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EXMO (A) SR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSEÇÃO
JUDICIÁRIA DE ______________

_________________________, já cadastrado eletronicamente, vem, com o devido respeito, perante


Vossa Excelência, por meio de seus procuradores, propor

AÇÃO DE REVISÃO DE RENDA MENSAL INICIAL

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes


fundamentos fáticos e jurídicos que passa a expor:

I – PRELIMINARMENTE

A) DA ANÁLISE DO PRAZO DECADENCIAL

Em breve síntese, a discussão sobre aplicação do prazo decadencial, no caso dos autos
(concessão do melhor benefício), gravita em torno da Incidência ou não do prazo decadencial de que
trata o art. 103 da Lei 8.213/91.

Em 24 de março de 2014, foi publicada decisão julgada pelo E. Superior Tribunal de


Justiça (sob o regime do art. 543-C do CPC) retratando que a REVISÃO PREVIDENCIÁRIA refere-
se à discussão sobre o ato de concessão de benefícios, de forma que na desaposentação, por tratar-se
de renúncia aquele benefício, não incide o art. 103, caput da lei 8213/91. Nesse sentido (STJ, Resp.
1348301/SC, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção, j. 27.112013, DJ 24.03.2014)

Pois bem Excelência, quando se discute a possibilidade de se reconhecer o direito ao


benefício mais favorável, pautado na retroação ao melhor dia – também não se trata de discussão
jurídica sob o ato da concessão, mas aplicação de outras regras legais, que garantirão melhor
benefício; tudo resguardado pelo manto que protege o direito adquirido.

Nesse sentido, o r. Juiz Federal José Antonio Savaris, autor contemporâneo que
muito vem contribuindo com o avanço dos estudos sobre direito previdenciário no Brasil, aborda o
tema da decadência após a decisão do STF e a revisão do melhor dia do benefício da seguinte
forma:

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"Quando o STF reconheceu o direito ao melhor benefício, orientou que deve ser
observado "o quadro mais favorável ao beneficiário, pouco importando o decesso
remuneratório ocorrido em data posterior ao implemento das condições
legais", buscando apoio franco, ostensivo e manifesto no instituto do direito
adquirido (RE 630501, Rel. Min. Ellen Gracie, Rel. p/ Acórdão Min. Marco Aurélio,
Plenário, j. 21/02/2013, DJe 26-08-2013).

A ratio decidendi desse importante precedente foi a de que o direito ao melhor


benefício - entenda-se, direito à maior renda mensal inicial - incorpora-se ao
patrimônio jurídico do trabalhador desde quando cumpridos os requisitos para sua
concessão, podendo ser exercido a qualquer tempo. Em outras palavras, o
trabalhador não será penalizado por requerer o benefício em momento
posterior ao do aperfeiçoamento dos pressupostos legais para sua concessão.

É de se reconhecer que no mesmo precedente, a eminente Ministra Relatora, em seu


substancioso voto, expressa que devem ser observadas a decadência e a prescrição.

Um olhar ligeiro para a disposição final do voto de Sua Excelência nos faria pensar
que o prazo decadencial abrange as ações em que se busca a concessão do melhor
benefício. Observe-se, desde logo, porém, que a questão relacionada aos prazos
preclusivos foi lançada em arremate de um raciocínio maior , sem a mínima
digressão a respeito do tema.

De todo modo, ainda que venhamos partir das condições em que assegurado o
direito ao melhor benefício no RE 630.501, é preciso perceber em que termos, o
próprio Supremo Tribunal Federal, dispôs que deve ser compreendido o art. 103 da
Lei 8.213/91. Essa percepção trará as luzes necessárias para se entender a razão
elementar pela qual não incide o prazo decadencial na ação em que se busca a
realização do direito ao melhor benefício.

E justamente do RE 626.489 (Rel. Min. Luís Roberto Barroso, Plenário, j.


21.10.2014), se depreende que "o direito fundamental ao benefício previdenciário
pode ser exercido a qualquer tempo, sem que se atribua qualquer consequência
negativa à inércia do beneficiário", encontrando-se, como se percebe, na mesma
linha da decisão relativa ao reconhecimento do direito ao melhor benefício. Com
efeito, expressou-se o STF no sentido de que "O direito à previdência social
constitui direito fundamental e, uma vez implementados os pressupostos de sua
aquisição, não deve ser afetado pelo decurso do tempo. Como consequência,
inexiste prazo decadencial para a concessão inicial do benefício previdenciário".

Eis aqui o ponto fundamental: a busca pelo melhor benefício não constitui uma
ação revisional propriamente dita, mas uma ação de concessão de benefício. Para
essa pretensão é absolutamente desimportante o modo como se operou o ato de
concessão do benefício de titularidade do segurado. Busca-se, com ela, a
materialização do direito adquirido ao melhor benefício, direito este, que não pode
ser afetado pelo decurso do tempo.

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Em suma, nas ações em que se postula a concessão de benefício mais vantajoso


(espécie mais benéfica ou renda mensal mais elevada), não está em causa a revisão
do benefício concedido ao segurado, dos critérios adotados pela Administração
quando de sua concessão, ou, de acordo com a letra da lei "do ato de concessão do
benefício" (Lei 8.213/91, art. 103, caput). Antes, discute-se o direito em si à
concessão de prestação previdenciária mais efetiva ou vantajosa, como extensão do
direito adquirido, razão pela qual, mercê do devido distinguishing, não se aplica, à
espécie, o prazo preclusivo de que trata o art. 103 da Lei 8.213/91.

Foi neste sentido que decidiu esta Turma Recursal, mutatis mutandis,quando
expressou que não corre o prazo decadencial para ação de concessão de
aposentadoria por idade (benefício mais vantajoso) contra o segurado que se
encontra há mais de 10 anos em gozo de benefício assistencial (Recurso Cível
5002513-87.2013.404.7003/PR, Rel. Juiz Federal José Antonio Savaris, j.
28/03/2014).”

De todo o exposto, temos que não se aplica o prazo decadencial de que trata o art. 103 da
Lei 8.213/91.

II – SÍNTESE FÁTICA

O Autor recebe atualmente a aposentadoria por idade NB ___________concedida a partir de


_________

Entretanto, dentre as opções de formas de cálculo possíveis para o valor da Renda Mensal
Inicial do benefício, o INSS não utilizou a forma mais benéfica ao Autor.

A tutela pretendida com a incidência do dispositivo constitucional, se dá


independentemente aos casos em que o benefício tenha sido concedido com renda inicial integral ou
proporcional ao tempo de serviço . Não há qualquer óbice à pretensão, seja pelo singelo fato de que o
direito subjetivo ao benefício nasce com a implementação dos requisitos legais, os quais, a partir de
então se incorporam ao patrimônio do autor, portanto, sendo elegível a partir dali .

Ao se verificar em cada situação concreta, seja pela circunstância peculiar de remunerações


variáveis, seja do tempo de contribuição, ou mesmo o critério de correção monetária, dentre outros
fatores que interferem na aposentadoria, para garantir o princípio do direito ao benefício mais
vantajoso e submeter ao crivo crítico do judiciário final desiderato favorável ao autor.

Não se diga esteja a ré adstrita, que está, ao princípio da legalidade, mas não pode emprestar
ao dispositivo legal interpretação que lhe subtraia parte do texto constitucional ou mesmo que lhe dê
outro significado.

Resta, por fim, ao judiciário afirmar a adequação desta outra tese jurídica - direito ao
benefício mais vantajoso- como eficácia declaratória, para, após pronunciado este direito ocupar-se do
exame dos fatos do caso concreto, seja quanto ao valor da renda devida, as regras intertemporais
incidentes e, por fim, a procedência integral do pedido.

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Com isso, resta o socorro ao e. Poder Judiciário Federal para obter a declaração do direito ao
benefício a contar da implementação dos requisitos legais mínimos para, em decorrência, garantir ao
segurado a melhor contraprestação, aqui titulada como acesso ao direito ao benefício mais vantajoso

III – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

A) DO DIREITO ADQUIRIDO A MELHOR FORMA DE CÁLCULO

A parte Autora recebe o benefício de aposentadoria por idade NB_________, desde


_________.

Ocorre que, por ocasião da concessão do benefício não foi aplicada a melhor sistemática de
calculo da Renda Mensal Inicial aplicável ao benefício do Demandante, causando prejuízos
financeiros à parte Autora.

Veja-se que o Autor adquiriu o direito à aposentadoria por _________-em________, quando


completou ______anos de idade ou ____tempo de contribuição. Poderia ter requerido o benefício em
qualquer momento a partir desta data, mas somente veio a exigir este direito através de seu
requerimento administrativo em ________

Dessa forma, como adquiriu o direito em diversos marcos anteriores, dia a dia, mês a mês, é
direito do segurado a concessão do benefício com realização dos cálculos considerando como dia para
a realização do cálculo a data em que o benefício for mais vantajoso.

Isto porque, a partir do momento em que o segurado adquiriu o direito a aposentadoria,


porém optou por não requerer o benefício naquele momento, deve lhe ser garantido o direito de optar
pelas regras e pela data de cálculo que lhe alcancem o melhor benefício.

Não pode o segurado ser prejudicado na renda do seu benefício por ter deixado para requerer
o benefício após o momento em que adquiriu o Direito. Caso contrário, além de não receber o
benefício desde o momento em que adquiriu o direito, ainda será prejudicado, pelo recebimento de
renda inferior a que receberia caso houvesse postulado o benefício em momento anterior.

Assim, após adquirir o direito, o segurado pode exercê-lo a qualquer tempo, sendo lhe
facultado escolher qual o momento mais benéfico para a realização do cálculo da RMI.

Entender de outra forma, seria uma afronta a garantia constitucional da intangibilidade do


direito adquirido (ar. 5º XXXVI), eis que se estaria negando o direito do segurado a receber
aposentadoria que lhe é mais benéfica, e para a qual preencheu todos os requisitos, unicamente por que
em outro momento também preencheu requisitos a outra aposentadoria que lhe é menos vantajosa.

Nesse sentido, a jurisprudência do STF:

PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO CITRA PETITA. NULIDADE DO ACÓRDÃO


EMBARGADO. PREVIDENCIÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR BENEFÍCIO.
RETROAÇÃO DO PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO. 1. O julgamento citra petita
caracteriza questão de ordem pública, a ser reconhecida de ofício, implicando nulidade do acórdão
anterior. 2. O prazo de decadência do direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do
ato de concessão do benefício, previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91 - a partir da redação
dada pela Medida Provisória n. 1.523-9, de 27-06-1997 e suas reedições posteriores, convertida na
Lei n. 9.528, de 10-12-1997, alterada pelas Medidas Provisórias n. 1.663-15, de 22-10-1998,

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convertida na Lei n. 9.711, de 20-11-1998, e n. 138, de 19-11-2003, convertida na Lei n. 10.839,


de 05-02-2004 - somente é aplicável aos segurados que tiveram benefícios concedidos após a
publicação da Medida Provisória que o previu pela primeira vez, não podendo esta incidir sobre
situações jurídicas já constituídas sob a vigência da legislação anterior. Precedentes do colendo
STJ e desta Corte. 3. No entanto, recentemente, a Primeira Seção do STJ - que passou a julgar os
processos envolvendo matéria previdenciária - alterou aquele entendimento (REsp n. 1.303.988,
Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Dje de 21-03-2012). Não obstante, considerando (a) que tal
decisão ainda está sujeita a Embargos de Divergência e (b) que foi reconhecida, pelo Supremo
Tribunal Federal, a repercussão geral da questão (RE 626.489 RG - SE, Rel. Ministro Ayres Britto,
Dje de 02-05-2012), tenho por mais prudente, por ora, manter a posição até agora externada. 4.
Tendo em vista que o benefício da parte autora foi concedido antes da publicação da Medida
Provisória n. 1.523-9, de 27-06-1997, posteriormente convertida na Lei n. 9.528/97, inexiste prazo
decadencial para que aquela pleiteie a revisão da RMI do benefício. 5. Dado que o direito à
aposentadoria surge quando preenchidos os requisitos estabelecidos em lei para o gozo do
benefício, e tendo o segurado preenchido todas as exigências legais para inativar-se em um
determinado momento, não pode servir de óbice ao reconhecimento do direito ao cálculo do
benefício como previsto naquela data o fato de ter permanecido em atividade, sob pena de
restar penalizado pela postura que redundou em proveito para a Previdência. Ou seja, ainda
que tenha optado por exercer o direito à aposentação em momento posterior, possui o direito
adquirido de ter sua renda mensal inicial calculada como se o benefício tivesse sido
requerido e concedido em qualquer data anterior, desde que implementados todos os
requisitos para a aposentadoria. 6. É devida a retroação do período básico de cálculo (PBC)
ainda que não tenha havido alteração da legislação de regência, pois a proteção ao direito
adquirido também se faz presente para preservar situação fática já consolidada mesmo
ausente modificação no ordenamento jurídico, devendo a Autarquia Previdenciária avaliar a
forma de cálculo que seja mais rentável aos segurados, dado o caráter social da prestação
previdenciária, consoante previsão contida no art. 6.º da Constituição Federal. 7. Muito
embora o art. 122 da Lei n. 8.213/91 tenha previsto a retroação do período básico de cálculo nos
casos de aposentadoria integral (regra reproduzida nas normas regulamentadoras), é possível a
extensão desse direito aos casos de concessão de aposentadoria proporcional, em face do princípio
da isonomia e em respeito ao critério da garantia do benefício mais vantajoso, como, aliás,
preceitua o Enunciado N.º 5 do próprio Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS: "A
Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao
servidor orientá-lo nesse sentido." 8. Os salários de contribuição que integrarão o novo período
básico de cálculo (PBC) deverão ser atualizados até a data em que reconhecido o direito adquirido,
apurando-se nessa data a renda mensal inicial (RMI), a qual deverá ser reajustada, nos mesmos
meses e índices oficiais de reajustamento utilizados para os benefícios em manutenção, até a Data
do Início do Benefício-DIB. A data de início de pagamento (DIP) deverá coincidir com a DER. 9.
O cálculo da renda mensal inicial de benefício previdenciário concedido a partir de março de 1994
inclui a variação integral do IRSM de fevereiro de 1994 (39,67%). Súmula 77/TRF4. 10. Os
efeitos financeiros da revisão deferida são devidos desde a DER, respeitada a prescrição
quinquenal e os limites do pedido. (TRF4, QUOAC 5001264-85.2010.404.7204, Sexta Turma,
Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E. 30/11/2012)

Ainda, em decisão recente, ao julgar o RE 630.501, ao qual foi reconhecida


repercussão geral, o STF julgou que o segurado possui direito ao melhor benefício, mesmo
quando não houverem alterações legislativas após a aquisição do direito, mas, em razão da
oscilação nos valores da contribuições o cálculo da RMI seja mais vantajoso em momento
diverso do momento da concessão do benefício.

No mesmo sentido, a jurisprudência do TRF4:

PREVIDENCIÁRIO. ATIVIDADE RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL CORROBORADO


POR TESTEMUNHAS. ATIVIDADE ESPECIAL. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA MAIS
VANTAJOSA. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO
BÁSICO DE CÁLCULO. INAPLICABILIDADE DE REDUTORES POSTERIORES AO SALÁRIO
DE BENEFÍCIO. TUTELA ESPECÍFICA. 1. O tempo de serviço rural para fins previdenciários, a
partir dos 12 anos, pode ser demonstrado através de início de prova material, desde que
complementado por prova testemunhal idônea. Precedentes da Terceira Seção desta Corte e do
egrégio STJ. 2. Constando dos autos a prova necessária a demonstrar o exercício de atividade sujeita a

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condições especiais, conforme a legislação vigente na data da prestação do trabalho, deve ser
reconhecido o respectivo tempo de serviço. 3. Se o segurado implementar os requisitos para a
obtenção de aposentadoria pelas regras anteriores à Emenda Constitucional nº 20/98, pelas
Regras de Transição (art. 9º da mencionada Emenda) e pelas Regras Permanentes (art. 201, § 7
º da CF e 56 e ss. do Decreto nº 3048/99), poderá inativar-se pela opção que lhe for mais
vantajosa. 4. Dado que o direito à aposentadoria surge quando preenchidos os requisitos
estabelecidos em lei para o gozo do benefício, e tendo o segurado preenchido todas as exigências
legais para inativar-se em um determinado momento, não pode servir de óbice ao reconhecimento do
direito ao cálculo do benefício como previsto naquela data o fato de ter permanecido em atividade,
sob pena de restar penalizado pela postura que redundou em proveito para a Previdência, ou seja,
ainda que tenha optado por exercer o direito à aposentação em momento posterior, possui o direito
adquirido de ter sua renda mensal inicial calculada como se o benefício tivesse sido requerido e
concedido em qualquer data anterior, desde que implementados todos os requisitos para a
aposentadoria. 5. O segurado tem direito adquirido ao cálculo do benefício de conformidade com
as regras vigentes quando da reunião dos requisitos da aposentação independentemente de
prévio requerimento administrativo para tanto. Precedentes do STF e do STJ. 6. É devida a
retroação do período básico de cálculo (PBC) diante da alteração promovida pela Lei 7.787/89 e
mesmo que não tenha havido alteração da legislação de regência, pois a proteção ao direito
adquirido também se faz presente para preservar situação fática já consolidada mesmo ausente
modificação no ordenamento jurídico, devendo a Autarquia Previdenciária avaliar a forma de
cálculo que seja mais rentável aos segurados, dado o caráter social da prestação previdenciária,
consoante previsão contida no art. 6.º da Constituição Federal. 7. Muito embora o art. 122 da Lei
n. 8.213/91 tenha previsto a retroação do período básico de cálculo nos casos de aposentadoria
integral (regra reproduzida nas normas regulamentadoras), é possível a extensão desse direito aos
casos de concessão de aposentadoria proporcional, em face do princípio da isonomia e em respeito ao
critério da garantia do benefício mais vantajoso, como, aliás, preceitua o Enunciado N.º 5 do próprio
Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS: "A Previdência Social deve conceder o melhor
benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido." 8. Os salários de
contribuição que integrarão o novo período básico de cálculo (PBC) deverão ser atualizados até a data
em que reconhecido o direito adquirido, apurando-se nessa data a renda mensal inicial (RMI), a qual
deverá ser reajustada, nos mesmos meses e índices oficiais de reajustamento utilizados para os
benefícios em manutenção, até a Data do Início do Benefício-DIB. A data de início de pagamento
(DIP) deverá coincidir com a DER. 9. A apuração da nova renda mensal inicial dar-se-á sem prejuízo
da aplicação do (ora revogado) art. 144 da Lei n. 8.213/91, quando a data considerada para o recálculo
daquela inserir-se no período neste mencionado. Tal aplicação não configura sistema híbrido, pois foi
determinada pela Lei n. 8.213 exatamente para os benefícios concedidos no período imediatamente
anterior à sua vigência, situação em que passa a se encontrar a parte autora. 10. Determina-se o
cumprimento imediato do acórdão naquilo que se refere à obrigação de implementar o benefício, por
se tratar de decisão de eficácia mandamental que deverá ser efetivada mediante as atividades de
cumprimento da sentença stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um
processo executivo autônomo (sine intervallo). (TRF4, APELREEX 5028006-46.2011.404.7000,
Sexta Turma, Relator p/ Acórdão João Batista Pinto Silveira, D.E. 29/11/2012)

Assim, é dever do INSS, verificar a data em que o benefício torna-se mais vantajoso ao
segurado. Ressalta-se que o cálculo do valor do benefício mais vantajoso deverá ser realizado segundo
a legislação vigente na data considerada no cálculo e considerando como PBC o período
imediatamente anterior a esta data, bem como reajustando o valor da RMI desde a data considerada no
cálculo até a data de inicio do benefício.

No presente caso, tem-se que a melhor data para a realização do cálculo será em__________.
Dessa forma, o valor do benefício deverá ser calculado nesta data, considerando-se como período
básico de calculo o período entre______________, pelas regras atuais do art. ___________da Lei
8.213/91 e em seguida a RMI deverá ser reajustada na mesma forma dos reajustes dos benefícios da
Previdência Social desde a data considerada no cálculo até a data de inicio do benefício ________

B) DA RETROATIVIDADE DOS EFEITOS FINANCEIROS

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O STF já decidiu que os efeitos financeiros da revisão de benefício previdenciário que tenha
por objeto a aplicação da melhor sistemática de cálculo do benefício retroagem até a data de entrada
do requerimento do benefício de aposentadoria, respeitando-se apenas a prescrição qüinqüenal.
Vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 287 DO STF. DECISÃO QUE SE MANTÉM POR
SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. 1. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o
ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada,
trazendo à baila novas argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum que se
pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos. 2. O agravo de
instrumento é inadmissível quando a sua fundamentação não impugna especificamente a decisão
agravada. Nega-se provimento ao agravo, quando a deficiência na sua fundamentação, ou na do
recurso extraordinário, não permitir a exata compreensão da controvérsia. (súmula 287/STF). 3.
Precedentes desta Corte: AI 841690 AgR, Relator: Min. Ricardo Lewandowski, DJe- 01/08/2011; RE
550505 AgR, Relator: Min. Gilmar Mendes, DJe- 24/02/2011; AI 786044 AgR, Relator: Min. Ellen
Gracie, DJe- 25/06/2010. 4. In casu, o acórdão recorrido assentou: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO
CIVIL. DECADÊNCIA. IRRETROATIVIDADE. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR
BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO. 1. O prazo de decadência do
direito ou ação do segurado ou beneficiário para a revisão do ato de concessão do benefício, previsto
no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91 - a partir da redação dada pela Lei n. 9.528, de 10-12-1997,
alterada pelas Leis n. 9.711/98 e 10.839/04, todas precedidas de uma ou mais medidas provisórias -
somente é aplicável aos segurados que tiveram benefícios concedidos após a publicação da lei que o
previu pela primeira vez, não podendo esta incidir sobre situações jurídicas já constituídas sob a
vigência da legislação anterior. 2. Tendo em vista que o benefício da parte autora foi concedido antes
da publicação da Lei n. 9.528/97, inexiste prazo decadencial para que aquela pleiteie a revisão da RMI
do benefício. 3. Dado que o direito à aposentadoria surge quando preenchidos os requisitos
estabelecidos em lei para o gozo do benefício, e tendo o segurado preenchido todas as exigências
legais para inativar-se em um determinado momento, não pode servir de óbice ao reconhecimento do
direito ao cálculo do benefício como previsto naquela data o fato de ter permanecido em atividade,
sob pena de restar penalizado pela postura que redundou em proveito para a Previdência. Ou seja,
ainda que tenha optado por exercer o direito à aposentação em momento posterior, possui o direito
adquirido de ter sua renda mensal inicial calculada como se o benefício tivesse sido requerido e
concedido em qualquer data anterior, desde que implementados todos os requisitos para a
aposentadoria. 4. O segurado tem direito adquirido ao cálculo do benefício de conformidade com
as regras vigentes quando da reunião dos requisitos da aposentação independentemente de
prévio requerimento administrativo para tanto. Precedentes do STF e do STJ. 5. Os salários de
contribuição que integrarão o novo período básico de cálculo (PBC) deverão ser atualizados até a data
em que reconhecido o direito adquirido, apurando-se nessa data a renda mensal inicial (RMI), a qual
deverá ser reajustada, nos mesmos meses e índices oficiais de reajustamento utilizados para os
benefícios em manutenção, até a Data do Início do Benefício-DIB. A data de início de pagamento
(DIP) deverá coincidir com a DER. 6. Vigente a Lei n° 6.423, de 17-06-77, na data de início do
benefício, o reajuste dos primeiros 24 salários-de-contribuição do PBC deve observar a variação
nominal da ORTN/OTN (Súmula 2/TRF - 4ª Região). Deve-se observar que a revisão da renda mensal
inicial por tais critérios gera reflexos na aplicação do art. 58/ADCT e reajustes subsequentes,
respeitada a prescrição quinquenal. 7. A partir da edição da Lei nº 6.708/79, que entrou em vigor no
dia 1º de novembro de 1979 e introduziu nova periodicidade de reajuste, passando de anual para
semestral, a atualização do menor e maior valor teto dos salários-de-contribuição deve ser realizada
com base na variação do INPC. 8. Em não utilizando o INPC para o reajustamento do menor e do
maior valor teto no período entre o advento da Lei n.º 6.708/79 e a edição da Portaria MPAS n.º
2.840/82, a autarquia previdenciária causou prejuízo aos segurados no cálculo da renda mensal inicial
relativamente aos benefícios cujas datas de início estão compreendidas no período de novembro de
1979 a abril de 1982, inclusive. 9. Na revisão prevista no artigo 58 do ADCT, durante a vigência do
Decreto-Lei nº 2.351/87, deve ser utilizado como divisor o Piso Nacional de Salários, afastando-se a
incidência do Salário Mínimo de Referência. Precedentes da Corte. 10. Os efeitos financeiros da
revisão deferida são devidos desde a DER, respeitada a prescrição quinquenal e os limites do
pedido. (fls. 242/243). 5. Agravo Regimental desprovido.(AI 855561 AgR, Relator(a): Min. LUIZ
FUX, Primeira Turma, julgado em 28/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-180 DIVULG 12-
09-2012 PUBLIC 13-09-2012)

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Assim, como o direito ao cálculo do benefício da forma mais vantajosa ao segurado deve ser
assegurado independentemente de requerimento administrativo, tem-se que os efeitos financeiros da
revisão devem retroagir a DER do benefício.

E ressalte-se que no presente caso o INSS já possuía todos os elementos necessários para
efetuar o cálculo da maneira mais vantajosa por ocasião da implantação do benefício, porquanto
possuía acesso a todos os salários de contribuição a serem utilizados no cálculo do benefício,
conforme se depreende da carta de concessão em anexo.

Assim, como é dever do INSS analisar os documentos apresentados, verificando o melhor


benefício e a melhor sistemática de cálculo a ser aplicado, deveria o INSS ter informado a
possibilidade de calcular a renda mensal inicial do benefício em outra data, reajustando-a até a DER
do benefício, de forma a garantir beneficio em mais vantajosos ao segurado .

Aliás, quanto à obrigação do INSS ter informado que havia forma de cálculo mais vantajosa
ao Autor destaca-se o Enunciado N.º 5 do próprio Conselho de Recursos da Previdência Social -
CRPS: "A Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo
ao servidor orientá-lo nesse sentido."

Ainda a demonstrar o direito à retroação dos efeitos financeiros a data de inicio do benefício,
destaca-se também o posicionamento da TNU, o qual entende que os efeitos financeiros das revisões
devem retroagir a data de inicio do benefício independentemente de haver requerimento
especifico ou comprovação do direito, pois o que importa é que a parte já tenha incorporado o
direito ao seu patrimônio jurídico na data de inicio do benefício:

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO. DATA INÍCIO DO BENEFÍCIO. SÚMULA 33 DA TNU. PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO CONHECIDO E PROVIDO. 1. Acórdão da lavra da Turma Recursal do Rio
Grande do Sul manteve os termos da r. sentença que houvera concedido benefício de Aposentadoria
especial a partir da data do ajuizamento da ação, em razão de não ter sido comprovada a juntada de
todos os documentos que embasaram a decisão nos autos do processo administrativo. [...]
2. A parte-autora interpôs Pedido de Uniformização, no qual sustentou que o acórdão da Turma
Recursal destoa da jurisprudência do STJ bem como da Súmula 33 desta Turma Nacional,
relativamente à fixação da data do início do benefício (DIB), devendo ser concedido o benefício a
partir da data do requerimento administrativo. 3. O Pedido de Uniformização não foi admitido pela
Presidente da 2ª Turma Recursal do Rio Grande do Sul ao argumento de tratar-se de hipótese de
reexame fático-probatório. 4. CONHEÇO do presente incidente ante a divergência estabelecida, e no
mérito DOU PROVIMENTO. 5.. Assiste razão à recorrente quando insiste no argumento de
concessão do benefício de Aposentadoria especial a partir da data de entrada do requerimento
administrativo (DER) – e não do ajuizamento da ação. Esta Turma Nacional tem entendido, na
dicção da referida Súmula 33, que estando presentes os requisitos para a concessão de um
benefício, seja ele qual for, na data da entrada do requerimento administrativo, esta deve se
constituir no termo inicial do benefício. E foi o que se verificou no presente caso. 6. Em sintonia
com a linha de raciocínio da Súmula 33, tem-se entendido que, seja em ação de concessão de
benefício, seja em ação revisional, o termo inicial do benefício deve ser sempre na DER,
independentemente da questão reconhecida na via judicial ser ou não idêntica àquela aventada
na seara administrativa. Isso decorre, em regra, do segurado ser hipossuficiente e, bem como,
ser um dever do INSS conceder o benefício que lhe seja mais vantajoso. 7. “PEDIDO DE
UNIFORMIZAÇÃO NACIONAL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO.
EFEITOS FINANCEIROS. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS QUANDO DO
REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO ORIGINAL EM JUÍZO. DISPOSIÇÃO
LEGAL EXPRESSA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 33 DA TURMA NACIONAL DE
UNIFORMIZAÇÃO. 1. Na dicção da Súmula 33 da TNU, “Quando o segurado houver preenchido os
requisitos legais para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço nada data do requerimento
administrativo, esta data será o termo inicial da concessão do benefício”. 2. Em Incidentes de
Uniformização Nacional recentemente julgados, reafirmou-se a noção de que a tarefa de fixação da
data de início do benefício – DIB (no caso de concessão de benefício) ou a majoração da renda mensal

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inicial – RMI (no caso de revisão de benefício) deve ser orientada pela identificação da data em que
foram aperfeiçoados todos os pressupostos legais para a outorga da prestação previdenciária nos
termos em que judicialmente reconhecida. Neste sentido, a título ilustrativo, as decisões colhidas nos
Incidentes de Uniformização n. 2004.72.95.02.0109-0 (DJ 23.03.2010) e n. 2007.72.55.00.2223-6 (DJ
09.08.2010), ambos de minha relatoria. 3. A assunção de tal linha de entendimento em todas as
suas consequências impõe reconhecer que, para efeito da fixação dos efeitos temporais da
determinação judicial de concessão ou de revisão de benefício previdenciário, é também
irrelevante que o requerimento administrativo contenha, de modo formal, a específica pretensão
que, posteriormente, foi reconhecida em Juízo. 4. É desimportante que o processo
administrativo contenha indícios de que uma específica pretensão do beneficiário (por exemplo,
cômputo de tempo rural, reconhecimento da natureza especial da atividade, reconhecimento de tempo
de serviço urbano informal) tenha sido deduzida perante a Administração Previdenciária. 5.
Interpretação distinta que condicionasse a eficácia de proteção social à formalização de requerimento
administrativo com todas as variantes fáticas significaria, a um só tempo, exigir da pessoa que se
presume hipossuficiente em termos de informações o conhecimento dos efeitos jurídicos de
circunstâncias fáticas que lhe dizem respeito, e a criação, pela via judicial, de norma jurídica restritiva
de direitos sociais, na contramão da regra hermenêutica fundamental segundo a qual as normas
previdenciárias devem ser interpretadas favoravelmente às pessoas para as quais o sistema
previdenciário foi instituído. 6. É altamente conveniente à Administração Previdenciária
socorrer-se, em Juízo, da prova cabal de sua ineficiência e de inaceitável inadimplência na
prestação do devido serviço social a seus filiados (Lei 8.213/91, art. 88), buscando convolar ilegal
omissão de ativa participação no processo administrativo em locupletamento sem causa, à custa
justamente do desconhecimento de seus filiados. Neste sentido, acrescente-se, tanto mais
enriqueceria a Administração quanto mais simples e desconhecedor de seus direitos fosse o
indivíduo. 7. Os efeitos da proteção social determinada judicialmente (fixação da DIB ou da
nova RMI do benefício) vinculam-se à data do requerimento administrativo, ainda que o
processo administrativo não indique que uma específica circunstância fática foi alegada pelo leio
pretendente ao benefício. 8. Pedido de Uniformização conhecido e provido. A Turma, por
unanimidade, conheceu do Pedido de Uniformização e, por maioria, deu-lhe provimento nos termos
do voto divergente. (PEDILEF 200872550057206, JUIZ FEDERAL JOSÉ ANTONIO SAVARIS,
DOU 29/04/2011 SEÇÃO 1.)” (grifei) 8. O entendimento daTNU não discrepa do STJ, a saber:
“PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE APOSENTADORIA. CONTAGEM DE TEMPO RURAL.
RECONHECIMENTO. TERMO INICIAL. DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. 1.
Segundo o art. 49, II, da Lei 8.213/91, que trata dos benefícios previdenciários, a data do início da
aposentadoria por idade será o momento de entrada do requerimento administrativo. 2. A
jurisprudência desta Corte fixou-se no sentido de que, tendo o segurado implementado todos os
requisitos legais no momento do requerimento administrativo, esse deve ser o termo inicial do
benefício, independente da questão reconhecida na via judicial ser ou não idêntica àquela aventada na
seara administrativa. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1213107/RS, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 30/09/2011)” 9. Pedido de
Uniformização PROVIDO para, com base nos termos da Súmula 33 desta Turma Nacional, e
independentemente da denominação que se dá ao benefício quando do requerimento administrativo,
fixar a data de início do benefício (DIB) de Aposentadoria Especial na data da data de entrada do
requerimento administrativo (DER). (TNU, PEDILEF 200971580079668, Relator PAULO
RICARDO ARENA FILHO, DJ 31/08/2012 – grifos acrescidos)

Ressalta-se ainda a posição do Tribunal Regional Federal da 4ª Região também e posiciona


do sentido de que os efeitos financeiros da concessão e revisão de benefício devem retroagir à data
inicio dos benefícios a serem revisados independentemente de requerimento administrativo do
segurado em relação ao direito reconhecido em juízo. Vejamos:

PREVIDENCIÁRIO. TRANSFORMAÇÃO DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE


CONTRIBUIÇÃO EM APOSENTADORIA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO COMUM EM
ESPECIAL. LEI N. 9.032/95. TERMO INICIAL DA REVISÃO DO BENEFÍCIO. A conversão do
tempo de serviço comum em especial é possível até a edição da Lei nº 9.032/95. Demonstrado o
tempo de serviço especial por 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade exercida pelo segurado e a
carência, é devida à parte autora a transformação da aposentadoria por tempo de contribuição,
atualmente percebida, em aposentadoria especial, sem a incidência do fator previdenciário. Marco
inicial dos efeitos financeiros da revisão do benefício da parte autora fixado na DER, respeitada a
prescrição quinquenal, porquanto esta Corte tem considerado que desimporta se naquela ocasião o

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feito foi instruído adequadamente, ou mesmo se continha, ou não, pleito de reconhecimento do tempo
de serviço especial posteriormente admitido na via judicial, sendo relevante para essa disposição o
fato de a parte, àquela época, já ter incorporado ao seu patrimônio jurídico o benefício nos
termos em que deferido. (TRF4, APELREEX 0000017-15.2009.404.7003, Quinta Turma, Relator
Rogerio Favreto, D.E. 25/10/2012)

PREVIDENCIÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR BENEFÍCIO. RETROAÇÃO DO


PERÍODO BÁSICO DE CÁLCULO. [...] 3. Tendo em vista que o benefício da parte autora foi
concedido antes da publicação da Medida Provisória n. 1.523-9, de 27-06-1997, posteriormente
convertida na Lei n. 9.528/97, inexiste prazo decadencial para que aquela pleiteie a revisão da RMI do
benefício. 4. Dado que o direito à aposentadoria surge quando preenchidos os requisitos estabelecidos
em lei para o gozo do benefício, e tendo o segurado preenchido todas as exigências legais para
inativar-se em um determinado momento, não pode servir de óbice ao reconhecimento do direito ao
cálculo do benefício como previsto naquela data o fato de ter permanecido em atividade, sob pena de
restar penalizado pela postura que redundou em proveito para a Previdência. Ou seja, ainda que tenha
optado por exercer o direito à aposentação em momento posterior, possui o direito adquirido de ter sua
renda mensal inicial calculada como se o benefício tivesse sido requerido e concedido em qualquer
data anterior, desde que implementados todos os requisitos para a aposentadoria. 5. Ainda que só
tenha requerido a concessão do benefício posteriormente, tem a parte autora o direito à apuração da
renda mensal inicial de acordo com a legislação anterior à Lei n. 7.787/89, em especial a Lei n.
6.950/81 e o Decreto-Lei n. 2.351/87, quando sob a sua vigência já preenchera os requisitos à
aposentação. 6. Os salários de contribuição que integrarão o novo período básico de cálculo (PBC)
deverão ser atualizados até a data em que reconhecido o direito adquirido, apurando-se nessa data a
renda mensal inicial (RMI), a qual deverá ser reajustada, nos mesmos meses e índices oficiais de
reajustamento utilizados para os benefícios em manutenção, até a Data do Início do Benefício-DIB. A
data de início de pagamento (DIP) deverá coincidir com a DER. 7. A apuração da nova renda mensal
inicial dar-se-á sem prejuízo da aplicação do (ora revogado) art. 144 da Lei n. 8.213/91, quando a data
considerada para o recálculo daquela inserir-se no período neste mencionado. Tal aplicação não
configura sistema híbrido, pois foi determinada pela Lei n. 8.213 exatamente para os benefícios
concedidos no período imediatamente anterior à sua vigência, situação em que passa a se encontrar a
parte autora. 8. Os efeitos financeiros da revisão são devidos desde a DER, respeitada a
prescrição quinquenal e os limites do pedido. (TRF4, AC 5035099-17.2012.404.7100, Sexta
Turma, Relator p/ Acórdão Celso Kipper, D.E. 25/10/2012)

Ante o exposto, tendo em vista que o INSS já possuía condições por ocasião da implantação
do benefício de verificar a aposentadoria mais vantajosa, e considerando o posicionamento do STF no
sentido de que a revisão pela melhor forma de cálculo do benefício independe de requerimento
administrativo, bem como o posicionamento da TNU no sentido de que não há necessidade de
requerimento especifico, bastando que o direito tenha se incorporado no patrimônio jurídico da parte
Autora para que os efeitos financeiros retroajam até a data de inicio do benefício, devem ser pagas ao
Autor as parcelas atrasadas desde a data de inicio da aposentadoria com a melhor DIB, respeitada a
prescrição qüinqüenal das parcelas vencidas.

C) DO VALOR DA REGRA CONSTITUCIONAL Proibição do retrocesso:

A sociedade luta para o aprimoramento das relações sociais, dentre do possível "anda para
frente, não para trás". Embora no campo econômico este seja um desejo que possa ser contrariado
pela realidade, o mesmo não se dá no campo social, mormente no que se relaciona à proteção
previdenciária estatal, que deve ser assegurada sem possibilidade de redução (art. 194, parágrafo
único, IV) e, mais, com preservação do valor real (art. 201, § 4°) dos benefícios.

É dizer, em matéria de benefícios previdenciários, a proibição do retrocesso, muito bem


examinada por CANOTILHO e, entre nós, por INGO WOLFGANG SARLET, tem assento

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constitucional, que veda a conduta estatal (de qualquer dos Poderes) de investir contra direitos já
adquiridos pelos segurados (art. 5°, XXXVI), independentemente de terem ou não sido exercidos .

Isso já vem de há muito sendo proclamado pelo egrégio Supremo Tribunal Federal, que, por
força dos debates havidos no julgamento dos embargos no Recurso Extraordinário 72.509 (Plenário,
rel. Min. Luiz Galloti, j. 14/02/1973), terminou por alterar a redação do verbete 359 de sua Súmula:

"Ementa • Aposentadoria. Direito adquirido. Se, na vigência da lei anterior, o funcionário


preenchera todos os requisitos exigidos, o fato de, na sua vigência, não haver requerido a
aposentadoria não o faz perder o seu direito, que já havia adquirido. Embargos recebidos.
Alteração da súmula 359, para se suprimirem as palavras 'inclusive ª apresentação do
requerimento, quando ª inatividade for voluntária.'

Súmula STF/359 (redação atual): "Ressalvada a revisão prevista em lei, os proventos da


inatividade regulam-se pela lei vigente ao tempo em que O militar, ou o servidor civil,
reuniu os requisitos necessários (alterada)"

Nas duas turmas do Pretória Excelso ficou pacificada a aplicação do verbete aos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social (RE 266.927, 1 a Turma, Min. limar Galvão, DJ 10/11/2000;
RE 269.407, 2 a Turma, Min. Carlos Velloso, DJ 02/08/2002), ao ponto de, hoje, a questão vir sendo
decidida monocraticamente (RE 258.901, Min. Gilmar Mendes, DJ 13/10/2005; RE 227.382, Min.
Sepúlveda Pertence, DJ 08/02/2005; RE 231.168, Min. Ellen Gracie, DJ 12/08/2005) .

Se a garantia constitucional fundamental da intangibilidade do direito adquirido (CR/88, art.


5°, XXXVI) assegura a percepção do benefício desde o momento em que implementadas as condições
mínimas, admitir-se que o valor desta aposentadoria mínima possa ser aviltado é investir contra a
garantia, também constitucional, de irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários (CR/88,
art. 194, par. único, IV), e, por via reflexa, contra a garantia, igualmente constitucional, da
preservação do valor real dos benefícios previdenciários (CR/88, art. 201, § 4°).

Não se pode, assim, atender ao valor constitucional do desenvolvimento social (preâmbulo)


1, que deve ser entendido como proibição do retrocesso (em face dos princípios da irredutibilidade -
art. 194, par. único, IV-, da preservação do valor real - art. 201, § 4°_ e do direito adquirido -art. 5°,
XXXVI), permitindo-se que ao segurado seja concedido um benefício inferior ao melhor a que teria
direito desde o implemento das condições mínimas acima referidas.

É dizer, um segurado do sexo masculino, por exemplo, não poderia ser obrigado a receber
eternamente a aposentadoria que requereu aos 33 anos de serviço, se a que lhe seria devida aos 31
anos fosse mais benéfica.

Claro que o mais razoável não é imaginar que um benefício concedido com proventos
proporcionais possa resultar superior a outro, deferido posteriormente com proventos integrais. Em
condições normais, um tal fenômeno não deveria ocorrer.

Fácil de ver que a escolha do melhor momento para aposentadoria tornou-se um verdadeiro
concurso de prognósticos, realidade que não sofreu grande alteração após a vigência da atual Carta
Política, Os ardis governamentais, vazados, geralmente, através de planos econômicos, seguiram
vitimando os segurados da previdência social que, já tendo implementado as condições mínimas,
tiveram a desventura de aguardar mais alguns meses ou anos para exercerem o direito à
aposentadoria.

A proteção dos segurados contra este verdadeiro concurso de prognósticos em que se


transformou a escolha do momento da aposentadoria poderia até não ter vindo vazada em nenhuma
regra jurídica, que, ainda assim, teria condições de operacionalidade fornecidas pela lei (CPC, art.

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126, segunda parte), pela sólida jurisprudência do Pretório Excelso (Súmula STF/359) e, como se
demonstrou, mediante observância da fidelidade ao VALOR CONSTITUCIONAL DO
DESENVOLVIMENTO (preâmbulo da Constituição Federal), que, no âmbito previdenciário, vem
assegurada pela realização do principio da VEDAÇÃO DO RETROCESSO, decorrente da
intangibilidade do direito adquirido (art. 5', XXXVI), da irredutibilidade (art. 194, par. único, IV) e da
preservação do valor real dos benefícios (art. 201, § 4).

A propósito da necessidade de vinculação das regras jurídicas ao texto constitucional, vale


transcrever parte do manifesto do culto ministro CELSO DE MELLO (STF - Plenário - ADln
2.010/MC - DJU 12/04/2002):

"EMENTA: ( ... ) RAZ6ES DE ESTADO NÃO PODEM SER INVOCADAS PARA LEGITIMAR O
DESRESPEITO À SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. - A invocação das razões de
Estado - além de deslegitimar-se como fundamento idôneo de justificação de medidas legislativas - representa,
por efeito das gravíssimas consequências provocadas por seu eventual acolhimento, uma ameaça inadmissível ás
liberdades públicas, à supremacia da ordem constitucional e aos valores democráticos que a informam,
culminando por introduzir, no sistema de direito positivo, um preocupante fator de ruptura e de desestabilização
político jurídica. Nada compensa a ruptura da ordem constitucional. Nada recompõe os gravíssimos efeitos que
derivam do gesto de infidelidade ao texto da Lei Fundamental. A defesa da Constituição não se expõe, nem
deve submeter-se, a qualquer juízo de oportunidade ou de conveniência, muito menos a avaliações
discricionárias fundadas em razões de pragmatismo governamental. A relação do Poder e de seus agentes, com a
Constituição, há de ser, necessariamente, uma relação de respeito. Se, em determinado momento histórico,
circunstâncias de fato ou de direito reclamarem a alteração da Constituição, em ordem a conferir-lhe um sentido
de maior contemporaneidade, para ajustá-ia, desse modo, ás novas exigências ditadas por necessidades políticas,
sociais ou econômicas, impor-se-á a prévia modificação do texto da Lei Fundamental, com estrita observância
das limitações e do processo de reforma estabelecidos na própria Carta Política. A DEFESA DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA REPRESENTA O ENCARGO MAIS RELEVANTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. - O Supremo Tribunal Federal - que é o guardião da Constituição, por expressa
delegação do Poder Constituinte - não pode renunciar ao exercício desse encargo, pois, se a Suprema Corte
falhar no desempenho da gravíssima atribuição que lhe foi outorgada, a integridade do sistema político, a
proteção das liberdades publicas, a estabilidade do ordenamento normativo do Estado, a segurança das relações
jurídicas e a legitimidade das instituições da República restarão profundamente comprometidas. O inaceitável
desprezo pela Constituição não pode converter-se em pratica governamental consentida. Ao menos, enquanto
houver um Poder Judiciário independente e consciente de sua alta responsabilidade política, social e jurídico-
institucional ( ... )"

Fidelidade ao texto constitucional: é o quanto bastaria para o acolhimento do pedido que ao


final será formulado pela parte autora. Mas há mais.

D) EMPREGO DA ANALOGIA. Entre duas ou mais prestações, deve-se garantir ao segurado o


direito à percepção da mais vantajosa.

Na ausência de normas legais o juiz deve decidir a lide de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito (CPC, art. 126, segunda parte).

Recordando, a parte autora quer ver assegurado o direito á percepção do benefício que lhe
for mais vantajoso dentre aqueles que lhe seriam devidos desde o implemento das condições mínimas,
portanto, não se trata de mera analogia, mas interpretação do que preceitua a Constituição quando
garante o direito a aposentadoria proporcional, variando o lastro temporal do homem entre 30 e 34
anos e da mulher entre 25 e 29 anos de contribuição.

Direito que veio tratado, com a precisa0 de sempre, pelo notável mestre WLADIMIR
NOVAES MARTINEZ (Curso de Direito Previdenciário, Tomo 11. São Paulo: LTr, 1998): " 670.
Período básico de cálculo Completados os requisitos legais para a aposenta-daria por tempo de
serviço, cogitado o direito adquirido aos coeficientes correspondentes aos anos completados, o
segurado tem o poder de servir-se do período básico de cálculo capaz de resultar na melhor renda

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inicial. A norma legal, afirmando deve o INSS calcular o salário de benefício com base nos últimos
trinta e seis salários - de - contribuição, presta-se exclusivamente para o comum dos casos. Não exclui
o direito de optar por período básico de cálculo anterior, retroagindo enquanto possível Q. direito, se
dessa operação resultar renda mensal de patamar maior. Isso vale, em face da imprescritibilidade do
direito ás prestações, não só para quem não requereu Q. beneficio quando da reunião dos
pressupostos para quem Q. fez sempre de acordo com ª 1m. descobre ser viável, ampliar o nível da
prestação. Esta conclusão não ignora o regime financeiro adotado pelo RGPS (repartição simples)
nem as premissas atuariais. Se direito legitimo havia, o INSS deveria estar preocupado em atendê-lo."
(págs. 736/737) .

Decorrência lógica e jurídica da garantia constitucional da intangibilidade do direito


adquirido á aposentadoria, desde o momento em implementadas as condições mínimas, quando
poderia ter sido exercido .

Direito que nada mais é senão a aplicação concreta de uma ideia simples: quando tiver
direito a duas ou mais vantagens conferidas pela ordem jurídica, o titular pode optar por aquela que
lhe proporcione maior utilidade. Isto veio afirmado em inúmeros dispositivos legais previdenciários,
de que são exemplos:

•no Plano de Benefícios da Previdência Social, contido na Lei 8.213/91:

"Art. 61 - O auxílio-doença, observado o disposto na Seção 111 deste Capitulo, especialmente no art.
33, consistirá numa renda mensal correspondente a: a) 80% (oitenta por cento) do salário de beneficio, mais 1
% (um por cento) deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo ultrapassar 92% (noventa e dois
por cento) do salário de beneficio; ou b) 92 (noventa e dois por cento) do salário de beneficio ou do salário de
vigente no dia do acidente, Q que for mais vantajoso, caso o beneficio seja decorrente de acidente do trabalho."
- (redação primitiva) .

"Art. 150. Os segurados da Previdência Social, anistiados pela Lei nO 6.683, de 28 de agosto de
1979, ou pela Emenda Constitucional nO 26, de 27 de novembro de 1985, ou ainda pelo art. 8° do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal terão direito à aposentadoria em regime
excepcional, observado o disposto no Regulamento. Parágrafo único. O segurado anistiado já aposentado por
invalidez, por tempo de serviço ou por idade, bem como seus dependentes em gozo de pensão por morte,
podem requerer a revisão do seu beneficio para transformação em aposentadoria excepcional ou pensão por
morte de anistiado, se mais vantajosa." - (redação primitiva).

A declaração jurisdicional do direito à percepção do benefício mais vantajoso dentre dois ou


mais possíveis, se não houvesse dispositivo legal específico a regulá-lo, poderia, sem qualquer
dúvida, ter como fundamento a aplicação analógica do disposto no inciso VI do artigo 124 do Plano
de Benefícios (Lei 8.213/91): "Art. 124. Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o
recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social: I - aposentadoria e auxílio-
doença; 11 - mais de uma aposentadoria; 111 - aposentadoria e abono de permanência em serviço;
IV - salário-maternidade e auxílio-doença; v - mais de um auxílio acidente; VI - mais de uma pensão
deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa:

Com efeito, não há no referido dispositivo legal nenhuma classificação Científica; os incisos
não são espécies do gênero contido na cabeça do artigo; não se pode interpretar a locução "ressalvado
direito de opção pela mais vantajosa" como diferença específica da hipótese tratada no inciso VI.

A ressalva do direito de opção pelo benefício mais vantajoso deveria, na verdade, estar na
cabeça do artigo, estendendo-se a todas as hipóteses constantes da enumeração em incisos. Senão por
questões meramente hermenêuticas, também porque' o contrário não resulta da interpretação dos
dispositivos específicos de cada beneficio tratado.

A proteção dos segurados contra o verdadeiro concurso de prognósticos em que se


transformou a escolha do momento da aposentadoria poderia até não ter vindo vazada em nenhuma
regra jurídica, que, ainda assim, teria condições de operacionalidade fornecidas pela lei (CPC, art.,

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126, segunda parte), notadamente pela aplicação analógica da regra de direito posta na parte final do
inciso VI do artigo 124 da Lei 8,213/91, ressalvando ao segurado o direito de optar pela
aposentadoria mais vantajosa dentre aquelas devidas desde o implemento das condições mínimas.

E) EMPREGO DE COSTUMES. - Existência de normas administrativas contendo afirmação


do direito. Existência de posição consolidada no Supremo Tribunal Federal acerca da
possibilidade de exercício do direito.

Já se viu que desde 1973 a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é unânime em


afirmar a existência do direito de opção pelo benefício mais vantajoso, inclusive em relação aos
concedidos pelo Regime Geral de Previdência Social (Súmula STF/359).

Também a Administração ocupou-se do direito dos segurados à opção pelo benefício mais
vantajoso dentre dois ou mais possíveis, expressando, em normas de direito administrativo, o costume
que deveria ser observado. São exemplos:

Instrução Normativa INSS/De nO 118 - de 14 abril de 2005 - DOU de 18/41/2005: "460 •


A apresentação de documentação incompleta não constitui motivo para a recusa do requerimento de
beneficio, sendo obrigatória a protocolização de todos os pedidos administrativos. ( ... ) § 6° Se por
ocasião do despacho, for verificado que na DER, o segurado não satisfazia as condições mínimas
exigidas para a concessão do benefício pleiteado, será dispensada nova habilitação, admitindo-se,
apenas, a reafirmação do requerimento, § 7° O disposto no parágrafo anterior aplica-se a todas as
situações que resultem em um beneficio mais vantajoso ao segurado, desde que haja na manifestação
escrita,"

E ainda: Enunciado n" 5 do Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS: "A


Previdência Social deve conceder o melhor beneficio a que o segurado fizer jus, cabendo ao
servidor orientá-lo nesse sentido."

Mais uma proteção aos segurados contra o verdadeira loteria em que se transformou a
escolha do momento da aposentadoria poderia até não ter vindo vazada em nenhuma regra jurídica,
que, ainda assim, teria condições de operacionalidade fornecidas pela lei (CPC, art. 126, segunda
parte), notadamente pela aplicação do costume estatal, manifestado por seus Poderes Executivo e
Judiciário, de reconhecer ao segurado da previdência social o direito ao beneficio mais vantajoso
dentre aqueles que seriam devidos desde O implemento das condições mínimas .

F) APLICAÇÃO DA NORMA LEGAL DE ACORDO COM OS FINS SOCIAIS A QUE SE


DESTINA . Interpretação conforme a Constituição Federal, com alargamento do campo de
incidência.

Quando existe norma legal incidente sobre determinado fato, os critérios hermenêuticos
supletivos (CPC, art. 126, parte final) servem de base para fixação do fim social ao qual a mesma se
destina, que deve, necessariamente, ser observado pelo Poder Judiciário (LICC, art. 5').

No caso, não há dúvida de que o fim social a ser alcançado por qualquer regra jurídica de
direito previdenciário é conceder, na excepcional formulação do Conselho de Recursos da
Previdência Social, "o melhor benefício a que o segurado fizer jus". É o que resulta:

a) do costume estatal afirmado pelos Poderes Executivo e Judiciário;


b) da aplicação analógica da regra contida no inciso VI do artigo 124 do Plano de Benefícios da
Previdência Social (Lei 8.213/91 );
c) da aplicação de principio geral de direito social (VEDAÇÃO . DO RETROCESSO), deduzido
das garantias constitucionais do direito adquirido (art. 5', XXXVI), da irredutibilidade (art. 194,
par. único, IV) e da preservação do valor real dos benefícios (art. 201, § 4 ').

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O rol de normas que ordenam o sistema de previdência social, estabelecem, em todo o seu
conjunto, inclusive nas normas diversas e transitórias, o assento da garantia do benefício mais
vantajoso, pois é precípua função das garantias fundamentais.

De fato, na formulação do legislador constituinte ficam asseguradas as condições previstas


na data do cumprimento de todos os requisitos necessários à obtenção do benefício. Benefício de
aposentadoria com proventos proporcionais ou integrais, posto que benefícios distintos não são.

Há, contudo, um problema de preposições que precisa ser adequado à ordem jurídica. As
condições a serem observadas não podem ser apenas aquelas existentes na data do cumprimento dos
requisitos, mas sim desde aquela.

É fácil entender a razão. Seria absurdo imaginar que, com o curso do tempo, um direito já
adquirido pudesse vir a não sê lo, para, depois, sê-lo novamente. Os entes não podem ser e não ser ao
mesmo tempo, motivo pelo qual um direito adquirido, assim reconhecido na data A (implemento das
condições mínimas) e na data B (início do exercício), não pode ser admitido, entre estas duas datas,
como direito não adquirido.

Não observa o fim social de conceder ao segurado da previdência social o melhor benefício
a que fizer jus porque afasta de sua incidência aquele que, tendo completado 30 (trinta) anos de
serviço, se homem, ou 25 (vinte e cinco) se mulher, optou por permanecer em atividade.

Com efeito, à época da aposentação, vigia a redação primitiva do artigo 202 do texto
constitucional, que assegurava o direito à aposentadoria com proventos proporcionais sem
condicioná-lo a qualquer outra restrição que não a redução proporcional do valor devido.

Ao legislador não era permitida a criação de uma nova restrição àqueles que optassem pela
aposentadoria com proventos proporcionais; não era permitido excepcionar o reconhecimento do
direito adquirido, porque a segurança deste não comporta exceções (CR/88, art. 5', XXXVI).

É razoável imaginar que as discussões de então possam ter animado a redação dada ao
dispositivo legal em comento, preocupando-se o legislador em colocar na regra jurídica aquilo que
pela aplicação de princípios já era assegurado, a observância do direito adquirido pela Administração,
adstrita ao princípio da legalidade estrita. Direito adquirido pensado nos termos das novas condições
mínimas que vinham sendo discutidas .

Talvez o móvel psicológico que orientou o legislador tenha sido outro: a não percepção
adequada da realidade dos segurados da previdência social, submetidos a diversos estratagemas
governamentais que terminaram, como já se referiu alhures, por fazer com que a evolução do valor
dos benefícios devidos a segurados em idênticas situações ficasse assemelhada ao
eletrocardiograma de um coração doente, incapaz de atender com eficiência o
organismo que serve.

Seja como for, seja por que motivo o legislador tenha procurado restringir o reconhecimento
do direito adquirido apenas aos segurados que tivessem completado os requisitos mínimos para a
aposentadoria com proventos proporcionais, o certo é que assim não poderia ter procedido, porque em
desacordo com os termos, bastante amplos, em que erigida a garantia constitucional da intangibilidade
daquele direito adquirido (CR/88, art. 5°, XXXVI).

Direito adquirido é instituto jurídico que contempla, sempre, as condições mínimas de sua
aquisição, não havendo espaço para que ingresse na ordem jurídica regra legal que busque alterar-lhe
os contornos.

15
LOGOTIPO

De fato, a partir do implemento das condições mínimas, o segurado adquire o direito à


aposentadoria e, a cada novo mês, em face da alteração do período básico de cálculo, um novo valor
lhe corresponde: valor que pode ser aumentado, mas não reduzido (CRB, art. 194, IV), valor que
deve ter preservado o seu poder de compra (CRl88, art. 201, § 4°).

Por isso, o direito incorpora-se ao patrimônio do cidadão quando implementado os


requisitos legais, neste contexto, a aplicação deste dispositivo constitucional em consonância com o
fim social ao qual se dirige .

Como se viu, há várias razões que, mais que recomendar, determinam o acolhimento do
pedido que ao final será formulado.

E não existe nenhuma razão para que assim não ocorra, Com efeito, não há notícia de
qualquer princípio geral de direito, construção analógica ou costume estatal que autorize a
monstruosidade de deferir ao segurado, dentre vários, o pior beneficio ao qual faria jus.

Nada disso teria procedência, bastando, para tanto concluir, reavivar a lúcida manifestação
do mestre WLADIMIR NOVAES MARTINEZ, ora repetida, (Curso de Direito Previdenciário, Tomo
11. São Paulo: LTr, 1998): .

"670. Periodo básico de cálculo - Completados os requisitos legais para a aposentadoria


por tempo de serviço, cogitado o direito adquirido aos coeficientes correspondentes aos
anos completados, o segurado tem o poder de servir-se do período básico de cálculo capaz
de resultar na melhor renda inicial. A norma legal, afirmando deve o INSS calcular o salário
de -benefício com base nos últimos trinta e seis salários de contribuição, presta se
exclusivamente para o comum dos casos, Não exclui o direito de optar pelo período básico
de cálculo anterior, retroagindo enquanto possível o direito, se dessa operação resultar renda
mensal de patamar maior. Isso vale, em face da imprescritibilidade do direito às prestações,
não só para quem não requereu Q benefício quando da reunião dos pressupostos para quem
o fez sempre de acordo com a descobre viável, ampliar o nível da prestação. Esta conclusão
não ignora o regime financeiro adotado pelo RGPS (repartição simples) nem as premissas
atuariais, Se direito legitimo havia, o INSS deveria estar preocupado em atendê-lo." (págs.
736/737),

É que o STF já acolheu a tese de que o segurado tem direito adquirido ao cálculo do
beneficio de conformidade com as regras vigentes quando da aquisição do direito à aposentação, e o
ST J e esta Corte Regional também assim já decidiram, como se vê dos precedentes a seguir:
"Previdenciário. Proventos da aposentadoria calculados com base na legislação vigente ao tempo da
reunião dos requisitos que, todavia, foram cumpridos sob o regime da lei anterior, em que o beneficio
tinha por base vinte salários de contribuição em vez de dez. Alegada ofensa ao principio do direito
adquirido. Hipótese a que também se revela aplicável - e até com maior razão, em face de decorrer o
direito de contribuições pagas ao longo de toda a vida laboral - a Súmula 359, segundo a qual os
proventos da inatividade se regulam pela lei vigente ao tempo em que reunidos os requisitos
necessários à obtenção do beneficio, não servindo de óbice a pretensão do segurado, obviamente, a
circunstância de haver permanecido em atividade por mais alguns anos, nem o fato de a nova lei haver
alterado o lapso de tempo de apuração dos salários de contribuição, se nada impede compreenda ele os
vinte sala rios previstos na lei anterior. R e c u r s O c o n h e c i d o e provido. "(RE nO 266. 927-RS,
STF, Rei. Min. limar Galvão, DJ 10-11-2000)

Nessa linha os precedentes desta Corte: AC nO 2000.04.01.094015-7/RS, Rel. Des. Federal


João Batista Pinto Silveira, DJU 28-09-2005; AC nO 2002.72.00.004402-0/SC, de minha relataria,
DJU 14-12-2005 . Para fins de atualização monetária, aplicáveis os índices oficiais, e
jurisprudencialmente aceitos, quais sejam: ORTN (10/64 a 02/86), OTN (03/86 a 01/89), BTN (02/89
a 02/91), INPC (03/91 a 12/92), IRSM (01/93 a 02/94), URV (03 a 06/94), IPC-r (07/94 a 06/95),

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LOGOTIPO

INPC (07/95 a 04/96) e IGP-DI (a partir de 05/96). Os juros de mora devem ser fixados a taxa de 1 %
ao mês, a contar da citação, com base no art. 3° do Decreto-Lei nO 2.322/87, aplicável analogicamente
aos benefícios pagos com atraso, tendo em vista o seu caráter eminentemente alimentar, consoante
firme entendimento consagrado na jurisprudência do ST J e na Súmula 75 desta Corte. Os honorários
advocatícios devem ser fixados em 10% sobre o valor da condenação, excluídas as parcelas vincendas,
considerando como tais as vencidas após a data desta decisão, face ao que dispõem o art. 20, § 3°, do
CPC, a Súmula 111 e iterativa jurisprudência do ST J, bem como a Súmula 76 desta Corte . Diante do
exposto, julgo procedente a ação rescisória. Em consequência, rescindo o acórdão de fls. 148/152 e, ...
" (AÇÃO RESCISÓRIA N° 2002,04.01.006087-7/RS RELATOR : Des. Federal CELSO
KIPPER, publicada em 03.05.2006, 3" Seção do TRF Quarta Região, Unânime)

Para os Desembargadores do e. Tribunal Regional Federal, fica claro que pode o segurado,
com 30, 31, 32, 33, ou mais anos, ao se defrontarem com valores de benefício mais vantajoso em
qualquer das datas possíveis, a contar da implementação dos requisitos ou da elegibilidade do direito
(direito adquirido/, devidamente demonstrado, merecerá a procedência do feito, como assinala, em
sede de ação rescisória, o acórdão antes transcrito.

Feita a necessária demonstração do direito, bem como da corrente esmagadoramente


majoritária quanto ao sucesso da pretensão, necessários apontar o EXAME DOS FATOS PARA
SOLUÇÃO DA LIDE:

1 • Aquisição do direito e

2 • Demonstração quanto ao beneficio mais vantajoso

Como já manifesto, a parte autora é titular do benefício que lhe foi concedido pelo réu com
as características anteriormente alinhadas, cuja realidade é suplantada por outro, que tivesse sido
deferido em data anterior, conforme comprovam o documento e o cálculo anexos .

Certo que a renda mensal inicial cujo direito já se havia adquirido na competência indicada,
ou outra que poderá estar sujeita a pretensão sucessiva, resulta da adequada aplicação da legislação
previdenciária então vigente, que, como é sabido, nem sempre foi empreendida pelo réu.

Muito embora a concessão do beneficio cujo direito se pretende ver reconhecido não tenha
sido objeto de ato administrativo concreto, em relação ao qual se devesse impugnar os critérios tais ou
quais, sendo desnecessário o pedido expresso de cumprimento da lei (que é a própria razão de ser do
Estado, por seus Poderes Executivo e Judiciário), a parte autora toma o cuidado de mencionar algumas
questões, que há de ser considerada para deslinde da lide.

No tocante a aplicação do Art. 58 do ADCT, também não há maiores digressões, eis que
sendo fixada em data anterior à Constituição a pretensão quanto ao melhor beneficio, a incidência do
referido dispositivo é indubitável.

IV - DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA

A medida satisfatória assenta-se no preenchimento de dois requisitos fundamentais: a


veracidade das alegações sustentadas e o periculum in mora, sendo este o prejuízo que a demora da
prestação jurisdicional pode ocasionar.

A veracidade das alegações é evidente, eis que se trata de matéria exclusivamente de direito
já assentada pelos tribunais, inclusive no julgamento RE 630.501, ao qual foi reconhecida repercussão
geral, como bem demonstra a jurisprudência acima colacionada.

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LOGOTIPO

Já o perigo da demora processual vem demonstrado pelo caráter alimentar do beneficio


recebido pela parte Autora. Nesse sentido preleciona José Antônio Savaris 1 ao tratar da urgência no
processo previdenciário:

“A urgência no recebimento dos valores correspondentes a um beneficio da seguridade


social se presume pela própria natureza (alimentar) e finalidade desse beneficio, qual seja,
a de prover – de modo eficiente e imediato recursos para suprimento das necessidades
elementares das pessoas.

O problema não se verifica apenas na – de per se – danosa situação de incerteza jurídica


pela demora na resposta estatal (administrativa ou judicial). A questão crucial aqui diz
respeito à irreverssível privação de bem-estar que se agrava com o passar do tempo.”

Ante o exposto, REQUER a Autora, em sede de ANTECIPAÇÃO DE TUTELA, a


imediata implantação da revisão do benefício da parte Autora com a realização do cálculo na data mais
vantajosa ao demandante, com os devidos reajustes até a pressente data.

V - DO PREQUESTIONAMENTO

Em face dos dispositivos tratados em cada um dos tópicos da presente demanda, hão
de ser declarados, para fins de prequestionamento e acesso a eventual instância superior, os
dispositivos a seguir pugnados:

- da aplicação da Constituição Federal, com base no Art. 201 e 202, de acordo com os
fins sociais aos quais se destina (LICC, art. 5°);

- da aplicação do principio constitucional da vedação do retrocesso (conjugação das


garantias do direito adquirido - art. 5°, XXXVI-, da irredutibilidade - art. 194, par. único, IV- e da
preservação do valor dos benefícios previdenciários - art. 201, § 4°);

- da aplicação analógica da regra posta no inciso VI do artigo 124 da Lei 8.213, de 24


de julho de 1991; ./ da aplicação do costume estatal já manifestado pelos Poderes Legislativo
(CLPS/84, arts. 100, 120 e 164, § 5°; Lei 8.213/91, arts. 61, 122, 124 e 150), Executivo (IN/INSS/DC
118/2005; Enunciado n° 5 do Conselho de Recursos da Previdência Social) e Judiciário (Súmula
STF/359);

- tendo em vista o direito processual de obter declaração judicial que ponha fim à
incerteza acerca da existência ou não de direito subjetivo (CPC, art. 4°, I) - especialmente quanto as
critérios subjetivos - direito adquirido - e a declaração de eficácia quanto direito ao benefício mais
vantajoso; ./tendo em vista que o princípio constitucional da legalidade (art. 5°, 11) obriga o Estado,
por qualquer de seus Poderes, a observar a coerência do sistema jurídico vigente, aplicando as leis de
acordo com os fins sociais aos quais se dirigem (LICC, art. 5');

- quanto aos reajustes, a contar de abril de 1989 até dezembro de 1991, o disposto no
Art. 58 do ADCT;

VI - DOS PEDIDOS

Diante do exposto, pugna pela total procedência da ação e requer a Vossa Excelência:

a) A concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, tendo em vista que a parte Autora não
tem como suportar às custas judiciais sem o prejuízo de seu sustento e de sua família;
1
SAVARIS, José Antõnio, Direito Processual Previdenciário, 3ª Ed, Curitiba, Juruá, p.351.

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LOGOTIPO

b) O recebimento e deferimento da presente peça inaugural, bem como a concessão de prioridade na


tramitação, com fulcro no art. 71 da lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso), tendo em vista que a Autora
conta com mais de 60 anos;

c) A concessão de antecipação dos efeitos da tutela, em liminar, para determinar que o INSS implante
imediatamente a revisão do benefício da aposentadoria NB__________, calculando a RMI na data
que garanta a maior renda mensal reajustada até a DER do Benefício em________;

d) A citação da Autarquia, por meio de seu representante legal, para que, querendo, apresente defesa;

e) O julgamento antecipado da lide, com fulcro no art. 330 do Código de Processo Civil, haja vista que o
processo trata de matéria exclusivamente de direito. Caso não seja este o entendimento de Vossa
Excelência, requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o
documental;

f) O julgamento da demanda com total procedência, condenando o INSS a:

f1) Declaração do direito subjetivo (eficácia declaratória da sentença - Art. 4ª do CPC) a contar
da data de elegibilidade do benefício (ou da implementação dos requisitos legais): Requer, assim,
seja reconhecido o direito subjetivo do autor a elegibilidade do benefício, a contar da data da
implementação do tempo mínimo para jubilação e carência mínima exigida em lei e, com isso,
declarada a existência do direito à percepção do melhor benefício ao qual faz jus, apurado dentre
aqueles que seriam devidos desde o implemento das condições mínimas para sua fruição até a data do
início do benefício.

f2) A Declaração/Condenação ao direito do benefício mais vantajoso (eficácia


DECLARATÓRIA) e datas de início a serem fixadas, sucessivamente, sem prejuízo de outra
mais benéfica: Em decorrência do reconhecimento do direito ao benefício mais vantajoso, há que ser
condenado o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS - a reconhecer o direito a este benefício ao
autor, conforme demonstrado, em cálculo anexo, cuja data de início aqui requerida deverá ser
substituída para_________, e diante da nova DIB - data de início de benefício - deverá o INSS ser
condenado a revisar e reajustar o valor das rendas mensais, em face do direito ao melhor benefício,
até a presente data, utilizando, para a equiparação do benefício nos termos do Art. 58 do ADCT, bem
como, aplicar as legislações específicas quanto aos reajustamentos devidos, até hoje, apurando a nova
renda mensal atual;

f3) Ao pagamento das diferenças: Em decorrência da procedência dos pedidos, haverão diferenças
mensais devidas, as quais, deverão ser pagas desde o primeiro mês devido, tomando como efeito
patrimonial a data do requerimento do beneficio, tudo sob a égide da correção monetária integral, bem
como incidir os juros moratórios de 12% ao ano a contar da citação,

g) Com a procedência da demanda, deverá o réu suportar as custas processuais e os honorários


sucumbências, os quais deverão ser incidentes sobre a condenação, a serem fixados entre 10 (dez)
e 20% (vinte por cento) do valor apurado em processo de execução;

h) Pede-se que a Autarquia Previdenciária junte, no momento da contestação, todo o processo


administrativo consoante com toda a evolução da sua memória de cálculo e documentos que
instruíram seu P.A desde a data da concessão de seu benefício, CNISS e Histórico de Crédito -
documentos estes que serão imprescindíveis a elucidação da veracidade dos fatos alegados na
exordial’;

A parte autora pretende demonstrar a verdade dos fatos através de todos os meios
de prova em direito admitidos, em especial: de documento público (CCB, art. 212, 11), ora juntado

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por cópia fornecida pelo INSS, que menciona as características iniciais do beneficio atualmente
percebido (espécie, número, data de início, valor inicial e tempo de serviço considerado);

Para apurar a eventual ocorrência de alguma revisão já incidente sobre o benefício,


a parte autora REQUER que, nos termos do artigo 399 do CPC, seja o réu intimado a, no prazo da
contestação, trazer aos autos as seguintes informações de sistema:

-CONREV e REVSIT (Consulta de Revisões);


-HISAE (Histórico de Atualizações Especiais).

Para apurar os valores pagos pela previdência, especialmente em face dos novos
valores devidos, deverão vir aos autos os valores pagos pela Autarquia, desde o início do benefício,
nos termos do artigo 399 do CPC e 116 da LPS, devendo o réu intimado a, no prazo da contestação,
trazer aos autos a informação de sistema HISCRE (Histórico de Créditos), abarcando o período
posterior não inferior a DIB originária.

Por fim, requer-se a produção de todos os meios da prova em direito admitidos,


especialmente a prova documental inclusa, bem com outras que se fizerem necessárias, entre elas,
a realização de perícia técnica-contábil, neste caso, o recálculo, e que, restaure em um plano
contínuo e de acordo com a legislação em vigor a evolução dos valores litigados a serem
recebidos, para que se alcancem os valores reais, a serem pagos pelo réu à parte autora.

P. deferimento,

Atribui-se à causa o valor de R$ __________

Cidade______ 30/07/2014,

Advogado______________
OAB/SP

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