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Contabilidade para Investidores

Contabilidade e sua importância

“Quando compro uma ação, penso como se estivesse comprando uma empresa inteira, exatamente como se
estivesse adquirindo uma loja. Se eu fosse comprar a loja, iria querer saber tudo sobre ela” – Warren Buffet

Na frase acima, o investidor Warren Buffet ressalta um conceito essencial para quem pretende investir em um
negócio.

No processo de tomada de decisão, deve-se levar em consideração todos os fundamentos que compõem o
desempenho de uma empresa.

Afinal, são estes fundamentos que irão determinar o valor do ativo no longo prazo.

E para isso, a contabilidade é considerada a língua dos negócios. Os registros contábeis são fontes de informação e
evidência, dos quais podemos extrair praticamente tudo a respeito de um negócio, se está crescendo ou em declínio,
saudável ou em dificuldade financeira.

Para Buffet, a reação de uma administração fraca a negócios fracos costuma ser uma contabilidade fraca, e vice-
versa.
Como são divulgadas as informações?

Uma empresa fornece seu conjunto de resultados econômicos e financeiros através de demonstrações contábeis.

Segundo a Lei 6404/76, empresas de capital aberto devem obrigatoriamente divulgar suas demonstrações no final
de cada exercício social, dado que a divulgação representa a sua prestação de contas para o mercado, sócios e
acionistas.

Assim sendo, as demonstrações são compiladas em um relatório denominado ITR (Informações Trimestrais), o qual
pode ser facilmente encontrado na página de Relação com Investidores das empresas, ou nos sites da CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) e BMF&Bovespa.

Com o avanço da globalização, o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade IFRS (International
Financial Reporting Standards), possibilitando assim a comparação de um grande número de demonstrações
financeiras com as de países de diferentes partes do globo.

Desta forma, a junção das normas contábeis contribuiu para a vinda de empresas multinacionais, além da atração
dos investimentos internacionais no país, uma vez que permitiu comparabilidade, confiabilidade, transparência, e
redução do custo para informar.

Logo, podemos destacar três demonstrações financeiras de extrema importância para o mercado:

Balanço Patrimonial (BP): reflete a situação econômico-financeira da empresa, já que mostra onde ela investe, como
se financia, e sua capacidade de lidar com dívidas.

Essa demonstração é composta pelos Ativos (bens, direitos e demais aplicações de recursos controlados pela
entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros), pelos Passivos (as origens de recursos representados
pelas obrigações com terceiros) e pelo Patrimônio Líquido (os recursos próprios da entidade, seu valor é a diferença
entre o valor dos Ativos e o valor dos Passivos).

Demonstração do Resultado do Exercício(DRE): reflete a eficiência do desempenho econômico, uma vez que nos
mostra o faturamento, a margem, se o negócio opera no lucro ou prejuízo.

Essa demonstração oferece uma análise dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em um
certo período. As empresas devem indicar na DRE as receitas, os custos, as despesas, resultados financeiros, os
abatimentos dos impostos, e os lucros ou prejuízos do período. Importante para os gestores terem uma visão mais
realista sobre as decisões que devem ser tomadas, analisar se existe viabilidade econômica para determinados
investimentos ou não.

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC): reflete o desempenho financeiro, nos mostra como a empresa gera o seu
caixa, e como ela faz a alocação do mesmo
Essa demonstração visa indicar as movimentações do fluxo de caixa em um dado período de tempo, para auxiliar os
gestores na avaliação da capacidade da entidade de gerenciar fluxos de caixa líquidos positivos. Basicamente o
relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas: Atividades Operacionais, Atividades de
Investimento e Atividades de Financiamento

Quem são os principais “players” interessados nessas demonstrações?

Podemos afirmar que o mercado como um todo se interessa pela divulgação de resultados de uma empresa:

Acionistas: controle e avaliação da gestão da empresa.

Bancos: análise de crédito, da capacidade de pagamento das dívidas.

Investidores: visão do comportamento do lucro, dividendos e crescimento da ação.

Clientes: análise das margens, da capacidade de entregar o produto ou serviço.

Fornecedores: análise da concessão de crédito para vendas a prazo.

Funcionários: visão do andamento da empresa, interessados no PLR (Participação nos Lucros e Resultados).

Governo: formalização das contas públicas, análise da capacidade de pagamento dos tributos.

Concorrentes: comparação do desempenho, estruturação de estratégias competitivas.

Indicadores

Ao final da divulgação, com base nas demonstrações financeiras, o mercado começa a construir indicadores de
desempenho.

Os indicadores tem o papel de subsidiar o processo decisório, e está alinhado com o interesse de cada “player” do
mercado.

O desempenho de uma empresa pode ser medido por indicadores de rentabilidade, produtividade, eficiência, etc.

Além dos indicadores, as demonstrações podem ser analisadas construindo uma:

Análise Horizontal: Identifica a evolução dos elementos patrimoniais e de resultados ao longo do tempo.

Análise Vertical: permite conhecer a participação relativa de cada elemento patrimonial e de resultados.

Deste modo, nos próximos minicursos analisaremos a fundo cada demonstração financeira e os principais
indicadores de desempenho calculados.
Contabilidade para Investidores

Balanço

Patrimonial

“Contabilidade é provavelmente a matéria mais entediante do mundo. E também pode ser a mais confusa. Porém,
se você quer ser rico, no longo prazo, pode ser a matéria mais importante.” – Robert Kiyosaki

Como estudado na aula anterior, as informações contábeis são essenciais para analisar investimentos em empresas
e seus respectivos valores no longo prazo.

Logo, esta demonstração financeira reflete uma visão geral da situação econômico-financeira de uma empresa em
determinada data, representando uma posição estática.

Basicamente o balanço é segmentado em três elementos: Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido.

Formato de um Balanço Patrimonial

De acordo com a representação acima, o Ativo é composto por todos os bens, direitos e demais aplicações de
recursos controlados pela entidade, estes recursos são resultados de eventos passados e dos quais se esperam que
resultem em futuros benefícios econômicos para a empresa.

Exemplos:

Bens = máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, softwares.

Direitos = contas a receber, títulos a receber, ações.

Reconhecimento de um Ativo: A Miller Corporation vendeu mercadorias e recebeu do cliente uma nota promissória;
ele concordou em pagar US$2 mil no prazo de quatro meses. A empresa tem direito de receber uma quantia
especifica no futuro, como resultado da venda previa de mercadoria.

O Passivo é uma obrigação presente da entidade com terceiros, derivada de eventos já ocorridos. Um passivo surge
quando a empresa recebe benefícios ou serviços e se compromete, em troca, a pagar ao provedor desses bens ou
serviços um valor definido em uma ocasião futura.

Exemplos:
Empréstimos e financiamentos tomados, fornecedores a pagar, possíveis perdas judiciais, salários a pagar, etc.

Reconhecimento de um Passivo: A Gerdau tomou emprestados US$4 milhões, por meio de emissão de títulos de
longo prazo com vencimento em 20 anos e pagamento de juros anuais. Essa obrigação é um passivo, pois a Gerdau
recebeu fundos e precisa liquidar a dívida, desembolsando valores específicos em datas futuras definidas.

Tanto os ativos, como os passivos de uma empresa são divididos em Circulante (recursos ou obrigações que devem
ser convertidos no curto prazo, menos de 360 dias) e Não Circulante (longo prazo, mais de 360 dias).

Já o Patrimônio Líquido identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos
acionistas (ou sócios), mais os lucros gerados no exercícios e que foram retidos na empresa.

Reconhecimento de um Patrimônio Líquido: A Stephens Corporation foi constituída em 01/Jan do Ano 1. A empresa
emitiu 15 mil ações com um valor de US$10, que resultaram em uma entrada de caixa de US$10 por ação. Durante o
Ano 1, a empresa gerou um lucro líquido de US$30 mil e pagou dividendos de US$10 mil aos acionistas. O Patrimônio
Líquido Total é de US$170 mil, vindos US$20 mil de lucros acumulados e US$150 mil em ações.

O valor do Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor do Ativo e o valor do Passivo.

Como interpretar o Balanço Patrimonial?

Aplicação de recursos (onde a empresa investe): Ativo

Investimento em Capital de Giro (Working Capital)

Ativos operacionais

Contas a receber (clientes)

Adiantamento a fornecedores

Estoque

Investimento em Capital Fixo (CAPEX)

Ativos não circulantes

Imobilizado (máquinas, edifícios, equipamentos, veículos, etc.)

Intangível (software, marcas, etc.)

Determinantes:

Ramo da empresa: indústria, comércio ou serviço


Processo de produção: longo ou rápido

Produto: consumo durável ou não durável

Estratégia de crescimento: por aquisição ou orgânico

Fonte de recursos (como a empresa se financia): Passivo (capital de terceiros) + PL (capital próprio)

Capital de terceiros

Bancos

Fornecedores

Adiantamento de clientes

Capital próprio

Recursos dos sócios ou acionistas

Lucros gerados e capitalizados ou acumulados em forma de Reservas

Determinantes:

Aversão ao risco dos acionistas

Capacidade de gerenciar as dívidas

Estratégia de crescimento: alavancada ou conservadora

Estrutura de capital ótima

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Demonstração do

Resultado de Exercício

Diferentemente do Balanço Patrimonial que representa uma fotografia dos bens e direitos e obrigações da empresa
ao final de cada trimestre, a DRE representa a formação dinâmica do resultado líquido do começo ao fim de cada
trimestre.

Desta forma, é um dos mais importantes relatórios de gestão de uma empresa por refletir a eficiência do
desempenho econômico, uma vez que nos mostra o faturamento, a margem, e se o negócio opera no lucro ou
prejuízo.

Ao indicar as margens de uma empresa, a demonstração possibilita para os gestores uma análise dos resultados
ligados diretamente à operação da empresa, oferecendo assim uma visão mais realista do desempenho do negócio.

Formato de um Demonstrativo de Resultado:


Como interpretar a DRE?

Receita Bruta: faturamento da empresa (tamanho).

Imposto sobre receita: ICMS, PIS, Cofins.

Receita Líquida: receita de vendas.

Custo Mercadoria Vendida: custos para produzir, comprar ou prestar serviços.

Lucro Bruto: margem bruta dos produtos ou serviços.

Despesas com Vendas: despesas para vender (marketing, salário do vendedor) e entregar (logística e distribuição).

Despesas Administrativas: despesas ao administrar a empresa (diretoria, sede, pessoas, serviço de consultoria,
departamento financeiro).

Despesas com P&D: despesas com pesquisas e desenvolvimento tecnológico.

Lucro Operacional ou EBIT: ganhos antes dos juros e impostos (se a empresa é operacionalmente eficiente).

Resultado Financeiro: receitas financeiras menos despesas financeiras (se a empresa é capitalizada ou
descapitalizada).

LAIR: lucro antes do imposto de renda (resultado que incidirá a alíquota de IR).

Imposto de Renda: a competência em termos de planejamento tributário.

Lucro Líquido: margem líquida (se a empresa opera no lucro ou prejuízo, base futura para dividendos).

Regime de Competência

No regime de competência, o registro do documento se dá na data que o evento aconteceu. Este evento pode ser
uma entrada (venda) ou uma saída (despesas e custos).

A DRE é confeccionada pelo Regime de Competência. Através deste relatório podemos saber se uma empresa teve
lucro ou prejuízo no período, seja a venda à vista ou a prazo.

Portanto ela não representa a situação de caixa de uma companhia. Desta forma, se uma venda é realizada a prazo,
a venda (receita) na DRE é apurada em D+0, mas o ingresso do dinheiro no caixa no Balanço Patrimonial somente
acontecerá em um período futuro.

Por exemplo: considere uma empresa que tenha uma receita de R$ 1.000 e que tenha gasto durante o mês de
Fevereiro R$ 700 pagos a prazo.
O pagamento desta empresa vence no dia 10 de Março, data em que a empresa quitará sua fatura, e portanto
movimentará o caixa.

Assim, a empresa tem R$ 1.000 de receitas e R$ 700 de despesas, ou seja, se fôssemos analisar através de um DRE,
seria apresentado lucro de R$ 300.

Porém, imagine que esta empresa receba sua receita no dia 15 de Março. Como o pagamento de sua despesa vence
no dia 10, a empresa ficaria cinco dias em dívida com o pagamento, o que se analisássemos através de um DFC
(Demonstração do Fluxo de Caixa), nos mostraria uma falha, uma deficiência de caixa.

Como analisar a DRE?

Para uma análise eficiente da DRE é importante acompanharmos para cada trimestre divulgado uma análise vertical
referente a:

Variação % da Receita

Variação % do Lucro

Variação % da Margem

Uma forma simples de analisar estas variações é construir indicadores de desempenho, e assim acompanhar o
comportamento da margem:

Resultado Financeiro / Receita Líquida (analisar a variação do Peso dos Juros)

IR / LAIR (analisar a variação da alíquota efetiva de IR)

EBIT / Receita Líquida (analisar a variação da Margem EBIT)

Lucro Bruto / Receita Líquida (analisar a variação da Margem Bruta)

SG&A / Receita Líquida (analisar a variação de SG&A)

*SG&A: vendas, logística, marketing, administrativas.

Para uma análise completa, o acompanhamento por uma análise horizontal nos mostrará a evolução dos saldos das
contas com o passar dos anos.

Desta forma, tanto os indicadores, como a análise vertical e horizontal, devem ser comparados com resultados de
análises de competidores do mesmo setor de atuação.
E assim, se basear em fundamentos para uma tomada de decisão de investimento.

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Demonstração do

Fluxo de Caixa

A DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) é a demonstração contábil que representa as movimentações financeiras
de uma empresa em um período específico (geralmente um trimestre).

Logo, reflete o desempenho financeiro, a medida que fornece informações sobre as origens e o destino dos recursos,
como a empresa gera o seu caixa, e como ela faz a alocação do mesmo.

Essa demonstração calcula a variação do fluxo de caixa em um dado período de tempo, para auxiliar os gestores na
avaliação da capacidade da entidade de gerenciar fluxos de caixa líquidos positivos.

Basicamente o relatório deve ser segmentado em três grandes áreas: Atividades Operacionais, Atividades de
Investimento e Atividades de Financiamento.

Formato de um Demonstrativo de Fluxo de Caixa:

(=) Fluxo de Caixa das Operações

Lucro Líquido

Depreciação e amortização

Recebimento de clientes

Pagamento de fornecedores

Pagamento a funcionários

Variação do estoque

(=) Fluxo de Caixa de Investimentos

Recebimento por venda ou pagamento por compra de ativos imobilizados

Participações societárias

Aplicações financeiras

(=) Fluxo de Caixa de Financiamentos


Aporte ou redução de capital

Pagamento de dividendos

Emissão de ações

Recebimento ou pagamento de empréstimos financeiros

(=) Variação do caixa

O Fluxo de Caixa das Operações começa com o lucro líquido que será somado com o valor da depreciação e
amortização, que embora do ponto de vista contábil sejam despesas reais, esses custos não consomem dinheiro
algum, pois representam o que já foi gasto anos antes.

O importante ressaltar nessa parte do demonstrativo é que tudo aquilo que nos demonstrativos de resultados (DRE)
foi positivo será lançado como negativo (e vice-versa) para ser somado ao lucro líquido e resultar no fluxo de caixa
operacional

Esse cálculo tem o objetivo de retirar todos os efeitos não-caixa dessa métrica.

Desta maneira, podemos descrever o subgrupo “Atividade Operacional” como tudo aquilo que for do cotidiano da
empresa.

Exemplo: Se a empresa for um comercio que compra artigos esportivos e revende os mesmos, a compra de
mercadorias e venda de mercadorias são fatores do cotidiano dessa empresa.

Porém se a empresa resolver fazer um investimento na bolsa, esse investimento não faz parte de seu cotidiano. E
deve ser alocado no subgrupo “Atividade de Investimento”.

Já o subgrupo “Atividade de Financiamento” representa a consolidação de todos os tipos de financiamentos que a


empresa teve ao longo do período demonstrado pela DFC, seja ele proveniente de capital próprio ou de terceiros.

Exemplo: Dois sócios decidem criar uma seguradora, para começar a empresa eles decidem colocar cada um uma
certa quantia. Porém eles querem colocar mais dinheiro no negócio, então tomam um empréstimo em um banco.

Ambas as atividades devem ser contabilizadas no fluxo de financiamento.

Regime de Caixa
No regime de caixa, o registro das movimentações é considerado na data que foram pagos ou recebidos, como se
fosse uma conta bancária. Desta forma, apresenta para os gestores a saúde financeira da organização à vista.

No exemplo da aula anterior: consideramos uma empresa que teve uma receita de R$ 1.000 e um gasto durante o
mês de Fevereiro R$ 700 pagos a prazo.

O pagamento desta empresa vence no dia 10 de Março, data em que a empresa fará o desembolso para quitar a sua
fatura, e portanto será a data do regime de caixa.

Porém, se esta empresa receber sua receita apenas no dia 15 de Março e o pagamento de sua despesa vence no dia
10. Na construção de um DFC, a empresa ficaria cinco dias em dívida com o pagamento.

Assim, neste período a demonstração nos mostraria uma variação negativa do caixa, uma falha que resultaria em
uma deficiência de caixa.

Em um regime de competência, a empresa terá R$ 1.000 de receitas e R$ 700 de despesas, ou seja, se fôssemos
analisar através de um DRE, seria apresentado lucro de R$ 300.

Olhar apenas a DRE seria uma análise incompleta, pois permite que vendas a crédito sejam lançadas como receita,
fato que tornou necessário a criação de um demonstrativo de fluxo de caixa para monitorar o dinheiro que
realmente entra e sai do caixa de uma empresa.

Por isso a importância de acompanhar ambos os regimes.

Na próxima aula usaremos as demonstrações financeiras para construir indicadores de desempenho, que serão
utilizados tanto para comparação interna, como para analisar empresas concorrentes.

Contabilidade para Investidores

Indicadores

Ao final da divulgação dos resultados de cada trimestre, com base nas demonstrações financeiras, o mercado se
prepara para construir indicadores de desempenho.

Os indicadores tem o papel de subsidiar os investidores externos no processo decisório de investimento. Além de
serem usados nas empresas para análise de performance interna, como um sistema de contabilidade gerencial.
De acordo com os resultados calculados, o comportamento dos gestores será orientado para o atingimento dos
objetivos organizacionais.

Desta forma, os indicadores são considerados úteis para estimular os funcionários de uma empresa.

Podemos segmentá-los em:

Monetários (refletem o desempenho de curto prazo)

Não Monetários (refletem o desempenho de longo prazo).

Assim, o desempenho de uma empresa pode ser medido por indicadores referentes à rentabilidade, produtividade,
eficiência, etc.

Principais indicadores

Margem: Lucro Operacional Líquido / Receita Líquida

– Eficiência das vendas (capacidade em gerar lucros por real R$ vendido).

Margem Líquida (Lucro Líquido / Receita Líquida)

Margem EBIT (EBIT / Receita Líquida)

Margem Bruta (Lucro Bruto / Receita Líquida)

Margem EBITDA (EBITDA / Receita Líquida)

Giro: Receita Líquida / Ativo

– Produtividade do capital investido (capacidade de gerar receitas por real R$ investido).

Gestão do CAPEX (Receita Líquida / Imobilizado)

Gestão do Capital de Giro (Receita Líquida / Capital de Giro)

c) ROE: Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

– Rentabilidade do capital investido (capacidade da empresa em gerar retornos).

ROIC (EBIT*(1-IR) / Capital total investido)

ROA (Lucro Líquido / Ativo)

d) EBITDA: EBIT + depreciação e amortização


– Potencial geração de caixa da empresa, vinda da operação.

– Capaz de medir a produtividade e eficiência, já que nos mostra como a empresa realmente se comporta, sem
influência dos custos sobre os quais ela não controla.

e) Conversão de caixa (Cash Convertion): Fluxo de Caixa das Operações / EBITDA

– Capacidade de converter EBITDA em fluxo de caixa operacional.

f) Alavancagem: Dívida Líquida / EBITDA

– Utilizado para medir a solidez de uma empresa.

– Identificar quantas gerações de caixa operacional estão comprometidas com os bancos, líquido do caixa.

g) Cobertura de Juros: EBITDA / Resultado Financeiro

– Capacidade do EBITDA em cobrir os juros provenientes de empréstimos e financiamentos.

h) Determinação de Valor: Enterprise Value (Dívida Líquida + Valor de Mercado) / EBITDA

– Quanto vale uma empresa em proporção de geração de caixa.

– Múltiplo usado para comparar empresas de interesse, de mesma atuação no mercado.

i) Liquidez: Ativo circulante / Passivo circulante

– Liquidez corrente, indica quanto a empresa possui de recursos disponíveis para quitar suas obrigações com
terceiros.

– Utilizado para avaliar a capacidade de pagamento da empresa frente a suas obrigações de curto prazo.

j) Imposto: IR / LAIR

– Mede a competência da empresa em termos de planejamento tributário.

Conclusão
Cabe ressaltar que estes resultados variam de empresa para empresa e dependem muito do setor em que atuam,
estratégia competitiva, modelo de negócios e gestão.

Podemos afirmar que os indicadores de desempenho fazem parte de uma análise fundamentalista que tendem
influenciar o valor da empresa no longo prazo.

Assim sendo, medir o desempenho da empresa no decorrer do tempo é fundamental para identificar uma boa
gestão empresarial.

Não se trata apenas de uma prática contábil gerencial, mas sim de uma ação necessária no âmbito de investimentos
de longo prazo, para saber se a empresa está trilhando o caminho desejado, ou quanto ainda falta para alcançar os
objetivos.

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