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Problemática

1º Em que consiste os Privilégios Creditórios?

2º Quanto as suas modalidades, como podem ser?

HIPÓTESES

Em Ricardo R. (2005), Apud Octávio, M. (2006), conta que é uma preposição que se faz
na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. É uma
suposição que antecede a constataçãopor factos, e tem como características e uma
formulação provisória, deve ser testada para determinar a sua validade, de acordo ou
contrária ao mesmo senso comum, a hipótese sempre conduz a uama verificação. Tendo
em vista a relevância do assunto aqui, estão as seguintes hipóteses:

1. R.: os Privilégios creditórios constem na faculdade que a lei em atenção a causa do


crédito, concede a certos credores que independentemente de registo, serem pagos com
preferência sobre os demias.

2. R.: quanto as suas modalidades, podem ser: Mobiliários e Imobiliários.

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OBJECTIVOS DE ESTUDOS

GERAIS

a)- deixar o nosso legado na cadeira dos Direitos Reais concretamente sobre o estudo
das modalidades das garantias dos Direitos Reais mais precisamente sobre os
Privielégios creditórios.

b)- uma vez introduzido, o estudo no mundo dos Direitos Reais, é necessários termos
uma capacidade de compreender, interpretar, explicar e analisar de uma forma técnica
sobre os factos relactivamente aos direitos reias de garantia.

ESPECÍFICOS

a)- Desenvolver as capacidades e competências téncico-jurídco no domínio da


problematização, consciência e cultura jurídica crítica para um bom desenpenho por
parte dos estudantes de Direito.

b)- Melhorar a classificação obtida nesta cadeira, isto é, concernente ao primeiro


semestre.

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INTRODUÇÃO

Os privilégios creditórios é uma das modalidades dos direitos reais de gozo. Em


rigor o privilégio creditório não é uma faculdade, mas sim um autêntico direito uma vez
que traduz uma afectação própria e independente de uma coisa aos fins de uma pessoa.

Os privilégios creditórios derivam da lei e não dos negócios jurídicos e mesmo


que incidem sobre coisas móveis não estão sujeitas a registos, porque trata-se de um
aspecto que tem os mais graves inconvenientes pela falta de publicidade que registo
transmite.

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1. PRIVILÉGIOS CREDITÓRIOS

1.1. Noção

Os privilégios creditórios são faculdades que lei em atenção a causa do crédito


concede a certos credores, de independentemente do registo, serem pagos com
preferência a outros.

Desta noção legal resulta que os privilégios creditórios derivam da lei e não de
negócio jurídico; e mesmo que incidam sobre coisa imóvel, não estão sujeitos a registo.
Por outro lado, a lei concede-os em atenção ou à qualidade dos credores (Estado,
Autarquias locais outras pessoas colectivas públicas) ou à natureza do crédito que
protegem.

1.2. Modalidades dos Privilégios Creditórios

Os privilégios creditórios podem ser:

1- Mobiliários: Estes incidem sobre coisas móveis e pode ser: Gerais e especiais.

Os gerais abrangem os valores de todos os bens móveis que existem no


património do devedor na data da penhora ou acto equivalente. De acordo com o artigo
735º nº 2 CC, é nulo o acto equivalente a penhora. Todavia, porque não incidem sobre
coisas certas e determinadas, não constituem garantias reais por isso, não valem contra
terceiros titulares de direitos que recaindo sobre alguma dessas coisas sejam oponíveis
ao exequente. Portanto, conforme o art. 749º CC, o devedor não está impedido de onerar
alienar bens do seu património a título oneroso ou gratuito. Essas alienações são
oponíveis ao credor ao qual no entanto cabe nos termos gerais o direito de usar da
impugnação pauliana arts. 710º ss.´

Os especiais compreendem só o valor de determinados bens móveis são


portanto, verdadeiras garantias reais e por isso, vigora o princípio da propriedade (prior
in tempore, poterior in iure), por força da qual, se o privilégio constituir e depois a coisa
(sobre que incide) for alienada a terceiro, por isso o credor goza do direito de sequela
conforme estatui o art. 750º CC, que diz sobre a prioridade (prevalência e a sequela).

2- Imobiliários: Os privilégios imobiliários consagrados no nosso código civil são


sempre especiais art. 735º nº 3 CC. No entanto, a lei pode criar imobiliários
gerais para garantias de determinados créditos. Sucede presentemente com os
créditos por contribuições de regimes gerais de prevalência e dos respectivos
juros.

Gozam de privilégios creditórios mobiliários gerais os seguintes:

1- Do Estado e das Autarquias locais sobre impostos indirectos e directos (mas em


relação a estes, só aos inscritos para a cobrança no ano corrente na data da
penhora ou acto equivalente, nos dois anos anteriores), de fora ficam os

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impostos que gozam de privilégios especiais conforme o estatuído no artigo 744º
CC.
2- Por despesas do funeral do devedor, conforme a sua condição e costume da
terra, conforme o estatuído do art. 737º nº 1 al a). Assim, as despesas com os
sufrágios, convites e participações.
3- Por despesas por doenças do devedor ou de pessoas a quem este deva prestar
alimentos relativo aos últimos 6 meses conforme o art. 737º nº 1 al b). Estão
aqui compreendidas todas as despesas com doenças feitas com enfermeiros,
parteiras, hospitais, casas de saúde, tratamentos, análises e radiografias.
4- Por despesas indispensáveis ao sustento do devedor e das pessoas a, quem este
tenha a obrigação de prestar alimentos nos últimos seis meses conforme o art.
737º nº 1 al c).
5- Emergentes do contrato de trabalho ou da violação ou sucessão deste contrato,
pertencentes ao trabalhador e relativo aos últimos seis meses conforme o art.
737º nº 1 al d).

Gozam de privilégios mobiliários especiais os seguintes créditos:

1- Por despesas de justiça feitas directamente ao interesse comum dos credores,


destinada a conversão, execução ou liquidação dos bens móveis, conforme o art.
738º nº 1 CC.
2- Resultantes de impostos de selo em relação aos bens móveis transmitidos
conforme o art. 738º nº 2 CC.
3- Derivados de fornecimentos de sementes, plantas e adubos e água ou energia
para irrigação e outros fins agrícolas conforme o art. 739º al a).
4- Resultantes de factos que impliquem responsabilidade civil, conforme o
estatuído no artigo 741º CC.
5- Do autor da obra intelectual fundados encontrados de edificação conforme rege
742º CC.

Tratando- se de direitos reais de garantia, esses privilégios incidem


respectivamente sobre: os bens para cuja conservação, execução ou liquidação foram
feitas despesas de justiça; os bens transmitidos; os frutos dos prédios rústicos
respectivos; a indeminização devida pelo segurador; e os exemplares de obras existentes
em poder de editar.

Gozam de privilégios imobiliários os seguintes créditos resultantes de:

1- Despesas de justiça feitas directamente no interesse comum dos credores, para a


conservação, execução ou liquidação de bens imóveis, conforme rege o artigo
743.º do CC.
2- Imposto Municipal sobre imóveis devido às autarquias locais, inscrito para
cobrança no ano corrente na data da penhora ou acto equivalente, e nos dois
anos anteriores, artigo 744,º do CC.
3- Imposto Municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis e imposto de selo.

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Constituem verdadeiras garantias reais, estes privilégios incidem sobre os bens a
que se reportam as despesas de justiça e aqueles impostos.

1.3. Regime Jurídico

A multiplicidade de privilégios exige que a lei faça a sua graduação.


Assim, fala-se de concurso de crédito privilegiados; determina-se que os créditos
serão pagos pela ordem indicada; e havendo créditos igualmente privilegiados,
isto é, quando vários fornecimentos de diferentes credores, destinados à produção
agrícola, dar-se-á rateio entre eles, na proporção dos respectivos montantes
conforme rege o artigo 745.º nº 2 CC.

Essa ordem é a seguinte:

1. São contemplados os privilégios por despesas de justiça, sejam


mobiliários ou imobiliários, isto é, conforme se depreende nos artigos
738.º nº 1 e 743.º, ambos do CC. Ademais, esses privilégios preferem
sobre as outras garantias mesmo anteriores que onerem os mesmos bens, e
valem contra terceiros adquirentes, arts. 746.º e 751.º, isto é, que se
ocupam especificamente dos privilégios imobiliários e dos direitos de
terceiros.
2. Surgem os restantes privilégios, distinguindo-se os seguintes:
a) Mobiliários, são graduados sucessivamente os seguintes créditos:

1- Mobiliários e especiais: Art. 747.º nº 1 al a) até a al e), são os seguintes:


Do estado por impostos; das autarquias locais por impostos; de
fornecimentos destinados a produção agrícola; de facto que dá lugar a
responsabilidade civil e por último, do autor da obra literária.

2- Mobiliários gerais: Art. 747.º nº 1 al f), são os seguintes: Das despesas


do funeral; das despesas de doenças; de sustento; e por último das relações
de trabalho.

2. Imobiliários, art. 748.º CC, são os seguintes: Das autarquias locais, em


relação ao imposto sobre as transmissões onerosas de imóveis e ao
imposto de selo; e das autarquias locais, pelo imposto Municipal sobre
imóveis.

Quanto a terceiros, determina-se que o privilégio creditório imobiliário


geral não vale contra terceiros titulares de direitos que recaindo sobre as coisas
abrangidas por este privilégio, sejam oponíveis ao exequente. Compreende-se
essa solução porque os privilégios imobiliários gerais não são garantias reias e,

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portanto, não atribuem nenhum poder específico sobre esses bens, conforme rege
o art. 749.º CC.

Se o privilégio mobiliário for especial, prevalece o direito que mais cede


se houver adquirido, isto quer dizer se o privilégio creditório mobiliário especial
é uma garantia real, por isso prevalece sobre o direito de propriedade
posteriormente adquirido por terceiro, conforme o art. 750.º CC.

E sendo privilégio imobiliário, é igualmente oponível a terceiro que


posteriormente adquira o prédio ou um direito real sobre ele, prevalecendo
mesmo sobre a hipoteca e direito de retenção ainda que anterior, art. 751.º CC.

Proíbem-se o pacto comissório e a cláusula de inalienabilidade dos bens


que sobre privilégios incidem, e vigora também o princípio da indivisibilidade,
art. 753º CC.

1.4. Extinção

Os privilégios creditórios extinguem-se pelas mesmas causas que se


extingue a hipoteca.

Vale salientar que a hipoteca extingue-se com a extinção da obrigação


garantida. Ela é uma consequência do carácter acessório da hipoteca, conforme o
artigo 730.º al a) CC; Por prescrição a favor de terceiro, do prédio hipotecado
decorrido 20 anos sobre o registo da aquisição e cinco anos sobre o vencimento
da obrigação.

Neste caso, a lei fala da prescrição a favor do terceiro adquirente. É uma


terminologia que se liga a prescrição aquisitiva;

E por conseguinte a hipoteca extingue-se pelo perecimento da coisa


hipotecada e por renúncia do credor. Essa renúncia deve ser expressa e exarada
em documentos autenticados, mas não carece de aceitação do devedor ou do
autor da hipoteca para produzir efeitos conforme reza o art. 730.º al d) e 731.º nº
1. Por tanto, é um efeito de acessoriedade que caracteriza os direitos reais de
garantia.

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1.5. Natureza Jurídica

A nossa doutrina considera que os privilégios creditórios especiais e


imobiliários são verdadeiros direitos reias de garantia, que incidem sobre coisas
certas e determinadas e gozam de prevalência. Porém, por falta a determinação
da coisa, os privilégios creditórios mobiliários gerais não têm essa natureza: “nas
palavras de Oliveira Ascensão, são simples referências no pagamento em
processo executivo não são direitos sobre bens.”

CONCLUSÃO
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Conclui-se que os privilégios creditórios são faculdades que a lei em atenção a
causa do crédito, concede a certos credores de independentemente do registo
serem pagos com preferência aos outros, cuja multiplicidade dos privilégios
creditórios exige que a lei faça a sua graduação, extingue-se com a obrigação
garantida pela prescrição a favor de um terceiro de um prédio hipotecado isto é
de acordo com os prazos estabelecidos pela lei, pelo perecimento de uma certa
coisa hipotecada e pela renúncia do devedor.

BIBLIOGRAFIA

9
 JUSTO António santos, Direitos Reais, 4ª Ed, Coimbra Editora.
 Angoka, Código Civil, Decreto-Lei nº 47344/66 de 25 de Novembro.
 www.Google.Com

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