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Logo, podemos destacar três demonstrações financeiras de extrema importância para

o mercado:

Balanço Patrimonial (BP):

Reflete a situação econômico-financeira da empresa, já que mostra onde ela investe,


como se financia, e sua capacidade de lidar com dívidas. Essa demonstração é
composta pelos Ativos (bens, direitos e demais aplicações de recursos controlados
pela entidade, capazes de gerar benefícios econômicos futuros), pelos Passivos (as
origens de recursos representados pelas obrigações com terceiros) e pelo Patrimônio
Líquido (os recursos próprios da entidade, seu valor é a diferença entre o valor dos
Ativos e o valor dos Passivos).

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE):

Reflete a eficiência do desempenho econômico, uma vez que nos mostra o


faturamento, a margem, se o negócio opera no lucro ou prejuízo. Essa demonstração
oferece uma análise dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa
em um certo período. As empresas devem indicar na DRE as receitas, os custos, as
despesas, resultados financeiros, os abatimentos dos impostos, e os lucros ou
prejuízos do período. Importante para os gestores terem uma visão mais realista sobre
as decisões que devem ser tomadas, analisar se existe viabilidade econômica para
determinados investimentos ou não.

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC):

Reflete o desempenho financeiro, nos mostra como a empresa gera o seu caixa, e
como ela faz a alocação do mesmo
Balanço Patrimonial

 Formato de um Balanço Patrimonial

Tanto os ativos, como os passivos de uma empresa são divididos em Circulante


(recursos ou obrigações que devem ser convertidos no curto prazo, menos de 360
dias) e Não Circulante (longo prazo, mais de 360 dias).

Já o Patrimônio Líquido identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado


pelo capital investido pelos acionistas (ou sócios), mais os lucros gerados nos
exercícios e que foram retidos na empresa.

Reconhecimento de um Patrimônio Líquido: A Stephens Corporation foi constituída


em 01/Jan do Ano 1. A empresa emitiu 15 mil ações com um valor de US$10, que
resultaram em uma entrada de caixa de US$10 por ação. Durante o Ano 1, a empresa
gerou um lucro líquido de US$30 mil e pagou dividendos de US$10 mil aos acionistas.
O Patrimônio Líquido Total é de US$170 mil, vindos US$20 mil de lucros acumulados
e US$150 mil em ações. O valor do Patrimônio Líquido é a diferença entre o valor do
Ativo e o valor do Passivo.

 Como interpretar o Balanço Patrimonial?

1. Aplicação de recursos (onde a empresa investe): Ativo


a. Investimento em Capital de Giro (Working Capital)
i. Ativos operacionais
ii. Contas a receber (clientes)
iii. Adiantamento a fornecedores
iv. Estoque
b. Investimento em Capital Fixo (CAPEX)
i. Ativos não circulantes
ii. Imobilizado (máquinas, edifícios, equipamentos, veículos, etc.)
iii. Intangível (software, marcas, etc.)
c. Determinantes:
i. Ramo da empresa: indústria, comércio ou serviço
ii. Processo de produção: longo ou rápido
iii. Produto: consumo durável ou não durável
iv. Estratégia de crescimento: por aquisição ou orgânico
2. Fonte de recursos (como a empresa se financia): Passivo (capital de
terceiros) + PL (capital próprio)
a. Capital de terceiros
i. Bancos
ii. Fornecedores

 Adiantamento de clientes

b. Capital próprio
i. Recursos dos sócios ou acionistas
ii. Lucros gerados e capitalizados ou acumulados em forma de
Reservas
3. Determinantes:
b. Aversão ao risco dos acionistas
c. Capacidade de gerenciar as dívidas

 Estratégia de crescimento: alavancada ou conservadora

1. Estrutura de capital ótima

Demonstração do Resultado de Exercício (DRE)


Diferentemente do Balanço Patrimonial que representa uma fotografia dos bens e
direitos e obrigações da empresa ao final de cada trimestre, a DRE representa a
formação dinâmica do resultado líquido do começo ao fim de cada trimestre.

Como analisar a DRE?

Para uma análise eficiente da DRE é importante acompanharmos para cada trimestre
divulgado uma análise vertical referente a:

 Variação % da Receita
 Variação % do Lucro
 Variação % da Margem

Uma forma simples de analisar estas variações é construir indicadores de


desempenho, e assim acompanhar o comportamento da margem:

 Resultado Financeiro / Receita Líquida (analisar a variação do Peso dos Juros)


 IR / LAIR (analisar a variação da alíquota efetiva de IR)
 EBIT / Receita Líquida (analisar a variação da Margem EBIT)
 Lucro Bruto / Receita Líquida (analisar a variação da Margem Bruta)
 SG&A / Receita Líquida (analisar a variação de SG&A)

*SG&A: vendas, logística, marketing, administrativas.

Demonstração do Fluxo de Caixa

A DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) é a demonstração contábil que representa


as movimentações financeiras de uma empresa em um período específico (geralmente
um trimestre).
Regime de Caixa No regime de caixa, o registro das movimentações é considerado na
data que foram pagos ou recebidos, como se fosse uma conta bancária. Desta forma,
apresenta para os gestores a saúde financeira da organização à vista.

No exemplo da aula anterior: consideramos uma empresa que teve uma receita de R$
1.000 e um gasto durante o mês de Fevereiro R$ 700 pagos a prazo. O pagamento
desta empresa vence no dia 10 de Março, data em que a empresa fará o desembolso
para quitar a sua fatura, e portanto será a data do regime de caixa. Porém, se esta
empresa receber sua receita apenas no dia 15 de Março e o pagamento de sua
despesa vence no dia 10. Na construção de um DFC, a empresa ficaria cinco dias em
dívida com o pagamento. Assim, neste período a demonstração nos mostraria uma
variação negativa do caixa, uma falha que resultaria em uma deficiência de caixa. Em
um regime de competência, a empresa terá R$ 1.000 de receitas e R$ 700 de
despesas, ou seja, se fôssemos analisar através de um DRE, seria apresentado lucro
de R$ 300. Olhar apenas a DRE seria uma análise incompleta, pois permite que
vendas a crédito sejam lançadas como receita, fato que tornou necessário a criação
de um demonstrativo de fluxo de caixa para monitorar o dinheiro que realmente entra e
sai do caixa de uma empresa. Por isso a importância de acompanhar ambos os
regimes.

Indicadores

Principais indicadores

1. Margem: Lucro Operacional Líquido / Receita Líquida

– Eficiência das vendas (capacidade em gerar lucros por real R$ vendido).

1. Margem Líquida (Lucro Líquido / Receita Líquida)


2. Margem EBIT (EBIT / Receita Líquida)

 Margem Bruta (Lucro Bruto / Receita Líquida)

1. Margem EBITDA (EBITDA / Receita Líquida)

1. Giro: Receita Líquida / Ativo

– Produtividade do capital investido (capacidade de gerar receitas por real R$


investido).

1. Gestão do CAPEX (Receita Líquida / Imobilizado)


2. Gestão do Capital de Giro (Receita Líquida / Capital de Giro)
3. ROE: Lucro Líquido / Patrimônio Líquido

– Rentabilidade do capital investido (capacidade da empresa em gerar retornos).


1. ROIC (EBIT*(1-IR) / Capital total investido)
2. ROA (Lucro Líquido / Ativo)
3. EBITDA: EBIT + depreciação e amortização

– Potencial geração de caixa da empresa, vinda da operação.

– Capaz de medir a produtividade e eficiência, já que nos mostra como a empresa


realmente se comporta, sem influência dos custos sobre os quais ela não controla.

1. Conversão de caixa (Cash Convertion): Fluxo de Caixa das Operações /


EBITDA

– Capacidade de converter EBITDA em fluxo de caixa operacional.

1. Alavancagem: Dívida Líquida / EBITDA

– Utilizado para medir a solidez de uma empresa.

– Identificar quantas gerações de caixa operacional estão comprometidas com os


bancos, líquido do caixa

1. Cobertura de Juros: EBITDA / Resultado Financeiro

– Capacidade do EBITDA em cobrir os juros provenientes de empréstimos e


financiamentos.

1. Determinação de Valor: Enterprise Value (Dívida Líquida + Valor de


Mercado) / EBITDA

– Quanto vale uma empresa em proporção de geração de caixa.

– Múltiplo usado para comparar empresas de interesse, de mesma atuação no


mercado.

1. Liquidez: Ativo circulante / Passivo circulante

– Liquidez corrente, indica quanto a empresa possui de recursos disponíveis para


quitar suas obrigações com terceiros.

– Utilizado para avaliar a capacidade de pagamento da empresa frente a suas


obrigações de curto prazo.

1. Imposto: IR / LAIR

– Mede a competência da empresa em termos de planejamento tributário.

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