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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

FACULDADE DE LINGUAGEM, CIÊNCIAS AGRÁRIAS E SOCIAIS APLICADAS


NÚCLEO PEDAGÓGICO DE COMODORO
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

ELEONICE LUANA HEINEN ARAUJO

LICENCIAMENTO AMBIENTAL E SUA EFETIVIDADE NA PROTEÇÃO DO


MEIO AMBIENTE

Comodoro/MT
2023
ELEONICE LUANA HEINEN ARAÚJO

LICENCIAMENTO AMBIENTAL E SUA EFETIVIDADE NA PROTEÇÃO DO


MEIO AMBIENTE

Projeto apresentado a Coordenação do Curso


de Bacharelado em Direito da Universidade do
Estado de Mato Grosso, como um dos
requisitos para aprovação na disciplina
Monografia Jurídica I.

Orientadora: Lívia Cristina dos Anjos Barros

Campos de Júlio/MT
2023
SUMÁRIO

Sumário
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1. TEMA

A Fraude no processo de licenciamento ambiental e a efetividade das


atividades dos órgãos ambientais como reguladores de empresas que exploram recursos
naturais.

2. PROBLEMA

As fraudes dentro dos órgãos reguladores causam impacto direto na


preservação do meio ambiente, atualmente os crimes ambientais são a quarta atividade ilegal
mais lucrativa do Mundo. De acordo com relatório divulgado pelo Programa das Nações
Unidas para o Ambiente (PNUMA) e Interpol, no ano de 2018, o crime ambiental, que inclui
o comércio ilegal de animais selvagens, a exploração ilegal de madeira, a exploração ilegal de
ouro e outros minerais, a pesca ilegal, o tráfico de resíduos perigosos e fraude de crédito de
carbono, é a quarta atividade ilegal mais lucrativa do mundo, atrás apenas do tráfico de
drogas, falsificação e tráfico de pessoas.

Os reflexos ambientais dessas atividades causam danos por muitas vezes


irreversíveis, a exemplo de tantos desastres ambientais já percebido na história do país como
Mariana-MG, Brumadinho-MG e Braskem-AL.

Os crimes ambientais aumentaram 550% em três anos em Mato Grosso. De


acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) em 2019 foram 771 autos de infração e no
ano passado esse número saltou para mais de 5 mil.

Nos últimos três anos, foram emitidos 9.366 autos de infração. As multas
ambientais aplicadas no período somam R$ 4,1 bilhões. Cerca de 58% das autuações
ocorreram in loco e 41% de modo remoto, por meio de imagens de satélite.

É notável que apesar dos valores exorbitantes das multas, estas não são
capazes por si, de fazer um combate eficaz aos crimes, desde modo, quais medidas podem ser
adotadas pelos órgãos reguladores ambientais para melhorar a eficácia do licenciamento
ambiental em Mato Grosso?

3. JUSTIFICATIVA

Questionamento crítico: qual o impacto dessas fraudes no meio ambiente?

Que tais ações atingem diretamente o meio ambiente é cediço, porém, de


que forma essas ações tomadas em âmbito administrativo degradam o meio ambiente. Os
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reflexos a longo prazo e as propinas exorbitantes, se tornam principal combustível pro


fomento do desmatamento ilegal, entre outras atividades.

Os desastres são quantificados, em função dos danos e prejuízos, em termos


de intensidade, enquanto os eventos adversos são quantificados em termos de magnitude. A
intensidade de um desastre depende da interação entre a magnitude do evento adverso e o
grau de vulnerabilidade do sistema receptor afetado. O Decreto n. 7.257/2010 conceitua
desastre, em seu art. 2º, II, da seguinte forma: “resultado de eventos adversos, naturais ou
provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos,
materiais ou ambientais e consequentes prejuízos econômicos e sociais”.

Para Ana Clara Aben-Athar Barcessat, desastres podem ser entendidos


como eventos ou fenômenos de maior ou menor grau de intensidade, envolvendo “extensivas
perdas e danos humanos, materiais, econômicos ou ambientais, que excedem a capacidade da
sociedade de lidar com o problema usando meios próprios”

Constatado que o risco é fator intrínseco e indissociável dos desastres,


podem ser analisados no âmbito da sociedade de risco. Para Ulrich Beck, é essa
transformação de ameaças civilizacionais à natureza em ameaças sociais, econômicas e
políticas sistêmicas que representa o real desafio do presente e do futuro, o que justifica o
conceito de sociedade de risco, a qual apresenta-se como catastrófica ante o fato de os riscos
atuais serem globais e, portanto, ameaçarem a vida no planeta, sob todas as suas formas.

Oportuno mencionar que a regulação da atividade econômica e a proteção


ambiental não obstaculizam o desenvolvimento econômico, ao revés, visam a impedir a
destruição e solapamento das bases de sustentação dos ecossistemas terrestres e, portanto, da
vida, humana e não humana, presente e futura, preservando os ecossistemas, de forma a
possibilitar o próprio desenvolvimento econômico, pois não há economia num planeta morto.

Por outro lado, essa atuação do Estado não consiste em uma equivocada
administração pública da destruição ecológica, com o intuito de simplesmente atenuá-la, em
prol de um desenvolvimento a qualquer custo, incorrendo na irresponsabilidade organizada.

No ano de 2023, ao menos cinco funcionários da SEMA/MT são alvos do


Grupo de Atuação Especial contra Crime Organizado Ambiental (Gaeco), as acusações de
inserções de documentos falsos, laudos, estudos e relatórios ambientais com nome de laranjas
para obter crédito a ser transferido para outras empresas.
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Estes créditos abrem margem ao desmatamento ilegal em áreas de reserva


legal de propriedades de grande porte, cumpre destacar que parte expressiva dos desastres
ambientais apresenta relação direta com a degradação de Áreas de Preservação Permanente
(APP), previstas e desprotegidas no e pelo Código Rural. Essas áreas podem funcionar como
infraestruturas verdes ou naturais (manguezais, florestas, marismas, dunas, restingas) e são
capazes de atuar como proteção natural contra os desastres, em razão dos serviços
ecossistêmicos prestados. Tais infraestruturas têm um enorme potencial de proteção contra
inundações, terremotos, tempestades, furacões, fogos, deslizamentos, entre outras catástrofes,
uma vez que a probabilidade de ocorrência de um desastre e sua consequente magnitude varia
de acordo com as condições do ambiente impactado.

Justifica-se, assim, a decisão de manutenção e proteção no respectivo


licenciamento ambiental, bem como uma maior valorização do monitoramento dessas áreas,
como meio de prevenção de desastres, mesmo que o Código Rural estabeleça de modo
diverso, ante o princípio constitucional da sustentabilidade.

4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Investigar o processo de fiscalização dos órgãos responsáveis pela proteção


ambiental.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Definir o conceito jurídico e normativo de licenciamento ambiental, a


atribuição dos órgãos de responsáveis pela fiscalização ambiental, bem como debater fraudes
no processo de licenciamento.

5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A CF/88 preceitua sobre o direito ao meio ambiente sustentável;

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
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Bem como assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica, desde que respeitado os princípios elencados no art. 170, onde o seu inciso IV
destaca novamente o meio ambiente, in verbis:

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre


iniciativa, tem por fim assegurar a todos existências dignas, conforme os ditames da
justiça social, observados os seguintes princípios:

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o


impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)”

A fiscalização que deverá verificar a compatibilidade entre a legislação


ambiental, as determinações do órgão ambiental e a realidade, de forma que essa atividade
funciona como uma espécie de longa manus da chamada Administração Pública ambiental,
uma vez que realiza in locu o controle ambiental das atividades poluidoras e do território. É
uma tarefa tão essencial à efetivação da Política Nacional do Meio Ambiente que a conduta
dela ou dificultá-la obsta foi tipificada como crime pela Lei 9.605/1998.

O intuito é garantir o cumprimento da legislação, dos padrões de qualidade e


das condicionantes, o que deverá ocorrer tanto por meio de orientação prévia, haja vista o
caráter didático da atividade, quanto por meio da aplicação de sanções administrativas
ambientais, como embargo, multa simples, multa diária, suspensão etc.

Os gestores públicos precisam prestigiar a fiscalização ambiental, que é o


elo entre a Política Nacional do Meio Ambiente e a sociedade. Sem um fiscalizar efetivo, os
instrumentos de política ambiental, a exemplo do licenciamento ambiental, serão apenas uma
mera formalidade, sem qualquer contribuição à qualidade de vida da coletividade.

A falta desse controle e as fraudes dentro dos órgãos reguladores, gera


desastres ambientais como o rompimento das barragens supramencionadas, assim como
outros tantos, entre eles vale mencionar o desmatamento no Estado do Mato Grosso, o
primeiro a implantar um sistema de monitoramento para a fiscalização dessas práticas.

O sistema de monitoramento via satélite no estado e o licenciamento, tem


papel essencial para o combate ao desmatamento e o levantamento de dados sobre a
legalidade dessa prática, dado que o licenciamento permite aos produtores que desmatem o
quantitativo-limite regularizado pelo governo, em razão do seu papel de diminuição e controle
da atividade.
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Apenas 45,4% das áreas (privadas e devolutas) estão cadastradas e 30,9%


licenciadas, dentro dessas o sistema de monitoramento registrou entre os anos de 2003/2004
uma taxa de desmatamento de 3,21%, sendo 1,75% em Area de Reserva Legal, excedendo a
taxa de 2,5% em áreas não licenciadas. Os desmatamentos em ARL foram seis vezes maiores
que em áreas protegidas, terras indígenas e unidades de conservação da natureza. O que
comprova que apesar do sistema coibir o desmatamento, a legislação e cadastramento não são
suficientes para garantir a manutenção dessas reservas legais dentro dessas áreas.1

O compliance ambiental pode ser uma ferramenta, que juntamente com o


sistema de monitoramento e a legislação podem prevenir a prática oriunda da negligência no
cumprimento das obrigações. Através deste há a clara disposição de que a entidade reconhece
os riscos e responsabiliza-se a agir preventivamente. Uma possibilidade de atuação que pode
ser efetiva, vez que a ferramenta detecta, previne e responde a ação o que pode potencializar
os mecanismos de proteção ambiental.

6. METODOLOGIA

O método abordado no presente projeto será a qualitativa, com a intenção de


analisar o reflexo direto no meio ambiente e qualidade de vida. Quanto a procedência do
método será bibliográfica, sendo utilizado análise de artigos, jurisprudências, livros entre
outras fontes que se fizerem necessárias para o seu desenvolver.

7. ESBOÇO DO SUMÁRIO

1. ORIGEM DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL.

1.2. Conceito De Licenciamento Ambiental.


1.3. Tipos De Licenciamento Ambiental.

2. SOBRE O LICENCIAMENTO EM MATO GROSSO.

2.1. Órgãos Licenciadores e Sua Função Na Proteção Ambiental.


2.2. Processo de licenciamento no Estado do Mato Grosso.

3. FRAUDES NO PROCESSO DE LICENCIAMENTO.

3.1. Principais Falhas no Processo de Licenciamento.


3.2. Compliance Ambiental.

4. CONCLUSÃO.

1
https://www.scielo.br/j/cerne/a/5LYmx4D8q6N6xn69YjYhhqC/?format=pdf&lang=pt
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8. CRONOGRAMA

A pesquisa seguirá o calendário acadêmico, que vai servir como preceito para a
realização de cada uma das atividades. Observará, ainda, os prazos específicos
estabelecidos. O cronograma abaixo é uma previsão, podendo ser alterado posteriormente.

ATIVIDADES 2023/2 2024/1


JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN

Escolha do tema. Definição do problema


XX
de pesquisa

Definição dos objetivos, justificativa. X

Definição da metodologia. XX XX XX XX XX XX XX
Pesquisa bibliográfica e elaboração da X XX
fundamentação teórica.

Entrega da primeira versão do projeto. XX


Entrega da versão final do projeto. X XX XX XX
Revisão das referências para elaboração XX XX
do TCC.

Elaboração do Capítulo 1. XX

Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e XX


elaboração do Capítulo 2.

Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 XX


e 2. Elaboração do Capítulo 3.

Elaboração das considerações finais. XX


Revisão da Introdução.

Reestruturação e revisão de todo o XX


texto. Verificação das referências
utilizadas.

Elaboração de todos os elementos pré e XX


pós-textuais.

Entrega da monografia. XX

Defesa da monografia. XX

REFERÊNCIAS

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