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Projetos de Investimento,
Custo de Capital e Análise
de Prazos
Fabio Konishi
Processo de Avaliação de
Projetos de Investimento, Custo
de Capital e Análise de Prazos
Introdução
Olá! Seja bem-vindo(a)! Neste conteúdo apresentaremos os principais conceitos
de investimento no contexto organizacional, relacionando o seu grau de risco em
relação ao retorno a como, a onde e à forma como será investido. Conheceremos
uma ferramenta simples de análise de investimento baseada em recuperar o capital.
Esses conceitos preliminares são importantes e farão com que você possa
compreender a importância da administração e da gestão financeira nas organizações.
Você verá como é possível, com uma ferramenta simples, avaliar as possibilidades em
um cenário sem muitas oscilações econômicas. Vamos em frente!
Objetivo de Aprendizagem
Neste conteúdo, nosso objetivo é que você domine os principais conceitos e técnicas
de análise de investimento, compreendendo e desenvolvendo uma visão integrada
das atividades financeiras da empresa. Assim, você será capaz de compreender e de
operacionalizar as decisões financeiras para a tomada de decisões na manutenção
da competição empresarial.
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Processo de Avaliação de Projetos de Investimento
Avaliar um investimento não é uma tarefa fácil. Mesmo com as melhores técnicas de
análise financeira, não é possível garantir o sucesso de um projeto de investimento. Uma
empresa não pode aventurar-se e, diante de determinada situação, buscar soluções
aleatoriamente, até porque precisa estabelecer uma política de investimentos que
possa direcionar suas ações na administração dos recursos financeiros.
Segundo Bruni e Famá (2017), um terceiro passo seria analisar os riscos. Segundo os
autores, podemos fazer isso incorporando o risco ao custo de capital.
Assim, o primeiro passo seria verificar qual seria o custo de capital, que, na prática, é
uma média ponderada do custo de capital de terceiros e do custo de capital próprio –
ou seja, do retorno ao acionista. Neste momento do curso, o risco será um componente
do custo e do capital. Posteriormente, poderemos estudar como abordar a questão de
risco dos fluxos de caixa.
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Análise de investimentos
Uma boa política de investimentos apoia as reais necessidades da empresa com
informações para a melhor opção, facilitando a tomada de decisão. Para ter-se uma
boa política de investimentos, é importante que o administrador financeiro tenha em
mente algumas questões.
Você deve estar pensando isto: “Por que tantas perguntas?”. Pois bem, este é um
dos diversos papéis do administrador e gestor financeiro: responder a questões
relacionadas aos assuntos financeiros da empresa, não se limitando ao cotidiano.
Sua função tem uma amplitude maior, que é a busca da melhor alternativa de
investimento, otimizando os recursos organizacionais. Isso pode ocorrer pelo
desenvolvimento de um novo produto; pela exploração de um novo mercado na
área de serviços; ou, simplesmente, pelo aumento da capacidade produtiva e de
atendimento a novos clientes.
O segundo ponto é o que se define como o valor do dinheiro no tempo. Isso equivale
ao valor que o dinheiro renderia caso estivesse em alguma aplicação financeira no
período em que foi investido no projeto. Portanto, além do prazo de retorno financeiro,
é necessário verificar o custo de oportunidade – o que se deixou de ganhar com outra
aplicação do mesmo recurso. O prazo, como você pode ver, tem papel fundamental na
análise econômica de um projeto. Em todas as conceituações que você verá, o prazo
é uma das principais variáveis.
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Custo de capital
Você deve estar se perguntando o seguinte: “De onde retiraremos o dinheiro para
investir no projeto?”. Essa é uma decisão de financiamento. De qualquer forma,
precisamos ter uma ideia de quanto custará o capital, porque, sem isso, não
poderemos checar se vale a pena implementar nosso negócio.
Basicamente, o capital a ser utilizado no projeto tem duas fontes: capital de terceiros
e capital próprio. O capital de terceiros é, usualmente, composto por empréstimos
bancários; e o capital próprio diz respeito aos recursos dos acionistas e/ou dos sócios
alocados na empresa.
Para calcular o capital de terceiros, precisamos saber a taxa cobrada pelos bancos.
Essa taxa é conhecida como taxa aparente. É aparente porque, se a empresa for
tributada pelo lucro real, terá um benefício fiscal.
A taxa efetivamente paga será menor do que a aparente, visto que a empresa pagará
menos imposto de renda. O valor economizado de imposto de renda pode ser deduzido
da despesa financeira. Em síntese, podemos calcular o custo de capital de terceiros
com a seguinte fórmula:
Kd = Ka (1–IR)
Em que:
Kd = taxa efetiva;
Ka = a taxa aparente; e
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Nesse sentido, o custo de capital de terceiros efetivo da empresa é de 22,40% (menor
do que o contratado).
Lembre-se de que dividendos são as partes dos lucros das empresas distribuídas aos
acionistas proporcionalmente à parte das ações que possuem.
Assim, quando for necessário calcular o custo de capital próprio com o modelo de
Gordon, podemos usar a fórmula seguinte:
Ks = D1/Po + g
Em que:
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Os riscos dos ativos são divididos em sistemáticos e em não sistemáticos. Riscos
sistemáticos são aqueles que afetam todas as empresas de forma geral, como taxas
de juros, políticas de governo, redução do poder de compra da população etc.
Riscos não sistemáticos são aqueles próprios da empresa, como ciclos de vida
dos produtos, avanços de tecnologia, mudança de administrador, entrada de
concorrentes etc.
Na verdade, para calcular o custo de capital, nossa maior preocupação é com o risco
sistemático. Por que isso acontece? O risco não sistemático pode ser diversificável.
Compare, por exemplo, o risco da cia. aérea A de sofrer uma elevação do preço dos
combustíveis. Como podemos “neutralizar” esse risco? Comprando ações das cias.
petrolíferas, porque, se o preço dos combustíveis subir, o preço das cias. de petróleo
subirá também. Assim, sempre há oportunidade de reduzir o risco total do investidor
por meio da diversificação da carteira.
Mas, no fim, a carteira fica sem risco? Não. Fica com o risco sistemático. O risco
geral da economia. Mas como podemos medir o risco sistemático? Para fazer isso,
aplicamos uma técnica de regressão dos retornos da ação em função dos retornos
de mercado.
Assim, o Beta será um número que gravitará em torno de 1. Dizemos que, se o beta
de uma empresa for maior do que 1, esta será uma empresa mais arriscada do que o
mercado; e, se for menor do que 1, será menos arriscada do que o mercado.
Lembramos, aqui, que o mercado pode ser o retorno da bolsa como um todo,
representada, no Brasil, pelo Ibovespa, que é uma proxy do retorno do mercado.
A diminuição de risco de uma carteira pode ser conseguida pela sua diversificação,
que reduz o risco único, mas não consegue reduzir o risco do mercado. Assim, é
importante saber o efeito que cada título poderá ter na carteira. Para saber qual é
a sua contribuição no risco de uma carteira diversificada, é necessário medir o seu
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risco de mercado, o que implica avaliar a sua sensilibidade às variações do mercado.
Para isso, é utilizado o índice beta (β).
Rf β
K =+ ( ERm − Rf )
Em que:
K = taxa.
A empresa American Airlines deseja ter uma taxa de desconto apropriada para seus
fluxos de caixa provenientes de um ativo que apresenta um beta 1,5, assumindo que
as taxas para investimentos sem risco sejam de 10% ao ano; e que o retorno esperado
de mercado seja de 16% ao ano.
Rf β
K =+ ( ERm − Rf )
K
= 0,10 + 1,5 ( 0,16 – 0,10 )
K
= 0,10 + 1,5 ( 0, 06 )
=K 0,19
= x 100% 19%
Nesse exemplo, o custo de capital é calculado a partir de uma taxa livre de risco,
somando uma medida de risco sistemático (Beta) multiplicada pelo prêmio de risco.
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Custo Médio Ponderado de Capital
Imagine que temos uma empresa com o balanço apresentado a seguir; com um custo
de capital de terceiros de 15,4% (como calculamos anteriormente); e com um custo
de capital próprio de 19% (calculado acima).
O custo médio ponderado de capital dessa empresa será a soma dos custos de capital
ponderados pela proporção de capital de terceiros (40%) e de capital próprio (60%).
Assim, teríamos CMPC = 0,40 × 15,4% + 0,60 * 19% = 17,56%.
Dessa forma, o custo médio ponderado de capital pode ser calculado pela seguinte
fórmula:
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CMPC = Kd × Wkt + Kp × Wp
Em que:
É importante registrar que a taxa interna de retorno do projeto deve ser maior do que
o custo de capital para que a implementação do projeto seja aceita.
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Para Bruni e Famá (2017), o processo de avaliação de investimentos envolve,
basicamente, três etapas.
O payback é um indicador básico que possibilita uma análise de quanto tempo levará a
recuperação do capital investido em determinado projeto. O termo que, em português,
significa retorno, apresenta um indicador de em quanto tempo o investimento poderá
ser “pago”. Segundo Gitman (2010, p. 366), “é o tempo necessário para que a empresa
recupere o investimento inicial em um projeto, calculado a partir das entradas de caixa”.
Payback simples =
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quatro anos para a recuperação do investimento inicial. Nessas condições, deve aceitar
ou rejeitar o projeto? Podemos resolver o problema de duas formas:
Com base nos valores apresentados na tabela e no cálculo realizado com a fórmula,
concluímos que o projeto tem seu saldo de investimento igual a zero no terceiro ano.
Com base nesse resultado, o proprietário, que havia estipulado quatro anos como
limite, poderá aceitar o projeto de investimento na injetora de plástico. A partir desse
exemplo e de seus resultados, podemos chegar às seguintes conclusões.
Aceitar o projeto:
O projeto deve ser aceito se o valor do payback for menor do que o prazo máximo
estipulado de recuperação do investimento.
O projeto pode ser aceito se o valor do payback for igual ao prazo máximo
estipulado de recuperação do investimento.
Rejeitar o projeto:
12
O projeto deve ser rejeitado se o valor do payback for maior do que o prazo
máximo estipulado de recuperação do investimento.
0,25 × 12 = 3 meses
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Figura 2 - Fluxo de caixa
Fonte: Pexels (2021).
#PraCegoVer: na imagem, há folhas de papel com gráficos de barra e de linhas e uma mão segurando uma
caneta, a qual aponta para um ponto do gráfico.
Neste caso, para calcular o payback simples, seriam necessários 2 anos e parte do
terceiro ano no valor de R$ 2.000,00 para investimento igual a zero:
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Apesar da simplicidade na apresentação dos resultados e da facilidade nos cálculos,
o método de payback apresenta algumas limitações:
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Agora, vamos tratar do método de payback descontado. Tal método é a recuperação
do valor a ser investido, descontando os fluxos de caixa e trazendo para o valor
presente. Nesse caso, a análise considera o custo do capital na data zero:
VP =
VP:
Valor Presente
VF:
Valor Futuro
i:
Taxa de Desconto
n:
VP = = VP = = R$ 8.264,46
Assim, vamos montar a tabela, incluindo a coluna Valor Presente do Fluxo de Caixa, e
efetuar os cálculos, trazendo para o presente os valores projetados.
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Fluxo de Valor Presente
Ano Saldo de investimento
caixa do fluxo de caixa
0 (600.000,00) (600.000,00) (600.000,00)
1 (200.000,00) (181.818,18) (418.181,82)
2 (200.000,00) (165.289,26) (252.892,56)
3 (200.000,00) (150.262,96) (102.629,60)
4 (200.000,00) (136.602,69) 33.973,09
5 (200.000,00) (124.184,26) 158.157,35
6 (200.000,00) (112.894,79) 271.052,14
7 (200.000,00) (102.631,62) 373.683,76
8 (200.000,00) (93.301,48) 466.985,24
Ano 1
VP = = VP = = R$ 181.818,18
Ano 2
VP = = VP = = R$ 165.289,26
Ano n
VP = = VP = ...
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Com base nos resultados, podemos chegar às seguintes conclusões.
Aceitar o projeto:
O projeto deve ser aceito se o valor do payback for menor do que o prazo máximo
estipulado de recuperação do investimento.
O projeto pode ser aceito se o valor do payback for igual ao prazo máximo
estipulado de recuperação do investimento.
Rejeitar o projeto:
O projeto deve ser rejeitado se o valor do payback for maior do que o prazo
máximo estipulado de recuperação do investimento.
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Figura 4 - Decisões de investimento
Fonte: Pexels (2021).
#PraCegoVer: na imagem, uma mulher jovem está em frente a várias pastas de arquivos, lendo para saber o
conteúdo e decidir qual das pastas pegar.
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Conclusão
Os estudos do conteúdo apresentam os critérios básicos de avaliação de projetos, o
cálculo do custo de capital e o cálculo do prazo de retorno do projeto.
Risco
Retorno
Resultado de um investimento
Análise de sensibilidade
Análise de cenários
Payback
Recuperação de capital
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Referências
BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. As decisões de investimentos: com aplicações na calculadora
HP12C e Excel. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
CORNETT, M. M.; ADAIR JR., T. A.; NOFSINGER, John. Finanças: o impacto do risco
sobre o que você faz. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.
ROSS, S. et al. Administração Financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2005.
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