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LINDB

A Lei de Interpretação às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), não enumera a


equidade entre os meios de integração jurídica constante de seu artigo 4 o:
"Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 1º analogia, os
2º costumes e os 3º princípios gerais de direito."
 
Desta forma, são meios de integração: analogia, costumes e princípios gerais do
direito.
 
Ademais, o Código de Processo Civil (CPC), determina que somente nos casos previstos
em lei o juiz decidirá por equidade:
 
"Art. 127. O juiz só decidirá por eqüidade nos casos previstos em lei."

 
Classificações:
Origem/ fonte de que emana: Autêntica, Judicial, Administrativa, doutrinária.
Natureza: lógico-sistemática, gramatical ou literal, histórica, teleológica.
Efeitos: restritiva, extensiva, declarativa ou especificadora.

A interpretação sistemática está relacionada com a interpretação lógica, por isso


também denominada interpretação lógico-sistemática. Este meio de interpretação
parte do pressuposto de que uma lei não existe isoladamente, devendo ser
interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma província do direito. 
Interpretação autêntica: é aquela feita pelo próprio legislador.
Direito Adquirido         Ato Jurídico Perfeito Coisa Julgada

É o direito material ou É a manifestação de vontade É a decisão judicial


imaterial incorporado no lícita, emanada por quem prolatada, da qual não cabe
patrimônio de uma pessoa esteja em livre disposição, e mais recurso
natural, jurídica ou ente aperfeiçoada.
despersonalizado.

Ex.: um contrato anterior já
Ex.:  benefício previdenciário celebrado e que esteja
desfrutado por alguém. gerando efeitos

“Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.”

Art. 6º § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em


que se efetuou.                    

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa


exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.                    

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.

Se servidor pagar todo mês previdência mas ainda não atingiu o tempo necessário para a
aposentação, caso mude a lei extinguindo aposentadoria, ele não vai receber nada. LINDB
assevera que a lei em vigor terá efeito imediato e geral, contudo deverá observar o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. Desse modo, como não se configurou o direito
adquirido ante o não atingimento dos requisitos necessários para a aposentação, não há o que
se falar em indenização por parte da União em face a expectativa de direito.

Pessoa que compra imóvel, ai depois vem lei que não permite construção. A partir daí, ele não
pode construir. Se ele tivesse construído antes da lei, tudo bem.

Se cumpriu todos os requisitos da lei, tem direito adquirido

STF: Não há direito adquirido em regime jurídico

A lei nova possui efeito imediato, por isto atingindo os fatos pendentes, mas devendo
respeitar a coisa julgada, o ato jurídico perfeito e o direito adquirido, incluindo o negócio
jurídico sujeito a termo ou sob condição suspensiva.

2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa


exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha TERMO prefixo,
ou CONDIÇÃO preestabelecida inalterável, a arbítitrio de outrem.

TERMO: Evento futuro e certo.


CONDIÇÃO: Evento futuro e incerto.
_____T.E.R.M.O
C.E.R.T.O
====================
C.O.N.D.I.Ç.Ã.O
______. I.N.C.E.R.T.O

 Mesmo que o negócio esteja sujeito a termo (data ou momento a partir do qual irá produzir
efeito) ou à condição suspensiva (evento futuro e incerto a partir do qual começa a ter efeito o
negócio jurídico celebrado), o que se deve ter em consideração é a LEI DO MOMENTO DA
CELEBRAÇÃO DE TAL NEGÓCIO JURÍDICO, não importando a do tempo da produção de efeitos
(eficácia)". 

Q438243 Com autorização de lei, a empresa “Z” descarta resíduos sólidos em área próxima a
uma represa. Se revogada a lei que autoriza o descarte nesta área, a empresa “Z” a) não
poderá continuar a fazê-lo, pois a lei nova possui efeito imediato e a empresa “Z” não tem
direito adquirido, devendo adequar-se ao novo regime jurídico.

No presente caso, os efeitos são imediatos e pro futuro, tendo em vista que o óbice à
continuidade das atividades iniciou-se a partir da entrada em vigor da lei revogadora, que
possui efeito imediato e geral (art. 6º, caput, LINDB) não afetando os atos já praticados sob a
égide da lei anterior.

Nao há o que dizer sobre direito adquirido, já que descartar resíduos sólidos não é um direito,
mas sim uma permissão dada do Poder Público. Para ser considerado direito adquirido são
necessários dois requisitos: a) existência de um fato; b) existência de uma norma que faça do
fato originar-se direito. Enquanto não estiverem presentes estes elementos não há direito
adquirido, mas expectativa de direito.

Obs. Não há direito adquirido:


1. Em face de norma constitucional ( STF)
2. A regime jurídico previdenciario ( INF 481 e 491 STF)
3. Ao número de inscrição na OAB se houver cancelamento e nova inscrição ( INF 326 STF)
4. A remissão de pena por dias trabalhados ( INF 327 STJ )

Q435807 Maria doou a Emília um vestido de noiva. Estipulou, porém, que o bem somente
seria entregue se e quando Emília casasse. Caso sobrevenha lei nova, afetando o contrato, esta
não atingirá o direito de Emília, pois a lei considera adquiridos os direitos sob condição
suspensiva, para fins de direito intertemporal.

C.C. negócio jurídico existente e válido, com elemento acidental (condição) : eficácia suspensa

LINDB: Se o começo tem termo pré-fixado, ou condição estabelecida inalterável, por arbítrio
de outrem, ficam protegidos do advento da lei nova, em caso de conflito intertemporal de leis

Emília não possui direito adquirido de receber o vestido (art 125 CC), mas tem o direito
adquirido de não ter a "regra do jogo" mudada por uma lei posterior ao contrato (prg 2 atr 6
LINDB. Ou seja, não tem direito adquirido para receber o vestido, más tem direito adquirido da
condição

Cc Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto


esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

Lindb Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada.

§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se
efetuou.    

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa
exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.     

 Os negócios sob condição suspensiva são protegidos contra o advento de lei nova, em caso de
conflito de leis no tempo, mesmo que ainda não tenha havido o implemento da condição. 

Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.  

Pelo Código Civil:


Condição: Suspende Aquisição e o Exercício do direito (*)
Encargo: NÃO suspende o Exercício NEM a Aquisição do direito
Termo: Suspende o Exercício, mas NÃO a Aquisição do direito

(*)LINDB --> Equipara-se a direito adquirido para efeito de proteção contra a retroatividade da


lei

Nada obsta que lei posterior possua efeito retroativo, desde que não viole o direito adquirido,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Assim, pode haver retroatividade da lei.

CF Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada;"

LINDB Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o
direito adquirido e a coisa julgada. Ou seja, se respeitar tudo isso, pode retroagir, desde que
prevista na lei

§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por êle, possa
exercer, como aquêles cujo comêço do exercício tenha têrmo pré-fixo, ou condição pré-
estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.

Direito adquirido é o direito material ou imaterial incorporado no patrimônio de uma pessoa


natural, jurídica ou ente despersonalizado.
Q292726 Pessoa tem uma casa que a lei garante impenhorabilidade. Se sobrevier uma lei que
tira esse direito, a pessoa pode ter a casa penhorada. Não ocorreu direito adquirido

Bem de família é um regime jurídico. Caso mude, não tem direito adquirido (lei própria que
rege o tema e traça exatamente os direitos, deveres, garantias)

A IMUTABILIDADE decorrente da coisa julgada material é princípio geral, más admite exceção.
Ou seja, a ação rescisória é uma ação autônoma (ou remédio), que tem como objetivo
desfazer os efeitos de sentença já transitada em julgado, ou seja, da qual já não caiba mais
qualquer recurso, tendo em vista vício existente que a torne anulável. Tem a natureza
desconstitutiva (ou seja, tirar os efeitos de outra decisão que está em vigor) ou, para alguns
autores, declaratória de nulidade de sentença (ou seja, reconhecer que a sentença não pode
gerar efeitos por possuir vícios).

A regra geral é a aplicação da lei do domicílio do defunto ou desaparecido,


independentemente da natureza ou situação dos bens:
Art.  10, caput.  A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação
dos bens.
 
Porém, se os bens do estrangeiro forem situados no Brasil, é possível a aplicação da
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, mas apenas em uma hipótese: quando a lei pessoal do de cujus não lhes
for mais favorável: 
1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente,
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 

OBS: em toda questao de LINDB, elimine as alternativas que possuem a palavra


“nacionalidade”. O certo é domicilio, em regra

A despeito de ser executada no Brasil, a lei brasileira não será aplicada quando a
obrigação for constituída fora do país, pois, para qualificar e reger as obrigações,
aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. (ERRADO)
Art. 9o  Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituirem.
COM EXCEÇÕES:§ 1o  Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma
essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos
extrínsecos do ato.§ 2o  A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar em que residir
o proponente.

 No caso de nubentes com domicílio diverso, a lei do primeiro domicílio conjugal regerá tanto
os casos de invalidade do matrimônio quanto o regime de bens.

Art. 7º A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim
da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.

§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do


primeiro domicílio conjugal."

4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes
domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

art. 16 Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei
estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer
remissão por ela feita a outra lei. (lei do retorno - Teoria do Reenvio ou Devolução:
interpretação das normas do Direito Internacional Privado de uma maneira que a lei nacional
seja substituída pela estrangeira, dando preferência ao ordenamento jurídico estrangeiro).
OBS: a lei estrangeira pode sim ser usada no Brasil, o que ela NÃO pode é prevalecer sobre a
lei brasileira, suspendendo sua eficácia. Ou seja, ao se usar a lei estrangeira e surgir conflito
entre as normas a lei brasileira deverá prevalecer.

Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base
em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas
da decisão.                 

Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer


interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo
novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses
gerais.

Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões
técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro.  

Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade
administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de
consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio
eletrônico, a qual será considerada na decisão.
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais
ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos.    

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