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O presente trabalho insere-se no âmbito do Direito Penal substantivo1 e como já referido tem
como objecto a criminalidade ambiental em Angola, curando de responder a dois problemas
fundamentais: Primeiro problema: em que consiste a criminalidade ambiental? Segundo
problema: quais os crimes regulamentados em que na qual o agente se relaciona? Dentro
destes e mais, procurando responder fundamentalmente as seguintes questões, no tocante ao
enquadramento da criminalidade ambiental, bem como a quanto a regulamentação do mesmo
bem com a visão do novo Código Penal. São, portanto, estas e outras questões que merecerão
uma análise profusa e minuciosa neste trabalho.
O objectivo deste trabalho de carácter científico é proceder a análise do mundo crime
ambiental isto é dos crimes ambientais à luz do Código Penal angolano em vigor e da
legislação penal complementar pertinente1 e inerente ao tema, pez embora os danos
ambientais serem responsabilizados civil, administrativa e penalmente;
Destacando-se a acaçá proibida, danos em árvores, crime de danos causados aos recursos
biológicos e ao ambiente aquáticos, crime de desobediência, fabrico, aquisição ou posse de
substâncias explosivas, tóxicas e asfixiantes, agressão ao ambiente dentre outra.
1
Tudo porque, tendo em conta o conceito de crime tipificado no art. 1º do CP, restringe o crime ao facto
voluntário declarado punível pela lei penal. Aqui abre-se parênteses legislação penal complementar, mas se
olvidando da responsabilidade civil e sanções administrativas.
CAP. I. CRIMES AMBIENTAIS ENQUADRAMENTO
3. Conceituação
A utilização dos componentes ambientais2, incluindo o seu recurso, reciclagem, protecção e
conservação quando produz um impacto ambiental negativo, isto é quando ocorre mudança
para pior, especialmente com efeitos no ar, na terra, na água, na biodiversidade e na saúde
das pessoas, resultante de actividades humanas, ameaça o meio ambiente. Este, enquanto
alicerce do desenvolvimento sustentável, da paz e da segurança.
A criminalidade ambiental vem se expandindo vastamente e ameaçam cada vez mais não
somete a vida selvagem, como ecossistemas em sua integralidade, modos de vida
sustentáveis e fontes de renda de governos.
Embora não haja uma definição de criminalidade ambiental universalmente acordada, tendo
em atenção o conceito de crime3 entendemos que o termo abarca atividades ilegais
prejudiciais dos infratores ao meio ambiente que visam beneficiar indivíduos, grupos ou
empresas através da exploração, danificação ou roubo de recursos naturais, incluindo crimes
graves e o crime organizado transnacional, puníveis pela lei penal.
Pelo que, será um crime ambiental todo e qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos
que compõem o ambiente: diversos elementos que integram o ambiente e cuja interacção
permite o equilíbrio, incluindo o ar, a água, o solo, o subsolo, os vivos e todas as condições
socio-económicas que afectam as comunidades, por violar direitos protegidos, todo crime é
passível de sanção (penalização), que é regulado pela lei Penal.
Contudo, os crimes ambientais já não se restringem apenas aos ícones da vida selvagem e às
espécies raras de madeira – tornaram-se parte integrante da rede global de crime organizado
transnacional.
Os crimes ambientais também incluem crimes corporativos no setor florestal, exploração e
venda ilegal de ouro e outros minérios, pesca ilegal, tráfico de resíduos tóxicos e produtos
químicos e o uso da riqueza gerada por recursos naturais de forma ilícita para apoiar grupos
armados não estatais e terroristas.
2
Lei nº 5/98 de 19 de Junho (Lei de Base do Ambiente) define Componentes Ambientais no seu glossário
anexos nº 6 como sendo os diversos elementos que integram o ambiente e cuja interacção permite o
equilíbrio, incluindo o ar, a água, o solo, o subsolo, os vivos e todas as condições socio-económicas que
afectam as comunidades, são também designados correntemente por recursos naturais.
3
Todo o facto voluntário declarado punível pela lei penal, nos termos do art. 1º do CP
4. Causa da criminalização ambiental
Angola apresenta uma grande diversidade ecológica, devido à sua extensão territorial,
variação fisiografia, diversificação climática e geológica e posição central entre as duas
maiores divisões faunísticas e florestais da região etiópica e uma rica rede hidrográfica
servida por numerosos rios4.
Apesar de não haver ainda um grave problema no desequilíbrio do ecossistema, Angola
apresenta já situações que merecem preocupação no domínio ambiental. São os casos, a título
exemplificativo, da exploração mineira e particularmente dos diamantes, da poluição
marítima, ou ainda da exploração pesqueira5
Grosso modo, no discorrer da CRA, no seu art. 39º, nº 1 e 2, podemos extrair as causas na
qual fundamentam a criminalização do ambiental em diversos planos que são:
No direito de todos viverem num ambiente sadio e não poluído;
No dever todos de o defenderem e preservarem;
Na necessidade do Estado adoptar as medidas necessárias à protecção do ambiente e
das espécies da flora e da fauna em todo o território nacional;
Na necessidade à manutenção do equilíbrio ecológico;
Na necessidade à correcta localização das actividades económicas e à exploração e
utilização racional de todos os recursos naturais,
Estas causas fundamentais são entendidas do ponto de vista da sua imprescindível
importância, engendradas no quadro do verdadeiro alicerce do desenvolvimento sustentável,
da nossa saúde, da segurança alimentar, das nossas economias e do respeito pelos direitos
das gerações futuras e da preservação das diferentes espécies.
Os ecossistemas garantem o fornecimento de água potável e ar puro, bem como o
aprovisionamento de alimentos e o bem-estar físico e mental. Os recursos naturais
igualmente proporcionam meios de subsistênica, empregos e receitas governamentais, as
quais podem ser canalizadas para a educação, a saúde, o desenvolvimento e a criação de
modelos de negócio sustentáveis
4
Maurício Cysne e Teresa Amador, Direito do Ambiente e Redacção Normativa: teoria e prática nos países
lusófonos, pdf
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id
CAP. III- REGULAMENTAÇÃO DA CRIMINALIDADE
AMBIENTAL
5. Responsabilização por danos ao ambiente
A Lei Fundamental angolana prevê a responsabilização dos infractores de normas de
protecção do ambiente ao nível mais grave (o penal). O artigo 39º, nº.3 da CRA utiliza a
expressão pune os actos…, fórmula que, embora não signifique automática e exclusivamente
uma injunção de criminalização, deixa a ideia de que se não trata, nem de mera
responsabilidade civil, nem de responsabilidade administrativa (desde logo porque a
contravenção é aplicada pela Administração, reclamando porventura outro verbo menos
intenso).
Por seu turno, a Lei de Base do Ambiente aponta para uma tripla vertente de
responsabilização: a responsabilização civil6 ; a responsabilização penal7; a contravencional
(administrativas).
O Código Penal tipifica e sanciona alguns actos como os crimes art. 253º, art. 254º, art. 255º
contra a propriedade (art. 476), o emprego de substancias venenosas ou corrosivas com vista
à destruição de animais pertencentes a outrem ou ao Estado (art. 478), os danos contra
animais (art. 479) ou ainda a caça ilícita (art. 254).8
No entanto, a Lei 6-A/04 de 8 de Outubro, assentam a sua eficácia coerciva sobre os crimes
contra o meio aquático nos seus os artigos 262º a 265º – além da exigência de sansões
administrativas9 de reparação civil.
O mundo do crime ambiental10 em Angola, pode ser feita igualmente, com base na aplicação
do actual Código Penal.
6
Cf. os artigos 23º, 27º e 28º da LBA
7
Cf. artigo 29º, da LBA, incluindo nesta disposição a responsabilização contravencional
8
Maurício Cysne e Teresa Amador, Direito do Ambiente e Redacção Normativa: teoria e prática nos países
lusófonos, pag. 26
9
vejam-se os artigos 231º a 261º
10
Tudo que tem haver com o crime e seu autor.
6.1. Fabrico, importações e comércio de armas ou explosivos (art. 253º)
O art. Código Penal, pune com pena de prisão maior de 8 a 12 anos sem prejuízo da agravação
que lhe possa competir por cumplicidade em qualquer crime desta natureza aquele agente
que fabricar, importar, ou vender, ou subministrar, ou guardar qualquer mecanismo, tendente
a determinar explosão, que possa servir na destruição de pessoas ou de edifícios,
Ao que, sem licença de autoridade administrativa, fabricar, ou importar, ou vender, ou
administrativa quaisquer armas brancas ou de fogo, e bem assim aquele que delas usar sem
a mesma licença ou sem autorização legal, será condenado a prisão de até seis meses e multa
de correspondente.11
Com a mesma pena serão condenados os agentes sitos anteiormente, a quem tiver sido caçada
a respectiva licença e que, não obstante, dela continuem usado como sem tivesse em vigor.
A simples detenção na casa de residência ou do detentor, ou em outro local, será punida, com
multa de 8 dias a um mês. Aos preceitos, não se compreende as armas que devem ser
consideradas como objetos de arte e de ornamentação, mas tem todo caso, armas serão
apreendidas e perdidas a favor do Estado.
11
Ver o artido123º e seguintes do diploma legislativo nº3778, de 22 de novembro de 1967, no B.O. nº
140(Regulamento de armas e munições).
12
Ver o artigo 41, da lei nº 9/89, de 11 de dezembro, (lei dos crimes contra a economia) e o regulamento de
caça, aprovado pelo diploma legislativo nº 2873 de 11 de dezembro de 19757 (B.O). Aquele primeiro diploma
encontra-se hoje substituído pela lei nº 6/99, de 3 de setembro que revogou aquele art. 41º. E foi, por sua vez,
revogado pela lei nº 13/03, de 10 de Junho.
6.3. Pesca proididas (art. 255º13)
Será punido com as mesmas penas ao que efetuarer pesca proibida, isto é nos mares defesos
pelas posturas municipais ou regulamentos da administração; ao que pescar com rede
varredoura, ou de malha mais estreita que a que for limitada pela câmera municipal, ou pescar
por qualquer outro modo proibido pelas mesmas posturas ou regulamentos; e ao que lançar
nos rios ou lagos, em que qualquer tempo do ano, trovisco, barbasco, coca, cal, ou outro
algum material com que se no peixe mata.
13
Ver o artigo 41º da Lei n. º 9/89, de 11 de dezembro (Lei dos crimes a Economia). O art. º 41 foi, como se
referiu na anterior, revogado pela Lei n. º 6/99 estra última Lei, por sua vez, revogada pela lei nº 13/03.
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Este artigo tem de ser interpretado em conjugação com o artigo 42.º da Lei 9/89, de 11 de dezembro que
também prevê o corte ilegal de árvores queimadas. Ver Lei n. º 6/99, de 3 de setembro, que substitui a Lei n. º
9/89 e já não prevê como crime contra economia o corte ilegal de árvores queimadas. A Lei n. º 6/99 foi,
entretanto, revogada pela Lei n. º 13/03, de 10 de Junho.
pessoa, ou qualquer animal doméstico das espécies referidas, pertencente a outra pessoa, será
condenado em prisão de 1 mês a 1 ano e multa correspondente.
A pena é agravada no caso em que o crime for cometido em terreno de que seja propriedade,
rendeiro ou colono o dono do animal, e impondo-se o máximo no caso em que concorra
escalamento ou outra circunstância. O procedimento judicial pelo crime previsto nestes
termos depende de participação do ofendido.
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As listas de espécies de recursos biológicos aquáticos raras e/ou em extinção, nos termos do art. 70 nº1,
sendo proibidas: a) a sua captura intencional ou a tentativa de captura; b) qualquer acto que vise ou de que
previsivelmente resulte, a morte de exemplar ou que de qualquer modo cause dano ao exemplar; c) a
compra e venda, a exposição para venda, a exportação, importação ou o processamento de exemplares das
espécies referidas neste artigo.
8.2. Crime de Desobediência
Nos termos do art. 263º, praticam o crime de desobediência aqueles que procederem em
contravenção das medidas acessórias da suspensão previstas nas alíneas d), e), f), g) e h) do
n.º 1 do artigo 238º.16 e das medidas de coação previstas17 no n.º 1 do artigo 254º que lhes
tenham sido aplicadas, a é punível com pena de prisão até um ano.
16
Estas suspensão são: a interdição do exercício da profissão em Angola, pelo período de três
meses a dois anos, ao capitão da embarcação; a revogação do certificado de pesca ou a sua
suspensão pelo período de um a seis meses, aos proprietários ou armadores da embarcação;
a revogação da concessão ou a suspensão dos direitos de pesca, pelo período de seis meses a
um ano, aos respectivos titulares; a revogação, suspensão da licença ou alvará do
estabelecimento ou instalação de aquicultura, ao respectivo titular, pelo período de um a dez
meses; e a proibição do exercício da pesca pelo período de um a três meses, aos pescadores
em regime de subsistência.
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Estas medidas são: a suspensão do exercício da profissão em Angola ao capitão da
embarcação; a suspensão do certificado de pesca da embarcação; a suspensão da licença de
pesca; a proibição da saída da embarcação do porto de Angola onde se encontra ou para onde
foi conduzida; e a suspensão da licença do alvará do estabelecimento ou instalação de
aquicultura.
autor do crime, apresentando-o ao tribunal, com jurisdição na área do porto para onde a
embarcação foi conduzida, competente para o julgar em processo sumário, se for caso disso.
Diferente, quando não havendo flagrante delito, incumbe ao organismo do Ministério
competente encarregado da fiscalização e inspecção das actividades de pesca participar o
crime ao Ministério Púbico ou ao organismo de investigação criminal competente,
remetendo-lhe os elementos e provas que tiver em seu poder.
Entretanto, tanto os agentes de fiscalização como os serviços competentes de Inspecção e
Fiscalização do Ministério competente podem realizar diligências e ordenar medidas de
coacção urgentes de instrução, com vista a preservação das provas e do pescado ou produtos
dele derivados, da embarcação, carga, instrumentos, equipamentos e bens existentes a bordo.
CAP.III-CRIMINALIDADE AMBIENTAL A LUZ DO NOVO
CÓDIGO PENAL EM ESTADO DE VATIO
Diferente da abordagem do CP e vigor, o novo CP traz uma abordagem diferente e mais
eficaz daquilo que são a criminalidade ambiental, por um lado desenhado aos tipos de crimes
de perigo comum, por outro lado aos tipos de crimes contra mercados e a economia.
18
Ver artigo 277.º do novo CP
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Nos termos do art. 277º do novo CP
1.9. Fabrico, tráfico, detenção e alteração de armas e munições
proibidas
Com base ao n.1 do art 279º é punido com pena de prisão de 1 a 8 anos quem fabricar,
importar, exportar, adquirir a qualquer título, transportar, vender, ceder, distribuir, fizer
depósito ou armazenar, comercializar, mediar negócio ou participar nele ou, simplesmente,
detiver armas classificadas como material de guerra, armas de fogo ou suas partes, peças ou
munições proibidas em violação das disposições legais ou em desobediência às prescrições
das autoridades competentes, estabelecidas de acordo com aquelas disposições,
Com a mesma pena, o nº. 2 pune a quem: a) Fabricar, importar, exportar, adquirir a qualquer
título, transportar, vender, ceder, distribuir, fizer depósito ou armazenar, comercializar,
mediar negócio ou participar nele ou simplesmente detiver armas ou engenhos ou suas partes,
peças ou munições proibidos destinados a projectar, libertar ou difundir os materiais ou
substâncias a que se refere o n.º 1 do artigo anterior, em violação das disposições legais ou
em desobediência às prescrições das autoridades competentes estabelecidas de harmonia com
as mesmas disposições;
b). Alterar as características de armas ou engenhos ou as suas partes, peças ou munições
proibidas.
Com pena de prisão de 6 a 12 anos o nº. 3 pune a quem fabricar, importar, exportar, adquirir
a qualquer título, transportar, vender, ceder, distribuir, esconder, fizer depósito,
comercializar, mediar negócio ou intervier nele ou simplesmente detiver armas, engenhos ou
suas partes, peças ou munições capazes de produzir explosão nuclear, em violação das
disposições legais ou em desobediência às prescrições das autoridades competentes
estabelecidas de harmonia com as mesmas disposições. Com a mesma pena é punido quem
alterar engenho, armas ou munições proibidas de modo a transformá-las em engenhos, armas
ou suas partes ou munições capazes de produzir explosão nuclear. No caso se o agente
abandonar voluntariamente a sua actividade, afastar ou fizer diminuir consideravelmente o
perigo por ela provocado, impedir que o resultado que a lei quer evitar se verifique ou auxiliar
concretamente na recolha de provas decisivas para a identificação ou a captura de outros
responsáveis a pena pode ser atenuada ou não ter lugar a punição.
1.11. Poluição
Nos termos do art. 283º., quem em desconformidade normativa, não se olvidando das
imposições, limites e condicionamentos determinados pelas autoridades competentes,
contaminar ou poluir as águas, os solos ou o ar ou, por qualquer forma, deteriorar as
propriedades destes componentes ambientais, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com
a de multa até 360 dias. Se, com a conduta, o agente perigar a vida ou a integridade física de
qualquer pessoa, património alheio de valor consideravelmente elevado, nos termos da alínea
a) do artigo 391.º20, ou bens de natureza cultural ou artística, a pena de prisão é de 2 a 7 anos.
é aplicável se a conduta descrita no n. º 1 causar às propriedades do ar, da água e do solo, à
fauna ou à flora danos substanciais. Assim, se o dano ou perigo atender ao dolo do agente, a
pena é de prisão até 2 anos ou de multa até 240 dias; se a conduta for negligente, a pena é de
prisão até 1 ano ou de multa até 120 dias.
Os danos são substanciais sempre que impeçam, com efeito duradouro, a utilização de uma
componente ambiental; causem a destruição generalizada da flora e da fauna da área em que
a poluição ocorreu ou tiverem impacto nocivo duradouro sobre a conservação das espécies
ou do respectivo habitat. Estes efeitos e o impacto são duradouros sempre que possam
perdurar, no mínimo, por 2 anos.
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O valor é consideravelmente Elevado, quando exceder 500 vezes o do salário mínimo mensal da função
pública, no momento em que o facto for praticado;
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Nos termos do art, 284º do novo CP
Ora, se o perigo for devida a negligência do agente, a pena é de prisão até 2 anos ou de multa
até 240 dias e 1 ano ou de multa até 120 dias se as condutas anteriormente descritas no mesmo
forem devidas a negligência do agente. O número e a extensão consideram-se elevados,
sempre que ultrapassarem 250 animais ou 50 hectares, respectivamente.