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previdenciário
Por: Wesley Carrijo
- 06/10/2020
Direito adquirido é o termo utilizado pela Constituição Federal
para evidenciar a incorporação de uma expectativa de direito (a
existência do potencial de conquista de uma vantagem legal) como
direito efetivo em favor do titular, pelo preenchimento de determinadas
circunstâncias exigidos na lei.
Embora esse termo pareça técnico e de difícil compreensão,
vamos esclarecer o que significa nas linhas a seguir.
Conquistar um direito adquirido significa dizer que hoje você já
pode exercer um direito que em momento anterior não era possível,
dada a insuficiência dos elementos legais requeridos.
Uma vez alcançado o direito adquirido, as leis posteriores não
podem afetar o titular, uma vez que nem o juiz por intermédio de
decisão judicial, assim como o Legislativo com a elaboração de uma lei
pode retirar do cidadão um direito que já foi adquirido e faz parte de seu
patrimônio material ou imaterial.
Quem tem direito adquirido?
Qualquer brasileiro envolvido em relações jurídicas que atribuam
benefício ou vantagem que requeiram completar alguns requisitos legais
será contemplado pelo direito adquirido assim que finalizar esses
requisitos.
Podemos mencionar relações tributárias, previdenciárias,
trabalhistas, todas elas interconectadas com a presença de direito
adquirido.
A regra no sistema legal brasileiro é que as novas leis exerçam
efeito futuro para que não ameacem os negócios jurídicos já
constituídos.
O artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988 consagra o
direito adquirido como uma garantia fundamental de segurança jurídica,
para que os cidadãos conheçam com estabilidade as consequências
jurídicas para cada ato, contrato, negócio jurídico.
Seguindo esses termos, as normas de ordem pública
(mandatórias) não podem frustrar o particular, no sentido de exigir
posturas inéditas para fatos que já se passaram sob a égide das regras
antigas, esse seria um comportamento proibido ao Poder Público em
razão da natureza contraditória.
Isso nos leva a outro importante princípio de direito: o
postulado tempus regit actum.
Ele prediz que as regras devem ser contemporâneas aos fatos
(vide súmula 359 do Supremo Tribunal Federal).
Enquanto o direito plenamente constituído não for exercido, a
Constituição Federal protege sua integridade até que o titular resolva
exercê-lo, justamente porque a relação jurídica já se completou, já se
consolidou.
A conclusão que obtemos é a de que toda pessoa em expectativa de
direito, ou seja, que tenha potencial para completar os requisitos legais
(seja elegível) poderá ser agraciada pelo fenômeno do direito adquirido.
Decisões judiciais sobre direito adquirido
Há diversas decisões judiciais brasileiras que justificam a proteção
do administrado com base no direito adquirido, ou que ainda, afastem o
direito adquirido para mitigar algum direito pleiteado no caso em
concreto.
Há uma decisão emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2013
(tema 334, RE 630.501), que constitui legítima lição ao explicar em qual
momento e por que o direito adquirido deva ser considerado como uma
proteção em favor do cidadão.
A decisão nos ensina sobre a natureza conflituosa na situação de
alguém preencher todas as condições para um benefício mais favorável e
ser surpreendido pela posterioridade de lei mais gravosa.
Na dúvida, segundo a análise do Supremo, devemos prestigiar o
conjunto fático-probatório mais vantajoso se ele responde às exigências
correspondentes à época dos fatos discutidos.
Pensar o contrário poderia nos levar ao extremo do acúmulo
indefinido e eterno de condições para a titularização de um direito
básico.
A temática aqui proposta levantou polêmicas em razão da
ampla reforma trabalhista trazida pela lei 13.467/2017 que suprimiu
uma série de direito válidos anteriormente.
Podemos citar dois casos ilustrativos de contenda.
No primeiro caso, discutiam-se horas in intinere (trajeto entre
domicílio e local de trabalho considerado como tempo trabalhado).
Apesar da reforma trabalhista ter extinguido esse direito, havia
um contrato de trabalho firmado com os trabalhadores em época
anterior, que reconhecia o benefício.
A causa, discutida no processo trabalhista número 0011599-
55.2017.5.03.0090 (RO), concedeu as horas in intinere por identificar
direito adquirido sobre relações anteriores à reforma, ainda que o pedido
judicial se desse em momento posterior às mudanças.
A fundamentação se sustenta na Constituição Federal, mas
também na regra específica do artigo 912 da Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) que basicamente protege a norma consolidada para
os contratos de trabalho em curso:
Art. 912: Os dispositivos de caráter imperativo terão aplicação
imediata às relações iniciadas, mas não consumadas, antes da vigência
desta Consolidação.
No segundo caso judicial, as empresas empregadoras foram
proibidas de acordar o regime de banco de horas por acordo individual
com os empregados contratados antes da reforma trabalhista de 2017
(origem: TRT 2ª região/ Mandado de Segurança nº 1001203-
71.2018.5.02.0000).
A proibição foi justificada pelo direito adquirido à norma
consolidada entre outros princípios decorrentes, como a irretroatividade
da lei e a segurança jurídica, pois antes da reforma, era inconcebível
negociar banco de horas por trato individual.
O mesmo se aplica a eventuais horas extras prestadas antes da
alteração legal.
Não seria razoável admitir que a reforma legislativa atinja
prestações realizadas em momento jurídico-legal não correspondente.
Em conclusão, o conjunto de leis de reforma trabalhista não deve
ser aplicado aos contratos de trabalho que já estavam em curso.
Existe direito adquirido a regime jurídico?
Não! Mas o que isso significa? Regime jurídico significa
determinado compilado de regras que regerá uma matéria específica.
Por exemplo, vamos imaginar as regras de aposentadoria do
artigo 201 da Constituição Federal.
Constantemente, a matéria é objeto de emendas sucessivas com
muitas alterações que pioram as condições anteriores de aposentadoria.
Dizer que alguém não possui direito adquirido a regime jurídico significa
que aquele que estava caminhando para atender as regras de sua
aposentadoria, mas que se depara com alterações, não terá direito a
manter-se integralmente na sistemática da regra anterior, justamente
porque o regime jurídico é uma escolha legislativa.
Não quer dizer que o particular será manifestamente prejudicado,
pois é diante desse cenário que a legislação de mudança traz as regras
de transição, para que aquele que seguia em regime anterior não seja
tão afetado quanto os novos ingressos do novo regime.
Aliás, é muito importante nos lembrarmos da recente inclusão de
dispositivo que aborda esse tema na Lei de introdução ao direito
brasileiro:
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou
judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre
norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de
transição quando indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional,
equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais.
O dispositivo acima inaugura tratamento uniforme para o
julgamento de qualquer decisão com efeitos sobre a esfera jurídica do
interessado, como faz o órgão do INSS, por exemplo.
O que antes era um parâmetro comum, mas praticamente
exclusivo das aprovações legislativas, isto é, estabelecer limites e regras
para a migração de um sistema de normas para outro, quando o
administrado puder ser afetado, se torna a regra geral de todo o sistema
jurídico decisório (extrajurisdicional ou jurisdicional).
Art. 24
[…]
Se esse for seu caso até a data de 12/11/2019, isto é, se você já tiver
completado idade e tempo de contribuição até este marco, não precisará
seguir as novas regras de aposentadoria.
Breves conclusões
É normal sairmos do tema “direito adquirido” com a impressão de
estarmos mais confusos do que quando entramos, mas é muito
importante nos atermos às particularidades e definições que envolvam a
matéria.
Se você é dono de uma empresa, saber o que é PPR é essencial. Pois, adotar
o PPR pode ser uma boa solução para o seu negócio.
O que é PPR?
PPR é a sigla de Programa de Participação de Resultados. Ou seja, no PPR os
funcionários participam dos resultados da empresa.
Sendo assim, as empresas que adotam o PPR podem ter resultados melhores,
já que os funcionários se sentem incentivados a produzir mais, já que eles
farão parte dos resultados.
E aí, ficou interessado em aplicar o PPR na sua empresa? Então leia todo o
texto para que você saiba quais são as regras para adoção do PPR. Isso
porque, você deve seguir as regras, para evitar problemas jurídicos.
Regras do PPR
A regulamentação do PPR é feita pela Lei 10.101/2000. Apesar de ter uma lei
que regulamenta o PPR, a adoção ao programa não é obrigatória.
Porém, para os funcionários existe o Imposto de Renda (IR) sobre a fonte, que
segue uma tabela aplicável apenas para o PPR.
Em relação a periodicidade, o pagamento deve ser feito no máximo 2 vezes por ano,
com pelo menos um intervalo trimestral. Se as regras da Lei 10.101 não forem
cumpridas, a verba pode ser descaracterizada.
Com isso, a verba passa a ter natureza salarial, o que envolve cobrança de
encargos e impostos sobre a remuneração dos funcionários. Portanto, antes de
adotar o PPR, estude a Lei 10.101 e respeite todas as regras.
Como funciona?
O PPR é uma forma dos funcionários participarem dos resultados da empresa.
Para que ele seja adotado, a empresa deve criar uma comissão partidária.
Sendo que ela deve ser composta por um número igual de representantes por
parte do empregador e dos trabalhadores. É preciso ter ainda um
representante sindical.
Indicadores
Os indicadores usados no PPR podem variar de acordo com o ramo de
negócio e o tempo de consolidação do programa.
A companhia pode determinar que esse índice será usado para o recebimento
de PPR. Logo, os funcionários se sentem estimulados a reduzir as ausências.
Vantagens do PPR
Você já deve ter notado várias vantagens do PPR. No entanto, vamos listá-las
para que fique mais claro. Em 1º lugar temos a vantagem de que a equipe fica
mais motivada, engajada e comprometida.
Em 2º lugar temos a vantagem da isenção de encargos trabalhistas no valor
pago na remuneração variável. A relação entre a empresa e os funcionários
também melhora.