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UC12 - Auxiliar as operações pertinentes às atividades da controladoria nas

organizações

Pesquisa Técnica

Robert Lineker - Téc. Administração

Controladoria

Controladoria é um segmento das Ciências Contábeis que colabora para uma gestão de
qualidade, coordenando questões orçamentárias e administrativas.

Essa área também pode ser vista como produto da evolução da contabilidade que, apesar de
ser fundamental para a estrutura de qualquer organização, acabava restrita a ferramentas e
processos técnicos.

A controladoria tem por objetivo primordial fornecer subsídios (informações) para facilitar o
processo de tomada de decisão. Ela é a ferramenta que tem por objetivo primordial auxiliar a
organização na sua continuidade, realizar suas metas e alcançar sua visão.

“Uma controladoria eficiente e eficaz deve estar capacitada a organizar e reportar dados e
informações relevantes e exercer uma força capaz de influir nas decisões dos gestores da
entidade”. (OLIVEIRA, 1998, p.19)

Segundo este mesmo autor, uma controladoria eficiente deve:

 Organizar e reportar dados e informações relevantes para os tomadores de decisões;


 Manter permanente monitoramento sobre os controles das diversas atividades e do
desempenho de outros departamentos;
 Exercer uma força ou influência capaz de influir nas decisões dos gestores da entidade.
Algumas atividades da controladoria:

 Planejamento E Controle - Reúne as principais ações exercidas pela controladoria, a


fim de montar um plano alinhado à missão e objetivos de uma organização;
 Interpretação De Relatórios - Compara o que ficou planejado com o resultado em si,
fazendo a interpretação das informações registradas;
 Avaliação E Consultoria - Analisa os segmentos de gestão, sua eficácia e adequação aos
objetivos e políticas da organização. Ao final dessa avaliação, pontos fortes e aqueles
que precisam ser melhorados se tornarão evidentes;
 Gestão Fiscal;
 Proteção De Ativos;
 Avaliação Econômica.

A controladoria tem um papel fundamental na análise da saúde financeira da empresa, pois


reúne dados sobre cada transação, investimento, receitas e custos.

Seus relatórios apontam indícios de desperdício, inadequações e, em casos críticos, chegam a


revelar desvios de dinheiro.

Além de fornecer as informações para aumentar os lucros, organizações que possuem controle
interno têm suporte para uma política de redução de custos.

Controller - O profissional à frente da Controladoria

é o responsável por toda a área de Controladoria. É o gestor que, dependendo da estrutura,


responde diretamente à alta administração ou especificamente ao Financeiro. Contudo, é o
profissional que conduz os planejamentos necessários: ou seja, é sua função gerir o Orçamento
Empresarial.

Entre suas funções estão:

 Extrair e consolidar informações das outras áreas da empresa;


 Construir o Planejamento Orçamentário;
 Controle administrativo global da organização;
 Relatórios de desempenho para tomadas de decisões administrativas e contábeis;
 Acompanhar o planejado x realizado conforme o objetivo da empresa;
 Montar simulações de cenários.

O Controller tem em sua responsabilidade todo controle orçamentário, planejamento,


estrutura de dados e informação para tomadas de decisão. A área, assim como o Controller,
trabalha continuamente ao lado da diretoria e de outras áreas, seja auxiliando com
informações relevantes nas decisões estratégias ou coletando dados para construção do
Planejamento Orçamentário.

Indicadores Financeiros e Econômicos

O conhecimento próprio antecipado e a avaliação periódica dos indicadores de gestão são


fundamentais para uma boa gestão!

Por isso, é importante ter em mente que a correta gestão desses indicadores é indispensável
para fazer uma análise estruturada e bem adequada à realidade do negócio.
De maneira geral, os indicadores financeiros são divididos em estratégicos e operacionais e em
quatro grandes grupos, de acordo com a origem das informações e também do objetivo da
análise.

Indicadores de Rentabilidade

Os indicadores de rentabilidade servem para medir a capacidade econômica da empresa, isto


é, evidenciam o grau de êxito econômico obtido pelo capital investido da empresa.

Ao avaliar a rentabilidade, os investidores terão condições de decidir se vale a pena manter o


empreendimento, se é interessante economicamente aplicar mais capital no negócio ou se a
companhia está proporcionando retorno inferior a outras oportunidades de investimento
disponíveis.

 Giro do Ativo - Analisa a razão entre as vendas líquidas da empresa em relação ao ativo
total e avalia a representatividade do faturamento em relação ao capital investido. O
cálculo é feito da seguinte forma: Giro do Ativo = Vendas Líquidas / Ativo Total.
 Margem líquida - Determina o que restou das vendas após o desconto de todas as
despesas, incluindo impostos. Compara o lucro pertencente aos acionistas com o
volume de renda gerado em suas operações. O cálculo é feito da seguinte forma:
Margem Líquida = (Lucro Líquido / Receita de Vendas Líquida) x 100.
 Retorno Sobre o Investimento (ROI) / Rentabilidade do Ativo - O ROI, retorno sobre o
investimento, é a relação entre o dinheiro ganho ou perdido através de um
investimento e o montante de dinheiro investido. Revela o potencial de geração de
lucros, mostrando quanto a organização obteve de Lucro Líquido para cada real de
investimentos oriundos de capitais próprios ou de terceiros. O cálculo é feito da
seguinte forma: ROI = (Lucro Líquido / Ativo Total) x 100.
 Retorno sobre o Patrimônio (ROE) / Rentabilidade do Patrimônio Líquido - ROE se
refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus
próprios recursos. Demonstra qual a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio
investido na empresa e revela quanto a empresa ganhou de Lucro Líquido para cada
R$ 1,00 de Capital Próprio investido. O cálculo é feito da seguinte forma: ROE = (Lucro
Líquido / Patrimônio Líquido) x 100.
 Margem operacional - Estabelece qual a porcentagem de cada real de venda restante
após o desconto de todas as despesas operacionais (inclusive a diferença entre as
receitas e despesas financeiras), com exceção do Imposto de Renda. O cálculo é feito
da seguinte forma: Margem Operacional = (Lucro Operacional / Receita de Vendas) x
100.
 EBITDA - Representa a geração de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa
gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração
os efeitos financeiros, depreciações e amortizações. É um dos indicadores mais
utilizados hoje no meio empresarial através da gestão financeira, inclusive para
comparação com o mercado. O cálculo é feito da seguinte forma: EBITDA = Lucro
Operacional Líquido + Depreciação + Amortização.

Indicadores de Endividamento (Indicadores de Estrutura de Capital)

Eles demonstram, assim como os índices de liquidez, a situação financeira da empresa,


também devendo ser analisados em comparação às médias das empresas do segmento.
Eles mostram o grau (quantidade) de endividamento e a composição (qualidade) desse
endividamento.

 Participação de Capital de Terceiros - Indica o percentual de Capital de Terceiros em


relação ao Patrimônio Líquido, retratando a dependência da empresa em relação aos
recursos externos. Ele nos mostra a política de obtenção de recursos da empresa. Isto
é, se a empresa vem financiando o seu Ativo com recursos próprios (Patrimônio
Líquido) ou de terceiros (Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) e em que
proporção. O cálculo é feito da seguinte forma: Participação de Capital de Terceiros =
(Passivo Circulante + Passivo Não Circulante) / Patrimônio Líquido.
 Composição de Endividamento - Mostra quanto da dívida total da empresa deverá ser
paga a curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações
totais. Atenção, pois quanto mais dívidas de curto prazo, maior será a pressão para a
empresa gerar recursos para honrar estes compromissos. O cálculo é feito da seguinte
forma: Composição de Endividamento = Passivo Circulante / (Passivo Circulante +
Passivo Não Circulante).
 Imobilização do Patrimônio Líquido - Representa quanto do Patrimônio Líquido da
empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente
da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, mostrando a maior ou menor
dependência de recursos de terceiros. Quanto mais a empresa investir no Ativo
Permanente, menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e maior será a
dependência a capitais de terceiros para o financiamento do Ativo Circulante. O
cálculo é feito da seguinte forma: Imobilização do Patrimônio Líquido = Ativo
Permanente / Patrimônio Líquido.
 Imobilização dos Recursos Não Correntes - Demonstra que percentuais de Recursos
Não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. O cálculo é feito da seguinte
forma: Imobilização dos Recursos Não Correntes = Ativo Permanente / (Patrimônio
Líquido + Passivo Não Circulante).

Indicadores de Liquidez

 Liquidez corrente (LC) - É um dos índices mais utilizados. Mede a capacidade de


pagamento da empresa em curto prazo. Índice de Liquidez Corrente = Ativo
Circulante / Passivo Circulante.
 Liquidez Imediata (LI) - Mede a capacidade de pagamento imediata da empresa apenas
através das disponibilidades, ou seja, dinheiro em caixa, bancos e aplicações de
liquidez imediata. Índice de Liquidez Imediata = Disponibilidades / Passivo Circulante.
 Índice de Liquidez Seca (LS) - O índice de liquidez seca é semelhante ao índice de
liquidez corrente, mas sem considerar os estoques da empresa. Índice de Liquidez Seca
= Ativo Circulante Líquido / Passivo Circulante.
 Índice de Liquidez Geral (LG) - Também conhecido como Índice de Liquidez Financeira,
ele mostra a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo. Índice de Liquidez
Geral = (Ativo Circulante + Ativo Não circulante) / (Passivo Circulante + Passivo Não
Circulante).
 Capital de Giro Líquido (CGL) - É conhecida como a folga financeira, ou seja, é o recurso
disponível que permite a empresa funcionar e rodar seus estoques. Capital de Giro
Líquido = Ativo Circulante – Passivo Circulante.
Indicadores de atividades

Eles demonstram o tempo que “a empresa demora, em média, para receber suas vendas,
pagar suas compras e renovar seu estoque.

Por meio deles, também é possível verificar se o valor dos ativos é razoável, alto demais ou
baixo demais em relação ao nível de venda atual e projetado.

Os indicadores de atividade indicam as rotações sofridas pelo capital e por valores empregados
na produção, indicando quantas vezes foram empregados e recuperados.

 Prazo Médio de Estocagem (PME) - Demonstra a eficiência de gestão dos estoques.


Corresponde ao tempo em que o produto permanece armazenado até sua venda.
Estoque Médio (2 anos) / Custo da Mercadoria Vendida (CMV).
 Prazo Médio de Recebimento (PMR) - Demonstra o prazo médio que a empresa recebe
suas vendas. PMR = (Duplicatas a Vencer / Vendas) * 360.
 Prazo Médio de Pagamento (PMP) - Demonstra a eficiência de gestão dos estoques.
Corresponde ao tempo em que o produto permanece armazenado até sua venda. PMP
= (Pagamento dos Fornecedores / Valor das Compras) * 360.
 Necessidade de Capital de Giro (NCG) - É o valor total mínimo que a empresa precisa
ter em caixa. Este valor serve para que a empresa consiga honrar suas obrigações e
manter as operações necessárias não parando por falta de recursos financeiros. Este
indicador tem grande utilidade para evitar o endividamento total da empresa. Ele
também tem grande reflexo direto no fluxo de caixa da empresa. NCG = PMR – PMP.

Orçamento

Oliveira (2009, P. 290) define o orçamento como uma expressão formal de políticas, planos,
objetivos e metas estabelecidas pela alta administração como um todo, bem como para cada
uma das suas subdivisões. De uma forma sintetizada, trata-se de um plano que abrange todas
as fases das operações para um período futuro definido.

Warren, Reeves e Fess (2001, P. 178) estipulam que o orçamento traça um curso para a
empresa, delineando seus planos, em termos financeiros, pois ele pode ajudar uma instituição
a operar durante o ano e a reduzir resultados negativos.

O orçamento está diretamente relacionado com o processo de planejamento estratégico de


uma organização. Para Tung apud Souza (2007, P. 80), ele é a apresentação dos resultados
antecipados de um plano, projeto ou estratégia, cuja finalidade é a criação de base para
previsão e controle de eventos econômico-financeiros, agindo sobre as operações globais da
empresa, estabelecendo uma sequência de ações financeiras organizadas que a empresa deve
executar.

Gimenez (2009, P. 24) destaca alguns pontos importantes do orçamento, tais como:

 Planos formais da organização;


 Guias para ações futuras, em observância ao plano estratégico;
 Expressões quantitativas e qualitativas dos planos da organização;
 Instrumento útil para cumprimento das funções administrativa, de planejamento,
coordenação e controle;
 “Bússola” que orienta os administradores na tomada de decisão;
 Instrumento para mensurar, analisar e controlar o valor agregado.

Gimenez cita ainda (2009, P 24) que os orçamentos podem ser de curto prazo (um ou dois
anos) ou de longo prazo (na maioria das vezes 5 anos). O que se tem visto, é um nível mais
detalhado nos dois primeiros anos e um mais genérico para os próximos anos. Ambos são
preparados por centros de responsabilidade, atualizados de acordo com os índices divulgados
pelo mercado.

No atual mundo globalizado e competitivo, a empresa que objetiva a maximização dos seus
resultados, bem como a continuidade e a sustentabilidade de seus negócios, além de pensar e
atuar para o curto prazo, será diferenciado se fizer o mesmo para o longo prazo.

De acordo com Oliveira, Perez Jr. e Silva (2008, P. 119), o papel do orçamento na gestão de
uma empresa é mais bem compreendido quando relacionado às funções administrativas, que
basicamente são: planejamento, organização e controle.

Assim, as responsabilidades podem ser descritas da seguinte forma:

 planejar: descreve como o executivo e a empresa pretendem atingir os resultados


almejados;
 organizar: descreve a melhor disposição dos recursos da empresa. As atividades
devem ser dispostas de maneira que possibilitem o alcance dos objetivos propostos de
forma eficiente e eficaz;
 controlar: descreve a segurança de que todos os esforços da empresa – executivos e
empregados – estejam coordenados com a realização dos objetivos da organização.

Para Gimenez (2009, P. 27), dentre várias funções do orçamento, as que se destacam são:

 direcionar os investimentos para as oportunidades mais viáveis economicamente, em


consonância com os objetivos da empresa;
 estabelecer e revisar parâmetros de mensuração por meio de uma revisão acurada de
processos e das atividades;
 acompanhar os resultados apurados x os planos traçados.

Segundo Gimenez, (2008, P. 84), as organizações que aboliram o orçamento, utilizam outras
ferramentas ou técnicas para a gestão de desempenho. Alguns exemplos são o Custeio por
Atividade, o Balanced Scorecard, o Rolling Forecast e o Benchmarking, além de indicadores de
desempenho que colaboram inclusive para definir metas e impor controles.

Um dos principais pontos de atenção do orçamento é o custo.

Hope e Fraser (2003, P. 6) reconhecem que o orçamento, se utilizado de maneira responsável,


ajuda aos altos executivos a manter o controle sobre as múltiplas divisões e unidades de
negócio; entretanto, alertam para a possibilidade de “manuseio de lucros” ou mesmo fraude,
caso esteja em mãos erradas. Esta observação baseia-se no fato da pressão sobre os
desempenhos, existente, sobretudo quando da deterioração das condições econômicas.

Em linhas gerais, as organizações que excluem o orçamento, transferem o processo decisório


do centro para a periferia. Deve ser notado, que um alto grau de descentralização pode ser
obtido também num processo orçamentário moderno, no qual, os gestores das diferentes
áreas fazem suas propostas orçamentárias e são responsáveis pela sua implementação.

Referências
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/430204/2/eBook_Introdu%C3%A7%C3%A3o_
%C3%A0_Controladoria_UFBA.pdf

file:///C:/Users/378866/Downloads/27970-Texto%20do%20artigo-73676-1-10-20160520.pdf

https://upis.br/blog/controladoria/

https://www.treasy.com.br/blog/controladoria-nas-empresas/

http://aptusvc.com/a-controladoria-estrategica-na-otimizacao-do-lucro-e-criacao-de-valor/

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