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AULAS PRÁTICAS

DIREITO PROCESSUAL CIVIL I


SUBTURMAS 2, 5 e 7 – ANO LETIVO 2023/2024

Caso n.º 1

Analise o seguinte Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 16.01.20201:

“I - Incumbindo ao autor alegar os factos essenciais que constituem a causa de


pedir e formular o pedido, de harmonia com o disposto no artigo 552.º, n.º 1, alíneas d)
e e), do CPC, não tendo este alegado factos tendentes a apurar a responsabilidade pela
ocorrência do acidente, cuja determinação fundou no acordo de repartição firmado entre
a seguradora e o FGA, e tendo concretamente restringido o pedido formulado contra a
ré seguradora a metade do valor das despesas que suportasse, não podia a Senhora Juíza,
com base no apuramento da responsabilidade pela ocorrência do acidente, na sequência
de outra relação material controvertida conexa, ter condenado a Ré ora Recorrente ao
pagamento da indicada quantia global à autora, com base em fundamento não alegado
pela parte sobre a qual tal ónus recaía, nos termos também definidos no artigo 342.º, n.º
1, do Código Civil, e em pretensão que pela mesma não foi integralmente deduzida
contra esta parte.

II - Consequentemente, a sentença recorrida é nula, por violação do princípio


dispositivo, concretamente dos limites da condenação definidos no artigo 609.º, n.º 1, do
CPC, segundo o qual a sentença não pode exceder os limites quantitativos do pedido,
condenando em quantidade superior à pretensão deduzida pelo Autor contra a ora
Apelante, e incorrendo na nulidade prevenida no artigo 615.º, n.º 1, alínea e), do CPC, o
que impõe a sua alteração em sede do presente recurso, nos termos previstos no artigo
665.º, n.º 1, da codificação processual civil.”

1
Cfr. Acórdão do Tribunal da Relação de Évora de 16.01.2020, Processo: 1195/08.0TVLSB.E2, Relatora
ALBERTINA PEDROSO, disponível em:
http://www.dgsi.pt/jtre.nsf/134973db04f39bf2802579bf005f080b/6506949e4720a88d802584ff0043a664?
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Caso n.º 2

Anabela, portuguesa e residente em Lisboa, casada no regime de comunhão de


adquiridos, decidiu contratar os serviços de Carolina, americana, reputada fotógrafa da
empresa “Photos”, com sede em Chicago e sucursal em Lisboa, para assegurar a
reportagem fotográfica da festa de celebração do seu primeiro ano de casamento. A
celebração teve lugar no dia 29 de julho de 2017, numa quinta situada em Cascais.
No contrato de prestação de serviços celebrado entre Anabela e o gerente da
sucursal de Lisboa da sociedade “Photos” ficou acordado que o preço da reportagem
fotográfica, no valor de 15.000,00 €, seria pago através de transferência bancária. Em
agosto de 2017, Anabela recebe um email da sucursal em Lisboa da empresa “Photos” a
informar que não seria possível entregar as fotografias, porquanto os respetivos suportes
digitais tinham ficado danificados num ataque informático que a empresa sofrera.
Inconformada, no dia 15.09.2017, Anabela instaura ação judicial contra a
empresa “Photos”, no tribunal de comércio de Cascais, pedindo a condenação da Ré no
pagamento de uma indemnização pelos danos causados pelo incumprimento do contrato
de prestação de serviços, no montante 20.000,00 €.

Imagine, que o Tribunal Judicial condena a Photos no pagamento da quantia de


20.000,00 € a Anabela, acrescido de valor a título de indemnização por danos
morais por entender que o incumprimento era particularmente grave. Fê-lo
igualmente sem ouvir nenhuma das partes no processo. Como qualifica esta
decisão?

Caso n.º 3

Giovanni, italiano, é casado com Selena, espanhola, residindo ambos em Itália.


Quando passavam férias em Portugal, pela altura da Páscoa, decidiram adquirir algumas
antiguidades numa loja em Braga, propriedade da sociedade “Bracara Antiguidades,
Lda”. Contudo, uma vez que os objetos por eles pretendidos careciam de alguns
trabalhos de restauro, celebraram um contrato de compra e venda com a sociedade no
qual ficou convencionado que as peças seriam levantadas em loja na véspera de o casal
partir para Itália, mediante o pagamento da quantia de 5.500,00 €.
Sucede que na data convencionada entre as partes, Giovanni e Selena não só
não procederam ao levantamento dos objetos, como também não pagaram o preço
acorado entre as partes. Por essa razão, a sociedade “Bracara Antiguidades, Lda.”
pretende propor uma ação judicial contra Giovanni e Selena, a fim de lhes exigir o
cumprimento do contrato e, consequentemente, o pagamento do preço convencionado.

Qual seria o tribunal internacionalmente competente para a apreciação deste


litígio?

Caso n.º 4

No dia 1 de janeiro de 2017, Bernardo, cidadão de nacionalidade portuguesa e


residente em Vila Nova de Gaia, deslocou-se a Vigo no seu veículo automóvel. No
caminho, Bernardo sofreu um acidente de viação, provocado por Juan, cidadão de
nacionalidade espanhola e residente em Vigo.
Em resultado desse acidente de viação Bernardo sofreu ferimentos graves,
tendo sido inicialmente socorrido no Hospital de Vigo onde permaneceu internado
durante 15 dias. Após, foi transferido para o Hospital de S. João, na cidade do Porto,
onde ficou internado durante três meses e foi submetido a diversos tratamentos médicos.
Na sequência desse acidente, Bernardo pretende ser indemnizado pelos danos
sofridos, os quais avalia no montante de 100.000, 00 €, tendo proposto na secção central
cível de Vila Nova de Gaia uma ação declarativa de condenação contra Juan.

Pronuncie-se sobre a competência internacional dos tribunais portugueses.

Caso n.º 5

Carlos e Daniela, casados sob o regime de comunhão de adquiridos e residentes


em Faro, celebraram em Sevilha, em janeiro de 2017, com o cidadão marroquino
Ohmar Zahir, residente em Rabat, um contrato de promessa de compra e venda, com
eficácia real, de uma moradia de férias, sita em Marselha, pelo qual Ohmar lhes
prometia vender a referida moradia pelo preço de 350.000,00 € tendo aqueles entregue
nesse ato, a título de sinal, a quantia de 50.00,00 €.
Nesse contrato-promessa de compra e venda ficou estipulado que a escritura
pública de transmissão da propriedade seria celebrada até ao dia 15 de maio de 2017,
sendo que a marcação dessa escritura seria da responsabilidade de Ohmar. Além disso,
as partes acordaram, mediante troca recíproca de mensagens de correio eletrónico, que,
para a apreciação de qualquer litígio emergente do incumprimento desse contrato,
seriam exclusivamente competentes os tribunais espanhóis.
Sabendo que a referida escritura nunca chegou a ser marcada, não obstante
Carlos e Daniela terem interpelado Ohmar para o efeito, estes pretendem, por isso,
obter a execução específica do contrato promessa de compra e venda.

Determine o tribunal internacionalmente competente para apreciar esta relação


jurídica.

Caso n.º 6

A sociedade comercial Pedro da Maia & Filhos, Lda., com sede em Santa
Maria da Feira, dedica-se ao fabrico e comercialização de rolhas de cortiça. No
desenvolvimento dessa sua atividade, forneceu à sociedade DFB, com sede em
Munique, na Alemanha, mercadorias no valor de 70.000,00 €, conforme melhor consta
de uma fatura emitida aquando desse fornecimento. O preço devia ser liquidado no
prazo de 30 dias.
Sucede, porém, que a sociedade DFB, apesar de ter recebido as mercadorias e de
ter aceitado essa fatura, não procedeu ao pagamento do preço devido, nem na data do
vencimento da obrigação, nem posteriormente.

a) Suponha que a sociedade comercial Pedro da Maia & Filhos, Lda., propôs
uma ação no juízo central cível de Santa Maria da Feira e que o juiz, embora
com dúvidas, considerou que os tribunais portugueses têm competência
internacional para o conhecimento da causa. Sabendo que a ré interpôs recurso
dessa decisão, como deveria o tribunal superior julgar o recurso?
b) A sua resposta seria a mesma se por hipótese, a sociedade DFB tivesse a sua
sede em São Paulo, no Brasil?

Caso n.º 7

O condomínio do prédio sito na Avenida das Descobertas Portuguesas, n.º


231 em Guimarães, celebrou, em janeiro de 2017, um contrato de empreitada com a
empresa Pintabem, Lda., com sede em Viana do Castelo, por via do qual esta
empresa comprometeu-se a realizar obras de reparação do telhado, pintura da fachada
e substituição da canalização do edifício, pelo preço global de 5,000,00 €.
Sucede, porém, que, devido à má concretização da empreitada, assim que
surgiram as primeiras chuvas nesse ano, começaram a surgir fissuras e infiltrações nas
paredes do edifício.

Qual será o tribunal competente para o conhecimento do mérito da causa?

Caso n.º 8

No dia 10.08.2016, Antónia, domiciliada no Estoril, encantada com o imóvel


denominado “Cape Point”, situado a sul da Cidade do Cabo (África do Sul), junto ao
Cabo da Boa Esperança, que conheceu nas férias que aí passou em julho, celebrou um
contrato de compra e venda com Bernard, jurista, domiciliado na mesma Cidade do
Cabo, através do qual lhe comprou o referido imóvel pelo preço de 3.000.000,00 €.
Do contrato constava a seguinte cláusula: “Para qualquer litígio emergente do
presente contrato serão competentes os tribunais de Lisboa”.
Em setembro de 2016, Antónia, depois de regressar de um safari do Kruger, ao
tentar entrar na sua nova casa denominada “Cape Point” constatou que Bernard se
encontrava lá instalado e que se recusou a entregar-lhe o imóvel.
Inconformada, no dia 03.10.2016, Antónia resolve instaurar uma ação judicial
contra Bernard, no juízo local cível de Cascais, do tribunal de comarca de Lisboa
Oeste, pedindo a declaração do seu direito de propriedade relativamente ao imóvel
denominado “Cape Point”.
Suponha que o Réu alega na contestação que o tribunal não é competente para
conhecer do litígio, atendendo a que o litígio diz respeito ao direito de propriedade
sobre um imóvel situado na África do Sul. Em face desta defesa, o juiz julga
improcedente a exceção invocada pelo Réu e considera-se competente para conhecer do
mérito da causa.
a) Aprecie esta decisão, indicando, caso necessário, o regime da incompetência
adequado.
b) De que forma é que a sua resposta mudaria caso o autor propusesse a ação
no juízo local cível do tribunal de comarca de Lisboa? E no juízo de
comércio do tribunal de comarca de Lisboa?

Caso n.º 9

O gato de Raquel, Tricky, decide estragar o sofá de João, domiciliado em


Cascais, provocando danos no valor de 200€.
João pretende obter uma indemnização pelos referidos danos, tendo para esse
efeito, entregue Petição Inicial no Tribunal da Comarca de Lisboa Oeste, no qual
identifica como Réu o gato Tricky. Quid Iuris?

Caso n.º 10

No dia 11 de janeiro de 2017, o condomínio do prédio n.º 35, sito na Avenida


do Diabo, em Lisboa, reuniu-se em assembleia geral ordinária de condomínios, a fim
de proceder à análise e votação das contas referentes ao exercício de 2016.
Nessa assembleia, depois de ter sido constatada a existência de um saldo
negativo em virtude do não pagamento de algumas contribuições por um dos
condóminos, deliberou-se propor uma ação judicial contra o condómino faltoso
(Bento), por falta de pagamento de algumas prestações de condomínio desde 2007,
sendo este devedor da quantia global de 4.500,00 €.
Nessa assembleia, esteve presente Bento, o qual justificou o não pagamento
das contribuições com a circunstância de a fração autónoma de que é proprietário se
encontrar bastante danificada em consequência da humidade resultante da falta de
impermeabilidade das paredes exteriores do edifício, razão pela qual se recusa
terminantemente a pagar a sua quota-parte referente aos encargos de conservação e
fruição do edifício enquanto essa situação não for resolvida.
Na sequência dessa deliberação, o condomínio pretende propor uma ação
judicial contra Bento, por via da qual este seja condenado a pagar ao condomínio as
contribuições em dívida.
Suponha que, na sua contestação, Bento invocou a falta de personalidade e de
capacidade judiciária do condomínio. Quid Iuris?

Caso n.º 11

António reside em Braga e é proprietário de uma pequena oficina de reparação


de veículos automóveis.
António viajou a Paris para uma ação de formação sobre reparação de
automóveis, porquanto este se queria especializar em recuperar automóveis das marcas
Citroen e Peugeot. Ainda em Paris, António, com o intuito de expandir a sua atividade
comercial contraiu um empréstimo bancário, no valor de 30.000,00 €, junto da agência
do Banco Internacional Francês (com sede principal em Paris).
Nesse contrato, ficou convencionado que a restituição da quantia mutuada,
acrescida de juros, teria lugar até ao final do mês de janeiro de 2017.
Sucede, porém, que, devido à acentuada redução da atividade da oficina
explorada por António, não foi possível amortizar o empréstimo, nem na data
convencionada, nem posteriormente, razão pela qual o a sucursal do Banco
Internacional Francês no Porto pretende propor uma ação judicial, tendente à
restituição do capital mutuado, acrescido de juros no montante de 2.500,00 €.

a) Pronuncie-se em relação à personalidade e capacidade judiciárias da


Autora e do Réu.
b) Imagine que a gerente da Autora assinou sozinha a Petição Inicial? Quid
Iuris.

Caso n.º 12

Andreia, dinamarquesa, residente em Lisboa, propôs ação de indemnização, no


valor de 31.000,00 € contra a sociedade XY com sede na Amadora, por aquela não lhe
ter entregado o automóvel que aí adquiriu.
Andreia, estudante de Direito, não recorreu a advogado para instaurar a
presente ação. Quid Iuris.
Caso n.º 13

Alice, sócia principal da sociedade Flores&Felicidade, Lda, confiava


cegamente na sua empregada “mais competente” a Bernardina. Certo dia, Bernardina,
aproveitando-se da confiança que Alice lhe depositara ao longo dos anos, informou a
Alice da existência de dívidas (50, 000 €) da sociedade com o seu fornecedor principal, o
senhor Humberto. Alarmada, Alice transfere para Bernardina o montante em dívida
para esta a extinguir de imediato. No dia seguinte, Bernardina não aparece na
sociedade, e não responde aos telefonemas de Alice. Desconfiada, esta última liga de
imediato ao senhor Humberto e pergunta-lhe se a Bernardina já tinha pagado a dívida
em causa, ao que o senhor Humberto lhe responde que a sociedade nada deve ao seu
fornecedor principal.
Alice, ao aperceber-se que a sua empregada a enganou, telefona de imediato à
sua filha Carlota e pergunta-lhe o que pode fazer, ao que a sua filha responde que
deve propor uma ação em tribunal de imediato para recuperar o montante de 50, 000 € que
a Bernardina angariou.
Alice, preocupada com o estado patrimonial da sociedade, intenta uma ação de
condenação no tribunal contra o senhor Humberto.
a) Pronuncie-se sobre a legitimidade processual do Senhor Humberto.
b) A resposta anterior manter-se-ia se Alice, ao longo dos factos alegados na
sua Petição Inicial, tivesse descrito apenas Bernardina como Ré?
c) Imagine agora que Alice tinha antes instaurado a ação contra Bernardina.

Bernardina, na sua contestação, vem alegar que não foi esta que enganou
Alice, mas sim a sua irmã gémea Carolina, logo esta não seria parte legítima na ação.
Quid Iuris.

Caso n.º 14

António (vendedor) e Bento (comprador) celebraram, no dia 11 de novembro de


2020, um contrato de compra e venda de um imóvel sito em Leiria. Ficou acordado no
contrato de compra e venda que a obrigação da entrega das chaves do imóvel seria
cumprida por António no dia 11 de dezembro de 2020. Contudo, António nunca
chegou a entregar as chaves do imóvel a Bento. Pelo exposto, Bento decidiu propor
uma ação de reivindicação contra António.
Na sua contestação, António alega que não é parte legítima uma vez que vendeu o
imóvel a Carlos. Quid Iuris.

Caso n.º 15

No dia 05.01.2016, Alice e Bernardo, casados no regime de comunhão de


adquiridos, adquiriram um imóvel denominado “Herdade Maravilha”, sito em Évora
composto por 10 hectares de terreno e um imóvel em bom estado e com alguns bens
móveis, pelo valor global de 1.500.000,00 €, tendo em vista passar a morar naquela
Herdade.
No dia 03.08.2016, pretendendo efetuar a mudança para a sua nova
propriedade, o casal verifica que a porta do imóvel havia sido arrombada, encontrando-
se inutilizada a porta blindada no valor de 5.000,00 €, e estando em falta diversos bens
móveis que faziam parte do recheio da casa no valor de 200.000,00 €.
Tentando perceber o que se tinha passado, o casal foi até a um dos mais
frequentados cafés da Praça do Giraldo, em Évora, e ficaram logo a saber que havia
sido Carlos que tinha invadido a Herdade e furtado os bens móveis da casa em causa,
tendo toda a atividade sido presenciada por Dolores, que comprara um binóculo para
contemplar as estrelas à noite e, acabou por visualizar todos os movimentos de Carlos,
tendo inclusivamente chamado as autoridades (que já não foram a tempo de prender o
larápio, ainda hoje em parte incerta).
No dia 01.09.2016, Alice instaurou uma ação judicial contra Carlos, na secção
de competência genérica de Elvas da instância local do tribunal de Portalegre, pedindo
o pagamento de uma indemnização no valor 205.000,00 €, correspondente ao valor dos
danos patrimoniais acima descritos.

Aprecie a legitimidade ativa e passiva para os pedidos formulados por Alice.

Caso n.º 16
António, Berto, Carlos e Daniel são comproprietários de um terreno situado em
Coimbra. António pretende pôr termos à compropriedade – pretensão essa a que
Berto, Carlos e Daniel se opõem perentoriamente – razão pela qual decidiu procurar
um advogado, a fim de propor a ação judicial adequada a esse propósito. Suponha que
o advogado de António instaurou a correspondente ação contra Carlos. Quid iuris.

Caso n.º 17

António acedeu a um pedido do seu amigo Bento para lhe encomendar a


Carlos 60 toneladas de ananás dos Açores. Este fruto, muito apreciado por Bento,
destinava-se a ser utilizado no fabrico de um licor caseiro, que Bento iria
experimentar fazer numa quinta que possuía em Coimbra. A compra e venda foi
acordada em Ponta Delgada, numa deslocação que António aí fez por razões de
saúde. António pagou logo uma parte do preço global a Carlos (20.000 €), tendo
ficado estabelecido que a parte restante (30.000 €) seria paga assim que a mercadoria
chegasse ao seu destino, por transferência bancária para uma conta que Carlos
possuía num banco em Ponta Delgada. Sucede que, apesar de ter enviado as 60
toneladas de ananás para Bento, Carlos nunca chegou a receber os 30.000 € em falta.
Resolve então propor num tribunal de Lisboa uma ação contra António, pedindo a
condenação deste no pagamento dos 30.000 €.
Uma vez citado, António vem a alegar na contestação, ser completamente
inútil a propositura da ação em referência, porquanto as obrigações já se encontravam
vencidas. Quid iuris.

Caso n.º 18

Adriana, celebra um contrato de compra e venda com Marta e Paulo,


mediante o qual cada um se compromete ao pagamento da quantia de 50.000,00 €,
no prazo de um ano.
a) Considerando que decorridos 369 dias desde a celebração do contrato,
nenhum dos compradores prestou a quantia devida, poderia Adriana
demandar judicialmente apenas Marta, de forma reaver a totalidade do
valor em falta?
b) Considere que Marta e Paulo são casados em regime de comunhão de
adquiridos. Teria Adriana de demandar ambos os contraentes?

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