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Por meio das demonstrações contábeis levantadas por uma empresa, podem ser

extraídas informações a respeito de sua posição econômica e financeira. Por


exemplo: um analista pode obter conclusões sobre a atratividade de investir em
ações de determinada companhia; se um crédito solicitado merece ou não ser
atendido; se a capacidade de pagamento (liquidez) se encontra numa situação de
equilíbrio ou insolvência; se a atividade operacional da empresa oferece uma
rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietários de capital; e assim
por diante.

MAS... É preciso salientar uma coisa: Independente do que constar em livros de


análise etc., o mais importante não é confiar cegamente em um valor arbitrário de
um indicador, mas sim entender o que ele realmente significa naquele caso, explorar
a situação da empresa de forma minunciosa.

Objetivo do processo: A análise de balanços tem por objetivo relatar, com base nas
informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira
atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras.
Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição
passada, presente e futura (projetada) de uma empresa.

Os relatórios obrigatórios são aqueles definidos pela legislação societária, sendo


mais conhecidos por “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.

A atual Lei das Sociedades por Ações2 determina que ao final de cada exercício
social (12 meses) toda empresa deve apurar, com base nos fatos registrados pela
contabilidade, o seguinte resumo de demonstrações contábeis:

■Balanço Patrimonial. (apuração do ativo, passivo e patrimônio líquido, cada um


dividio e alocado na conta correta)

■Demonstração do Resultado do Exercício. (Receitas e despezas, após as devidas


liquidações)

■Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do


Patrimônio Líquido.

■Demonstração dos Fluxos de Caixa.

■Demonstração do Valor Adicionado (companhias abertas).

OBS 1: As companhias de capital aberto (que têm suas ações negociadas em bolsas de
valores) e as instituições financeiras, pela necessidade de melhor informar ao
mercado em geral, devem apurar (e publicar) suas demonstrações contábeis a cada
semestre.

OBS 2: Uma companhia de capital aberto deve apurar as seguintes demonstrações, em


atendimento às exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Bolsa de
Valores do Brasil (Brasil, Bolsa, Balcão – B3) e seus acionistas:

■Demonstrações Financeiras Padronizadas (DFP): esse documento é composto por todos


os demonstrativos financeiros referentes ao exercício social encerrado e deve ser
encaminhado ao final de cada trimestre de cada ano à CVM e à B3.

■Informações e Resultados Trimestrais (ITR): são elaborados e enviados por todas as


companhias listadas em Bolsa de Valores para a CVM e B3 todo trimestre. A ITR tem
por finalidade permitir que o investidor acompanhe o desempenho da empresa no
trimestre.
■Informações e Resultado Anual (IAN): esse documento inclui, de forma mais
completa, as mais relevantes informações da companhia de natureza societária,
contábil, financeira e de mercado.

■Relatório de Administração e Parecer de Auditoria Independente: relativos às


Demonstrações Contábeis Anuais.

■Divulgação de Fato Relevante: entende-se por fato relevante todo evento que possa
provocar alterações nos preços de mercado das ações da companhia, tais como
aquisições, fusões, alterações no controle acionário etc.

■Importante acrescentar que toda companhia aberta deve manter, ainda, uma Diretoria
de Relações com Investidores com o objetivo de atender às necessidades de
informações dos investidores de mercado.

■Assembleias Gerais Ordinárias (AGOs) e Extraordinárias (AGEs) de acionistas


divulgadas com Edital.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE BALANÇOS

1.Análise horizontal: identifica a evolução dos diversos elementos patrimoniais e


de resultados ao longo de determinado período de tempo. É uma análise temporal do
crescimento da empresa, que permite avaliar a evolução das vendas, custos e
despesas; o aumento dos investimentos realizados nos diversos itens ativos; a
evolução das dívidas etc.

2.Análise vertical: de maneira idêntica à análise horizontal, a análise vertical


objetiva, basicamente, o estudo das tendências da empresa. Complementando as
informações horizontais, o estudo vertical das demonstrações contábeis permite
conhecer a estrutura financeira e econômica da empresa, ou seja, a participação
relativa de cada elemento patrimonial e de resultados. Por exemplo, qual
porcentagem das vendas representa lucro líquido; do total de seu passivo quanto a
empresa deve a curto e a longo prazo etc.

Apesar da grande importância dessas duas técnicas, suas aplicações práticas têm
sofrido alguns desgastes em razão, principalmente, das características do sistema
de apuração do lucro no Brasil, do tratamento adotado pela contabilidade legal em
ambientes inflacionários e das bruscas e constantes modificações verificadas na
economia brasileira.

3.Indicadores econômico-financeiros: procuram relacionar elementos afins das


demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a situação da
empresa. Existem diversos índices úteis para o processo de análise,
metodologicamente classificados nos seguintes grupos: liquidez, operacional,
rentabilidade, endividamento e estrutura, análise de ações e geração de valor.

Visando a uma comparação interempresarial, é possível obter em revistas


especializadas, ainda, indicadores de empresas concorrentes e padrões do setor de
atividade e do mercado.

4.Diagrama de índices: constitui-se em importante instrumento de análise de


balanços, sendo desenvolvido pela decomposição dos elementos que exercem
influências nos índices. A elaboração de um diagrama de índices é mais adotada
quando se estuda a rentabilidade da empresa, sendo o modelo ROI (Retorno sobre o
Investimento Operacional) amplamente conhecido pelos analistas.

OBS: A coligação é identificada quando uma sociedade detém participação acionária


em outra sociedade que lhe assegure influência relevante em suas decisões. Não é
necessário ter o controle do capital acionário para ser coligada, basta que a
participação no capital assegure influência importante nas principais decisões
financeiras da outra empresa.

Para ser considerada coligada, é estimada uma participação mínima de 20% do capital
com direito a voto da sociedade investida.

BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço apresenta a posição patrimonial e financeira de uma empresa em dado


momento. A informação que esse demonstrativo fornece é totalmente estática e, muito
provavelmente, sua estrutura se apresentará relativamente diferente algum tempo
após seu encerramento.

O balanço compõe-se de três partes essenciais: ativo, passivo e patrimônio líquido.


Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em “grupos”, os
quais, por sua vez, são dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez para o
ativo e em ordem decrescente de exigibilidade para o passivo.

Ativo = Passivo + PL

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