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CONSIDERAÇÕES INICIAIS:
1 – A norma jurídica vige do presente para o futuro, mas a eficácia e a incidência concreta PODEM ir
para o passado.
2 – Eficácia ou incidência para o passado possibilidade de a norma jurídica
= atingir situação pretérita, ter efeitos
retroatividade sobre o passado.
3 – Não há como as normas jurídicas retroagirem de forma ilimitada – podem retroagir, mas não
atingem certas garantias.
Art. 5o, inc. XXXVI da CF - A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada.
Art. 6º da LICC - A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito
adquirido e a coisa julgada.
4 – Em alguns casos de Direito Penal e Direito Tributário a norma jurídica retroage SEMPRE.
O DIREITO ADQUIRIDO
Conceitos:
É o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo
que nem a lei nem um fato posterior pode alterar tal situação jurídica. Maria Helena Diniz.
Diz respeito a certa ocorrência real e concreta, diante de norma jurídica vigente em certo
momento histórico. Uma vez incorporado ao patrimônio e/ou à personalidade, não pode ser
atingido pela norma jurídica nova. Rizzatto Nunes.
1993 2006
1993
2005
2005
João não pode aposentar-se, ele ainda não tinha direito adquirido quando surgiu a nova lei, mas tão
somente expectativa de direito.
“o evento pode ser doloroso, mas não tem proteção contra a lei nova”
Rizzatto.
ATO JURÍDICO - Aquele que resulta da manifestação da vontade, produzindo efeitos jurídicos ou
ainda, aquele decorrente de uma vontade moldada perfeitamente pelos parâmetros legais, ou seja, uma
manifestação volitiva submissa à lei.
ATO JURÍDICO PERFEITO – É o ato já consumado pelo exercício do direito estabelecido segundo a
norma vigente ao tempo em que ele foi exercido. Note-se, é o ato já consumado e não o ato que ainda
está em curso.
Rizzatto Nunes.
É o consumado segundo a norma vigente ao tempo em que se efetuou, produzindo seus efeitos
jurídicos, uma vez que o direito gerado foi exercido.
Maria Helena Diniz.
- Em janeiro de 2006 Hugo e Mário escreveram seu contrato de compra e venda de imóveis com todas
as condições necessárias e legais para tal contrato.
- Em fevereiro de 2006 surge uma nova lei de contratos alterando e proibindo certas condições.
- Em março de 2006 Hugo e Mário querem assinar o contrato escrito em janeiro e fechar negócio.
Pergunta-se:
1 – o ato jurídico será perfeito?
2 – o ato jurídico pode vir a ser perfeito?
Não, o ato ainda não havia se consumado quando da data da nova lei.
Sim, basta que Hugo e Mário alterem algumas condições para adequar seu contrato ao novo
regramento.
A COISA JULGADA
Coisa julgada – é a qualidade atribuída aos efeitos da decisão judicial definitiva, considerada esta a
decisão de que não cabe recurso.
Ana entende que não foi a culpada e entra com um ação judicial
contra Beto pleiteando indenização por danos causados em seu
veículo.
Durante o processo Ana prova que Beto não consegue comprovar que Ana não
estava realmente certa – havia uma tem razão. O argumento de que Ana é
testemunha. mulher não é suficiente.
O juiz julga a ação procedente, isto é, dá ganho de causa a Ana e manda Beto
pagar o valor correspondente aos danos ocasionados no automóvel de Ana.
Pergunta-se:
A partir deste momento, quais as duas possibilidades de coisa julgada?
Beto não entra com o recurso cabível (apelação) no prazo. Beto apela para o Tribunal de Justiça e
perde. Beto apela para o STJ e/ou STF e perde.
Se, após a ocorrência da coisa julgada, surge uma nova lei dizendo que o argumento “mulher no
volante perigo constante” é um argumento válido, mesmo assim, para aquele caso transitado em
julgado, o argumento não teve eficácia. Beto continua perdedor da ação.
Existem casos específicos em que a coisa julgada pode ser questionada e isso se dá através de uma
Ação Rescisória.
Ninguém poderá ser condenado ou punido criminalmente por qualquer fato que tenho praticado, se este
fato não tiver sido “antes” tipificado como crime em lei.
Quando a lei entrar em vigor no dia 1o de janeiro do exercício seguinte, não há que se falar em
retroatividade da mesma.
A lei, no entanto, retroage quando houver um ato ainda não julgado e a lei deixe de definir tal
ato como infração; quando a lei cominar penalidade menos severa do que a prevista na lei vigente.
Uma norma jurídica, ainda que inválida, pode ser eficaz e incidir na realidade concretamente até que
o Poder Judiciário possa impedir ou eliminar seus efeitos.
Ex.: Plano Collor
As normas jurídicas do Plano Collor foram aprovadas, promulgadas e eram vigentes, porém,
inconstitucionais, pois feriam vários aspectos da Constituição Federal, mesmo assim, as pessoas
tiveram seu dinheiro bloqueado e sofreram outras diversas conseqüências desse plano até que o poder
judiciário impediu a sua eficácia e o poder legislativo as revogou.