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DESCOMPLICANDO
AS RESIDÊNCIAS
Legislação do SUS para
Residências
1

Natale Souza

Sou a Professora Natale Souza,


enfermeira, graduada pela UEFS –
Universidade Estadual de Feira de
Santana – em 1999, pós-graduada em
Saúde Coletiva pela UESC –
Universidade Estadual de Santa Cruz – em 2001, em Direito Sanitário pela
FIOCRUZ em 2004 e mestre em Saúde Coletiva.
Autora dos livros: Legislação do SUS para concursos – pela editora Concursos
Psicologia, Legislação do SUS – comentada e esquematizada / Políticas de Saúde,
Legislação do SUS e Saúde Coletiva 500 questões pela editora Sanar. De
capítulos nos seguintes livros: 1000 Questões Comentadas de Enfermagem –
Editora Sanar, 1000 Questões Residências em Enfermagem – Editora Sanar e fase
de finalização de mais algumas obras.

Edição e diagramação
Carlos Ambrosio da Cruz Santos
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................2
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE .... 5
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988.....................................11
LEI ORGÂNCIA DA SAÚDE 8.080.......................................16
LEI ORGÂNICA DA SAÚDE 8.142........................................26
RESOLUÇÃO 453/12................................................................36
DECRETO 7.508/11..................................................................46
LEI COMPLEMENTAR 141-12.................................................56
QUESTÕES DE RESIDÊNCIAS............................................108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................130
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1. APRESENTAÇÃO

OLÁ FUTURO RESIDENTE, SEJA BEM-VINDO (A) AO NOSSO


CURSO DESCOMPLICANDO AS RESIDÊNCIAS.
SOU A PROFESSORA NATALE SOUZA E TRAGO UM RECADINHO
PARA VOCÊS ENTENDEREM COMO FUNCIONARÁ O NOSSO PROJETO.
ESSE É UM CURSO COM UMA PROPOSTA ÚNICA E
INOVADORA, COMO VOCÊS SABEM EU E MINHA EQUIPE TEMOS
MAIS DE 08 ANOS DE TRABALHO NA ÁREA DE RESIDÊNCIAS
MULTIPROFISSIONAIS, SEJA EM CURSOS PRESENCIAIS OU EAD.
DIANTE DA NOSSA EXPERIÊNCIA, APROVEITAMOS O
MOMENTO DE PANDEMIA EM QUE ESTAMOS VIVENDO, ONDE
PRECISAMOS DIMINUIR O NOSSO RITMO E TIVEMOS UM TEMPO
MAIOR PARA ANALISAR COMO PODERÍAMOS AUXILIAR DE FORMA
MAIS EFETIVA OS NOSSOS ALUNOS PARA UMA APROVAÇÃO AINDA
ESSE ANO NA TÃO SONHADA RESIDÊNCIA.
CHEGAMOS À CONCLUSÃO QUE O FATOR TEMPO, ALIADO À
QUALIDADE E AO DIRECIONAMENTO SÃO FUNDAMENTAIS PARA A
APROVAÇÃO.
RESOLVEMOS LANÇAR UM CURSO NOS MOLDES DE
INTENSIVO, TENDO COMO REFERÊNCIA QUESTÕES DE PROVAS
ANTERIORES. HÁ MAIS É UM CURSO DE QUESTÕES?
A RESPOSTA É NÃO! É UM CURSO COM QUESTÕES E DICAS
ESSENCIAIS (SABE OS ARTIGOS QUE MAIS CAEM, AQUELAS DICAS,
INDENTIFICAR AQUELA PEGADINHA, ENTÃO É ISSO QUE O NOSSO
CURSO VAI TER OFERECER).
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AH! ENTÃO É UM MILAGROSO CURSO, POSSO DEIXAR TODOS


OS OUTROS CONHECIMENTOS E MERGULHAR NELE E SEREI
APROVADO?
NÃO É ASSIM! ESSE É, SOBRETUDO, UM CURSO PARA QUEM
TEM POUCO TEMPO PARA A SUA PREPARAÇÃO, SE VOCÊ JÁ
ESTIVER COM OUTRO CURSO, OUTRO MATERIAL, SE JÁ ESTIVER
ESTUDANDO, ELE SERÁ FUNDAMENTAL PARA SEDIMENTAR O
CONTEÚDO.
NOSSO CURSO FOI PENSANDO DE FORMA ESTRATÉGICA PARA
ATENDER A MAIS DE 85% DOS PROCESSOS SELETIVOS PARA
RESIDÊNCIAS EM NOSSO PAÍS.
A METODOLOGIA DESCOMPLICANDO, PERMITE QUE VOCÊ
TENHA UMA PREPARAÇÃO COMPLETA E DIRECIONADA,
ALIANHANDO PDFS INDEPENDENTES + RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
EM VÍDEO + DICAS ESSENCIAIS, TUDO PENSADO EXCLUSIVAMENTE
PARA APROVAR NOSSOS FUTUROS RESIDENTES.
NESSE MÓDULO NÓS IREMOS DESCOMPLICAR A
LEGISLAÇÃO DO SUS, CONFIRA NO NOSSO SÚMÁRIO OS ITENS QUE
SERÃO TRATADOS.
5

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS POLÍTICAS DE


SAÚDE NO BRASIL
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Para compreendermos melhor o SUS, precisamos voltar um pouco ao


passado e saber o que tínhamos antes da criação de um sistema universal e
igualitário.
Para a análise da realidade hoje existente, é necessário conhecer os
determinantes históricos envolvidos neste processo. Assim como nós somos
frutos do nosso passado e da nossa história, o setor da saúde também sofreu as
influências de todo o contexto político-social pelo qual o Brasil passou ao longo
do tempo (POLIGNANO, 2001).
Não há como entender o SUS que temos sem fazer um retorno no tempo.
Para entendermos o nosso sistema de saúde, suas dificuldades e avanços,
precisamos fazer uma viagem ao passado e perceber como as ações e serviços de
saúde eram ofertados antes da criação de um sistema para todos.
A História das Políticas de Saúde no Brasil tem sido tema constante de
vários certames. Mesmo não fazendo parte diretamente da Legislação do SUS, o
seu entendimento facilita a compreensão do contexto atual e a resolução de muitas
questões de prova. As bancas cobram nos editais, questões bem específicas,
inclusive com datas e períodos da história do país. Logo, o entendimento da
história, a memorização de fatos marcantes e datas importantes são primordiais
para gabaritar as questões inerentes a este tema
Mas por que entender a história das políticas de saúde no Brasil? Já
imaginaram se alguém que você acaba de conhecer criasse um conceito sobre seu
modo de viver? Não seria nada bom. Para que possamos perceber alguém na sua
6

essência, temos que conhecer seu contexto atual e um pouco do seu passado.
Assim é com o Sistema Único de Saúde. Não podemos julgá-lo, entender seu
momento atual, sua legislação sem saber em que contexto histórico ele foi
concebido.
Para falar da História das Políticas de Saúde no Brasil, didaticamente
dividiremos os mesmos períodos dos livros de história, sinalizando o contexto
político, social e sanitário de cada época. Desta forma, você perceberá que toda
oferta de serviços e ações de saúde estão ligados a estes fatores, facilitando assim
a apreensão do conteúdo.
A História das Políticas de Saúde no Brasil é objeto de estudo da Saúde
Pública. Mas, como podemos conceituar saúde pública? Há uma
variedade de conceitos, mas todos convergem para a seguinte
afirmação: é um campo diferenciado do saber da prática de saúde. É
uma especialidade que se distingue das demais porque se volta para o
coletivo. Exige para seu desenvolvimento conhecimentos específicos e
altamente diferenciados. A saúde pública é a disciplina que trata da
proteção da saúde no nível populacional. Neste sentido, procura
melhorar as condições de saúde das comunidades através da promoção
de estilos de vida saudáveis, das campanhas de sensibilização, da
educação e da investigação. Para tal, conta com a participação de
especialistas em medicina, biologia, enfermagem, sociologia,
estatística, veterinária e outras ciências e áreas. (CAMPOS,2002).
Para analisarmos a história das políticas de saúde no país faz-se necessário
a definição de algumas premissas importantes, a saber:
Para Polignano (2001):
1. a evolução histórica das políticas de saúde está relacionada
diretamente a evolução político-social e econômica da sociedade
brasileira, não sendo possível dissociá-los;
2. a lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço
do capitalismo na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação
do capitalismo a nível internacional;
3. a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado
brasileiro, sendo sempre deixada na periferia do sistema, como uma
moldura de um quadro, tanto no que diz respeito a solução dos grandes
problemas de saúde que afligem a população, quanto na destinação de
recursos direcionados ao setor saúde. Somente nos momentos em que
determinadas endemias ou epidemias se apresentam como importantes
7

em termos de repercussão econômica ou social dentro do modelo


capitalista proposto é que passam a ser alvo de uma maior atenção por
parte do governo, transformando-se pelo menos em discurso
institucional, até serem novamente destinadas a um plano secundário,
quando deixam de ter importância. Podemos afirmar que de um modo
geral os problemas de saúde tornam-se foco de atenção quando se
apresentam como epidemias e deixam de ter importância quando os
mesmos se transformam em endemias.
4. as ações de saúde propostas pelo governo sempre procuram
incorporar os problemas de saúde que atingem grupos sociais
importantes de regiões socioeconômicas igualmente importantes
dentro da estrutura social vigente; e preferencialmente tem sido
direcionada para os grupos organizados e aglomerados urbanos em
detrimento de grupos sociais dispersos e sem uma efetiva organização;
5 . A conquista dos direitos sociais (saúde e previdência) tem sido
sempre uma resultante do poder de luta, de organização e de
reivindicação dos trabalhadores brasileiros e, nunca uma dádiva do
estado, como alguns governos querem fazer parecer.
6 . Devido a uma falta de clareza e de uma definição em relação à
política de saúde, a história da saúde permeia e se confunde com a
história da previdência social no Brasil em determinados períodos.
7. a dualidade entre medicina preventiva e curativa sempre foi uma
constante nas diversas políticas de saúde implementadas pelos vários
governos.
A seguir passaremos a analisar as políticas de saúde no Brasil de acordo
com os períodos históricos.
A Constituição Federal de 1988 deu nova forma à saúde no Brasil,
estabelecendo-a como direito universal. A saúde passou a ser dever constitucional
de todas as esferas de governo, sendo que antes era apenas da União e relativo ao
trabalhador segurado. O conceito de saúde foi ampliado e vinculado às políticas
sociais e econômicas. A assistência é concebida de forma integral (preventiva e
curativa). Definiu-se a gestão participativa como importante inovação, assim
como comando e fundos financeiros únicos para cada esfera de governo
(BRASIL, 1988)
8

Antes da Constituição Federal de 1988, o Brasil não possuía uma Política


de Saúde organizada e nem voltada para a população – as ações eram realizadas,
apenas, com interesse econômico e de acordo com o modo de produção.

A saúde era EXCLUDENTE e CONTRIBUTIVA, ou seja, apenas


quem podia pagar a medicina privada e quem contribuía com a
previdência social / INPS – Instituto Nacional da Previdência Social
– tinha acesso. À outra parte da população cabia o atendimento nas
Santas Casas de Misericórdia (SOUZA,2018).

ATENÇÃO
Faz-se necessário o conhecimento de fatos históricos do Brasil, pois as bancas
pedem datas, períodos e fatos marcantes.

Para facilitar o entendimento, iremos falar do contexto político-social de


cada período histórico e descrever a situação sanitária e como eram as ações e
serviços da época. Destacando, em cada período, OS FATOS MARCANTES E
CONSTANTES EM PROVAS.
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3. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ARTIGOS 196


AO 200) Clique aqui e
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Apesar de estar inserida no título da Seguridade Social, a Saúde contempla


uma seção especifica na Constituição Federal, somando os artigos 196 ao 200.
Iniciaremos o estudo direcionado dos artigos constitucionais que estão
relacionados diretamente com a saúde. Vale lembrar que estes são fruto do
movimento sanitário, que teve como marco a VIII Conferência Nacional de
Saúde.
As bancas elaboradoras cobram, muitas vezes, os artigos na íntegra. Então,
vamos fazer grifos para facilitar a fixação e o entendimento.

Somente a partir desta Carta Magna que a saúde passa a ser


includente, ou seja, universal e igualitária. Em suma podemos
afirmar que o SUS “nasce” a partir dessa Constituição, em 1988.

.
10

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação.

Acesso universal e igualitário: todos têm direito


ao acesso aos bens e serviços de saúde, que são
considerados essenciais. Sem distinção de raça, cor,
gênero, idade, ou seja, TODOS SÃO IGUAIS
PERANTE A LEI;

Promoção da saúde: intervenção nos


determinantes sociais em saúde, conceito alinhado
com a qualidade de vida;

Proteção: ações de vigilância em saúde,


intervenção sobre o processo saúde / doença.

O primeiro artigo constitucional que trata sobre a Saúde, traz a


obrigação do Estado e deixa claro que a saúde é um direito de todos.
Além disso, relaciona a existência de um sistema de saúde a uma
política social e econômica.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação,
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fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através


de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Ações e serviços públicos


RE REGULAMENTA
Poder público

de saúde
FI FISCALIZA

CO CONTROLA

Esse artigo vem para fortalecer a obrigação do Estado frente às ações


e serviços de saúde. E, por esse motivo, deixa explicitado na própria
Constituição a obrigação do Poder Público na criação de uma lei
("leis orgânicas") que regulamentem, fiscalizem e controlem as ações
de serviços de saúde! Lembrem-se: REFICO – REgula, FIscaliza e
COntrola.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
acordo com as seguintes diretrizes:
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Com direção única em


Descentralização cada esfera de governo;
Diretrizes do SUS

Com prioridade para as


Atendimento Integral atividades preventivas,
sem prejuízo dos
serviços assistenciais;
Participação da O Controle Social será
Comunidade estudado em normas
posteriores

Descentralização não significa outra coisa senão a transferência de


atribuições em maior ou menor número dos órgãos centrais para os
órgãos locais ou para pessoas físicas ou jurídicas. Centralização é a
convergência de atribuições, em maior ou menor número, para
órgãos centrais.
13

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com
recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

Não se esqueça de que o financiamento do SUS é compartilhado, não


sendo de obrigação apenas da União. As outras esferas de governo
devem financiar o SUS, através das contrapartidas.

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados
da aplicação de percentuais calculados sobre: (CONTRAPARTIDA)
➔ I- no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício
financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por
cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
➔ II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157
e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
➔ III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
14

158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:
➔ I - Os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
➔ II – Os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde
destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva
redução das disparidades regionais;
➔ III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com
saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes
comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de
processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial
profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de
combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar
assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da
Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente
comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo
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em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu


exercício.

✓ Toda diretriz é um princípio do SUS, mas nem todo o princípio


é uma diretriz (veremos todos os princípios no art. 7º da Lei
Orgânica 8080/90);
✓ São apenas 3 diretrizes;
✓ Sempre que perguntarem em prova a forma de organização do
sus: regionalizada e hierarquizada, em níveis de complexidade
crescentes.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

segundo diretrizes
deste;
Poderão participar mediante contrato de
As de forma direito público ou
instituições complementar do convênio;
privadas sistema único de
saúde tendo preferência as
entidades filantrópicas
e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou


subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.
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§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais


estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
Participação de Empreas ou Capital
Estrangeiro

Constituição Federal VEDADO

Lei 8.080/90 PERMITIDO

§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a


remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante,
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de
sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
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✓ Atente que o artigo 199 traz o direito que a iniciativa privada


tem de ofertar serviços de saúde;
✓ Nunca esqueça de que a rede privada pode participar do SUS
em caráter complementar, sendo pré-requisito para isso:
insuficiência de recursos públicos na área da saúde;
✓ Observe que esse tipo de ação se dará através de contrato ou
convênio, tendo preferência as instituições filantrópicas e sem
fins lucrativos;
✓ O sistema público, em nenhuma hipótese, poderá destinar
recursos financeiros a instituições com fins lucrativos.
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Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições,


nos termos da lei:
➔ I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
➔ II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como
as de saúde do trabalhador;
➔ III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
➔ IV - participar da formulação da política e da execução das ações de
saneamento básico;
➔ V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e
tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)
➔ VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
➔ VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
➔ VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do
trabalho.
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✓ Atente-se para os itens do Art. 200 que podem levar ao erro em


uma questão de prova:
✓ O verbo "ordenar" é comumente substituído pelo "coordenar"
✓ Os verbos "participar" e "colaborar" remetem ações
intersetoriais, ou seja, aquelas que são de interesse para a saúde,
mas há necessidade de “unir” forças com outros setores!
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4. LEI ORGÂNICA DA SAÚDE 8.080/90

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A Lei 8.080 é considerada a primeira lei orgânica da Saúde, ela veio para
regulamentar os artigos constitucionais inerentes à saúde.

A Lei 8.080 foi votada em 19 de setembro de 1990. Essa lei aborda as


condições para promover, proteger e recuperar a saúde, além da organização
e o funcionamento dos serviços também relacionados à saúde.
A Lei regula em todo âmbito nacional, agregando todas as ações e
serviços de saúde, inclusive os que são prestados pela iniciativa privada.

✓ Algumas bancas costumam abordar questões, como por


exemplo: se a iniciativa privada também deve seguir a lei
orgânica da Saúde 8.080?
✓ A resposta é sim, tanto serviços públicos quanto os serviços
prestados pela iniciativa privada deverão estar de acordo com
as legislações que tratam sobre o SUS sendo a Constituição
Federal, a lei orgânica da saúde e demais marcos jurídicos.

Por meio da Lei 8.080/90, as ações de saúde passaram a ser


regulamentadas em todo território nacional.
A participação da iniciativa privada no SUS é aceita em caráter
complementar com prioridade das entidades filantrópicas sobre as privadas
lucrativas. A descentralização político-administrativa é reforçada na forma da
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municipalização dos serviços e das ações de saúde, com redistribuição de


atribuições e recursos em direção aos municípios.
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5. LEI ORGÂNICA 8.142/90


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A segunda Lei orgânica da Saúde vem regulamentar, de forma mais
precisa, a diretriz constitucional da Participação da Comunidade no SUS.
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de
Saúde - SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências.

O controle social é uma diretriz e princípio do SUS. É o mecanismo


de participação da comunidade nas ações de saúde em todas as
esferas de governo. De forma institucionalizada temos: os conselhos
e as conferências de saúde.
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6. RESOLUÇÃO 453/12

A Resolução 453 de 2012 é mais uma normativa que visa fortalecer o


Controle Social e vem tratar de forma mais específica, sobre os Conselhos de
Saúde.
A resolução é fruto da discussão sobre o controle social, especificamente
sobre os CONSELHOS DE SAÚDE. Ao longo de três anos, um grupo de trabalho
dedicou-se a propor uma nova versão do texto DA REVOGADA RESOLUÇÃO
Nº 333/03, com as atualizações necessárias para adequar-se às mudanças na
conjuntura do controle social no país. Depois de apresentada ao pleno do
Conselho Nacional de Saúde, a proposta foi submetida à consulta pública no site
do CNS.

A Resolução vem fortalecer o controle social, dada a sua importância


para a consolidação do sus. Mas atentem que sua disposição é apenas
para uma das instâncias de controle social: os conselhos de saúde!
Este marco é dividido em cinco diretrizes o que facilita o
entendimento. Sinalizarei algumas “pegadinhas” que foram questões
de prova. Esta resolução não altera nenhum dispositivo da lei
8.142/90
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7. DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.

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A Lei Orgânica da Saúde 8.080/90 regulamenta os artigos constitucionais
da Saúde, de certa forma, amplia e ratifica o SUS. Nesse mesmo sentido, em 2011
foi publicado o Decreto 7.508, para regulamentar a Lei 8.080/90. Veja que isso
aconteceu 21 anos depois. O SUS está em constante construção.

Conforme já estabelecido na Lei 8080/90, o SUS deve ser organizado


de forma regionalizada e hierarquizada. Por isso, o Decreto
7508/2011 cria as Regiões de Saúde. Cada região deve oferecer
serviços de atenção primária, urgência e emergência, atenção
psicossocial, atenção ambulatorial especializada e hospitalar e, por
fim, vigilância em saúde.
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8. LEI COMPLEMENTAR Nº 141, DE 13 DE JANEIRO


DE 2012
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A Lei Complementar 141 de 2012, transforma a Emenda Constitucional nº 29


em lei complementar e em linhas gerais dispõe sobre os valores mínimos a serem
aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal e municípios em
ações e serviços públicos de saúde, bem como sobre os critérios de rateio dos
recursos de transferências para a saúde e as normas de fiscalização, avaliação e
controle das despesas com saúde nas 3 esferas de governo. Traz a revogação
expressa e tácita de alguns dispositivos das leis 8.080/90; 8.142/90 e 8.689/93 e
deve ser reavaliada a cada 5 anos, segundo disposto no art. 198, §3º/CF.

Esta Lei Complementar institui, nos termos do § 3° do art. 198 da


Constituição Federal:

A ser aplicado,
1. O valor anualmente Pela UNIÃO em
mínimo e normas
ações e serviços
de cálculo do
públicos de saúde
montante mínimo

Estados
2. Percentuais A serem aplicados
mínimos do anualmente pelos
produto da Distrito Federal
arrecadação de
impostos
Municípios

Em Ações e Serviços de Saúde


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9. QUESTÕES DE RESIDÊNCIAS

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01. (2020/RESIDÊNCIA SES-GO-) A reforma do setor de saúde brasileiro foi


um grande movimento que culminou na construção do sistema de saúde,
atualmente vigente no Brasil. Este ocorreu de forma simultânea ao processo de
democratização do país, tendo sido liderado por profissionais da saúde e pessoas
de movimentos e organizações da sociedade civil. Um evento à época foi
importante, pois aprovou o conceito da saúde como um direito do cidadão e
delineou os fundamentos do Sistema Único de Saúde. Que evento foi este e em
que ano aconteceu?
(A) O Congresso Nacional de Promoção da Saúde de 1985.
(B) A 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986.
(C) A Assembleia Nacional Constituinte de 1988.
(D) A Assembleia de Promulgação das Leis Orgânicas da Saúde, em 1990.

02. (2019/Residência ESP-CE) Antes da criação do Sistema Único de Saúde, a


assistência médico-hospitalar era prestada por meio de alguns poucos hospitais
especializados, principalmente de caráter filantrópico. Quem eram os brasileiros
que tinham direito à assistência à saúde desenvolvida pelo Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS)?
(A) Todos os brasileiros.
(B) Os que não tinham nenhum direito.
(C) Os que podiam pagar pelos serviços.
(D) Os trabalhadores da economia formal.

03. (2020/Residência UFPR) Sobre a forma de assistência à saúde da população


na Era Vargas, assinale a alternativa correta.
(A) A política de saúde do governo Vargas tinha como base a medicina
previdenciária, deixando em segundo plano as políticas de saúde pública adotadas
até aquele momento.
(B) Com a criação dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), os recursos
arrecadados tinham como prioridade o aumento dos serviços médicos no país.
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(C) O governo Vargas adotou um modelo contencionista na previdência,


permitindo investir os recursos arrecadados com ela na industrialização do país e
para acumulação financeira do Estado.
(D) O financiamento dos IAPs era tripartite, com contribuições das empresas,
empregados e União, sendo que esta última era a que contribuía de forma mais
regular, enquanto a primeira acumulou dívidas com as instituições
previdenciárias.
(E) Apesar de os IAPs terem financiamento tripartite – empregados, empresas e
União –, a gestão deles tinha autonomia quanto ao governo federal.

04. (2020/RESIDÊNCIA SES - PE) O movimento da Reforma Sanitária


brasileira nasceu no contexto da(o)
(A) ditadura militar.
(B) república das espadas.
(D) império.
(C) estado novo.
(E) república das oligarquias.

05. (2020/Residência UFTM) Em relação ao contexto histórico do movimento


da Reforma Sanitária Brasileira, o país vivia sob a duplicidade de um sistema de
saúde cindido entre a medicina previdenciária e a saúde pública em que a
medicina previdenciária tinha ações dirigidas à saúde:
(A) individual dos trabalhadores formais estando a cargo dos institutos de pensão;
e a saúde pública sob comando do Ministério da Saúde direcionada
principalmente aos setores mais pobres da população.
(B) individual dos trabalhadores formais estando a cargo dos convênios de saúde;
e a saúde pública sob comando do Ministério da Agricultura direcionada
principalmente aos setores dos trabalhadores da zona rural.
(C) individual dos trabalhadores formais estando a cargo dos institutos de pensão;
e saúde pública sob comando da Defesa Civil direcionada principalmente aos
controles endêmicos e de portos.
(D) individual dos trabalhadores formais estando a cargo dos convênios de saúde;
e saúde pública sob comando da Defesa Civil direcionada principalmente aos
controles endêmicos e de portos.
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(E) coletiva e ambiental dos trabalhadores formais estando a cargo do Ministério


do Trabalho; e a saúde pública sob comando do Ministério da Saúde direcionada
principalmente aos setores mais pobres da população.
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10. GABARITO

Clique aqui e retorne ao sumário

01. B
02. D
03. C
04. A
05. A

Clique aqui e acesse o material


completo
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de


1988.
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