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2 ESTUDO DE VIABILIDADE E SUSTENTABILIDADE 

²O estudo de viabilidade é a análise que tenta prever o eventual êxito ou fracasso de um projeto.
É uma ferramenta de planejamento que define se o projeto ou empresa é capaz de gerar
resultados positivos, ou não. Ela é realizada através da análise de dados e variáveis que
fornecem indicadores para que decisões mais assertivas sejam tomadas[grifo nosso].

Todo gestor ao iniciar uma empresa ou projeto deve realizar um planejamento que possa ser
direcionado[grifo nosso] ou até mesmo analisar os fatores indispensáveis desse novo projeto.
Problemas ligados à gestão, ao planejamento ou pela falta dele, dificultam o resultado esperado,
ou em casos mais graves impedem até mesmo o lançamento de um projeto, ou empresa. Muitas
vezes isso acontece pela ausência da análise prévia da viabilidade do negócio.

Ao realizar o estudo da viabilidade, você poderá gerar diversos benefícios e evitar situações que
gerem prejuízos para o novo negócio. Os Benefícios são: Prevenir perdas financeiras; Mitigar os
riscos envolvidos no projeto; Dar segurança na tomada de decisões; Esclarecer dúvidas em
relação às transações envolvidas nesse novo ciclo e Criar uma estrutura sólida para que seu
projeto possa se consolidar no mercado[grifo nosso].

Um bom estudo da viabilidade envolve três variáveis fundamentais:

 Estudo Técnico
 Estudo Financeiro
 Estudo Econômico

2.2.1. Estudo Técnico

A variável técnica é o primeiro passo do estudo da viabilidade... Cada projeto ou empresa tem
sua variável técnica distinta. Dependendo do segmento, haverá uma necessidade ou análise de
campos e vertentes diferentes. O desenvolvimento de software é um projeto mais complexo,
considerando que envolve um levantamento mais profundo das necessidades da empresa desde
os processos de otimização até a disponibilidade de insumos tecnológicos necessários para
execução do projeto.

É aí que entra a variável técnica. Ela irá avaliar se a equipe é capaz de desenvolver o projeto ou
negócio ou não. Além disso, é através da análise das possibilidades encontradas no projeto em
questão, detalhando as barreiras técnicas, que poderão existir em cada um e construindo um
esboço visual do modelo. Ao concluir, o gestor terá uma visão mais clara das alternativas mais
viáveis para tirar seu projeto do papel.

2.2.2. Estudo Financeiro

A variável financeira vai considerar muita das informações levantadas no estudo técnico, como:

 Tamanho da equipe
 Os profissionais necessários
 O prazo de conclusão x investimento
 O custo total estimado de material e horas

E ela tem como objetivo estimar o total de investimento necessário para colocar o projeto em
prática. Para isso, irá considerar alguns fatores, como:

 Capital inicial;
 Despesas;
 Receitas;
 Rendimentos;
 Desembolsos para investidores.

Para o estudo financeiro, o foco deverá ser voltado apenas por um projeto ou uma área e é uma
ferramenta fundamental para captação de novos investidores. Por fim, é importante lembrar que
quanto maior a capacidade de investimento, menor tende a ser o prazo de conclusão ou start
para o novo projeto.

2.2.3. Estudo Econômico

A variável econômica é última variável a ser considerada... Seu objetivo é analisar os custos e
benefícios do projeto, verificando se o investimento será recuperado através de sua operação,
em quanto tempo isso vai acontecer e qual o potencial de receitas e lucros para os anos
subsequentes. Além disso, o estudo garante aos gestores que somente projetos rentáveis
seguirão adiante, baseada nas informações que estão sendo obtidas nessa análise. Um estudo da
viabilidade bem feito é sustentado por 4 pilares essenciais:

1. Projeção de receitas;
2. Projeção de custos, despesas e investimentos;
3. Projeção dos fluxos de caixa;
4. Análise de Indicadores.

Projeção de receitas

O objetivo desse cálculo é identificar a capacidade do negócio de gerar dinheiro para o


investidor e comparar o resultado com outros investimentos. Além disso, as receitas
provenientes do projeto ou negócio deverá superar os custos dele e de modo que o prazo
estimado para recuperação do investimento realizado seja admissível.

Para essa projeção deve ser considerado diferentes cenários no qual o gestor definirá diferentes
informações sobre preços, produtos e custos em cada um dos possíveis panoramas. Também,
deve ser consideradas informações como:

 o público-alvo;
 a localização;
 o alcance;
 e a taxa de conversão de clientes.

Além disso, pesquisar por dados referentes a outras empresas que atuam em ramos semelhantes
também ajudam a criar uma projeção mais concreta. Feito isso, os riscos diminuem e o gestor
conseguirá se antecipar com ações que deve ser tomada em cada uma das possíveis situações
hipotéticas que foram planejadas.

Projeção de custos, despesas e investimentos

Nesse pilar, você deverá identificar todos os custos levantados no planejamento, desde
investimentos iniciais até os custos operacionais e tributários. São eles que irão justificar a
projeção de receitas.

Dessa forma, é necessário projetar todos os custos que deverão ser abatidos das receitas e assim
projetar o lucro. Vale destacar que você deve considerar todos os custos e despesas mesmo os
que não estão diretamente associados à produção. Ou seja, os chamados custos fixos são
considerados nessa projeção, já que seu objetivo final é o aumento da receita.

Projeção dos fluxos de caixa

O fluxo de caixa é o registro diário de entradas e saídas de dinheiro. E é a partir das informações
obtidas nas etapas iniciais que é possível realizar a projeção do fluxo de caixa.

Além disso, é necessário estimar tanto as entradas e saídas de receitas, como também saldos
futuros e quanto terá no caixa do seu negócio em um ou dois anos. O principal objetivo desse
cálculo é acompanhar de perto a saúde financeira do seu projeto e identificar precocemente as
necessidades da Capital de Giro para a sua empresa.

Análise de Indicadores

Após a projeção das receitas, custos, investimentos, é hora de analisar os indicadores que
ajudarão a decidir se o investimento vale a pena ou não. Vamos entender que indicadores são
esses.

Valor Presente Líquido – VPL: Através da comparação do capital investido e o custo de capital
envolvido convertidos ao valor presente, é possível identificar se os resultados obtidos na
operação tem sido economicamente positivos. Em resumo, o uso desse indicador tem o objetivo
de saber se um projeto vale mais do que ele custa.

Taxa Interna de Retorno – TIR: É a taxa de retorno que zera o Valor Presente Líquido e leva
em conta o valor do dinheiro no tempo. Possibilitando uma visão mais do retorno do
investimento com base no fluxo de caixa livre.

Indicador de Retorno de Capital - IRC (ou Payback): É um indicador que mostra quanto
tempo o investimento levará para retornar ao investidor ou à empresa. Ou seja, é o período para
o negócio ter retorno e gerar lucro.
2.3 SUSTENTABILIDADE 

Sustentabilidade significa: o conjunto dos processos e ações que se destinam a manter a


vitalidade e a integridade da Mãe Terra, a preservação de seus ecossistemas com todos
os elementos físicos, químicos e ecológicos que possibilitam a existência e a reprodução
da vida, o atendimento das necessidades da presente e das futuras gerações, e a
continuidade, a expansão e a realização das potencialidades da civilização humana em
suas várias expressões.

A situação atual se encontra, social e ecologicamente, tão degradada que a continuidade


da forma de habitar a Terra, de produzir, de distribuir e de consumir, desenvolvida nos
últimos séculos, não nos fornece condições de salvara nossa civilização e, talvez até, a
própria espécie humana; daí que imperiosamente se impõe um novo começo, com novos
conceitos, novas visões e novos sonhos, não excluídos os instrumentos científicos e
técnicos dispensáveis; trata-se, sem mais nem menos, de refutar o pacto social entre os
humanos e o pacto natural com a natureza e a Mãe Terra.

Entre os novos conceitos, temos o que chamamos de “TI Verde”. Esse conceito foi
criado por empresas de tecnologia com a finalidade de aliar os recursos disponíveis a
políticas de sustentabilidade e economia dentro das organizações, gerando benefícios
tanto para o meio ambiente quanto para as empresas (MOLLA et al., 2008). TI Verde
também é definida como: “...um termo genérico para as medidas e atividades do
departamento de TI das empresas que visam contribuir para os objetivos orientados pela
sustentabilidade empresarial e pela responsabilidade social corporativa” (CHEN et al.,
2008; SCHIMIDT et al., 2010).

Sendo “Assim, muitas organizações têm dedicado tempo e recursos para proteger o
meio ambiente, implementando estratégias de gestão ambiental para minimizar o
impacto das suas operações, além de realizar esforços para reduzir o consumo de
energia e a geração de resíduos” e “Para que a TI Verde traga resultados é necessário
que a organização esteja consciente sobre a necessidade de abordar as questões
ambientais de uma forma mais proativa, de modo a proteger o meio ambiente, enquanto
reduz o impacto negativo de suas atividades sobre o mesmo” (KO, CLARK e KO,
2011).

LUNARDI, FRIO e BRUM(2011a) afirmam que “À medida que a aquisição dos


equipamentos de informática se tornou mais acessível financeiramente, mais rápida vem
sendo a sua popularização, o que tem levado a indústria de TI (como fornecedora desses
produtos) e as organizações (como usuárias de produtos tecnológicos) a enfrentar uma
forte pressão para serem ambientalmente sustentáveis. Este desafio aparece na prática
de projetar, produzir e utilizar computadores, servidores, softwares e demais periféricos
de forma eficiente e eficaz para minimizar os danos ambientais. Nesse sentido, a adoção
de práticas de TI Verde pode gerar valor para as organizações e para a sociedade, além
de oferecer muitas oportunidades às organizações para operarem de uma forma mais
verde – seja economizando energia, papel, água, transporte, espaço físico, manutenção e
descarte, ou ainda melhorando a sua imagem, respeitando o meio ambiente e
valorizando seus funcionários.

Sustentabilidade está associada ao aspecto econômico, ambiental e social das


organizações e, quando se fala em TI Verde, estes dois conceitos se unem: “eficiência
energética e ambientalmente correto”, e “planejar e investir em infraestrutura
tecnológica que sirva às necessidades de hoje, assim como as necessidades de hoje
conservem recursos e economizem dinheiro” (POLLACK, 2008).

Já segundo MURUGESAN, 2008, “Ela é o estudo e a prática de projetar, fabricar, usar


e descartar computadores, servidores e subsistemas associados (monitores, impressoras,
dispositivos de armazenamento e de rede e sistemas de comunicação), de forma
eficiente e eficaz, com o mínimo de impacto para o meio ambiente, lutando para atingir
a viabilidade econômica e melhorar o uso e o desempenho dos sistemas, e respeitando
as responsabilidades sociais e éticas. Além disso, considera as dimensões de ambiente
sustentável, a economia da eficiência energética e o custo total de propriedade, que
inclui o custo de descarte e reciclagem.

A decisão de implementar ou não estratégias, políticas e ferramentas de TI Verde é um


desafio para as organizações (BROOKS, WANG e SARKER, 2010). Tais iniciativas
procuram manter a organização aliada às estratégias organizacionais, mantendo ou
reduzindo os custos de operação, reduzindo o desperdício e otimizando o consumo de
energia elétrica nos processos da cadeia de valor da organização (ELLIOT e BINNEY,
2008).

2.3.1 IMPACTO DA TI VERDE NA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL


Segundo Brooks et al. (2010), existem duas grandes categorias de benefícios: os
ambientais, associados a objetivos de eco equidade, e os financeiros, associados aos
objetivos de ecoeficiência. Assim, além de reduzir a emissão de gases da empresa e
ajudar na conservação de energia, a TI Verde também auxilia na minimização das
perdas, cortando gastos operacionais e aumentando a produtividade dos funcionários
(GUPTA, 2010).

A TI Verde pode ser definida como um conjunto de práticas capazes de garantir que a
atividade de uma empresa gere menor impacto ambiental. Com isso, é possível fazer
com que a organização conquiste uma boa reputação socioambiental (PHELIPE, 2010).

As práticas de TI Verde a serem implantadas serão diferentes nas empresas que já


possui uma estrutura de TI e nas empresas que não possuem e querem adquirir
posteriormente tecnologias que já contém aspectos verdes. Sendo assim, é necessário
analisar as principais atividades relacionadas ao uso dos equipamentos eletrônicos e da
energia dentro das empresas. Esta análise consiste em vários aspectos, dentre eles,
classificam-se os principais (PINTO e SAVOINE, 2011):

 Verificar o atual consumo de energia dos equipamentos;


 Examinar quais os tipos de equipamentos eletrônicos e tecnológicos utilizados
 na empresa;
 Averiguar como é realizado o descarte dos equipamentos não utilizados;
 Verificar o reaproveitamento de equipamentos.

Ao aplicar a TI Verde, uma empresa eleva seu status perante a sociedade, com isso
torna-se referência até mesmo para a concorrência, e fatalmente, conseguem a
preferência e a confiança de seus clientes (CRUZ, 2010).
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

BOFF, Leonardo. Sustentabilidade: o que é: o que não é - Petrópolis, RJ:Vozes, 2017, pg 5-6.

BROOKS, S.; WANG, X.; SARKER, S. Unpacking Green IT: A Review of the Existing Literature. In:
Americas Conference on Information Systems (AMCIS), AMCIS 2010 Proceedings (pp. 1-10).
Lima, Peru, 2010.

CHEN, A.; BOUDREAU, M.; WATSON, R. Information systems and ecological sustainability.
Journal of Systems and Information Technology, Sustainability and Information Systems, v. 10,
n. 3, 2008, 186-201.

CRUZ, Tiago, Santana. A indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação e a


sustentabilidade ambiental. 2010. Disponível em <http://www.slideshare.net/tiagosist/a-
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09 de Junho de 2011.

ELLIOT, S.; BINNEY, D. Environmentally sustainable ICT: Developing corporate capabilities and
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2008). Suzhou, China, July, 2008.

GUPTA, S. Computing with Green responsability. In: ICWET. Proceedings of the International
Conference and Workshop on Emerging Trends in Technology. New York, USA, 2010, 234-236.
KO, M.; CLARK, J.; KO, D. Investigating the impact of “green” information technology
innovators on firm performance. Journal of Information Technology Management, v. XXII, n. 2,
2011.

LUNARDI, G.; FRIO, R.; BRUM, M. Tecnologia da Informação e Sustentabilidade: levantamento


das principais práticas verdes aplicadas à área de tecnologia. Gerais: Revista Interinstitucional
de Psicologia, v. 4, n. 2, 2011a, p. 159-172.

MOLLA, A.; COOPER, V.; CORBITT, B.; DENG, H.; PESZYNSKI, K.; PITTAYACHAWAN, S.; TEOH, S.
E-readiness to Greadiness: Developing a green information technology readiness framework.
19th Australasian Conference on Information Systems, 2008.

MURUGESAN, S. Harnessing green IT: Principles and practices. IT Professional, v. 10, n. 1, 2008.

PHELIPE, Antonio. Na onda da TI Verde. 2010. Disponível em


<http://www.bhtimagazine.com.br/index.hp?
option=com_flexicontent&view=items&cid=906:tendencias&id=166:na onda-da-ti-
verde&Itemid =99.

PINTO, T. M da C; SAVOINE, M. M. Estudo sobre ti verde e sua aplicabilidade em Araguaína.


Revista Científica do ITPAC. Volume 4. Número 2. Abril de 2011. Publicação 3. ISBN - 1983-
6708.

POLLACK, T.A. Green and Sustainable Information Technology: A Foundation for Students,
ASCUE 2008 Proceedings. 2008, 63-72.

² Citado em https://esagjr.com.br/blog/estudo-de-viabilidade-qual-sua-importancia/

WOILER, Samsão e MATHIAS, Washington Franco. Projetos: planejamento, elaboração e


análise. São Paulo: Atlas, 1996.

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