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Introducao

Nos anos 80, dá-se uma revolução financeira, marcada pelo aumento dos riscos financeiros a que
as empresas estavam expostas, pela crescente importância das emissões de títulos no
financiamento das empresas e pela consequente relevância quer da gestão de tesouraria, quer das
variáveis financeiras.

Esta evolução foi acompanhada de alterações na gestão das empresas, no sentido de questionar
os tradicionais instrumentos de análise financeira (como os rácios), não para os inviabilizar mas
antes para os enriquecer. A medida que a Análise Financeira evolui, torna-se assim cada vez
mais claro que não se trata de uma ciência exata e que não há uma forma única de analisar a
saúde financeira de uma empresa.
Analise Financeira

A análise financeira refere-se à avaliação ou estudo da viabilidade, estabilidade e capacidade de


lucro de um negócio ou projeto. Engloba um conjunto de instrumentos e métodos que permitem
realizar diagnósticos sobre a situação financeira de uma empresa, assim como prognósticos sobre
o seu desempenho futuro.

Para que o analista possa verificar a situação econômico-financeira de uma empresa, é


fundamental o recurso a alguns indicadores. Os mais utilizados são aqueles que assumem a
forma de rácios. Estes apresentam uma vantagem, não só de tornar mais precisa a informação,
como também de facilitar comparações, quer para a mesma empresa, ao longo de um certo
período de tempo, quer entre empresas distintas, num mesmo referencial de tempo. Com efeito, a
análise de indicadores fornece apenas alguns indícios que o analista deverá procurar confirmar
através do recurso a outras técnicas

A análise financeira é, assim, a capacidade de avaliar a rentabilidade das empresas, tendo em


vista, em função das condições actuais e futuras, verificar se os capitais investidos são
remunerados e reembolsados de modo a que as receitas superem as despesas de investimento e
de funcionamento.

De forma a alcançar a sobrevivência e desenvolvimento pretendido pela empresa, a avaliação e


interpretação da situação económico-financeira de uma empresa centra-se nas seguintes questões
fundamentais:

 equilíbrio financeiro;

 rentabilidade dos capitais;

 crescimento;

 risco;

 valor criado pela gestão.

O recurso à análise financeira é extremamente importante para as diversas partes interessadas


numa boa gestão empresarial, sendo que essas partes interessadas são gestores, credores,
trabalhadores e as respectivas organizações, Estado, investidores e clientes.

A técnica mais utilizada pela análise financeira é a que recorre aos rácios, um instrumento de
apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e comparar o desempenho
econômico-financeiro das empresas ao longo do tempo. Constituem assim uma base da análise
financeira, mas não dão respostas. Essas encontrar-se-ão nos aspectos qualitativos da gestão.
Objetivos da Análise Financeira

O diagnóstico da situação financeira de uma empresa pode surgir de uma necessidade interna ou
externa. Um diagnóstico interno pode ser necessário para tomar decisões de gestão, utilizando a
análise financeira como um instrumento de previsão no âmbito de planos de financiamento e
investimento ou para o controle interno (acompanhamento da atividade e comparação entre as
previsões e a performance real). Pode também servir um objetivo informacional, usando a
informação financeira como instrumento de comunicação interna ou como elemento de relações
sociais na empresa. A análise financeira quando a serviço do Estado visa auditar a centralização
do poder bancário permitido ilicitamente pelo governo a fim de estabilizar o mercado de
commodities essenciais.

Quanto ao diagnóstico externo, surge como instrumento de decisão para entidades externas com
influência junto da empresa, tais como bancos, investidores institucionais, governos,
fornecedores e clientes. O diagnóstico externo surge também como ferramenta de comunicação
com os investidores, o público, os media, as agências de rating e as entidades que elaboram
estudos estatísticos financeiros. Os bancos e casas de investimento publicam ou comercializam a
sua análise financeira de empresas, com base nas qual divulgam recomendações de investimento.
A evidência sobre a capacidade de previsão destas recomendações não é sólida.

Análise Financeira Estática

A análise financeira estática baseia-se na informação que consta no Balanço, apresentando uma
apreciação de:

Estrutura: bens e direitos de que dispõe a empresa e meios para os financiar;

Solvabilidade: meios para fazer face aos compromissos a Médio e Longo Prazo (incluindo
dívidas e respectivos juros, despesas respectivas a obrigações assumidas ou imperativos
económicos e prestações fiscais, parafiscais ou sociais).

Liquidez: meios para fazer face aos compromissos a Curto Prazo;

A análise financeira estática consiste em estabelecer relações entre conta e agrupamento de


contas do Balanço, da Demonstração de Resultados e da Demonstração dos Fluxos de Caixa, ou
ainda entre outras grandezas económico-financeiras. Estas relações têm várias designações, tais
como rácios, índices, coeficiente, indicadores.

As demonstrações financeiras devem proporcionar informação acerca da posição financeira, das


alterações desta e dos resultados das operações, para que sejam úteis a investidores, a credores e
a outros utentes, a fim de investirem racionalmente, concederem crédito e tomarem outras
decisões, e contribuam assim para o funcionamento eficiente dos mercados de Capitais. A
qualidade essencial da informação proporcionada pelas Demonstrações Financeiras é a de que
seja compreensível aos utilizadores e deve satisfazer as seguintes características:
Relevância – a relevância deve ser entendida como a qualidade que a informação tem de
influenciar as decisões dos utilizadores, ao ajudá-los a avaliar os acontecimentos passados,
presentes e futuros, ou a confirmar ou corrigir as suas avaliações.

Fiabilidade- a fiabilidade significa que a informação tem de estar liberta de erros materiais e de
juízos prévios, ao mostrar apropriadamente o que tem por finalidade apresentar ou se espera que
razoavelmente represente.

Comparabilidade- a divulgação e a quantificação dos efeitos financeiros de operações e de


outros acontecimentos devem ser registadas de forma consistente pela empresa e durante a sua
vida, para se identificarem tendências na sua posição financeira e nos resultados das suas
operações. Além disso, as empresas devem adoptar os princípios de normalização contabilística,
a fim de se conseguir comparabilidade entre elas.

Estas características resultam da aplicação de conceitos, princípios e normas contabilísticas


adequados. Se assim for, as demonstração financeiras evidenciarão uma imagem verdadeira e
apropriada da posição financeira e do resultado das operações da empresa.

Demonstração do Resultado Líquido

Evidencia a formação de resultados num certo período (entre dois balanços), avalia a situação
econômica da empresa.

Esta formação de resultados evidencia-se pela síntese dos custos e proveitos em grupos
homogêneos, sendo que:

 Resultados = Proveitos – Custos

 Proveitos > Custos = Resultado Positivo (Lucro)

 Proveitos < Custos = Resultado Negativo (Prejuízo)

De acordo com o POC existem duas formas de elaboração da demonstração de resultados:

 demonstração de resultados por natureza;

 demonstração de resultados por funções.

Demonstração de Resultados por Natureza

Agrega os proveitos e os custos em grupos homogêneos, consoante a sua natureza.

 Resultados Operacionais = Proveitos Operacionais - Custos Operacionais

 Resultados Financeiros = Proveitos Financeiros - Custos Financeiros


É de salientar que existe uma distinção nítida entre resultados operacionais e resultados
financeiros. Nos resultados operacionais integram-se os proveitos e custos respeitantes à
exploração, enquanto que nos resultados financeiros consideram-se os proveitos de aplicações de
capital e os custos dos financiamentos, assim como ganhos ou perdas resultantes de aplicações
financeiras.

 Resultados Correntes = Resultados Operacionais + Resultados Financeiros

 Resultados Extraordinários = Proveitos e Ganhos Extraordinários - Custos e Perdas


Extraordinários

 Resultado antes de Impostos = Resultados Correntes + Resultados Extraordinários

 Por fim, temos então o Resultado Líquido do exercício:

 Resultado Líquido do exercício = Resultado antes dos Impostos - Imposto sobre o


Rendimento Extraordinário

Demonstração dos Fluxos de Caixa (Cash-Flows)

A demonstração de fluxos de caixa deve relatar os movimentos de caixa durante o período,


classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento, de forma a
proporcionar informação que permita aos utentes das demonstrações financeiras determinar o
impacto dessas actividades na posição financeira da empresa e nas quantias de caixa e seus
equivalentes.

Pode-se dizer que cada um destes itens dá-nos a respectiva comparação:

 Balanço → Posição Financeira

 Demonstração de Resultados → Desempenho

 Demonstração de Fluxos de Caixa→ Alterações na Posição Financeira

Devido ao carácter sintético dos documentos contabilísticos referidos, estes não respondem por
inteiro às exigências da análise financeira. Resumindo, temos como principais limitações dos
documentos contabilísticos, os seguintes aspectos:

 não reflectem valores actuais;

 existem contas para as quais é preciso fazer algumas estimativas;

 enquanto a depreciação do imobilizado é uma prática corrente, a sua revalorização é


normalmente ignorada;
 existem muitas rubricas com valor financeiro que estão omitidas do balanço.

Os rácios

A técnica mais utilizada pela análise financeira é a que recorre aos rácios, um instrumento de
apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e comparar o desempenho
económico-financeiro das empresas ao longo do tempo. Os rácios financeiros contêm, como
qualquer instrumento de medida, vantagens e inconvenientes.

No que concerne às vantagens dos rácios, estas podem sintetizar-se em:

 Permitem tirar conclusões com base em dados quantificados;

 Possibilitam a utilização de grandes quantidades de informação de modo relativamente


sintético, simples e objectivo;

 Contribuem para determinar a performance das empresas em termos de rentabilidade,


solvabilidade, liquidez e equilíbrio financeiro.

Quanto às desvantagens podemos resumi-las em:

 Se tiver havido incorrecções ao nível dos Balanços, Demonstrações de Resultados e


Anexos, os rácios reflectirão essas incorrecções;

 As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem ser


diferentes e conduzir a distorções ao nível dos rácios;

 Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser
complementada por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em
consideração factores qualitativos como a ética, motivação.

Liquidez Geral Esse índice mostra se a empresa tem a capacidade de honrar os seus
compromissos em curto e longo prazo.

Este rácio também nos indica em que medida o passivo de curto prazo está coberto por activos
que se esperam a ser convertidos em meios financeiros líquidos num período correspondente ao
vencimento das dívidas de curto prazo, como também em circunstâncias normais uma empresas
com dificuldades tenderá a pagar as dividas mais lentamente o que em princípio leva a aumentar
o seu passivo de curto prazo.

 Liquidez Geral = Activo Total / Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Liquidez Corrente: reflete a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo. O


crescimento exagerado das contas a receber, principalmente quando ocasionado por aumento de
inadimplência, ou ainda o aumento dos estoques, devido a falhas em linhas de produção ou
obsolescência, devem ser expurgados do cálculo desse índice.

 Liquidez Corrente = Activo Circulante / Passivo Circulante

Liquidez Reduzida A liquidez reduzida é uma medida mais severa da posição líquida da
empresa. Dá a ideia clara da capacidade da empresa para, sem grandes riscos, ser capaz de solver
os seus compromissos de curto prazo. É utilizado com a mesma finalidade do rácio de liquidez
geral, mas admite que as existências não poderão ser transformadas de imediato em dinheiro.

 Liquidez Reduzida = (Activo Circulante - Existências) / Passivo Circulante

Este rácio fazendo a comparação entre o glg e o glr permite destacar o peso das existências numa
empresa.

Liquidez Imediata Um terceiro indicador de liquidez é aquele que restringe ainda mais o
conceito de activos líquidos, cingindo-os às disponibilidades e aplicações financeiras de curto
prazo de uma empresa. É utilizada pelos analistas que pretendem conhecer o grau de cobertura
dos passivos circulantes por disponibilidades.

 Liquidez imediata = (Depósitos Bancários + Caixa + Títulos Negociáveis) / Passivo


Circulante

Estes rácios de Liquidez irão permitir aos analistas de crédito analisar a capacidade de reembolso
dos empréstimos para um curto prazo.

Sendo um indicador utilizado pela quase generalidade das instituições financeiras como
ferramenta importante na sua apreciação de crédito da empresa salientamos que é extremamente
frequente que uma evolução extremamente "favorável" deste indicador reflicta não a melhoria
mas a degradação da sua liquidez.

Rácios de rentabilidade:

Rentabilidade dos Capitais Próprios

O rácio de Rentabilidade dos Capitais Próprios (RCP), constitui o indicador de rentabilidade


mais utilizado pelos analistas financeiros, e é calculado da seguinte forma:

RCP = RL / CP, em que RL = Resultados Líquidos e CP = Capitais Próprios.

Este rácio permite aferir a capacidade da empresa em remunerar os seus accionistas/sócios.

Rentabilidade das Vendas


O rácio de Rentabilidade das Vendas serve para analisar a relação entre os resultados líquidos e
as vendas e o seu cálculo é efectuado da seguinte forma:

 RV = RL / V, onde RL = Resultados Líquidos e V = Vendas + Prestação de Serviços.

Este rácio permite estudar a estrutura de custos de uma sociedade.

Rentabilidade do Activo

O rácio de Rentabilidade do Activo é um rácio de avaliação do desempenho dos capitais totais


investidos na empresa, independentemente da sua origem (próprios ou alheios). Procura
relacionar os resultados antes de impostos e encargos financeiros com o activo total da empresa,
sendo calculado da seguinte forma:

 RA = RO / A, onde RO = Resultado Operacional e A = Activo

Este rácio permite analisar a rendibilidade separadamente das decisões financeiras.

Rácios de Endividamento

Endividamento Geral: Mede o montante da dívida em relação ao património líquido da


empresa. Em termos de risco para a empresa, quanto menor for o endividamento, melhor. No
entanto, se a empresa (ou os seus proprietários) tiverem a possibilidade de realizar investimentos
a taxas superiores àquelas que pagam pelo endividamento é preferível contrair dívida pois
maximizará o lucro da empresa.

 Endividamento = Capitais Alheios / Capitais Totais

Solvência Geral A solvência geral mostra a base da situação financeira da empresa, ou seja, a
capacidade da mesma em satisfazer suas obrigações de curto prazo, na data do vencimento.
Quanto maior, melhor.

 Solvabilidade = Capital Próprio / (Passivo+Interes.Mintr)

Utilidade dos rácios

Os rácios são fundamentais para o conhecimento da situação e evolução economico-financeira de


uma empresa ao longo do tempo, servem também para perceber a sua evolução futura. Existem
muitos rácios que podem ser calculados mas só interessa calcular aqueles que tenham interesse
para a análise pretendida, só assim é que terão sentido e serão úteis.

A utilidade dos rácios na análise da situação das empresas faz-se sentir através da comparação
com rácios calculados nos anos anteriores e rácios de empresas similares.

Para os analistas é importante saberem escolher bem os rácios que satisfaçam os objectivos da
análise que pretendem fazer.
Os principais utilizadores e interessados dos rácios na análise financeira são:

 Investidores;

 Accionistas;

 Gestores;

 Instituições Financeiras;

 Bolsa de valores;

 Fisco.

Os rácios são uma forma de observar aritmeticamente as relações entre os diversos valores
extraídos dos documentos financeiros e são de extrema importância para análise da situação das
empresas

Tipos de Indicadores

Os indicadores/rácios financeiros podem ser agrupados em várias classes:

Indicadores de Liquidez

Estes indicadores têm por objectivo medir a capacidade que a empresa tem para honrar os seus
compromissos financeiros no curto prazo, isto é, analisam em que medida a empresa está em
condições de cumprir as obrigações de natureza financeira, tais como o pagamento das matérias-
primas, dos salários, da energia, etc.

Podemos salientar como indicadores de liquidez:

 Grau de Liquidez Geral = Activo Circulante/Passivo de curto prazo

Este rácio mostra-nos a capacidade que a empresa tem para solver os seus compromissos de
curto prazo, isto é, activos que se espera que sejam convertidos em liquidez num período
semelhante ao das responsabilidades.

 Grau de Liquidez Reduzida = Activo maneável/Passivo de curto prazoActivo maneável =


Activo Circulante - Existências

Relativamente ao anterior exclui as existências do numerador. Este rácio indica se as parcelas do


Activo Circulante mais líquidas (Disponíveis e Realizáveis) são suficientes para cobrir o Passivo
(dívidas) de Curto Prazo. O seu valor para uma empresa que honra os compromissos é
normalmente superior a um, mas, pode ser inferior a um, sem que isso signifique que a empresa
tem dificuldades financeiras. Basta para isso, que a empresa consiga gerar Disponíveis e
Realizáveis a uma cadência superior ao Passivo (dívidas).
 Grau de Liquidez Imediata = Disponibilidades/ Passivo de curto prazo

 Disponibilidades = Depósitos bancários + Caixa + Títulos negociáveis

Este indicador difere do anterior porque exclui do numerador as dívidas de terceiros. Apesar da
grande homogeneidade das rubricas que figuram no activo a sua utilidade prática é muito
reduzida visto que as empresas se esforçam por terem uma tesouraria nula. Portanto o valor do
rácio ou é zero, ou aproxima-se dele.

Indicadores de Estrutura ou Endividamento

Estes indicadores procuram dar indicações sobre o grau de intensidade de recurso a capitais
alheios no financiamento de uma empresa. Dentro dos mais importantes:

 Autonomia Financeira = Capitais próprios / (Capitais Próprios + Passivo)

Este rácio é um dos rácios de endividamento mais populares, e exprime em que medida o activo
está a ser financiado por capitais próprios e por capitais alheios, ou seja pelo esforço financeiro
dos accionistas e dos credores se o valor for significativamente baixo significa que há maior
perigo de falência. No entanto isto depende muito de setor para setor.

Limitações dos Rácios

Nos tempos que correm, o recurso à técnica de análise através de rácios tem vindo a utilizar-se
com frequência para quase todos os fins. Por isso, convém alertar que este instrumento de análise
financeira possui algumas limitações:

Os rácios tratam apenas dados quantitativos;

 As decisões de curto prazo podem afectar profundamente os documentos financeiros,


assim como os rácios que lhe são inerentes;

 A comparação de rácios entre empresas do mesmo sector, ou com médias do sector, pode
ser incorrecta pelas diferenças das práticas contabilísticas das empresas;

 Não existe uma definição normalizada a nível nacional e internacional de cada rácio;

 A contabilidade é feita aos custos históricos, pelo que a inflação verificada na economia
afecta formas diferentes as empresas.

Análise Dinâmica

A análise dos fluxos pode ser vista quer como complementar quer como substituta da análise
estática. Consiste em analisar as origens e aplicações de fundos na altura de fecho das contas. Os
dados para a análise dinâmica podem ser encontrados nos anexos às Demonstrações Financeiras.
Análise da Qualidade dos Resultados

Do que se pode ver anteriormente, os aspectos limitadores da análise dos rácios resultam da
qualidade das informações por parte da contabilidade. Por isso, o analista tem de ter sempre em
conta a qualidade dos resultados. A utilidade desta análise centra-se principalmente, na
identificação dos sinais de perigo sobre os resultados futuros.

Apesar de não haver uma concreta definição quanto à qualidade dos resultados, a prática sugere
alguns factores de alta qualidade:

Regras contabilísticas - baseadas nos princípios gerais da contabilidade, de forma a que o


apuramento de resultados seja comedido e consistente ao longo dos anos;

Origem dos resultados - devem ter origem da actividade normal da empresa, e não de
actividades esporádicas ou extraordinárias;

Fluxos de caixa - vendas e custos que se transformem rapidamente em pagamentos e


recebimentos;

Fiscalidade - não estar demasiado dependente de favorecimentos pela lei fiscal, pois no caso
desta se alterar, poderá haver o risco de grande variação nos resultados;

Situação financeira - estrutura de capital e endividamento em níveis considerados razoáveis;

Meio envolvente económico - evitar que haja um forte impacto nos resultados em caso de
evolução da inflação ou movimentos cambiais;

Volatilidade - evolução dos resultados deve ser estável, de modo a servir de indicativo para o
futuro;

Activos - devem estar preparados para futuros condicionamentos, e também possuir um activo
circulante facilmente realizável;

Objectivos do utilizador - os resultados devem ser apresentados de forma consistente, de modo


a satisfazer as necessidades do analista;
Referências

Neves, João Carvalho das (2002) "Análise Financeira", Lisboa: Texto Editora.

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