administrativo e resposta

10. Prova do alegado

11. Cálculo da atualização requerida

12. Provas da miserabilidade para fins de antecipação de tutela

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