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Manual recomendado:
- Oliveira Ascensão - Direitos Reais. obs: alguns pontos estão desatualizados (ex.:
arrendamento, para ele é direito real de gozo, mas o regente acha direito pessoal de
gozo).
- José Alberto Vieira - recomendado pelo assistente
AVULSO:
Menezes Leitão
José Luís Ramos
Menezes Cordeiro
Carvalho Fernandes (prof aconselha a parte do registo)
Santo Justo
Carlos Mota Pinto
Avaliação:
Casos Práticos em aula + Frequência
Existem ainda:
Direitos reais de garantia (permitem, e têm como objetivo, que haja o pontual
cumprimento de um direito de crédito - reforçam a garantia de crédito do titular). Na
ordem jurídica, nomeadamente no art.601º CC, perante o credor responde todo o
património do devedor sujeito a penhora - é a chamada garantia geral. Garantia real: o
titular vê reforçado o seu direito de garantia.
1.º Ex.: o banco quando executar a hipoteca tem direito de preferência perante o imóvel,
acima dos outros credores - art.686º CC.
2.º Ex.: o penhor - relativo a coisas móveis art.666º CC. Na falta do pagamento da coisa
penhorada no prazo estipulado, o proprietário pode vender o bem para ficar com o seu
valor; não ficando com a coisa em si.
- Direitos reais de aquisição.
I
António, proprietário de um imóvel em Lisboa, decide doá-lo, em Dezembro de 2015, a
Bento, seu primo, mediante celebração de escritura pública, não registando Bento o seu
facto aquisitivo.
Entretanto, António vende a propriedade do mesmo imóvel a Berta, em Janeiro de 2016,
que regista.
Na escritura pública celebrada entre António e Bento é referido, numa das cláusulas,
que Bento não poderia alienar o imóvel a qualquer terceiro.
Bento, que residira no imóvel desde 2015, decide constituir um usufruto vitalício
oneroso do imóvel a favor a de Carlos, no ano de 2018, não tendo havido registo do
facto aquisitivo.
Em janeiro de 2019, Carlos, que se deslocara à Suíça, vê o imóvel de Lisboa ser
assaltado por Dário, que arromba o imóvel, passando a residir no mesmo.
Carlos decide reagir judicialmente contra Dário, tendo este respondido que Carlos
nada poderia fazer para ele sair do imóvel, uma vez que não era o proprietário daquele
imóvel.
Resolução do professor:
Relativamente à doação:
O negócio celebrado entre António e Bento é caraterizado por doação, cujo regime está
presente nos artigos 940º e seguintes. Para esta ser válida deve respeitar a forma
enunciada no art.947º/1, pelo que, a existência de escritura pública preenche tal
requisito. Sem mais informação no caso concreto relativo aos sujeitos em causa,
assumimos que a doação é válida.
Como um dos efeitos da doação encontramos a transmissão da propriedade e da coisa ou
titularidade do direito, enunciado na alinea a) do art.954º. Assim, a propriedade
transferiu-se para Bento, devido ao princípio da consensualidade associado ao sistema
do título. A efetivação do sistema do título seguido no nosso ordenamento jurídico está
previso no art.408º/1, garantindo, como regra-geral, que a constituição ou transferência
de direitos reais sobre coisa determinada dá-se por mero efeito do contrato.
Temos indicação que Bento não regista o facto aquisitivo. Ora, dispõe o Código do
Registo Predial, no seu art.2º/1/a) que estão sujeitos a registo os factos jurídicos que
determinem, entre outros, a aquisição, inclusive o art.8º-A indica a sua obrigatoriedade,
a contrario. O art.5º/1 do mesmo diploma, sublinha ainda que a eficácia erga omnes
(contra terceiros) só se produz após a data do registo supramencionado.
NOTA: É ERRADO DIZER QUE SE REGISTAM DIREITOS, MAS SIM
FACTOS JURÍDICOS AQUISITIVOS, MODIFICATIVOS OU EXTINTIVOS. A
LEI OBRIGA QUE A TITULARIDADE SEJA REGISTADA (8º-A).
Resumindo, António transmitiu a propriedade a Bento com a celebração do negócio
jurídico da doação, validamente celebrado. O facto de não ter registado não obsta a que
ele seja considerado proprietário do imóvel, pois os direitos transmitem-se por mero
efeito do contrato do ordenamento jurídico português.
II
Carlos pretende constituir a favor de terceiros um direito real ex novo, relativo a um
imóvel da sua titularidade, por considerar que o catálogo legal não tutelava,
integralmente, os seus interesses, pedindo auxílio ao seu advogado para o fazer.
Não pode pois, como supramencionado, o princípio da tipicidade não permite a criação
de direitos ex novos, ou seja, não podem ser criados direitos reais para além dos que
estão na lei.
III
Carlos poderá transmitir, a favor de Daniela, o direito de propriedade de um prédio
que irá construir no Porto, em 2024?
Não, porque não se pode vender uma coisa que vai ser construída em 2022, não há
direito de propriedade sobre coisas futuras, apenas direitos de crédito.
Nos termos do art.408º/2 se a transferência respeitar a coisa futura, o direito de
propriedade só pode ser transferido quando a coisa for adquirida pelo alienante, neste
caso por Carlos.
É possível constituir um direito real sobre coisas futuras, mas o direito real só nasce
quando a coisa nascer. Contrato de compra e venda de uma coisa futura -> derroga a
regra geral do princípio da especialidade: art. 880º/1, não se pode transmitir até se
construir.
Quid juris?
Teoria da Causa: não responde às situações em que o sujeito adquire posse sem
qualquer título.
Teoria Subjetivista: seguida pela maioria da jurisprudência, em harmonia com os
conhecidos autores subjetivistas, Pires Lima e Antunes Varela (também defendido pelo
regente, Rui Pinto).
Teoria Objetivista: prescinde do animus (expressão de vontade), seguida por Oliveira
Ascensão.
(Posse)
Considere as seguintes hipóteses:
I
António, proprietário de um imóvel em Braga, decide emprestá-lo ao seu irmão, Bento,
em 1980, para que este habitasse.
Bento reside no imóvel desde essa data, comportando-se como fosse seu proprietário.
António parte para o Brasil em 1980, regressando, em 2020, para gozar a sua reforma,
pedindo a sua devolução imediata.
Bento recusa, alegando que havia usucapido o direito de propriedade.
Quid juris ?
II
Abel era proprietário de uma herdade em Beja, com 500 hectares.
Bento, desde 1985, utiliza a referida herdade para dar de beber aos seus animais, uma
vez que tal nunca havia causado transtorno a Abel.
Abel morre em 2020, tendo o seu filho, Carlos, de imediato, exigido a Bento que não
mais levasse o gado dele à herdade.
Bento não concorda, alegando que tem o direito de dar de beber ao seu gado, uma vez
que o faz há mais de 35 anos.
Quid juris ?
Oliveira Ascensão: existe controlo material de uma coisa corpórea, mas a declaração
proferida sobre a coisa, descaracteriza a posse.
Crítica - potestativos factum contesta: o comportamento do sujeito é que releva para
efeitos jurídicos e não a declaração que efetivamente profere. A declaração é antagónica
ao comportamento.
Quid juris?
Quando caracterizamos a posse, deveremos prosseguir uma regra básica: recorrer aos
caracteres legais – titulada – dizemos que a posse é titulada quando tiver sido fundada
num modo legitimo de aquisição – 1258.º
Para que a posse seja legalmente titulada, tem que cumprir o modo de aquisição.
JAV + MC – a violência apenas pode ser exercida contra a própria pessoa. Posse
violenta é quando existe roubo, por ex. arrombamento não conta como sendo posse
violenta.
Outra doutrina entende que a posse é considerada violenta em casos mesmo com
arrombamento – Pires Lima.
Base: 255.º - ‘’fazenda’’ – é entendido como o património do possuidor.
Posse publica ou oculta – corresponde à forma como o sujeito se comporta com a coisa.
Posse formal / causal – na posse causal existe uma correspondência direta entre o título
possessório e a titularidade do direito.
Posse interditada – direitos pessoais de gozo – não é considerada uma real posse –
1233.º/2.
Posse civil – engloba usucapião; confere todos os efeitos possessórios.
Para o prof MC esta qualificação faz sentido, mas para o prof JAV não faz sentido
nenhum.
Posse efetiva // não efetiva – a posse efetiva é quando o sujeito tem a suscetibilidade de
ter o controlo material da coisa. A posse não efetiva acontece em direitos pessoais de
gozo.
Posse mediata // imediata – a posse imediata tem a ver com a poesse efetiva e não
efetiva – art. 1252.º
Posse entre C + D – posse não titulada (na posse não titulada presume-se a má-fé), neste
caso há má-fé não presumida porque ambos sabem que estão a lesar um direito de
outrem.
Ordem da posse:
Art. 1258.º - 1259.º (posse não titulada) – 1260.º (posse de má-fé);
António, usufrutuário, decide emprestar um apartamento a Berta para que esta resida
durante a frequência do seu curso de direito, tendo sido celebrado contrato escrito.
Berta passa a habitar no imóvel, a partir de Setembro de 2018, data em que ingressou
na FDL.
Em Março de 2021, António envia uma carta a Berta, dizendo-lhe que precisava da
casa.
Berta, responde a António, dizendo-lhe que não ia abandonar o apartamento.
Perante o comportamento de Berta, e atendendo à sua ingratidão, António decide
arrombar o apartamento e mudar a fechadura, impedindo Berta de entrar.
Berta reage judicialmente, no final de Março de 2021.
Em Setembro de 2021, Berta, cansada de esperar pelo desfecho da acção, decide
arrombar ela própria a porta, enviando depois um sms a António, no qual disse que se
considerava, a partir daquela data, proprietária do apartamento.
Quid juris?
INCOMPLETO
Quid juris ?
Relativamente à sucessão de C:
Se em causa estivesse um contrato de comodato (contrato intuitu personae) este
extinguir-se-ia com a morte do titular principal. Contudo, e de acordo com o regime do
artigo 1057º, Carlos não pode obrigar Abel a abandonar o imóvel.
Relativamente à argumentação de A:
A posse do sucessor é a posse do de cuius - José Alberto Vieira. Uma vez que a posse
continua nos sucessores, a apreensão material é desnecessária, por já ter sido consumada
anteriormente.
Posição da Regência, que defende que a posse se transmite solo consensus por constituto
possessório (artigos 1263.º, c) e 1264.º), nos mesmos termos que se dá a transmissão dos
direitos reais (v. artigo 408.º); C é, com efeito, possuidor do imóvel, mesmo não tendo o
controlo material sobre a coisa corpórea (fenómeno de desmaterialização do corpus
possessório, que nos indica, claramente, que a posse é uma questão de direito -
desmaterialização do corpus prevista no art.1255º - circunstância de regra geral, há
posse mesmo sem controlo material da coisa, nos mesmos termos do anterior
proprietário).
Logo, Abel não tem razão no que diz, e Carlos é sim o legítimo possuidor do imóvel em
questão.
O comportamento de Carlos, para além de não sustentado pois Abel estava a agir
conforme os preceitos outrora contratados, configuram-se como uma figura de assédio.
Quid juris ?
Antunes Varela:
Antunes Varela, na sua obra "Manual de Direito das Coisas", aborda o tema do
abandono de objetos e defende que, para que possa ser considerado abandono, é
necessário que exista a vontade do proprietário em renunciar ao bem. Segundo Varela,
"para que se possa considerar um bem abandonado, é necessário que o proprietário tenha
a intenção de o abandonar" (pág. 245, 9ª edição).
O autor também refere que a falta de utilização do bem por um período de tempo pode
ser um indicador relevante para a caracterização do abandono, mas não é suficiente por
si só. Para que se possa concluir pela existência de abandono, é necessário que existam
outras circunstâncias que demonstrem a intenção inequívoca do proprietário em
renunciar ao bem, como o estado de conservação do objeto, a sua localização e as
manifestações do proprietário.
Manuel de Andrade:
Manuel de Andrade, na obra "Noções Elementares de Direito Civil" defende que o
abandono é uma forma de extinção do direito de propriedade, que ocorre quando o
proprietário deixa o objeto sem uso e sem cuidados por um período de tempo
significativo, com a intenção de se desfazer dele.
No entanto, Andrade faz a ressalva de que a mera falta de uso ou cuidado com o objeto
não é suficiente para caracterizar o abandono. É necessário que haja uma intenção
inequívoca do proprietário em renunciar ao bem, manifestada de forma clara e objetiva.
Além disso, o autor salienta que o abandono não é presumido, devendo ser provado pelo
interessado.
Posse de Bento: não titulada, má-fé, pacífica, pública. Neste caso é também formal: o
exercício possessório não corresponde à titularidade do direito, efetiva (controlo
material total da coisa), civil (confere a plenitude possessória) e imediata (não há
intermediário).
Assim sendo, deve Abel recorrer a uma ação de restituição, prevista no art.1278º/1. Isto
porque enquanto possuidor foi privado da coisa pelo esbulho (Bento). O corpus
possessório é destruído pela intervenção de um terceiro, que concretiza um
desapossamento da coisa, retirando-a da esfera de poder do possuidor.
Tem Abel legitimidade para intentar a ação de restituição pelo artigo 1281º/2, e deverá
ser indemnizado por Bento nos termos do art.1284º.
Tipos de posse:
[art.1252º] Posse Imediata: aquela em que o possuidor pode atuar diretamente sobre a
coisa que controla fisicamente (é nisto que consiste o corpus possessório).
[art.1252º] Posse Mediata: a coisa é detida por terceiro (detentor), que age em nome do
possuidor.
[art.1261º/1] Posse Pacífica: posse adquirida sem violência, presume-se pacifica para
sempre, mesmo que seja posteriormente mantida com violência.
[art.1261º/2] Posse Violenta: posse adquirida com violência, presume-se violenta para
sempre, mesmo que seja posteriormente mantida pacificamente. Resulta da coação física
ou psicológica (nos termos do art. 255º) sobre a pessoa do possuidor (esta é a opinião de
José Alberto Vieira em harmonia com a jurisprudência; existe doutrina que defende que
o património também goza deste preceito).
II
Antónia é usufrutuária de uma quinta em Sintra, usufruto que tinha sido constituído a
seu favor pelo seu viúvo, Bento, pai de Carlos e Dário, os quais herdaram a sua
propriedade com a sua morte.
Carlos detestava a sua madrasta, decidindo começar a ligar-lhe, dizendo-lhe que ela
tinha de abandonar a quinta, tendo contratado vários marginais para rondar o local
durante a noite, para que Antónia temesse continuar a viver no local.
Antónia, apesar do medo com que ficou, continuou a viver no local, decidindo, porém,
pedir conselho ao seu Advogado como forma de lidar com a conduta de Carlos.
Meses depois, Dário, que tinha ainda maior ódio pela madrasta, decide invadir a quinta
com os capangas contratados pelo irmão, exigindo que esta saísse da casa, o que esta
fez, temendo pela sua integridade.
Recomposta do choque, Antónia contacta o seu Advogado, pedindo-lhe que este actue
de imediato para recuperar o acesso à casa.
Carlos e Dário decidiram, após a saída de António, vender toda a produção de maçãs
da quinta a Félix.
Quid juris ?
Dário e os capangas:
O comportamento de Dário e dos seus capangas configura uma invasão da propriedade
de Antónia e uma perturbação grave e ilegítima da sua posse, o que pode dar origem a
várias ações judiciais. Antónia pode intentar uma ação de restituição na posse para
recuperar o acesso à sua propriedade, nos termos do artigo 1278º. Esta ação visa
restabelecer o possuidor na posse do imóvel, quando este tenha sido indevidamente
privado da posse por outra pessoa. Neste caso, Antónia poderá alegar que foi expulsa da
sua propriedade de forma violenta e ilegal por Dário e os seus capangas.
• Art. 1279º - esbulho violento -> não precisa de ir a audiência. CPC: medida cautelar
(377º e 378º)
Advogada de Antónia:
O advogado de Antónia deve aconselhá-la a tomar medidas legais imediatas para
recuperar o acesso à quinta e à casa. Isto pode incluir a apresentação de uma queixa-
crime contra Carlos e Dário e seus capangas, uma ação de restituição de posse, uma ação
de indemnização pelos danos causados, bem como uma ação de proteção dos direitos
fundamentais de Antónia.
Além disso, Antónia pode também intentar uma ação de indemnização por danos e
prejuízos decorrentes da violação do usufruto. Esta ação permite que Antónia seja
compensada pelos danos materiais e morais que sofreu em virtude da venda ilegal dos
frutos da quinta.
Embargos de Terceiro
Está previsto no art.1285º, mas todo o regime adjetivo encontra-se nos art.351º a
art.359º do Código de Processo Civil.
É um meio de defesa da posse. Por exemplo, um possuidor que veja a coisa por si
possuída a ser objeto de uma penhora no âmbito de execução que em que não é o
executado, pode defender-se deduzindo embargos e assim é possivel proteger o titular
do direito real ou pessoal de gozo de, por exemplo, um ato de penhora que coloque em
causa o gozo pleno da coisa corpórea.
Ex.: Imagine que A é proprietário, e adquiriu o imóvel ao banco e a este o paga. Na falta
de pagamento das prestações, o banco vende a casa a C. Mas, A tem contrato de
arrendamento com B no imóvel em questão. O C quer o B fora. Como o direito pessoal
de gozo do B é anterior à penhora, no caso de C querer uma ação de reivindicação, B
pode invocar embargo de terceiro.
(Usucapião)
Relativamente ao usufruto:
O usufruto, previsto no art. 1439º, tem um caráter pleno e temporário. O período pelo
qual se estende o usufruto tem como limite legal a vida do usufrutuário (art.1443º),
implicando a sua extinção (art.1476º/1/a). Não existe uma real enumeração de poderes
do usufrutuário, logo contamos com uma universalidade de gozo, neste caso, da coisa
imóvel, a Herdade.
- Caracterizar a posse de B: titulada, pacífica, boa-fé, civil
- Caracterizar a posse de A: titulada (constituída com base no contrato de usufruto), de
boa-fé, pacífica (adquirida sem coação), pública, imediata, causal, efetiva
(suscetibilidade da pessoa titular do direito poder usar a coisa quando quiser), civil.
Apossamento:
1263º CC:
- Prática de atos materiais: atos físicos necessários à apreensão da tomada de controlo da
coisa. Neste caso, Carlos invade o prédio e apodera-se do mesmo.
- Reiteração da prática de atos: José Alberto Vieira concorda com Oliveira Ascensão que
a formulação do preceito induz falsamente a necessidade de uma repetição de atuação
material, quando o que está em causa é somente a tomada de controlo material da coisa,
que se pode consumar num ato único. O tempo não é relevante para o apossamento, o
que conta é a intensidade da atuação para criar o controlo material da coisa pelo sujeito.
Aqui, Carlos apenas precisou de arrombar o prédio uma vez para ter total acesso.
- Publicidade dos atos materiais: Carlos passa a utilizar a propriedade e as máquinas
agrícolas como suas.
Caracterizar a posse de C: titulada, má-fé, pacífica, pública, à luz do art.1267º/1/d),
Bento está sujeito a perder a posse para Carlos.
Sucessão de Ernesto:
Pelo artigo 1255º, Ernesto enquanto sucessor de Bento passa a possuidor com a sua
morte.
(Acessão)
António, camponês analfabeto, decide tentar a sua sorte em Lisboa, no ano de 2015.
Quando chega à capital, António fica instalado na moradia da sua tia, arranjando
trabalho.
António, decide então construir, nesse mesmo ano de 2015, uma pequena casa
improvisada em tijolo para si, num terreno vazio que se situava ao lado da moradia da
tia e que, segundo esta, estava abandonado há mais de 30 anos.
Uma vez que o salário de António era parco, este decide plantar algumas árvores de
frutos para ajudar no seu sustento, utilizando sementes que surrupiou da sua tia, sem
esta saber.
Aquando das escavações para fundar os alicerces da sua nova casa, António encontrou
um saco com diversas pepitas de ouros que vendeu, em seguida, num antiquário da
Baixa de Lisboa, aplicando, integralmente, o valor recebido na compra dos restantes
materiais de construção da sua nova casa.
Um ano depois, informado por vizinhos de António da nova construção, Bento dirigiu-
se à casa construída, munido da certidão do registo predial que comprovava ser ele
legítimo proprietário do terreno, dizendo a António que aquele terreno era seu, que
tudo o que lá se encontrava lhe pertencia, e que António teria que abandonar o imóvel
de imediato.
António recusou-se a sair do imóvel, dizendo que aquele terreno estava claramente
abandonado quando iniciou a construção, que aquela casa fora construída com o seu
suor e que era sua por direito.
Quid juris ?
BENFEITORIAS ≠ ACESSÃO:
A jurisprudência dominante segue a doutrina de Pires LIma/ Antunes Varela, na qual se
afirma que pese embora haja semelhança entre ambas figuram nomeadamente no
benefício material para a coisa; a benfeitoria verifica-se quando o melhoramento é feito
por alguém com vínculo jurídico ou relação com a coisa, ao passo que, a acessão é um
fenómeno que vem do exterior, de uma pessoa sem contacto jurídico com a coisa.
No caso em apreço, A tomou a iniciativa de construir uma casa, de tijolo, num terreno
alheio, tendo feito obras no mesmo. Atendendo que sendo a casa e as obras de A e o
terreno alheio, aplica-se o disposto do art.1325, na medida em que os pressupostos deste
regime da acessão estão preenchidos: a propriedade de A une-se e a coisa que não lhe
pertencia, mesmo que o terreno tivesse abandonado há 30 anos - como o caso não
especifica o tipo de posse que o dono teria sobre o terreno.
A acessão vem prevista no art.1317º/d) como um facto aquisitivo da propriedade, e pelo
art.1325º dá-se quando a coisa que é propriedade de alguém se une e incorpora outra
coisa que não lhe pertencia.
Para José Alberto Vieira, a acessão pressupõe em regra a verificação cumulativa de dois
requisitos:
1º requisito: explícito no art. 1325º - a união ou mistura de duas (ou mais) coisas;
2º requisito: implícito - a inseparabilidade da coisa resultante da união ou mistura de
duas (ou mais) coisas autónomas.
Tipos de acessão:
- Industrial: resulta da ação humana, constituindo numa situação de união. Está-se
perante uma acessão industrial imobiliária, sendo que respeita a coisas imóveis.
- Intencional: a única é resultado de uma ação humana e a ela é dirigida e não como
resultado fortuito de uma ação humana com outro fim.
- Vertical: situação em que se constrói algo sobre o solo.
Neste caso, caímos sobre a segunda parte do nº 1 do art.1326º, pelo que a acessão
resultou por facto de homem, sendo assim uma acessão industrial. Esta, conta com duas
distinções pelo nº2 do mesmo artigo, influenciada pela natureza das coisas em questão.
Tanto a plantação feita por António, como a habitação por si erguida pertencem à
subseção IV, referente à acessão industrial imobiliária.
Assim, resta questão de saber a quem os materiais utilizados na obra pertenciam. Posto
ato, é sabido que parte dos materiais provinham do salário de A, contudo provinham
também da pepitas de ouro que este descobriu no terreno, sendo que estas, pelo disposto
do art1324, se constituem como tesouro, atendendo que este ouro estava enterrado no
terreno, segundo o artigo supramencionado, A tornaria-se proprietário de memorado do
achado, sendo que o restante seria do proprietário do terreno. Quanto a esta questão, A
tinha a perceção que o terreno estava abandonado há mais de 30 anos, pelo que se aplica
o n2 do artigo: A não teria de denunciar às autoridades, podendo adquirir
imediatamente, Concluindo isto, consideram-se que os bens eram de A, condenado
aplicar o regime da realização da obra própria em terreno alheio, com materiais
próprios.
Correção: o n2 do art 1324.º: tem muito pouca relevância no tráfego jurídico pq não é
algo que acontece regularmente, para anos falar que é muito difícil de se saber, em
concreto, há quanto tempo é que um tesouro foi enterrado/escondido. Por isso, convém
sempre aplicar primariamente o n1 e abrir a hipótese do n2.
1- Acessão automática: Antunes Varela + Pires Lima: sentido literal do 1339 +1340
2- JAV+ AO: potestativa- do quando o dono do terreno pagassem o valor da
indemnização se quisesse ficar com a coisa.
Relativamente à plantação:
António não só a faz em solo alheio como utiliza sementes de terceiro também, neste
caso, da sua tia. Ora, dispõe o art.1342º/1 que serão atribuidos ao donos das sementes os
direitos conferidos ao autor da incorporação previstos no 1340º, independemente da boa
ou má-fé do último.
Assim, não sendo Antonio proprietário do terreno nem das sementes, não vai beneficiar
dessa acessão. Os direitos fornecidos à tia iam respeitar os termos do art. 1340º/1, pois a
plantação valorizou o terreno, que era outrora baldio.
Relativamente à habitação:
Relembrando que António estava de boa-fé, caímos novamente no escopo do
art.1340º/1; sendo que este deve pagar o valor do terreno a Bento que este tinha antes da
habitação, mas não adquire assim imediata propriedade do mesmo. Tal só acontece após
a manifestação de vontade e após o pagamento de indemnização a Bento, ao contrário da
acessão natural, em que o facto aquisitivo da propriedade acontece automaticamente.
António, enquanto beneficiário da acessão, deve exercer o seu direito potestativo, se
assim desejar, e proceder ao pagamento da indemnização legal. Apenas aí passará a ser
proprietário, verificando-se o facto (1316º e 1317º/d).
Ora, tendo em conta que o terreno passa a ser seu, António pode pagar à tia o valor das
sementes bem como pagar indemnização caso haja lugar (que não penso que haja?)
adquirindo assim os materiais que usou, as sementes.
Certidão predial:
Esta certidão, emitida em papel, faz prova da situação jurídica de um imóvel no
momento em que é emitida. Reúne e descreve os registos em vigor que dizem respeito
àquele prédio.
1- Quid juris ?
2- Por referência ao caso acima referenciado, imagine agora que Carlos tinha
adquirido o imóvel em venda executiva (depois da penhora da moradia em virtude das
dívidas de Carlos). Qual seria a sua resposta ao caso ?
Na maioria da doutrina, não concordam que C é 3º porque não é autor comum, mas sim
o tribunal. Mas se o C for considerado desprotegido, só podia intentar responsabilidade
civil contra B, que não registou o facto aquisitivo.
A doutrina que o prof concorda: o tribunal é um veículo" para concretizar a venda mas
do ponto vista da transmissibilidade do direito, este é transmitido da esfera jurídica do A
para o C, nunca passando pelo estado. Autor deve ser entendido como transmitente.
Negócio corporizado num processo executivo.
3- Por referência ao caso acima referenciado, imagine agora que Bento sempre
residira no imóvel desde Novembro de 1988 e que Carlos registara, também o seu facto
aquisitivo.
Qual seria a sua resposta ao caso ?
Como B sempre residira no imóvel e já passaram 33 anos, podemos estar perante uma
situação de usucapião contra registo (usucapio contra tabulas) -> 5º/2??
Conclusão, 1296º usucapião prevalece sobre tudo, incluindo registo.
II
Abel, que cuidava de Berta, interditada por anomalia psíquica de 1990, decide levar a
cabo uma tramoia para passar a propriedade do palacete do Estoril a seu favor.
Para tal, decide ir ter com Carlota, notária em Cascais, que lavra uma escritura para o
efeito, sem o conhecimento de Berta, tendo o facto aquisitivo sido registado a favor de
Bento.
Bento, em 2015, acaba por vender o imóvel a Daniel.
Em 2018, Berta morre, tendo deixado todos os bens a seu único sobrinho, Ernesto.
Ernesto, que nunca se dera com a sua tia, mas sabendo da existência do Palacete do
Estoril, decide investigar o que se passou, acabando por descobrir a tramoia
perpetrada por Abel.
Ernesto, decide, de imediato, requer a nulidade do contrato de compra e venda entre
Berta e Abel.
Quid juris ?
Registo de Bento é nulo, 16/a) CRP. Ernesto pode invocar quer o art.291ºCC quer o
art.17º/2 CRP.
Efeitos do crp:
1º enunciativo - inscrição do fato do registo e que dá ao seu inscritor a consolidação do
seu direito
2º constitutivo - exceção: resulta de casos de direitos reais de garantia (hipoteca) tem
que existir o registo do facto aquisitivo para que a hipoteca nasça.
3º consolidativo - a nossa posição solidifica-se.
4º atributivo: aquisição tabular
Escola de coimbra:
Entende que não é necessária onerosidade nem boa-fé, apenas registo prévio.
Santos Justo:
Parece inclinar-se para a tese da boa-fé.
(Propriedade)
Considere a seguinte hipótese:
I
António comprou um terreno urbano em Mértola a Bártolo com o objectivo de construir
quatro pequenas moradias que pretendia arrendar a terceiros, tendo o vendedor garantido
a possibilidade de construção nestes termos, uma vez que um funcionário da Câmara
Municipal de Mértola lhe havia transmitido essa informação.
Para se salvaguardar António consagrou uma cláusula no contrato de compra e venda,
no qual previa que se a Câmara não deferisse o projecto de construção, o negócio ficava
sem efeito.
Quando deu entrada do respectivo licenciamento, António apercebeu-se de que apenas
podia construir duas moradias, pretendendo reverter o negócio.
Entretanto a Câmara Municipal de Mértola decide expropriar, por utilidade pública, o
terreno de António, uma vez que os casos de Covid estavam a aumentar no município e
necessitavam de um espaço para albergar doentes.
Quid juris ?
II
Madalena, aproveitando que o seu marido Tiago não estava em causa, decide colocar no
contentor do lixo uma cadeira estilo Luís XIV, que esta detestava.
Bento, vizinho do casal que estava a passar no local, no momento em que Madalena se
deslocou ao mesmo, decide de imediato levar a cadeira consigo para casa.
Tiago, quando chegou a casa, verificou que não tinha a sua cadeira no escritório,
pedindo explicações à esposa, tendo Madalena referido que estava farta de antiguidades,
que havia colocado a cadeira no lixo e que a mesma já estava em casa de Bento.
Quid juris ?
1311.º - reivindicação.
Res nulius – coisas adquiridas por ocupação – móveis. Não se adquire por ocupação
coisas imoveis.
III
Abel, proprietário de uma indústria metalo-mecânica sita na Rua da Palma, n.º 2, labora,
diariamente, incomodando o vizinho do prédio da Rua da Palma, n.º 9, Bento, que em
virtude de padecer da síndrome do ouvido irritável, não consegue estar descansado em
casa.
Bento, pede que Abel cesse de imediato aquela situação, o que Abel recusa dizendo que
os decibéis de ruído produzido estão dentro dos padrões legais e que ele tem
licenciamento para o efeito.
Quid juris ?
Art. 1346.º - as coisas tem que estar numa proximidade para que a emissão de fundo ou
afins afete o outro prédio
Cada direito real de gozo tem autonomia per si. O regime da propriedade é o regime
base da grande maioria das matérias dos direitos reais menores.
O direito de propriedade concede um conteúdo mais intenso dos que os outros - 1305.º.
I
António, proprietário de um prédio rústico, decide constituir um usufruto gratuito e
vitalício a favor dos seus quatro netos: Beatriz, Carlos, Dário e Elisa, em Maio de 2017.
O prédio produziu, no final de Junho de 2017, uma tonelada de maçãs, que Beatriz
destinou, integralmente, à sua unidade de produção de sumos de fruta, sem o
conhecimento dos demais usufrutuários.
Em Agosto de 2017, dá-se uma reunião entre os usufrutuários, com o objectivo de
decidir se o muro do prédio deveria ser pintado.
Beatriz e Carlos queriam que o prédio sofresse tal obra, contrariamente a Dário e
Elisa.
Beatriz diz que o prédio será pintado, em virtude de a sua quota no usufruto ser de 70%,
conforme resultara de uma carta escrita pelo Avó António, e que todos tinham
conhecimento.
O prédio acabou por ser pintado.
Em Outubro de 2017, Beatriz, decide proibir Dário de entrar no prédio mudando a
fechadura e alegando que este não havia liquidado a sua parte nas despesas do IMI.
Posteriormente Elisa, que se pretendia “livrar” da família, decide alienar o prédio a
Félix, forjando três procurações de Beatriz, Carlos e Dário, nas quais lhe eram dados
os poderes necessários para vender o prédio.
O negócio é celebrado entre Elisa e Félix do Cartório Notarial do Campo Grande.
No mesmo do negócio acima indicado, Carlos decide ainda doar o seu direito real de
gozo a favor de Zacarias, seu filho, em segredo total.
Quid juris ?
Relativamente às maçãs:
Cada comunheiro tem uma posição quantitativamente determinada na comunhão,
denominada de quota, à qual a lei associa certos efeitos, nomeadamente a posição do
comunheiro. Na opinião de José Alberto Vieira, Pires de Lima e Antunes Varela, a
indicação do valor da quota não tem de ser expressa, contudo, presumem-se
quantitativamente iguais na falta de indicação em contrário no título constitutivo
(1403º/2 2ª parte). Não me parece que a carta em que o Avô escreveu que atribuiu 70% a
Beatriz seja válida pois não pertence ao título constitutivo. (PROF: se o usufruto fosse
oneroso, quem pagava mais ficava com maior quota).
Frutos naturais - cíclicos da coisa. Beatriz não podia. Responsabilidade civil: danos
sofridos e lucros cessantes.
1405º - cada comunheiro tem direito aos frutos da proporção da sua quota. Beatriz
deveria ter informado os restantes comunheiros da sua pretensão.
Prof (concorda com o Mota Pinto):
Poderes individualizados: pode exercer sem autorização dos demais consortes
Poderes maioritários: consortes tem q decidir
Poderes unanimes: poderes que são concretizados através do acordo unânime de todos
os consortes (ex.: venda integral do bem).
Relativamente ao muro:
1407ª - não havia dupla maioria. Recorrer para o tribunal (nº2).
O muro poderia ter sido pintado? Não, mas foi. Qual consequência? Como não havia a
maioria necessária, os consortes que avançaram na pintura, deviam pagar a pintura, e
não os que não queriam, pois o contrato é nulo e não podia ser utilizado contra os outros
consortes.
Em relação ao Zacarias:
Negócio jurídico gratuito: não exige direito de preferência.
PROF:
A comunhão no nosso ordenamento jurídico é de transição e temporária. Ação de
revisão de coisa comum: regime do art.1412º que remete para ação especial prevista no
CPC. Os comunheiros podem a todo o tempo exigir a coisa, excetuando se tratar de
coisa ?
Esta situação não significa que a coisa tenha que ser divisível. Licitação em tribunal:
terreno dos sobreiros, ou ? Direito de divisão.
II
Por exemplo, suponhamos que um casal esteja casado em regime de comunhão de bens
e adquira um apartamento após o casamento. Nessa situação, o apartamento será
considerado um bem comum do casal, pertencendo a ambos os cônjuges na proporção
de 50% cada.
Por fim, nas sociedades civis sem personalidade jurídica, os bens dos sócios podem estar
em comunhão de mão comum. Isso ocorre porque, nesse tipo de sociedade, não há
separação patrimonial entre os sócios e a sociedade. Assim, os bens adquiridos ou
utilizados pela sociedade são considerados como estando em comunhão de mão comum
entre os sócios. É importante observar que, se a sociedade possuir personalidade
jurídica, os bens não estarão em comunhão, pois a sociedade é uma entidade jurídica
separada dos sócios.
(Usufruto)
Dentro dos direitos reais de gozo menor, aquele que goza de maior extensão e
importância no tráfego juridico. QUando o mesmo é de natureza vitalicia, a nua
propriedade fica onerada. Poder de uso e de fuição pertencem somente ao
usufrutuário.
Comecemos por ver o usufruto sucessivo, que parece ser mais relevante para a
questão em mãos: este determina um usufruto constituido a várias pessoas que,
na ordem prevista em titulo constitutivo, cada uma delas vai ser investida no
direito logo que o anterior usufrutuário veja o seu terminar. Ou seja, parece que é
válida a disposição constante na escritura. Assim, quando o usufruto de António
se extinguisse com a sua morte, Dário e Félix tornar-se-iam os novos
usufrutuários. O que nos leva à segunda modalidade, o usufruto simultâneo:
É também permitido, pelo art.1441º, a possibilidade de constituir usufruto a favor
de mais de uma pessoa. Por sua vez, José Alberto Vieira, define esta figura como
"uma forma de comunhão do susufruto (co-usufruto)". Como tal, está sujeito ao
regime juridico da comunhão, com as necessárias adaptações ao art.1404º da
compropriedade.
Penhora de usufruto:
O direito do usufruto é penhorável.
Assim, considero que o tio de Carlos tem razões válidas o suficiente para
sustentar a extinção do usufruto enquanto proprietário (art.298º).
PROFESSOR:
1984º e ss- predio rustico, dizemos que estamos perante um predio um dito de
uso, quando é uma casa é direito a habitação. proporciona o gozo menos intenso
que o usufruto. 1484º- .. na medida das necessidades.
Ex.: platanção com 300 hectares. Usufrutuário pode usar todos os hectares,
enquanto o usufrutuário não precisa de 300 hectares para subsistir; apenas aos
hectares para si e para a sua familia.
(Propriedade Horizontal)