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ANÁLISE FUNDAMENTALISTA – Conceitos

e Indicadores para tomada de decisões


Investir na bolsa de valores tem atraído cada vez mais as pessoas em busca da
independência financeira e autonomia de decisões. Se você algum dia pesquisou
ou teve interesse no assunto com certeza ouviu falar da importância de analisar
informações sobre as empresas que deseja comprar ações.

Esta análise recebe o nome de Análise Fundamentalista e fornece ao investidor


informações primordiais para a tomada de decisão na hora de comprar ou
vender ações sendo a mais utilizada no mercado de renda variável aumentando a
probabilidade de maiores rendimentos. Para tal análise são utilizados dados
econômicos, demonstrações financeiras das empresas, indicadores financeiros e
por fim identificam-se perspectivas e oportunidades no negócio.

Neste artigo abordaremos os principais aspectos deste tema de maneira clara e


objetiva, desde a definição do assunto e as análises necessárias das informações
coletadas até a aplicação dos indicadores para a tomada de decisão a fim de que
facilite a tomada de decisão dos investidores.

O Que é Análise Fundamentalista?


A análise fundamentalista pode ser definida como a avaliação da situação
econômica, financeira e mercadológica de uma empresa ou de um setor da
indústria específico que tem como objetivo determinar o valor de uma ação a
partir da análise destes fatores criando uma perspectiva futura sobre sua
rentabilidade possibilitando assim um ganho de capital entre a compra e a venda.

Esta ferramenta proporciona ao investidor avaliar a saúde financeira das


empresas listadas na Bolsa de Valores de acordo com o cenário econômico em
que estão inseridas e assim estipular um preço justo para as ações de acordo
com o potencial de cada uma agregar valor a longo prazo.

Benjamin Graham, idealizador da técnica de análise fundamentalista, afirmava


que o preço da ação deve refletir a expectativa de ganhos futuros levando em
consideração as demonstrações financeiras em determinado momento.

Um exemplo de investidor que utiliza a técnica é o multibilionário e empresário


americano Warren Buffett  que é conhecido por utilizar a estratégia  buy and
hold. Tal estratégia consiste em comprar ações de empresas que estão em baixa
e que apresentam expectativa de melhora a médio e longo prazo.

Como funciona a Análise Fundamentalista


A Análise Fundamentalista possui um conjunto de instrumentos para avaliar o
cenário macro e microeconômico que permitem fazer um raio-x da situação atual
da empresa na qual se deseja investir possibilitando tomar melhores decisões na
hora de comprar ou vender ações.

No panorama Macro devem ser observados os seguintes pontos:

 Conjuntura econômica da País;


 Cenário do setor em que a empresa atua;
 Valor de mercado;
 Perspectivas no mercado externo;
 Desempenho frente aos concorrentes.

Analisar a economia atual do País onde a empresa está localizada é importante


para identificar possíveis ameças como instabilidade política além de ajudar a
conhecer os beneficíos que o setor onde a empresa atua pode ter como
incentivos e isenções que podem auxiliar no crescimento da organização.

As perspectivas do mercado interno devem ser comparadas em relação aos


outros paises que possuem empresas similares a fim de identificar aonde o setor
é mais atrativo pois como sabemos a competitividade global é grande nos dias
atuais e torna-se importante comparar o cenário nacional com o internacional.

Analisar os concorrentes torna possível ter uma leitura melhor do setor e facilita
na escolha de qual empresa é mais atrativa e que possuí um diferencial para
receber os investimentos a médio e longo prazo.

Já no panorama Micro devem ser observados os seguintes pontos:

 Demonstrações Financeiras;
 Fluxo de Caixa;
 Receita e Lucro;
 Patrimônio;
 Atuação do conselho diretor.

Aqui o importante é analisar como a empresa gerencia seus recursos e como a


sua direção toma as decisões de alocar recursos. Identificar uma má gestão é
importante para evitar prejuízos ao investir.
Na figura abaixo apresentamos estes fundamentos em três níveis:

ANÁLISE
FUNDAMENTALISTA – Conceitos e Indicadores

Principais conceitos da Análise


Fundamentalista
Para aumentar as chances de acerto ao investir é importante uma análise
completa do panorama da empresa. Alguns conceitos e indicadores são
importantes para a realização da Análise Fundamentalista de maneira correta. A
seguir vamos explicar como cada um destes conceitos e indicadores colaboram
para isso.

VALOR INTRÍNSECO
Este conceito trabalha a partir da ideia de que o preço da ação que é visto
na Bolsa de Valores não significa seu real valor intrinseco. Ou seja projetar o
potencial de valorização da ação analisando o mercado e com base nisso criar
uma estimativa a longo prazo com um preço justo.

Por exempo uma ação de uma empresa Automotiva está cotada a R$50,00,
porém possui potencial de valorização  a médio e longo devido aos incentivos
que o setor possui, sendo assim é eminente a chance da concretização do
aumento do valor e por tanto existe um valor intrínseco. O preço justo nesse
caso seria algo estimativo e poderia ser negociado acima dos R$ 50,00.

Este é um exemplo simples e mesmo que o investidor chegue a um provável


preço justo, não há garantia que o mesmo será atingido.

FLUXO DE CAIXA DESCONTADO – FCD


O FCD ou Fluxo de Caixa Descontado analisa o quanto de dinheiro há no caixa
da empresa e como as entradas e saídas de capital interferem negativa e
positivamente nos negócios. O Fluxo de Caixa Descontado pode projetar a
situação da empresa a médio e longo prazo, mostrando se será necessário buscar
recursos financeiros de terceiros ou se a empresa possui recursos próprios para
se manter.

Para efetuarmos o cálculo temos que levar em consideração quatro elementos-


chave:

 Estimativa de Fluxo de Caixa;


 Taxa de desconto;
 Cálculo do valor residual;
 Cálculo de valor da empresa.

Por exemplo, uma empresa tem em sua estimativa de fluxo de caixa o seguinte
faturamento para os próximos 4 anos:

 Ano 1: R$ 80.000,00
 Ano 2: R$ 76.000,00
 Ano 3: R$ 95.000,00
 Ano 4: R$ 82.000,00

A empresa deseja trazer estes valores para o presente com a taxa de


desconto de 12% ao ano. Esta taxa está associada ao tempo e risco do negócio e
é definida de acordo com a empresa. Sendo assim teremos os seguintes valores
residuais:

 Ano 1: R$ 80.000,00/(1,12) = R$ 71.428,57


 Ano 2: R$ 76.000,00/(1,12) ^ 2 = R$ 60.586,73
 Ano 3: R$ 95.000,00/(1,12) ^3 = R$ 67.619,12
 Ano 4: R$ 82.000,00/(1,12) ^4 = R$ 52.112,48

O valor da empresa com base no FCD é de R$ 251.746,91


Com base neste montante o investidor pode enxergar o valor de mercado da
empresa e assim ao divir pela quantidade de ações que a empresa distribui no
mercado chega-se ao valor justo da ação:

Lembramos que o cálculo mostrado acima é um exemplo bastante simples


apenas para ilustração.

EBITDA (LAJIDA)
A sigla EBITDA que em  inglês significa (Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization), já em português a sigla e a tradução são as
seguintes; LAJIDA (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e
Amortização). Esse índice ajuda a analisar o desempenho da empresa medindo a
sua produtividade e eficiência dentro de um determinado setor.

DIVIDEND YIELD
A Analise dos dividendos mostra a rentabilidade do valor pago por açãoem um
determinado período. Ou seja, é o ganho gerado para o detentor da ação pelo
pagamento de dividendos. Empresas com  Dividend Yield alto podem estar
passando por problemas enquanto as empresas com baixo DY tem boa
expectativa de crescimento.

ROE (RETURN ON EQUITY)


A taxa de retorno do investimento mede a capacidade de uma empresa de
agregar valor a ela mesma utilizando recursos próprios, fazendo com que ela
cresça usando somente aquilo que ela já tem. É importante analisá-lo pois indica
eficiência de gestão.

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES


FINANCEIRAS
Toda empresa listada na Bolsa de Valores deve por lei publicar demonstrativos
operacionais. Para análise fundamentalista os principais são:

 Balanço Patrimonial;
 Demonstrativo de Resultado do Exercício;
 Demonstrativo de fluxo de caixa;
 Outros Índices;
 Outros Indicadores.

 
BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial pode ser publicado trimestralmente ou anualmente e
pode ser comparado com uma fotografia da empresa. No balanço são avaliados o
ativo, passivo e patrimônio líquido.

O ativo de uma empresa está relacionado aos bens (equipamentos, terrenos,


dinheiro, estoque). O passivo se refere as obrigações que a empresa deve se
dispor a quitar por meio de contas a pagar, impostos, taxas, financiamentos,
salários. Por fim, o patrimônio líquido é a quantidade de capital que a empresa
tem acumulada, podendo ser as ações, capital que os proprietários injetaram na
empresa e lucro reinvestido.

Através da equação abaixo podemos evidenciar a situação da empresa:

ATIVO – PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Está análise serve para o investidor observar quanto do capital que a empresa
possui é próprio e quanto ela é financiada por terceiros, com base nisso é
possível projetar se a empresa tem capacidade de se sustentar sozinha ou
precisa de aporte de capital como pro exemplo financiamentos ou empréstimos
para se manter no médio e longo prazo.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO
EXERCÍCIO – DRE
O DRE  ou Demonstrativo de Resultado do Exercício mostra ao final do seu
período de apuração, seja ele mensal, semestral ou anual, se a empresa teve
lucro ou prejuízo. As receitas são deduzidas das despesas e o resultado pode ser
lucro se positivo ou prejuízo caso seja negativo.

Através da equação abaixo podemos evidenciar o resultado:

RECEITA – DESPESA = LUCRO OU PREJUÍZO

Esta análise não serve apenas para o investidor analisar a lucratividade do


negócio, mas também para analisar pontos importantes como por exemplo o
valor das despesas com venda.

DEMONSTRATIVO DE FLUXO DE CAIXA


O Demonstrativo do Fluxo de Caixa como vimos anteriormente analisa o quanto
de dinheiro há no caixa da empresa e como as entradas e saídas de capital
interferem negativa e positivamente nos negócios. A análise deste
demonstrativo pode ser dividida em 3 atividades conforme o quadro abaixo:
ANÁLISE FUNDAMENTALISTA – Conceitos e Indicadores

Todas estas atividade tem impacto direto com o Fluxo de Caixa da empresa.
Saber analisar cada uma delas pode evitar investimentos errados e trazer
maiores rendimentos ao investidor. Para isto é importante compreender como a
empresa atua em cada uma delas e assim identificar a saúde financeira do
negócio.

OUTROS ÍNDICES
Avaliação por Índices é um dos dos critérios mais importantes e utilizados pelos
analistas na tomada de decisão. Por meio dos indicadores que falaremos a seguir
é possível encontrar oportunidade de encontrar ações baratas e suas
atratividades.

ÍNDICE PREÇO / LUCRO


Este é o mais comum utilizado para avaliar a atratividade do preço de uma ação
no curto e no médio prazo, comparando com outras empresas do mesmo
segmento. Temos para análise a equação abaixo:

 P/L = preço da ação / lucro por ação projetada (LPA)

Por exemplo, uma empresa com ações ao preço de R$ 40,00 e um lucro por ação
de R$ 5,00 no período de um ano.

Logo temos a equação:  P/L = 40 / 5 = 8.

O próximo passo, após chegar ao valor do índice, é compará-lo com o índice de


outras empresas e encontrar a que tem o valor de P/L menor. Estas são grandes
oportunidades de investimento pois são consideradas diamantes brutos e podem
ser garimpadas antes que o mercado descubra seu real valor.

PREÇO / VALOR PATRIMONIAL


Este índice indica quanto o investidor paga pelo patrimônio líquido da
companhia. E pode ser feito a partir das equações abaixo:

 VPA = patrimônio líquido / número total de ações

Por exemplo, a empresa A possui um patrimônio líquido de R$ 100.000,00 e


possui um total de 1.000 ações emitidas, logo temos: VPA= 100000/1000
= 100.

Isto significa que o valor patrimonial da ação é de R$ 100,00.

Com este valor podemos calcular o índice P/VPA onde:

 P/VPA = preço da ação / valor patrimonial da ação

Continuando o exemplo, uma ação da empresa A está cotada em R$ 150,00 e


seu VPA é de R$ 100,00 temos: P/VPA = 150 / 100 = 1,50.

Isto significa que a ação está sendo negociada a um valor de 50% maior do que
seu valor patrimonial.

Quanto maior a relação P/VPA, mais cara ou menos atrativa está a ação.

OUTROS INDICADORES
Existem ainda  outros indicadores que devemos ficar atentos.Os
chamados indicadores econômicos que influenciam os movimentos das Bolsas
de Valores ao redor do mundo.

Abaixo temos alguns exemplos:

 Decisão de Política Monetária do FED

A divulgação da decisão de política monetária pelo FED acontece a cada 45 dias


e trata do aumento ou queda da taxa de juros.
Como os Estados Unidos são a economia mais estável do mundo, qualquer
alteração na taxa básica de juros impacta o índice BOVESPA e a cotação do
dólar. Isso porque, dependendo do resultado, há um refluxo de dólares do Brasil
para aquela economia.

 Livro Bege Fed

Relatório sobre as atuais condições econômicas em cada um dos 12 distritos do


Reserva Federal, cobrindo todo o território dos EUA. Divulgado oito vezes ao
ano.

 Payroll

Dados do mercado de trabalho norte americano, divulgados toda primeira sexta-


feira do mês.

No Brasil, alguns indicadores importantes são:

 Decisão de Política Monetária

Realizado a cada 45 dias pelo COPOM BC tem o objetivo de estipular uma meta
para a taxa Selic.

 IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil)

Indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB do país, sendo


importante para a avaliação do nível de atividade econômica brasileira.

 Preços das Commodities

Por ser um país exportador de commodities, é de extrema importância analisar a


variação nos preços do petróleo e minério de ferro.

 CONCLUSÃO
A Análise fundamentalista pode parecer complexa, porém ser criterioso e
desenvolve-la de forma correta aumentam as chances de um retorno maior no
futuro sobre o investimento.
Conhecer a empresa de quem está adiquirindo a ação é extremamente
importante pois a saúde financeira do negócio é quem irá proporcionar uma
projeção de ganhos futuros e evitar os prejuízos.

Os indicadores servem como suporte para a tomada de decisão onde o


investidor pode minimizar os riscos e tomar as titudes correstas.

Finalizo com uma sugestão de leitura do livro “ O Investidor Inteligente” de


Benjamin Graham, o qual pode ajudar a todos os novos e experientes
investidores.

Bons negócios!

SUNO RESEARCH

Neste momento, é importante deixar claro que não existe uma


maneira correta, ou uma maneira única de se analisar uma ação.

Cada analista costuma ter a sua própria metodologia de análise, onde


ele enxerga melhor as suas alternativas e tira suas próprias
conclusões para sua tomada de decisões. Porém, para se entender
melhor o que está se passando em determinada empresa, existem
alguns indicadores fundamentalistas que são importantes de
se ter conhecimento.
Ao analisarmos uma questão dessa natureza, devemos levar em
consideração duas frentes: os dados do passado e a projeção para o
futuro da determinada empresa analisada.

Se formos olhar para trás, ou seja, para o histórico que a empresa


tem, devemos nos atentar aos critérios e indicadores que nos mostram
seus resultados passados.

É através da análise de indicadores, calculados a partir dos dados


disponíveis nos demonstrativos, que os analistas obtêm um
diagnóstico mais claro da situação e desempenho recente das
empresas.

Dividimos os indicadores em duas partes: os indicadores de mercado e


os indicadores financeiros.
Porém, antes do entendimento dos indicadores, é preciso que se
enfatize de maneira bem clara que jamais esses indicadores devem ser
usados individualmente no critério de análise de uma ação, e sim a
conjuntura total do cenário e da situação que se encontra o ativo
naquele momento, de maneira bem ampla e aberta.
Indicadores de Mercado mais importantes
em uma análise

Indicadores de produtividade: como medir o desempenho de


empresas
Dentre os indicadores de mercado, alguns que consideramos muito
importantes são:

 P/L (Preço/Lucro);
 DY (Dividend Yield);
 P/VPA (Preço/Valor Patrimonial por Ação);
 EV/EBITDA (Enteprise Value/Earnings Before Taxes Interest
Depreciation and Amortization).
Preço/Lucro (P/L)
É um índice que revela o preço de mercado de uma ação naquele
momento (sua cotação), dividido pelo seu lucro por ação nos últimos
12 meses (LPA).

Na teoria, quanto menor o valor deste índice quando comparado a


outras ações melhor as expectativas do mercado em relação à
mesma.

Porém, se este índice estiver muito baixo (geralmente menor que 3x),
isto poderia indicar risco ao investidor, visto que tal empresa poderia
representar baixa expectativa de manter esse lucro no futuro. Este
índice pode ser conhecido também como múltiplo de lucros ou P/LPA,
e no inglês, P/E Ratio (Price-Earnings Ratio).

Dividend Yield (DY)


Soma-se os dividendos e os Juros Sobre Capital Próprio dos últimos
12 meses e depois divide-se esse valor pelo preço do papel naquele
momento. Normalmente é usado para medir a rentabilidade dos
dividendos de uma empresa em relação ao preço de suas ações.
Criamos um minicurso gratuito sobre dividendos para te ajudar
a selecionar as melhores pagadoras de dividendos.

P/VPA
Em inglês P/BV (Price per Book Value), este indicador relaciona o
preço da ação ao valor patrimonial proporcional a ela. Indica quanto os
acionistas aceitam pagar pelo patrimônio líquido da companhia. É
obtido através da divisão entre o preço da ação e Valor Patrimonial
por Ação (VPA).

Em épocas de crise, a utilização do múltiplo também passa a ser um


importante métrica de avaliação, pois não é raro ver ações negociando
abaixo do ativo circulante líquido nesses momentos.

Na teoria, P/VPA = 1 pode significar que a ação está sendo negociada


pelo equivalente a seu patrimônio líquido, P/VPA < 1 o mercado está
pagando pelas ações da empresa um preço inferior ao do seu
patrimônio líquido e P/VPA > 1 que o mercado está aceitando pagar
mais pela ação do que todo o patrimônio líquido da empresa.

Não necessariamente, pagar acima do patrimônio é um mal negócio.


Ações como Ambev e Weg sempre negociaram acima do patrimônio,
e isso não impediu uma forte valorização ao longo do tempo.
Empresas com alta rentabilidade geralmente negociam com prêmio
em relação ao seu patrimônio.
EV/EBITDA
O Ebitda é a sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização. Ela é uma medida simplificada da geração
de caixa da companhia.

Já o EV discorre do inglês “enterprise value”, que compreende o valor


de mercado da companhia (cotação atual da ação multiplicado pelo
total de ações) somado com a dívida líquida (dívida bruta menos o
caixa).

Quanto menor o múltiplo EV/Ebtida, mais atraente se encontra a ação.


Mas essa comparação normalmente faz mais sentido quando feita
entre empresas do mesmo setor devido às peculiaridades existentes
nos diferentes ramos de atuação das companhias.

Indicadores Financeiros mais importantes em


uma análise
Os indicadores financeiros medem a saúde financeiras de uma
empresa, assim como sua rentabilidade. Podem ser utilizados para
fazer uma analise de empresas de capital fechado também.

Os principais indicadores são:

 ROE (Return on Equity);


 ROIC (Return on Invested Capital);
 Dívida Líquida;
 Dívida Líquida sobre Patrimônio Liquido;
 Margem Bruta;
 Margem Operacional;
 Margem Líquida;
Return On Equity (ROE)
O ROE, Retorno sobre Patrimônio Líquido ou Return on Equity (em
inglês), é calculado através da divisão do Lucro Líquido na DRE
(Demonstração do Resultado do Exercício) pelo Patrimônio Líquido,
declarado no Balanço Patrimonial do período contábil imediatamente
anterior ao atual, de uma determinada empresa.
Este indicador financeiro serve para medir o quanto que a empresa
gera de lucro para cada real aplicado pelo acionista na empresa.
Isto é, a capacidade da empresa de agregar valor (gerar retorno) para
o capital próprio investido.
Nós entendemos como regra de bolso que o ROE de uma empresa
sólida apresenta valor superior a 10%, mas preferencialmente
gostamos de negócios que apresentem ROE acima de 15%. Todos os
negócios que indicamos em nossa carteira de dividendos possuem
esta característica.

Indicadores financeiros: Aprenda tudo sobre os 5 principais


indicadores

Return on Invested Capital (ROIC)


Do inglês Return Over Invested Capital, é o Retorno Sobre o Capital
Investido, isto é, o capital próprio somado ao capital de terceiros. É um
método muito utilizado para determinar o desempenho financeiro de
uma empresa e apresenta, em termos percentuais, quanto dinheiro a
organização tem capacidade de gerar com o capital investido.

O ROIC é similar ao ROE, porém o segundo refere-se apenas ao


retorno sobre o capital próprio, enquanto o ROIC refere-se ao retorno
sobre o capital total investido – soma do capital próprio e do capital de
terceiros.
O cálculo do ROIC é feito depois de se subtrair os dividendos pagos
durante o ano do lucro líquido e dividir a diferença pelo capital
investido. Logo, a fórmula do ROIC é:

 ROIC = Resultado Operacional / Valor Contábil do Capital


Investido.
Dívida Líquida (DL)
É a Dívida Bruta descontada das disponibilidades e aplicações da
empresa. Em outras palavras, é a Dívida Total da companhia menos o
caixa (do Balanço).
Dívida Líquida sobre Patrimônio Liquido (DL/PL)
Este índice é definido como Dívida Líquida sobre Patrimônio Líquido e,
resumidamente, serve para medir o quanto do patrimônio líquido da
empresa equivale a sua dívida líquida.
Ou seja, ele indica o equivalente que uma empresa possui do seu
patrimônio em dívidas e, teoricamente, quanto menor este indicador
melhor.
Por exemplo, um índice DL/PL de 0,5 para determinada empresa
significa que a mesma possui 50% do patrimônio em dívidas.
É importante que esse indicador esteja abaixo de 100% e de
preferência seja menor que 50%.
Temos como “regras de bolso” que acima desses patamares, em
geral, o endividamento começa a pesar sobre as operações da
empresa, no entanto, podem existir exceções.
Margem Bruta
Representa o Lucro Bruto divido pela Receita Líquida e indica a
porcentagem de cada R$1,00 de venda que sobrou após o custo dos
produtos e/ou serviços vendidos. Este é um indicador que mede a
rentabilidade após os custos, mas antes das despesas (administrativa
e vendas). Logo, a Margem Bruta fornece assim a indicação mais
direta de quanto a empresa está ganhando de resultado imediato da
sua atividade.

Margem Operacional
É a divisão entre o resultado operacional (resultado após custos e
despesas) da empresa sobre a receita líquida, e mostra qual o lucro
operacional obtido por uma companhia para cada unidade de venda
realizada.
Normalmente, margens operacionais maiores indicam maior
lucratividade. Entretanto, em alguns momentos, as empresas podem
reduzir sua margem para ganhar mercado.

Margem Líquida
Basicamente é o Lucro Líquido dividido pela Receita Líquida (ambos
indicadores são observados na DRE). Em outras palavras, mede a
fração de cada real de vendas que resultou em lucro líquido.

A importância de se procurar negócios com margens elevadas se


destaca em tempos de crise. Negócios com margens altas geralmente
operam com folga de lucro, e se ocorre uma crise e a empresa perde
vendas, ela dificilmente apresentará prejuízos mesmo com menores
vendas. Negócios com margens apertadas, são os primeiros a sofrer
prejuízo quando o ambiente econômico se deteriora.
Para nós,  uma “regra de bolso” é que esse indicador seja superior a
10%, no entanto, deve-se levar em consideração o negócio que a
empresa está inserido.

Como conseguir as informações sobre a


empresa?
Para o investidor que ainda não está familiarizado com o mercado,
não consegue ou não se sente à vontade para buscar essas
informações diretamente com as empresas de sociedade
anônima, uma alternativa gratuita e bastante eficiente para
essa pesquisa é o Suno Analítica, que compila as informações
fundamentalistas da das empresas de capital aberto e as distribui no
seu portal.
O acesso é bastante simples e pode ser feito por qualquer indivíduo,
investidor ou não.

Segue abaixo como exemplo os dados do Suno Análitica para


as ações Ordinárias da Gerdau (GGBR3):
 

Como pode-se observar, a maioria dos dados que mencionamos


anteriormente e julgamos ser relevantes para o investidor como
critério de análise são disponíveis de maneira bem clara e direta, além
de muitos outros dados e gráficos que podem ser usados como bases
na análise e julgamento de determinado papel.

Cabe ao investidor ir à busca e estudar os números.

Agora, além dos dados e resultados passados, é importante também


se analisar a conjuntura atual do empreendimento e suas pretensões
para o futuro. Nem sempre margens elevadas no passado garantem
rentabilidade elevada no futuro.

Como analisar a gestão de uma empresa?


Além dos indicadores, é importante ao investidor que analise também
a gestão de uma companhia. É importante para o investidor se atentar
para quem são as pessoas chave daquele empreendimento e se
esses nomes são confiáveis.
Ter essa informação é importante porque serão essas pessoas (os
gestores) que irão trabalhar na missão de multiplicar o capital que irá
ser investido ali.

Qual a qualidade da gestão?


É importante saber se a gestão apresenta bons projetos e boas
estratégias para a empresa no médio/longo prazo, assim como se
apresentou algum trabalho relevante no passado (obviamente o
passado não necessariamente garante o sucesso no futuro, mas um
histórico satisfatório dos gestores pode sim ser um fator de influência
no processo de decisão).

A gestão esta comprando ações e aumentando o seu alinhamento e


confiança na empresa? Neste artigo você pode compreender melhor
a participação dos gestores, diretores, conselheiros e controladores,
também conhecidos como “insiders”, e a sua importância num
empreendimento.

Qual o posicionamento da empresa no setor de atuação?


Existem alguns fatores que são muito importantes para que se saiba
como a empresa se situa na sua área.

É importante se conhecer a postura da empresa diante o setor em que


atua, saber a sua estratégia de mercado, conhecer os produtos com
os quais trabalha, o seu nível de inovação, quem são os seus clientes
e fornecedores.

Certamente uma empresa que se destaca no que se propõe a fazer


merece uma atenção especial perante investidores que buscam
associação em sua participação.

A conclusão a que chegamos é que é muito importante sim, na análise


fundamentalista, o conhecimento dos números da empresa e seus
principais indicadores.
Mas também é importante a o investidor ter em mente que os
resultados futuros são consequência das decisões da gestão. Muitas
vezes os indicadores passados são bonitos, mas a gestão tomou
decisões que irão comprometer o futuro. Portanto, não basta apenas
analisar o passado.

Você deve ir não aonde a bola está, mas para aonde ela vai!

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