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Demonstrações Financeiras numa empresa:

Gerir bem uma empresa implica ter uma organização contabilística que nos
permite avaliar a sua saúde económica e financeira em determinados
momentos. Para isso, é necessário saber ler e interpretar da melhor maneira
três documentos contabilísticos das Demonstrações Financeiras nas
empresas .

Quando o nosso objetivo é conhecer a situação financeira de uma empresa de


forma clara, devemos recorrer aos documentos contabilísticos que revelam de
forma fidedigna o estado atual de uma empresa, permitindo ter a noção exata
da evolução da mesma através de análises comparativas como também obter
dicas importantes quanto ao futuro.

A generalização do uso das tecnologias, quer pela crescente oferta quer pela
vertente investimento, havendo ferramentas mais acessíveis, permite-nos
através do recurso a softwares de apoio à gestão obter informação económica
e financeira de qualidade em qualquer momento. O problema já não é o acesso
à informação, mas sim, de como lê-la e interpretá-la.

Demonstrações Financeiras:

Balanço
O balanço representa a situação patrimonial da empresa (ativos, dívidas e
capital), num determinado período contabilístico (trimestre, semestre ou ano).

O balanço de uma empresa divide-se em três categorias – ativo, passivo e


capital próprio – podendo o mesmo ser representado graficamente da seguinte
forma:
O ativo é aquilo que a empresa possui e que é suscetível de ser transformado
em dinheiro. É o caso das disponibilidades (dinheiro e depósitos bancários),
créditos sobre clientes, stocks, equipamentos, instalações, etc.

O passivo mostra quais são as dívidas que a empresa detém, geralmente


obtidos através de financiamentos externos, tanto de médio e longo prazo,
como de curto prazo (bancos, fornecedores, estado, etc).

O capital próprio, corresponde ao capital pertencente aos sócios da empresa.


Ou seja, representa o investimento realizado pelos proprietários na empresa,
adicionando lucros ou deduzindo prejuízos, obtidos ao longo dos diversos
exercícios.

O pilar base da contabilidade diz que o ativo tem de ser igual à soma do
passivo e do capital próprio. Por outras palavras, aquisição do património
da empresa (ativo) tem que ser financiada por capitais próprios (capitais
dos sócios) ou por capitais alheios (passivo).
Outro aspeto fundamental é a relação entre ativo circulante e passivo de
curto prazo (refira-se exigível a menos de um ano). Se o ativo circulante for
superior ao passivo de curto prazo, a empresa evidencia condições para
satisfazer os seus compromissos de curto prazo apresentando uma saudável
tesouraria. Caso contrário, é provável que a empresa tenha necessidade de
recorrer a empréstimos de curto prazo (contas correntes ou outros
instrumentos) para saldar as suas dívidas mais imediatas e obter liquidez.

O conjunto das dívidas de curto, médio e longo prazo, que têm implícito o
pagamento do custo dessa mesma dívida (taxa de juro) designa-se
por “passivo financeiro” (exemplo: financiamentos obtidos junto de
instituições bancárias – contas correntes, contratos MLP, leasing, etc).

O passivo tanto pode ser de curto como de médio e longo prazo. O conjunto
das dívidas que não têm uma natureza financeira designa-se “passivo
corrente”, uma vez que são provenientes da própria atividade da empresa.
Exemplos de rubricas de passivo corrente são dívidas a fornecedores, ao
estado e outros débitos decorrentes da atividade operacional da empresa.
Regra geral o passivo corrente é de curto prazo, por conseguinte, exigível a
menos de um ano.

Demonstrações Financeiras:

Demonstração de Resultados
A demonstração de resultados (DR) é outro dos documentos mais
importantes da contabilidade geral das empresas.

A DR coloca em evidência os proveitos e custos que ocorrem ao longo de


determinado período de tempo (trimestres, semestre ou ano) e o resultado é a
diferença entre eles, sendo que:

 Proveitos – Custos = Resultados; Se:

 Proveitos > Custos = Resultado Positivo (Lucro)


 Proveitos < Custos = Resultado Negativo (Prejuízo)
1.EBITDA é o resultado antes de juros, impostos, provisões e amortizações.

Também designado por excedente bruto de exploração, corresponde assim


aos proveitos menos os custos operacionais que implicam entradas e saídas
de dinheiro (excluem-se as amortizações e provisões).

Pode ser visto como outra forma de expressar o cash-flow (liquidez), ou seja,
é um indicador da capacidade da empresa gerar fluxos de caixa oriundos da
sua atividade normal.

2.EBIT é o lucro antes de encargos financeiros (pagamento de juros) e


impostos. Este indicador reflete os resultados da empresa antes das deduções
financeiras e fiscais.

A designação do EBIT em português não é uniforme. Sendo vulgarmente


designado por “resultado operacional”, pode-se também encontrá-lo referido
como “resultado operacional líquido”, “resultado de exploração”, “resultado
líquido de exploração”, “resultados antes de impostos”, “resultados antes de
juros e impostos (RAJI)”, “lucro operacional”, “lucro operacional líquido”, “lucro
de exploração”, “lucros antes dos impostos”, “ganho líquido por exploração” e
“função financeira”.

3.Resultado Líquido resulta da soma das componentes anteriores.

Demonstrações Financeiras: Demonstração dos Fluxos de Caixa


A demonstração de fluxos de caixa (DFC) de uma empresa integra-se no
conjunto das demonstrações financeiras e tem como objetivo proporcionar
informações sobre os recebimentos e pagamentos da mesma ocorridos
durante determinado período. Esta demonstração fornece a base necessária
para identificar e avaliar a capacidade da empresa em gerar e utilizar os seus
fluxos financeiros, demonstrando ser um documento fundamental para os
processos de decisão.

Este documento não se encontra sujeito à política de amortizações e provisões,


tornando-o mais objetivo, permitindo ao analista detetar mais facilmente quer o
potencial futuro do negócio quer as necessidades de tesouraria.

A DFC apresenta três grandes categorias de fluxos:

 Atividades operacionais;
 Atividades de investimento;
 Atividades de financiamento;

Conjuntamente, estes três fluxos permitem explicar a variação em caixa e


seus equivalentes.
fundamentais: as despesas e receitas ocorrerem em momentos distintos e, em
muitos negócios, não existe uma coincidência temporal entre o momento da
concretização da compra (ou venda) de um bem e o seu respetivo pagamento
(recebimento).
Pelos motivos apresentados pode ser que uma empresa, aparentemente viável
a médio e longo prazo, possa ter dificuldade em saldar as suas dívidas de curto
prazo. Por isso é recomendável uma empresa ser saudável tanto do ponto
de vista económico como do financeiro.

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