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E-book

Plano de Negócio
Passo a Passo
Ideias, ideias e mais ideias... Dúvidas, dúvidas e mais
dúvidas. Muitos são os questionamentos que temos antes
de abrir qualquer negócio. Dito isso, a palavra-chave aqui
é PLANEJAMENTO, pois, quanto maior for a possibilidade
de testar, projetar e errar no papel, menor serão os erros
na vida real que custarão caro no bolso!

Por conta disso, elaboramos esse e-book com um conteúdo


importante, relevante e informativo a respeito do famoso
plano de negócios.
O conteúdo abordado
nesse e-book será:

O que é e qual a importância


do plano de negócios

Como fazer um plano de negócios

Análise de cenários e de sensibilidade

Exemplo final
O que é e qual a importância
do plano de negócios
De forma bem direta, um plano de negócios nada mais é do
que um guia para o empreendedor/investidor. É uma ferra-
menta que permite que o empreendedor faça testes e avalie
a atratividade de um investimento baseado em algumas pre-
missas que podem ou não se concretizar no futuro.

A sua importância está diretamente relacionada a possibili-


dade do empreendedor fazer testes e verificar a viabilidade e
a rentabilidade de um negócio, podendo adaptá-lo e realizar
mudanças no papel, livrando o empreendedor de erros que
custariam muito dinheiro.

Como fazer um plano de negócios


Na nossa visão, um plano de negócios nada mais é do
que a junção de muitas pesquisas de mercado, com
um pouco de conhecimento técnico financeiro e com
uma boa visão de negócios.

Quais preços meus concorrentes estão cobrando? O quanto


eu consigo produzir? Qual é o investimento inicial que eu vou
ter que fazer? Quanto eu poderia ganhar com isso? Quais os
investimentos mensais que vou precisar realizar? Quanto vou
cobrar pelo meu produto? Existe espaço no mercado para a
minha ideia?
Todas essas são perguntas válidas e muito importantes de
serem respondidas, pois darão um norte ao negócio e mos-
trarão, baseado em alguns indicadores de viabilidade – que
serão discutidos mais a frente – se o negócio é econômico e
financeiramente viável ou não.

A primeira coisa a se fazer, antes de abrir um negócio e inves-


tir uma enorme quantidade de dinheiro, é validar uma ideia.
Fazer uma série de pesquisas pode ser importante e até deci-
sivo ao abrirmos um negócio. Saber da localização, entender
o tamanho de mercado - e se este tende a crescer ou dimi-
nuir –, entender o momento da economia e o que o público
potencial acha da ideia e entende como o diferencial de um
produto ou serviço pode mudar a sua direção.

Feito isso, está na hora do próximo passo: levantar todos os


gastos que serão necessários para que a operação esteja
pronta para rodar. Podemos então considerar os gastos com
aluguel ou com a compra de um imóvel necessário, maquiná-
rio, abertura de CNPJ, materiais imprescindíveis, entre outras
coisas – que dependerão do seu modelo específico de negó-
cios e da sua ideia.

Após isto, tudo o que precisamos saber tange a operação em


si da empresa, ou seja, quais são os gastos e receitas mensais
projetadas para o negócio – fatores que variam de empresa
para empresa. Sabemos também que o valor cobrado pela
venda de um produto ou serviço, multiplicado pela quantida-
de de vendas, deve cobrir os gastos totais mensais da empre-
sa. Por isso, é extremamente importante que se faça um
levantamento minucioso de todo o gasto que a empresa terá.
Quanto mais precisos e certos forem os valores, mais confiá-
vel será o seu plano de negócios.

Margem de contribuição
Mas, quanto cobrar pelo meu produto ou serviço? – Você
pode se perguntar. Bom, isso vai depender de alguns fatores,
entre eles: a sua capacidade de produção, o quanto seus con-
correntes estão cobrando, quais os seus diferenciais e quais
são os seus custos de produção – os chamados custos e des-
pesas variáveis (pois variam com a produção). Um jeito de
precificar o seu produto/serviço é através da chamada
Margem de Contribuição, pois é ela que vai contribuir para
pagar o resto dos gastos fixos da empresa – ou custos e des-
pesas fixas.

Dito isso, a ideia aqui é aplicar em cima dos gastos variáveis


da empresa a margem de contribuição desejada e analisar se
o preço definido é possível de ser praticado ou não – como
dito, uma boa forma de fazer isso é analisar o preço que os
concorrentes estão oferecendo.

Para ficar claro, a diferença entre os custos e as despesas é


que os custos de uma empresa, estão ligados diretamente à
compra ou a produção de um produto, ou serviço produzido
pela empresa, enquanto as despesas não.

Tendo tudo isso definido, calculamos a receita mensal da


empresa, sendo o preço praticado vezes a capacidade de
produção da empresa, e projetamos, baseado em premissas –
como o cenário econômico do país e as tendências para o
setor -, tanto as receitas quanto os gastos da empresa. Por
fim, olhamos para três indicadores fundamentais de viabili-
dade: o valor presente líquido (principal indicador), a TIR e o
payback. Explicaremos o que são esses indicadores e como
eles podem nos ajudar a decidir se o negócio é ou não econô-
mico e financeiramente viável ou não logo abaixo:

Valor Presente Líquido (ou VPL)


O valor presente líquido nada mais é do que a soma dos valo-
res financeiros futuros que a empresa gerará com sua opera-
ção, trazidos a valor presente e descontados do investimento
inicial. É extremamente necessário que esse valor seja positi-
vo, pois, caso o oposto, a empresa estará dando prejuízo. O
seu resultado então mostra a quantia que o empreendedor
teria ganho hoje com o seu negócio futuro, descontando os
valores a uma taxa chamada de Taxa Mínima de Atratividade
(ou TMA).

Este pode ser calculador por funções de programas como o


Excel, ou através da equação abaixo:

É importante ressaltar que esse é o principal e mais impor-


tante indicador de viabilidade de um negócio, podendo, caso
seja negativo ou muito baixo, inviabilizar todo o investimento.
Payback
Todo o investidor ou empreendedor sabe que a probabilida-
de de obter rapidamente o seu investimento de volta é baixa,
e por isso, há uma necessidade de saber quando esse dinhei-
ro retornaria aos seus bolsos. É exatamente para isso que o
payback serve. Com esse indicador e baseado nas premissas
adotadas no seu plano de negócio, conseguimos calcular
quanto tempo levaria para que o investimento inicial retor-
nasse ao bolso do empreendedor. É importante ressaltar
que esse cálculo pode ser feito de duas maneiras:

1. Sem considerar o valor do dinheiro ao longo do tempo


–> o que chamamos de payback simples.
2. Considerando o valor do dinheiro ao longo do tempo
–> o que chamamos de payback descontado.

Payback Simples
Como dito anteriormente, nesse cálculo não é considerado o
valor do dinheiro no tempo, o que o torna mais simples,
apesar de saber que na realidade o prazo real será maior que
o resultado que chegaremos no cálculo. Olhe o exemplo
abaixo:
Neste exemplo, um empresário realizou um investimento ini-
cial (no Ano 0) de R$175.000,00 reais e, ao longo dos anos,
obteve um retorno positivo mostrado a cima. Podemos ver
no total acumulado, que foi apenas no quarto ano, que o em-
presário atingiu um saldo positivo em relação ao seu investi-
mento. Desse modo, o payback do investimento foi atingido
entre o final do terceiro e do quarto ano.

Payback Descontado
Vamos agora considerar arbitrária. Digamos que o mínimo de
retorno que o empresário estava disposto a aceitar é de 16%
ao ano. Nesse caso, vamos ter que trazer todos os valores fu-
turos – do ano 1 ao 5 – a valor presente. Podemos fazer isso
pela relação abaixo:

Nesse caso, descontado os valores futuros a taxa de 16%,


vemos que o projeto não tem um payback menor do que 5
anos – nesse caso teríamos que estender a análise para um
número de anos maiores.
Taxa Interna de Retorno (ou TIR)
Vamos agora considerar arbitrária. Digamos que o mínimo de
retorno que o empresário estava disposto a aceitar é de 16%
ao ano. Nesse caso, vamos ter que trazer todos os valores fu-
turos – do ano 1 ao 5 – a valor presente. Podemos fazer isso
pela relação abaixo:

Desse modo, percebemos que se a TMA for maior que a TIR –


portanto, está à direita da bola laranja -, o projeto não é eco-
nomicamente viável, uma vez o que o valor presente líquido
do resultado da empresa é negativo. Precisamos, portanto,
que a TIR seja maior que a TMA.
Concluindo, apesar de ser um indicador relevante e impor-
tante para a análise de viabilidade de investimentos, gostaría-
mos de ressaltar que um indicador não deve ser analisado de
forma individual, e sim analisado e combinado com outros in-
dicadores.

Ao comparar projetos, devemos tomar cuidado com algumas


limitações da TIR, como o fato dela favorecer projetos que
tenham a TIR maior, mesmo que o valor total retornado ao
bolso do investidor seja menor que o de outro projeto.
Também temos que ter cuidado caso o nosso fluxo de caixa
não seja convencional, ou seja, no caso onde temos inversão –
entradas e saídas de dinheiro – de sinais durante o período.

Exemplo de Fluxo de Caixa Convencional

Exemplo de Fluxo de caixa Não Convencional

Taxa Mínima de Atratividade (TMA)


Quando vamos fazer algum tipo de investimento, seja em
uma aplicação financeira, na compra de algum maquinário
ou até mesmo para abrir um negócio, corremos um risco e
estamos dispostos a correr esse risco pelo retorno que espe-
ramos do investimento – parecido com o que passamos com
apostas. É comum então que, para correr mais risco, deve-
mos esperar um retorno maior.

Dito isso, um jeito lógico de definir a mínima taxa a qual esta-


mos dispostos a aceitar para realizar um projeto é somar uma
taxa relativa ao risco que corremos - e subjetiva, variando de
investidor para investidor - ao retorno do investimento mais
seguro do Brasil: os títulos do Tesouro Direto (vale a pena res-
saltar aqui que o mais seguro é o Tesouro Selic e que os
outros só apresentam segurança para aqueles que preten-
dem manter o título até o vencimento).

Ao procurar pelo assunto na internet, é possível que se


depare com a fórmula:

O custo de capital é o custo do dinheiro, que será utilizado


para pagar os sócios – acordado na hora de um investimento
- ou bancos/instituições financeiras no caso de empréstimos.
Nesse caso, a empresa deverá gerar um retorno maior do que
o custo de capital – caso contrário a empresa estará perden-
do dinheiro. É importante manter isso em mente sempre que
for procurar algum empréstimo ou investimento. A porcenta-
gem de retorno pelo risco é subjetiva e varia de perfil para
perfil.
Exemplo Final
Imagine o seguinte exemplo. Bernardo é um morador da
cidade de São Paulo e decidiu que quer entrar no ramo de re-
venda de celulares. Ao olhar no site do Tesouro Direto, Ber-
nardo encontra títulos que estão pagando até 15% ao ano,
com o vencimento em muitos anos. Bernardo também é um
cara com grande apetite e pouca aversão ao risco, aceitando
começar a empresa por um retorno mínimo de 19% ao ano.
Bernardo então realiza o seu plano de negócios e se depara
com o seguinte resultado:

Dessa forma, podemos ver pelos indicadores que, baseado


nas premissas adotadas, Bernardo terá o seu dinheiro investi-
do de volta apenas no quarto ano de operação da empresa.
Podemos ver também que a TIR para o seu plano de negó-
cios é maior que a taxa mínima esperada por Bernardo, resul-
tando em um valor presente líquido positivo. Por fim, obser-
vamos que se Bernardo pudesse ter o resultado de sua em-
presa daqui a cinco anos hoje, ele teria um total de R$
38.597,08.
Desse modo, fica claro como podemos enxergar e usar os in-
dicadores ao nosso favor, facilitando a compreensão do que
projetamos e identificando a atratividade de um negócio –
baseado em premissas definidas (e que podem ser mudadas)
anteriormente.

Conclusão
Sabemos que empreender ou investir – apesar de sinônimos
muitas vezes - não são tarefas fáceis e que com certeza o que
planejamos não vai se concretizar, mas, quanto mais conta-
tos, ajuda e conhecimento tivermos a disposição, mais
“fáceis” – quero dizer suportáveis - ficarão as coisas.

A vantagem do plano de negócios está no preparo e na análi-


se de possibilidades que podem ou não acontecer. Sabemos
que nada é garantido, mas testar e estudar nos ajuda a não
entrar ou evitar os grandes erros de entrar com os dois pés
numa fria.

Caso surja alguma dúvida, fique à vontade para entrar em


contato conosco por meio do formulário ou do telefone em
nosso site. Agradecemos o seu tempo disponibilizado para a
leitura.

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