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1. Introdução
Diante da acirrada competitividade entre os mercados mundiais, entender a real situação
econômica e financeira de uma empresa é peça fundamental para sua continuidade nos
negócios. Portanto, empresas sólidas e competitivas têm como principal característica, a
capacidade de honrar suas obrigações perante os capitais ali aplicados, principalmente os
capitais de terceiros expressos em seus Passivos de Curto e Longo Prazo.
Para que as empresas possam sobreviver em um mercado altamente competitivo, é necessário
obter maior retorno financeiro. Para que isso ocorra, as informações contábeis devem remeter-
nos a informações financeiras mais atuais, projetando os resultados financeiros para o futuro,
permitindo que o gestor tenha tempo para planejar as mudanças necessárias para que a empresa
volte a ter saúde financeira.
Baseado neste contexto, objetiva-se, nesta pesquisa, analisar a Solvência de uma empresa por
meio dos resultados obtidos na aplicação do método de Kanitz. O termômetro, como é
conhecido o método, como ferramenta matemática de caráter estatístico, poderia refletir a
situação financeira da empresa, determinando a tendência de uma empresa falir ou não. Os
indicadores financeiros poderiam identificar ou prevenir de forma fácil a realidade financeira
das empresas. Para tanto, é necessário verificar quais indicadores serão mais específicos para
mensurar potencial insolvência.
Segundo Kanitz (1974), os primeiros sintomas de falência de uma companhia são demonstrados
muito antes de sua concretização, isso tem sido observado ao longo do tempo em diversos
trabalhos científicos de análise de demonstrações financeiras. Essa é uma premissa que
contempla um primordial objetivo contábil, qual seja: auxiliar na previsão para apoiar decisões
e estratégias.
Este pressuposto originou o método denominado Termômetro de Kanitz, ferramenta que indica
possibilidades e orienta a empresa a alterar suas práticas atuais. Contudo, não há somente
elogios e credibilidade a esta ferramenta de análise financeira. Dessa maneira, existem estudos
que criticam a veracidade e utilidade das informações.
Seja este método eficiente ou não, é fato que diversos estudos científicos e técnicos foram
desenvolvidos a partir da aplicação do mesmo e estão disponíveis para consulta. Isto ocorre, na
maioria das vezes, pela necessidade premente das empresas provarem sua solvência diante de
credores, acionistas e bancos.
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“Contribuições da Engenharia de Produção para a Gestão de Operações Energéticas Sustentáveis”
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2. Fundamentação Teórica
Segundo Matarazzo (2010), a insolvência é o estado de inadimplência causado pela falta de
capacidade da empresa em cumprir com suas obrigações de contas a pagar até a data estipulada
para seu vencimento.
De acordo com Stüpp (2015), a previsão de insolvência busca uma classificação mais confiável
e objetiva, buscando identificar futuros problemas financeiros, despertando o interesse de
diversos usuários na análise das demonstrações como: investidores, instituições de créditos,
auditores, contadores, administradores, acadêmicos e pesquisadores.
Segundo Matarazzo (2010), informações relativas à solvência da empresa são utilizadas por
usuários externos, tais como os bancos, os quais estão preocupados com a solvência de seus
clientes para que, assim, possam mensurar o valor do crédito dado a estes e até hierarquizar
clientes em potencial, levando em consideração a sua capacidade futura, ou negar o crédito, ao
chegarem à conclusão que a pessoa física ou jurídica se encontrem em um estado de insolvência.
Dessa maneira, o conhecimento sobre a solvência pode servir como ponto inicial de uma
política estratégica que melhor se encaixe na dinâmica da empresa.
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Por outro lado, Teixeira (2012) define o Termômetro de Kanitz como um modelo de análise
que determina o grau de insolvência das empresas. O qual se baseia na combinação de alguns
indicadores de liquidez, de endividamento e rentabilidade. Essa ferramenta de gestão utilizou
estes índices financeiros com o fito de criar um termômetro que, a partir do resultado de sua
aplicação, indica a tendência de uma empresa falir ou não.
O termômetro de insolvência de Kanitz foi um dos modelos precursores no Brasil na década de
70. Ao publicar seu modelo, Kanitz não esclarece como chegou na fórmula de cálculo, alegando
tratar-se de um ferramental estatístico. Durante o estudo de Kanitz centenas de empresas que
faliram ou pediram concordata foram analisadas e o autor concluiu que os sintomas de falência
ou concordata surgem muito antes de ocorrerem de fato, e que os indicadores de liquidez muito
usados na época para ceder créditos não são seguros a ponto de garantir que uma empresa seja
totalmente solvente. Logo alguns destes itens foram utilizados na seguinte equação:
K = 0,05*X1 + 1,65*X2 +3,35*X3 - 1,06*X4 - 0,33*X5
Onde:
X1 = Índice de rentabilidade da patrimônio líquido;
X2 = Liquidez Geral;
X3 = Liquidez Seca;
X4 = Liquidez Corrente;
X5 = Grau de endividamento.
Nesse contexto, iremos demonstrar como foi calculado cada um desses indicadores que
compõem o “Termômetro de Kanitz”.
• Rentabilidade do Patrimônio é igual ao Lucro Líquido dividido pelo Patrimônio Líquido;
• Liquidez Geral é igual ao somatório do Ativo Circulante e do Ativo Realizável a Longo
Prazo dividido pelo somatório do Passivo Circulante e do Passivo Exigível a Longo Prazo;
• Liquidez Seca é igual ao valor do Ativo Circulante menos o valor dos Estoques dividido
pelo Passivo Circulante;
• Liquidez Corrente é igual ao valor do Ativo Circulante dividido pelo valor do Passivo
Circulante;
• O Grau de Endividamento é igual ao somatório do Passivo Circulante e do Passivo Exigível
a Longo Prazo dividido pelo Patrimônio Líquido.
Segundo Rebello (2010), o estudo foi elaborado por intermédio de dados quantitativos retirados
de algumas empresas que foram à falência, relacionando esses dados com quocientes, inserindo
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pesos a estes (pesos que foram resultados de análise quantitativa realizada na amostra) e
somando os resultados obtidos, o que passou a chamar de “fator de insolvência”; esses
resultados são avaliados através de grupos de certos valores, que mostram se a empresa se
encontra em estado de “insolvência”, “penumbra” ou “solvência”.
De acordo com Costa (2014), o modelo de Kanitz afirma que uma empresa com o Fator de
Insolvência entre 0 e 7 está na faixa de solvência, entre -3 e 0, na região da penumbra ou
indefinida. A zona de insolvência é compreendida na faixa entre -7 e -3. Estudos que utilizaram
o Termômetro de Kanitz e abordam suas diversas dimensões, pode-se perceber uma
característica comum a análise da situação econômica e financeira das organizações. Conforme
é mostrado na figura 1:
Figura 1 - Termômetro de Solvência
3. Metodologia
A metodologia utilizada para este trabalho foi descritiva e dedutiva, pautada em bibliografias
de documentos técnicos disponibilizados através de livros e sites de pesquisa, propondo o uso
do método de análise econômico-financeira, “Termômetro de Kanitz”, desenvolvendo um
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4. Estudo de Caso
Diante do exposto na metodologia deste artigo, o estudo de caso foi realizado para a Midauar
Alimentos, tomando posse de seus demonstrativos financeiros, por ser uma empresa de capital
aberto, visando explorar a aplicação do método de Kanitz. Para a elaboração do estudo, foram
calculados todos os indicadores econômico-financeiros necessários da companhia, a fim de
possibilitar o cálculo do Fator de Insolvência e, assim, analisar a saúde financeira da empresa
por meio do Termômetro de Kanitz
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Por ser uma empresa de capital aberto, os dados foram facilmente coletados através da
plataforma de relações com investidores da companhia, facilitando a realização do estudo.
Dessa forma, foi evidenciando o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE) para cada um dos anos mencionados. Deles, foram retiradas as variáveis
utilizadas para o cálculo de cada indicador, conforme explicação elaborada no tópico 2.3 deste
artigo. Na figura 2, pode-se observar os resultados dos cálculos de cada um dos 5 indicadores
em cada ano analisado.
Figura 2 - Indicadores
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A fórmula encontrada por Kanitz, que faz uso dos indicadores calculados, como já explicado,
é composta por 5 produtos entre os indicadores mencionados e os fatores de multiplicação
definidos. Assim, o Fator de Insolvência foi calculado para cada um dos anos analisados.
K = 0,05*X1 + 1,65*X2 +3,35*X3 - 1,06*X4 - 0,33*X5
Figura 3 - Fator de Insolvência
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5. Análise de Resultados
Ao analisar os resultados financeiros atingidos pela Midauar Alimentos, no ano de 2019, vemos
que a empresa apresenta segurança ao pagar suas obrigações a longo prazo e ainda reservar
patrimônio, e ainda consiste em uma visível evolução quando comparado com os dados de
2018, pois esse fato garante a sobrevivência da empresa. Os resultados da pesquisa indicam que
a utilização do termômetro de Kanitz permite tanto uma melhor evidenciação da situação
financeira da empresa objeto do estudo quanto uma melhor compreensão acerca das eventuais
necessidades de financiamento de capital de giro. Portanto, a empresa deve manter a prática de
realizar essas análises, com o intuito de acompanhar a capacidade da organização de impedir
sua falência por conta de dívidas acumuladas.
Em um cenário de concorrências cada vez maiores, o termômetro de Kanitz constitui-se uma
excelente forma de comunicar aos acionistas e demais stakeholders a respeito da saúde
financeira da empresa e angariar ainda mais investimentos para tornar a empresa cada vez mais
consolidada no mercado.
Assim, através da aplicação do método de Kanitz, além de visualizar de forma estratégica
aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros do negócio, a companhia ainda
consegue comparar sua realidade com outros cenários tanto próprios quanto relativos à
concorrência.
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6. Considerações Finais
O Termômetro de Kanitz tem como objetivo medir o nível de insolvência das empresas, ou
seja, o quanto a empresa é capaz, ou não, de cumprir com suas obrigações, observando a relação
entre ativo e passivo. Para a realização de tal análise, o método é baseado na combinação de
diversos indicadores de liquidez, de endividamento e rentabilidade, como foram apresentados
os indicadores de rentabilidade do patrimônio, liquidez geral, liquidez seca, liquidez corrente e
grau de endividamento. Analisando tais informações, foram feitas conclusões, ponderando,
estatisticamente, os valores. Concluindo se a empresa está localizada na faixa da insolvência,
da penumbra ou da solvência.
A metodologia utilizada, juntamente com as informações a respeito dos indicadores, bem como
aliado aos parâmetros de outras organizações, foi crucial para entender a saúde financeira da
Midauar Alimentos, bem como ressaltar a relevância de estudos dessa natureza no mundo
corporativo, bem como no amplo universo de investimentos.
Observando os valores obtidos das análises realizadas nos anos de 2018 e 2019 da Midauar
Alimentos, o crescimento da solvência ficou evidente, o que suscita uma busca por
justificativas, bem como a tratativa de tais informações buscando a realização de ações que
mantenham a empresa em um patamar elevado, bem como continue num caminho próspero de
saúde financeira.
Como recomendação de estudo futuro, propõe-se a análise de concorrência direta, bem como
traçando um paralelo com a situação do mercado como um todo, contemplando empresas de
diferentes setores para obter dados relevantes acerca da situação financeira das organizações do
ramo, bem como de outras empresas de ramos distintos, podendo servir, inclusive como
comparativo para estudos de custo de oportunidade de investimento e de investimento
financeiro em mercado de capitais.
REFERÊNCIAS
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http://www.ebah.com.br/content/ABAAAhDq8AF/atps-estrutura-analisedemonstracao-financeira?part=2> .
Acesso em: 10 de maio de 2021
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pequenas e médias empresas do setor de confecções. VI JCET- Pouso Alegre/ MG 2014.
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