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PARTE GERAL
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Uma conduta não pode ser considerada criminosa se antes de sua prática não havia
lei nesse sentido - “nullum crimen, nulla poena, sine praevia lege”;
CF, art. 5º, XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal;
CP, art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
• A legalidade exige que a lei seja escrita (costume não pode definir conduta
criminosa), estrita (permitir a analogia somente in bonam partem), certa (a lei deve
ser taxativa) e anterior (a lei que define o fato como crime deve ser anterior à
conduta);
• O Código Penal, embora seja constituído sob a forma de Decreto-lei, foi
recepcionado pela Constituição Federal com status de Lei Ordinária;
1.1. DESDOBRAMENTOS
Somente lei federal em sentido formal poderá criar infração penal (crime e
contravenção) e sua respectiva sanção (pena e medida de segurança).
CF, art. 22, Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar
sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.
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CF, art. 62, § 1º. É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I – relativa a:
b) direito penal, processual penal e processual civil;
b) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
Uma pessoa só será punida se, à época do fato, já existia lei tipificando a
conduta como delito, ou seja, não basta que a criminalização de uma conduta
se dê por meio de lei em sentido estrito, mas que esta lei seja anterior à prática
da conduta.
c) PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
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2. LEI PENAL NO TEMPO
a) TEORIA DA ATIVIDADE
b) TEORIA DO RESULTADO
c) TEORIA DA UBIQUIDADE/MISTA/HÍBRIDA
CF, art. 5º, XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
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2.3. EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL
a) RETROATIVIDADE
É a capacidade que a lei tem de ser aplicada a fatos praticados antes de sua
vigência.
Ex.: O indivíduo pratica um crime em determinada data e, após o fato, sobrevém lei
que favorece de alguma forma o agente delituoso. Essa nova lei retroage para ser
aplicada ao fato, mesmo que à época ainda não fosse existente.
b) ULTRA-ATIVIDADE
É a capacidade que a lei tem de ser aplicada mesmo após sua revogação ou
tendo perdido a sua vigência.
Ex.: O indivíduo pratica um crime sob a vigência de uma Lei A que posteriormente
vem a ser revogada. Porém, à época do julgamento, está em vigência uma Lei B, que
é mais prejudicial ao réu. Diante disso, a lei A revogada é aplicada ao fato, ainda que
sendo posterior à sua revogação.
RETROATIVIDADE ULTRATIVIDADE
Possibilidade de a lei retroagir e atingir
Possibilidade de a lei ser aplicada no
situações que aconteceram antes de sua
futuro quando ela não está mais em vigor.
entrada em vigor.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
MOMENTO CONSEQUÊNCIA
Durante o IP Arquivamento
Durante o Processo Extinção por atipicidade do fato
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• A nova lei retroage para atingir todos os fatos passados, beneficiando até
mesmo aqueles que já estavam condenados, causando a extinção da
punibilidade em qualquer fase do processo;
• A nova lei elimina os efeitos penais da condenação, deixando de ser levada,
inclusive, para efeito de reincidência;
• Na abolitio criminis, ocorre a supressão da conduta em aspecto formal e
material (o fato deixa de ser crime) e na continuidade típico-normativa,
ocorre a supressão apenas em seu aspecto formal (o fato passa a integrar
outro tipo penal, não deixa de ser crime);
3.2. NOVA LEI PENAL MAIS BRANDA (NOVATIO LEGIS IN MELLIUS/LEX MITIOR)
É aquela que não elimina o delito, mas, de algum modo, favorece a situação do
réu (ex.: redução da pena).
Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
• A nova lei benéfica retroage para abranger os fatos já ocorridos, mesmo que
o réu já esteja condenado;
• A combinação de leis penais consiste na adequação, feita pelo magistrado,
da parte mais benéfica da lei vigente com a parte mais benéfica da lei
revogada, para favorecer o réu. Isso não é aceito no ordenamento jurídico
pátrio, visto que estaria sendo criada uma terceira lei e resultaria em afronta
ao princípio da separação dos poderes, uma vez que a função legiferante
pertence ao Poder Legislativo – STF;
3.3. NOVA LEI PENAL MAIS GRAVE (NOVATIO LEGIS IN PEJUS/LEX GRAVIOR)
Ocorre quando uma nova lei traz um prejuízo ao réu; não podendo, em regra, ser
aplicada ao fato.
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3.4. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL
Lei Temporária é aquela que foi elaborada para vigorar com prazo de validade
determinado. Lei Excepcional é aquela que foi elaborada para vigorar em algum
período de anormalidade.
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4.2. TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA
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território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.
Aplica-se a lei nacional da vítima do crime, quando este for praticado contra
bem jurídico ou pessoa de sua nacionalidade.
Art. 7º, § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo
anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
c) PRINCÍPIO DA DEFESA/REAL/PROTEÇÃO
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d) PRINCÍPIO DA JUSTIÇA UNIVERSAL/COSMOPOLITA
II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA
1 Contra a vida ou a liberdade do Presidente da República
2 Contra o patrimônio ou a fé do Poder Público
3 Contra a Administração por quem está a seu serviço
4 Genocídio de brasileiro ou domiciliado no Brasil
5 Tortura
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4.5. EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
EXTRATERRITORIALIDADE CONDICIONADA
1 O Brasil se obrigou a reprimir (por tratado ou convenção)
2 O crime ter sido praticado por brasileiro
3 Aeronaves/Embarcações privadas não julgadas no estrangeiro
CONDIÇÕES
1 O agente entrar no território nacional
2 O fato ser punido tanto no Brasil quanto no país praticado
3 A lei brasileira deve autorizar a extradição para o crime
4 O agente não ter sido absolvido ou cumprido a pena
5 Não estar extinta a punibilidade do agente
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
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CONDIÇÕES
1 O agente entrar no território nacional
2 O fato ser punido tanto no Brasil quanto no país praticado
3 A lei brasileira deve autorizar a extradição para o crime
4 O agente não ter sido absolvido ou cumprido a pena
5 Não estar extinta a punibilidade do agente
HIPERCONDIÇÕES
1 Extradição negada ou não foi pedida
2 Requisição do Ministro da Justiça
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
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b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja
autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do
Ministro da Justiça.
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei
especial, se esta não dispuser de modo diverso.
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