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Capítulo I - Contas a receber e a pagar

As contas a receber e a pagar resultam de operações com clientes, forne-


cedores, pessoal, Estado e outros entes públicos, financiadores e accionistas.
Estas contas, por serem activos financeiros, devem ser reconhecidas ao custo
ou ao custo amortizado, NCRF 27, § 1 1 .
As dívidas de e a terceiros em moeda estrangeira são registadas, ao câm-
bio da data considerada para a operação, salvo se o câmbio estiver fixado pelas
partes ou garantido por uma terceira entidade.
À data do balanço, as dívidas de ou a terceiros resultantes dessas opera-
ções, em relação às quais não exista fixação ou garantia de câmbio, são actua-
lizadas com base no câmbio dessa data.

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Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Exercício 1.01
Contas a receber e a pagar - Adiantamentos recebidos
-

ENUNCIADO
A empresa T P Q Lda., recebeu em 01 de Janeiro de 200N u m cheque
~.° 12345 sobre o Banco Xpto, do cliente Lápis de Cera, S.A., no montante
ie € 12.300,00 juntamente com a nota de encomenda n.°35 do cliente. Este
valor respeita a u m adiantamento para fornecimento de mercadorias sujeitas
i IVA à taxa normal, com preço previamente fixado.
A empresa TPC Lda., emitiu no dia 10 de Janeiro de 200N, a factura
r..° 135, relativa à venda a prazo, de mercadorias no valor de € 20.000,00,
iando satisfação à nota de encomenda n° 35 do cliente Lápis de Cera, S.A.

CONTABILIZAÇÃO

DATA H I S T ÓR I C O CONTA DÉBITO CRÉDITO

Pelo adiantamento recebido do cliente


."U-01-0N Adiantamentos por conta de vendas 276x 10.000,00
IVA - Liquidado 2433 2.300,00
Caixa 11 12.300,00
Pela emissão da factura n° 135
10-01-ON Vendas mercadorias 711 20.000,00
IVA - Liquidado/ 2433 4.600,00
Cliente c/c 211 24.600,00
Pela anulação do adiantamento
10-01-0N Adiantamentos por conta de vendas 276 10.000,00
IVA - Regularizações - A favor da empresa 24341 2.300,00
Cliente c/c 211 12.300,00

ENQUADRAMENTO
O SNC relativamente aos adiantamentos atende à sua natureza monetá-
ria ou não monetária e também ao seu destino. Assim, se o adiantamento for
de natureza não monetária, significa que o preço é conhecido (o preço está

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previamente fixado) e será reconhecido no balanço: ou como um activo não .io 1.02
financeiro, na conta « 3 9 - Adiantamentos por conta de c o m p r a s » e na conta • mit Ai a receber e a pagar - Adiantamentos pagos
« 4 4 5 - Adiantamentos por conta de investimentos»; ou como u m passivo
não financeiro, na conta « 2 7 6 - Adiantamentos por conta de v e n d a s » . i N V N CIADO

Se o adiantamento for de natureza monetária, significa que o preço não A nnpresa A L F A Lda., procedeu em 10 de Junho de 200N à emissão do
é conhecido (sem preço fixado) e será reconhecido no balanço ou como um lirqiic n.° 12345 sobre o Banco Xpto, a favor do fornecedor BETA, S.A. no
activo financeiro, na conta « 2 2 8 - Adiantamentos a fornecedores» e na con- t.mte de € 4.920,00. Este valor respeita a u m adiantamento para forne-
ta « 2 7 1 3 - Adiantamentos a fornecedores de investimentos»; ou como um l InuMito de mercadorias sujeitas a IVA à taxa normal, sem preço previamente
passivo financeiro, na conta « 2 1 8 - Adiantamentos de clientes». li xtido, e segue acompanhado da nota de encomenda n° 123 ao fornecedor.
Relativamente à exigibilidade do IVA nos adiantamentos, o CIVA refere A empresa ALFA Lda., recebeu no dia 15 de Junho de 200N, a factura
que "...a exigibilidade do imposto é ainda aplicável "aos casos em que se veri- i i " ¿35 do fornecedor BETA, S.A., relativa à compra a prazo de mercadorias
fique emissão de factura ou documento equivalente, ou pagamento, precedendo o mi valor de € 15.000,00, dando satisfação à nota de encomenda n° 123.
momento da realização das operações tributáveis."
Os adiantamentos poderão ser documentados por um recibo ou por uma CONTABILIZAÇÃO

factura. H I ST Ó R I C O CONTA DÉBITO CRÉDITO |


II ATA

Pelo adiantamento ao fornecedor


ADIANTAMENTOS RECEBIDOS 10-06-N Adiantamentos a fornecedores 228 4.000,00
O valor recebido na forma de adiantamento é contabilizado: a crédito IVA - Dedutível 2432 920,00

da conta « 2 1 8 - Adiantamentos de clientes» no caso do preço dos forneci- Depósitos à ordem 12x 4.920,00

mentos não terem o preço fixado, ou a crédito da conta « 2 7 6 - Adiantamen- Pela facru™ « ° ""5 do fornecedor _
tos por conta de v e n d a s » no caso do preço dos fornecimentos terem o preço 15-06-N Compras de mercadorias 311 15.000,00
IVA - Dedutível 2432 3.450,00
fixado e crédito da conta « 2 4 3 3 - IVA - Liquidado; sendo o total do valor
Fornecedor c/c 221 18.450,00
recebido debitado na conta de « M e i o s financeiros líquidos» respectiva.
Quando do fornecimento ( e m i s s ã o da factura dos bens ou s e r v i ç o s Pela anulação do adiantamento _
15-06-N Fornecedor c/c 221 4.v¿u,uu
fornecidos), a factura é contabilizada normalmente e, simultaneamente, o(s) 4.000,00
Adiantamentos a fornecedores 228
valor (es) recebidos na forma de adiantamento (s) são transferidos para a con- 920,00
IVA - Regularizações - A favor do estado 24342
ta « 2 1 1 - Clientes c / c » , isto é, debita-se a conta « 2 1 8 - Adiantamentos de
clientes», ou a conta « 2 7 6 - Adiantamentos por conta de v e n d a s » , e debita-
-se a conta « 2 4 3 4 1 - IVA - Regularizações - A favor da e m p r e s a » ; por cré-
dito da conta « 2 1 1 - Clientes c/c».

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ENQUADRAMENTO ei cicio 1.03
Adiantamentos pagos Contas a receber e a pagar - O p e r a ç õ e s com letras: saques e aceites
O valor pago na forma de adiantamento é contabilizado a débito da
conta « 2 2 8 - Adiantamentos a fornecedores» e da conta « 2 7 1 3 - Adianta- A letra é um título de crédito através do qual uma determinada pessoa
mentos a fornecedores de investimentos», no caso do preço dos fornecimen- ou entidade (o sacador) ordena a outra entidade (sacado), o pagamento de
tos não terem o preço fixado; ou a débito da conta « 3 9 - Adiantamentos por uma importância (valor nominal da letra), a si ou a outra entidade (toma-
conta de c o m p r a s » e da conta « 4 4 5 - Adiantamentos por conta de investi- dor), numa determinada data.
m e n t o s » , no caso do preço dos fornecimentos terem o preço fixado e débito
da conta « 2 4 3 2 - IVA - Dedutível, sendo o total do valor pago, creditado na Para produzir efeitos plenos a letra deverá conter os seguintes elemen-
conta de « M e i o s financeiros líquidos» respectiva. tos essenciais:
Quando do fornecimento (recebimento da factura dos bens ou ser- - A palavra letra escrita no próprio título;
viços fornecidos), a factura é contabilizada normalmente e, simultaneamen- - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
te, o(s) valor (es) pagos adiantadamente são transferidos para débito da conta - O nome da entidade que a deve pagar;
« 2 2 1 - Fornecedores c / c » ou da conta « 2 7 1 1 - Fornecedores de investi- - O nome da entidade a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
mentos - contas gerais», quer se trate, respectivamente, de fornecedores de - Indicação da data em que é sacada;
bens e serviços ou se trate de fornecedores de investimentos, e credita-se a - Assinatura de quem passa a letra (sacador).
conta « 2 4 3 4 2 - IVA - Regularizações - A favor do E s t a d o » , também para Os elementos n ã o essenciais, são:
débito daquelas contas. - Data de pagamento (quando não se indica, entende-se que é pagável à
vista);
- Lugar de pagamento (quando não se designa, considera-se que será
paga no domicílio do sacado);
- Lugar onde a letra foi emitida (quando não é mencionado, considera-se
como tendo-o sido no domicílio do sacado).
O aval corresponde a uma garantia de pagamento dada por u m terceiro,
ou mesmo um signatário da letra. Quando não é mencionado o interveniente
a favor do qual se dá o aval, considera-se como sendo dado pelo sacador.

OPERAÇÕES COM LETRAS

O saque é a ordem de pagamento, isto é, corresponde à emissão da pró-


pria letra. Sacar uma letra consiste em emiti-la, ou seja, em ordenar a alguém

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(sacado) o pagamento de uma certa quantia na data de vencimento. Sendo - C o m i s s ã o de cobrança: substitui o antigo prémio de transferência e
assim, ele é efectuado pelo sacador. incide também sobre o valor nominal da letra. A sua taxa depende do
O endosso consiste na transmissão da letra a outra entidade pelo toma- tipo de letras: sendo domiciliada é menor do que não o sendo e, den-
dor ou portador. Apenas podem ser transmitidas, por endosso, as letras que tro daquela, deverá ainda distinguirse entre letras da mesma praça e de
contenham a cláusula à ordem (títulos à ordem). praças distintas.
O endossante é a entidade que transmite a letra; - Imposto, ou selo de verba: incide sobre o juro e comissão de cobran-
O endossado (normalmente u m credor do tomador) é a entidade que ça e corresponde à arrecadação por parte do banco, para posterior en-
recebe por endosso. trega ao Estado.
O direito de regresso na falta de aceite ou pagamento cada endossado - Outras despesas: engloba despesas diversas tais como portes, telefo-
pode exercer os seus direitos de acção contra os endossantes que o prece-
nemas, faxes, e outros.
dem.
O portador apresenta a letra a desconto, que poderá ser ou não aceite
O sacador, para poder exercer os seus direitos de acção, pode dispensar
pela instituição de crédito. Sendo-o, é-lhe depositado na conta de de-
o portador de fazer o protesto por falta de aceite ou de pagamento bastando,
pósitos à ordem, o valor nominal da letra deduzido de todos os encar-
para tal, inscrever na letra a cláusula "sem despesas" ou "sem protesto".
gos com o desconto.
O aceite é dado pelo sacado e consiste na declaração da responsabilida-
de pelo pagamento da letra na data do vencimento. A declaração consiste na Não havendo nada estipulado em contrário, o portador deverá debitar
assinatura do sacado na face da letra. cobrar do aceitante as despesas que lhe foram deduzidas pela instituição
O desconto realiza-se nos bancos comerciais e consiste numa realiza- e crédito, devendo o segundo exigir o documento comprovativo de tais en-
ção antecipada do seu valor, ou seja, possibilita ao portador realizar o valor argos.
da letra antes da data do seu vencimento, pagando-se os juros e os encargos Para verificação e controlo dos encargos apresentados pelas institui-
relativos ao período compreendido entre a data da apresentação a desconto ções de crédito, a fórmula é a seguinte, considerando-se os seguintes ele-
e a de vencimento.
mentos:

Vn valor nominal da letra a desconto


Os encargos normalmente suportados pelo desconto de letras são os
i taxa de juro praticada
seguintes:
n prazo (em dias) que falta para o vencimento
- Juros: incidem sobre o valor nominal da letra e são calculados com base t taxa de comissão de cobrança
no período compreendido entre a data de desconto e a data de venci- Vo valor actual ou valor líquido de desconto
mento da letra, mais dois dias (prazo para apresentação à cobrança). I imposto (à taxa de r %)
A taxa de juro do desconto é variável. Depende do período que falta D outras despesas (portes, telefones, etc).

para o vencimento, variando na razão directa deste. Vo = Vn Encargos do desconto

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Encargos do desconto = Juros + Comissão de cobrança + Imposto + Outras despesas os) como, também, todos os encargos bancários a suportar pelo desconto
da nova letra.
Juros = [(Vn x i x (n+2)]/ 36000 O sacador normalmente debita outras importâncias além das referidas,
Comissão de cobrança = Vn x t para custear despesas internas.
Imposto = (Juros + Comissão de cobrança) x r%
Relativamente aos encargos bancários, a taxa de juro é estabelecida,
O recambio: quando a letra é apresentada, no vencimento, ao aceitante tomando como base não o prazo da nova letra, mas sim o que decorre entre
para que este proceda ao seu pagamento, isto é, efectuase a sua cobrança. No a sua data de vencimento e a data da operação inicial, isto é, data de saque da
entanto, duas situações podem ocorrer: primeira letra. Tal procedimento, origina a utilização de uma taxa superior e,
- O aceitante paga a letra terminando, assim, a sua vida e função; consequentemente, o agravamento dos encargos da reforma. Tais encargos
- O aceitante recusa-se ao pagamento da letra, sendo esta devolvida ao são, muitas vezes, debitados pelo sacador na data da reforma, podendo ser
sacador, por incobrabilidade. Tal devolução por falta de pagamento calculados segundo duas bases distintas:
constitui o recambio. - Encargos não incluídos no valor nominal da nova letra;
- Encargos incluídos no valor nominal da nova letra.
O recambio de letras não cobradas comporta sempre despesas, que de-
vem ser debitadas ao aceitante, na sua totalidade, se a responsabilidade de tal O Protesto: consiste numa acção levada a efeito pelo portador da letra,
facto lhe for imputada. motivada pela falta de aceite ou falta de pagamento:
A reforma: consiste na substituição de uma letra antes do seu vencimen- - O protesto por falta de aceite deverá efectuar-se durante os prazos fixa-
to, por outra ou outras, com vencimento posterior. Esta operação, muito fre- dos para a apresentação ao aceite;
quente, deve-se ao facto do aceitante não poder liquidar, no todo ou em parte, - O protesto por falta de pagamento deverá efectuar-se num dos dois dias
o valor nominal da letra na data de vencimento. úteis seguintes àqueles em que a letra é pagável. Sendo a letra pagável
até ao limite máximo de dois dias úteis seguintes à data de vencimento,
Na reforma podem ocorrer duas situações: o protesto deverá efectuar-se nos 3 o ou 4 o dias úteis seguintes àquela.
- Reforma parcial: em que o aceitante paga uma parte do valor nominal
da letra antiga, aceitando uma nova letra pelo restante; ou Pelos encargos do protesto é responsabilizado o aceitante (devedor),
- Reforma total: em que o aceitante substitui a letra antiga por uma devendo todos os seus débitos serem considerados em situação de impari-
nova, não pagando qualquer quantia. dade.

Quando da reforma, ao aceitante são debitadas não só as despesas verifi-


cadas com a operação (portes de devolução, encargos fiscais, impressos, ou-

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I OPERAÇÃO CONTA DÉBITO CRÉDITO I I DIM KAÇÃO CONTA DÉBITO CRÉDITO I
Saque (corresponde à emissão da própria letra): 2121C X < K procedimentos a seguir são idênticos aos vistos anteriormente:
2111C X \. cite: 2211F X
Endosso (consiste na transmissão da letra a outra 2211F X 2221F X
entidade, normalmente u m credor do sacador): 2121C X 1 ii cargos do desconto debitados pelo sacador: 6914 J
Desconto (consiste na realização antecipada 12x X 2211F J
do valor da letra): 2121C X Cncargos do recambio debitados pelo sacador: 69881 P
69 lx J 2211F p
12X J Kclorma:
Débito do desconto ao aceitante (devedor da letra): 2111C J Anulação do aceite: 2221F X
69 lx J 2211F X
Recambio (consiste na devolução por falta 2111C X Keforma parcial:
de pagamento): 12x X Pagamento parcial: 2211F X
6988x P 12x X
12x P Encargos da reforma debitados pelo sacador: 69 lx E
Débito dos encargos do recambio ao aceitante: 2111C P 2211F E
6988x p Contabilização do novo aceite: 2211F X
Reforma: 2221F X
Reforma parcial: 111 X Pagamento do aceite: 2221F X
2111C X 12x X
Débito dos encargos da reforma ao aceitante: 2111C
7918
E
E
r VANTAGENS DAS LETRAS. QUANDO DESCONTADAS:
Contabilização do novo saque: 2121C X Para o credor (portador e, normalmente, sacador) visto possibilitar-lhe
2111C X realizar meios líquidos que doutra forma não conseguiria. Debitando ao acei-
Letras em carteira: tante os encargos do desconto, o portador, vê realizado antecipadamente o
Recebimento do valor da letra no vencimento: 111 X seu crédito sem que tal lhe origine gastos de financiamento; e
2121C X Para o devedor, visto conseguir assim crédito (s) que doutra forma não
Reforma de letra em carteira: alcançaria. De facto o desconto resulta, na prática, num empréstimo a curto
Anulação da letra a reformar: 2111C X prazo concedido pela instituição de crédito ao aceitante ou devedor, limitan-
2121C X do-se este ao pagamento dos encargos ao portador ou sacador e ao reembolso
do valor nominal na data do vencimento.

24 25
Exercício 1.04 ícios económicos seguintes deverão ser contabilizadas a débito numa
Contas a receber e a pagar - Devedores e credores por a c r é s c i m o : nta divisionária da conta « 2 7 2 1 - Devedores por acréscimos de rendimen-
Rendimentos de juros ainda n ã o recebidos | 0 I » , por crédito da conta « 7 8 6 2 - Outros rendimentos e ganhos - Rendi-
IMInlos e ganhos nos restantes investimentos financeiros - J u r o s » , ou da con-
ENUNCIADO t l « 7 9 1 - Rendimentos e ganhos de financiamento - Juros o b t i d o s » .
A empresa ALFA, Lda. procedeu em 31 de Dezembro de 200N à especia-
lização dos juros de depósitos a prazo relativos ao exercício, mas que o banco
creditará no exercício seguinte, no montante de € 1.000,00.

CONTABILIZAÇÃO

HISTÓRICO CONTA DÉBITO


I DATA CRÉDITO 1
Pela contabilização dos juros respeitantes ao período
31-12-ON Juros a receber (no período seguinte) 2721 1.000,00
Rendimentos de juros 791 1.000,00
No período seguinte, aquando do recebimento dos juros
31-01-ON Juros imputados no período anterior 2721 1.000,00
Recebimento dos juros 12x 785,00
IRC (capitais) retido 241x 215,00

ENQUADRAMENTO
A conta « 2 7 2 Devedores e credores por acréscimos» regista a débito, na
sua subconta « 2 7 2 1 Devedores por acréscimos de rendimentos», o crédito
de rendimentos que devam ser reconhecidos no próprio período e a crédito,
na sua subconta « 2 7 2 2 Credores por acréscimos de g a s t o s » , o débito de gas-
tos que devam ser reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham
documentação vinculativa, cuja receita ou despesa só venha a ocorrer em pe-
ríodo ou períodos posteriores.
Os rendimentos de juros imputáveis ao exercício (período) económico
em curso, mas cuja receita e recebimento apenas ocorrerá no exercício ou

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Exercício 1.05 A conta « 2 8 - Diferimentos» regista a débito, na sua subconta « 2 8 1 -
Contas a receber e a pagar - Diferimentos: Rendas pagas astos a reconhecer», o crédito de despesas (e/ou pagamentos) efectuadas,
antecipadamente cujos gastos só devem ser reconhecidos em períodos posteriores e a crédito,
na sua subconta « 2 8 2 - Rendimentos a reconhecer», o débito de receitas (e/
ENUNCIADO ou recebimentos) obtidas, cujos rendimentos só devem ser reconhecidos em
A empresa ALFA, Lda. procedeu, em 8 de Dezembro do ano 2 0 0 ( N - l ) , períodos posteriores.
à transferência bancária referente ao pagamento mensal da renda do armazém
do mês de Janeiro de 200N, no montante de € 5.000,00 (sujeito a retenção
na fonte).

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Pelo pagamento da renda em 200N respeitante ao período seguinte


o&oi- (N-I; Renda do mês (do período seguinte) 28 lx 5.000,00
Imposto (predial) retido ao senhorio 2424 825,00
Depósitos à ordem 12x 4.175,00
Pela imputação do custo da renda ao período a que respeita
dd-01-ON Gasto da renda 6261 5.000,00
Gasto diferido do período anterior 28 lx 5.000,00

ENQUADRAMENTO
Uma contabilidadebaseada no acréscimo, permite a obtenção do resultado
económico através da diferença entre os gastos e os rendimentos do exercício.
O regime do acréscimo (periodização económica), preconiza que os ren-
dimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos e incorridos, inde-
pendentemente do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-se nas
demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam. Significa atender ao
fluxo real dos gastos e dos rendimentos e não ao seu fluxo monetário (fluxo
de caixa).

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E x e r c í c i o 1.06 ENQUADRAMENTO
Contas a receber e a pagar - Processamento dos ordenados O processamento contabilístico dos ordenados e salários, comporta
e salários três fases distintas:
Na I a fase, pelo processamento dos ordenados, salários e outras remu-
ENUNCIADO
nerações, dentro do mês a que respeitem, debitam-se as subcontas da conta
A entidade ALFA, S.A. procedeu ao processamento dos ordenados e sa- « 6 3 - Gastos com o pessoal», por crédito da conta « 2 3 1 - Remunerações
lários do pessoal da entidade em 23 de Janeiro de 200N, tendo efectuado a a pagar», pelos valores líquidos apurados no processamento; por crédito das
transferência bancária correspondente ao pagamento dos vencimentos em 30 contas « 2 4 - Estado e outros entes públicos», nas respectivas subcontas,
de Janeiro de 200N. « 2 4 2 - Retenção de impostos sobre rendimentos» e « 2 4 5 - Contribuições
Pessoal para a Segurança S o c i a l » ) ; as contas de « 2 3 2 - Adiantamentos» (no caso de
Ordenados brutos 20.000,00 serem regularizados por vencimentos); e contas « 2 7 8 - Outros devedores e
Encargos por conta do trabalhador
credores», consoante as entidades credoras dos descontos efectuados (parte
IRS (conforme tabelas de retenção) 1.000,00
Segurança social (11%) 2.200,00 do pessoal), como por exemplo, os sindicatos e outras organizações profis-
Ordenados líquidos 16.800,00 sionais.
Encargos por conta da entidade patronal
Na 2 a fase, pelo processamento dos encargos sobre remunerações (parte
Segurança social (23,75%) 4.750,00
patronal), dentro do mês a que respeitem, debita-se a conta « 6 3 5 - Gastos
com o pessoal Encargos sobre remunerações», por contrapartida da conta
CONTABILIZAÇÃO : « 2 4 5 - Estado e outros entes públicos - Contribuições para a Segurança So-
HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO cial»
Processamento dos ordenados: Na 3 a fase pelos pagamentos ao pessoal e às outras entidades, debitam-
23-01-ON Ordenados do pessoal 632 20.000,00 -se as contas que foram creditadas na I a e 2 a fase, por crédito de contas da
Ordenados a pagar ao pessoal 2312 16.800,00 classe « 1 - Meios financeiros líquidos», « 1 1 - caixa» ou « 1 2 - Depósitos à
Retenção de impostos sobre os rendimentos 2421 1.000,00 ordem».
Contribuições para a Segurança Social 245 2.200,00
Processamento dos encargos
23-01-0N Encargos por conta da entidade 635 4.750,00
Contribuições para a Segurança Social 245 4.750,00
Pagament o dos vencimentos
30-01-0N Pagamento dos ordenados ao pessoal 2312 16.800,00
Transferência bancária 12x 16.800,00

30
E x e r c í c i o 1.07 | l a receber - Clientes» por contrapartida da conta « 2 1 9 - Clientes - Per-
Contas a receber e a pagar - Perdas por imparidade em dívidas i Li-, por imparidade acumuladas»
a receber Uma vez que a contabilidade deve reflectir, o mais verdadeiramente
1'n.sível, a posição financeira da empresa, as dívidas dos clientes que foram
ENUNCIADO i ibjecto de reconhecimento de perdas por imparidade devem ficar individu-
Em 31 de Dezembro de 200N foi identificado na empresa ALFA, S.A. tllzadas na conta « 2 1 9 - Clientes - Perdas por imparidade acumuladas»,
um cliente que tinha ultrapassado o prazo concedido para pagamento da sua Milulividindo a conta por cada cliente nessa situação.
dívida. A empresa, após várias promessas de pagamento, considerou existir No caso das dívidas de difícil cobrança que não resultam de operações
risco de incobrabilidade, com probabilidade significativa de não vir a receber < i >m clientes, a conta de gastos a reconhecer a perda por imparidade é a conta
60% da dívida de u m total de € 10.000,00. Contudo, 5 meses após se ter « 6 5 1 2 - Perdas por imparidade - Em dividas a receber - Outros devedores».
identificado a situação, o cliente pagou integralmente a sua dívida. Quando deixar de se verificar o motivo que originou a perda por imparidade,
ou porque a dívida foi recebida ou porque a dívida foi considerada incobrável
CONTABILIZAÇÃO a conta que registava a perda por imparidade, deve ser anulada (NCRF 27,
DATA HISTÓRICO
$28).
CONTA DÉBITO CRÉDITO
Perda por imparidade em dívidas a receber em 200N Se a dívida a receber foi anteriormente considerada em situação de im-
31-12 Perda por imparidade em dívidas a receber 6511 6.000,00 paridade e reconhecida numa das seguintes contas: « 2 1 9 , 229, 239, 269 a
Perdas por imparidade acumuladas 219 6.000,00 279 Perdas por imparidade acumuladas», o desreconhecimento (anulação)
Reversão de perda por imparidade em dívidas a receber em 200(N+l) da dívida é feito por contrapartida da correspondente conta da classe 2, que
31-05 Recebimento do cliente 121 10.000,00
contém o débito do reconhecimento inicial da dívida (conferir notas de en-
Perdas por imparidade acumuladas 219 6.000,00
quadramento das contas referidas).
Cliente 2111 10.000,00
A anulação da conta de perdas por imparidade acumuladas, é feita por
Reversão de perda por imparidade 76211 6.000,00
crédito na conta « 7 6 2 1 1 - Reversões - De perdas por imparidade - Em dí-
ENQUADRAMENTO vidas a receber - Clientes», caso se trate de dívidas de clientes e na conta
As dívidas de terceiros, pela sua natureza, correm elevados riscos de se « 7 6 2 1 2 - Reversões - De perdas por imparidade - Em dívidas a receber - Ou-
degradarem. Assim, sempre que a empresa constate haver forte probabilidade tros devedores», no caso de outros devedores que não clientes.
de não vir a receber uma dívida, a empresa deve acautelar-se e, para isso, reco- Se a dívida a receber não foi anteriormente considerada em situação de
nhecer uma perda por imparidade na demonstração dos resultados (NCRF imparidade, o desreconhecimento (anulação) é feito por débito da conta de
27, § 23). gastos, « 6 8 3 - Outros gastos e perdas - Dividas incobráveis», por contra-
No caso das dívidas a receber relacionadas com operações da actividade partida da correspondente conta da classe « 2 - Contas a receber e a p a g a r »
operacional, a conta a debitar é a « 6 5 1 1 - Perdas por imparidade - Em dívi- (conferir nota de enquadramento da conta 683).

32
E x e r c í c i o 1.08 líxercício 1.09
Contas a receber e a pagar - C r é d i t o incobrável Contas a receber e a pagar - Divida de cliente em moeda estrangeira

ENUNCIADO ENUNCIADO
Em 31 de Dezembro de 200N foi identificado na empresa ALFA, S.A. A empresa ALFA, S.A., em 31 de Dezembro de 20N0, apresentava
um cliente que tinha ultrapassado o prazo concedido para pagamento da sua na conta corrente do cliente White Bird uma dívida de 25.000,00 dólares
dívida. A empresa, após várias promessas de pagamento, considerou existir americanos, reconhecidos contabilisticamente por € 18.181,82. Na data
risco de incobrabilidade, com probabilidade significativa de não vir a receber ilo reconhecimento da dívida, o câmbio de compra era de € 1,00 euro =
60% da dívida de um total de € 10.000,00. No final do ano 2 0 0 ( N + l ) a dívi- $ 1,375.
da do cliente foi considerada incobrável. Contudo, em 200(N+2), no segui- Em 31 de Dezembro de 200N, o câmbio de compra era de € 1,00 =
mento da acção de recuperação da empresa, o cliente pagou integralmente a $ 1,465.
sua dívida.
ASSIM TEM-SE:
CONTABILIZAÇÃO Em 31 de Dezembro de 200N, o valor dos dólares em caixa correspon-
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO diam a [25.000 / 1,465] = € 17.064,85.
Perda por imparidade em dívidas a receber em 2 0 0 N Na actualização do valor dos dólares a empresa reconhece, em gastos,
31-12 Perda por imparidade em dívidas a receber 6511 6.000,00 uma diferença de câmbio desfavorável igual a [17.064,85 - 18.181,82] =
Perdas por imparidade acumuladas 219 6.000,00 € 1.116,97.
Reconhecimento de crédito incobrável em 2 0 0 ( N + l )
31-12 Perdas por imparidade acumuladas 219 6.000,00 CONTABILIZAÇÃO
Dívida incobrável 683 4.000,00
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
Desreconhecimento da dívida 2111 10.000,00
Actualização dos valores em caixa
Recuperação de dívida a receber em 200(N+2)
31-12-0N Reconhecimento da diferença de câmbio 6887 1.116,97
31-MM Recebimento do cliente 121 10.000,00 1.116,97
Actualização do valor em caixa 211x
Recuperação de dívida 783 10.000,00

ENQUADRAMENTO
ENQUADRAMENTO As variações das cotações monetárias explicam-se por várias razões, no-
Idêntico ao do exercício « 1 . 0 7 - Contas a receber e a pagar - Perdas por meadamente:
imparidade em dívidas a receber». - A s alterações estruturais num determinado país, com a criação de no-
vas indústrias, tornam-no mais competitivo, o que estimula as exporta-

34
ções e reduz as importações, provocando alterações na procura e oferta t r a n s a c ç ã o (NCRF 23, §§ 21 e 22). Todas as empresas devem converter as
de moeda e incrementando a cotação da moeda desse país; Nlias transacções em moeda estrangeira para a sua moeda funcional.
- A variação positiva ou negativa das taxas de juro de um país, relativa- A moeda funcional é geralmente a moeda do país no qual a empresa está
mente às de outros países, atraindo ou repelindo investimentos, leva a Kltuada, isto é, a moeda do ambiente económico principal no qual a entidade
que, no primeiro caso as cotações subam e no segundo desçam; opera, que é aquele em que a entidade gera e gasta meios monetários (NCRF
- A inflação, resultado de u m maior volume de detentores de moeda re- ,' ), § 9). Porém, a moeda funcional pode ser diferente da divisa nacional, em
lativamente ao dos agentes que a procuram, provoca o aumento das I>.M licular para as empresas que realizam a maior parte das suas operações
importações e a diminuição das exportações. muna outra moeda (as empresas europeias de corretagem de matérias-primas
- A moeda de u m país em que a taxa de inflação é superior à de outros operam principalmente em dólares ou, também, no caso de filiais situadas
países, tende a sofrer uma desvalorização relativa. | m países com níveis de inflação muito elevados. (As economias hiperinfla-
(lonárias, são aquelas em que os preços duplicam em 3 anos ou menos). Se
Taxa de câmbio - é o preço de uma moeda expresso numa outra a moeda funcional for a moeda de u m economia hiperinflacionária, as de-
moeda. monstrações financeiras da entidade são reexpressas em conformidade com
Taxa de câmbio ao certo - é o número de unidades de moeda estrangeira a « I A S 29 - Relato Financeiro em Economias Hiperinflacionárias» (NCRF
necessárias para adquirir uma unidade de moeda nacional. 23, §14).
Taxa de câmbio ao incerto - é o número de unidades de moeda nacional Quando a transacção é liquidada dentro do mesmo período contabilísti-
necessárias para adquirir uma unidade de moeda estrangeira. co e m que ocorreu, toda a diferença d e câmbio é reconhecida nesse período.
Por exemplo, consideremos que € 1,00 = $ 1,25. Neste caso, o euro está Porém, quando a transacção é liquidada num período contabilístico subse-
cotado ao certo e o dólar está cotado ao incerto. Diz-se que a taxa de câmbio quente, a diferença de câmbio reconhecida em cada período até à data de
é de 1,25. Com o euro cotado ao incerto ter-se-ia $ 1,00 = € 0,80. liquidação é determinada pela alteração nas taxas de câmbio durante cada
Uma transacção em moeda estrangeira é uma transacção que seja deno- período (NCRF 23, § 2 8 ) .
minada ou exija liquidação numa moeda estrangeira, incluindo transacções Os itens monetários, unidades monetárias detidas e activos e passivos
que resultem de quando uma entidade compra ou vende bens ou serviços a receber ou a pagar num número fixado ou determinável de unidades mo-
cujo preço é expresso numa moeda estrangeira, pede emprestado ou empres- netárias, resultantes de uma transacção em moeda estrangeira, são expressas
ta fundos quando as quantias a pagar ou a receber sejam expressos numa mo- no balanço do final do período contabilístico ao câmbio em vigor nessa data
eda estrangeira ou adquire ou aliena activos ou incorre em ou liquida passi- (NCRF 23, §§ 8 e 21 e NCRF 27, § 14, al. d ) ) .
vos, expressos numa moeda estrangeira (NCRF 23, § 20). As diferenças de câmbio apuradas são contabilizadas nas contas de gas-
A transacção deve ser registada, na moeda funcional, no momento do re- tos e de rendimentos de período (NCRF 23, § 27).
conhecimento inicial, pela aplicação à quantia em moeda estrangeira da taxa
de câmbio à vista entre a moeda funcional e a moeda estrangeira à data da

36 37
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

l'ii^.iinento da dívida ao fornecedor


E x e r c í c i o 1.10
III I I I Fornecedor c/c 221 lx 156.250,00
Contas a receber e a pagar - Divida a fornecedor em moeda (N,l)
Pagamento da dívida 121 150.602,41
estrangeira
Diferença de câmbio favorável 7887 5.647,59

ENUNCIADO:
A empresa ALFA, S.A., em 31 de Dezembro de 200N, apresentava na ENQUADRAMENTO:
conta corrente do fornecedor Blue Bird uma dívida a pagar em 01 de A b r i l de Idêntico ao do exercício 1.09 - Contas a receber e a pagar - Divida de
2 0 0 ( N + l ) no montante de 125.000,00 GBP (Libras esterlinas), reconheci- t lioiite em moeda estrangeira.
dos contabilisticamente por € 147.058,82. Na data do reconhecimento da
dívida, o câmbio de venda era de € 1,00 euro = GBP 0,85.
Em 31 de Dezembro de 200N, o câmbio de venda era de € 1,00 = GBP 0,80.
EmOl d e A b r i l d e 2 0 0 ( N + l ) , o c â m b i o d e v e n d a e r a d e € 1,00 = GBP0,83.

ASSIM TEM-SE:
Em 31 de Dezembro de 200N, a dívida correspondia a [125.000 / 0,80]
= € 156.250,00.
Na actualização do valor dos dólares a empresa reconhece, em gastos,
uma diferença de câmbio desfavorável igual a [147.058,82 - 156.250,00] =
€9.191,18.
Em 01 de A b r i l de 2 0 0 ( N + l ) , a dívida correspondia a [125.000 / 0,83]
= € 150.602,41.
Na actualização do valor dos dólares a empresa reconhece, em rendimen-
tos, uma diferença de câmbio desfavorável igual a [156.250,00 -150.602,41]
= € 5.647,59.

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Actualização da dívida ao fornecedor


31-12-ON Diferença de câmbio desfavorável 6887 9.191,18
Fornecedor c/c 221 lx 9.191,18

18 (4
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I
Capítulo I - Contas a receber e a pagar

E x e r c í c i o 1.11 - Contas a receber e a pagar - Gratificações zer tais pagamentos em consequência de acontecimentos passados e possa
er feita uma estimativa fiável da obrigação.
ENUNCIADO:
Deste modo, a estimativa da obrigação, e o respectivo reconhecimento
A empresa Alfa, S.A. tem como pratica comum a atribuição de gratifica- o gasto com pessoal deverão ser feitos de acordo com a prática passada. As-
ções aos administradores numa percentagem de 15%. No final do ano 200N, im, em termos práticos e de acordo com a NCRF 28, o lucro do ano já deverá
a entidade prevê u m resultado líquido do período de € 2.000.000,00. Os r deduzido do valor da gratificação a atribuir.
administradores não são detentores directa ou indirectamente do capital da
empresa.

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Pelo reconhecimento da estimativa da gratificação


31-12-ON Remunerações dos órgãos sociais 631 300.000,00
Credores por acréscimos de gastos 2722 300.000,00
Quebra
31-03- Credores por acréscimos de gastos 2722 300.000,00
(N+l)
Outras operações com os órgãos sociais 2381 300.000,00

ENQUADRAMENTO:
De acordo com a NCRF 28, §§ 4 e 9, os benefícios dos empregados in-
cluem a participação nos lucros se pagáveis dentro de 12 meses do final do
período. Ainda de acordo com a NCRF 28, § 22, "uma entidade reconhece o
custo de planos de participação nos lucros e de bónus não como uma distri-
buição do lucro líquido mas como um gasto".
Assim, a norma contabilística e de relato financeiro estabelece que as gra-
tificações devem ser consideradas gastos do próprio período a que respeitam
os lucros e, como tal devem ser logo reconhecidas numa conta de gastos com
o pessoal.
Contudo este reconhecimento como gastos apenas o pode ser quando, e
só quando, a entidade tenha uma obrigação presente legal ou construtiva de
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Exercício 1.12 ENQUADRAMENTO:

Contas a receber e a pagar - Pagamento com desconto Na actividade comercial existem dois tipos de desconto: comercial e fi-

de pronto pagamento íanceiro. Os descontos financeiros prendem-se com a actividade financeira


da empresa e têm a ver com o pagamento a pronto, benefício tido com o pa-
ENUNCIADO: gamento contra a entrega do produto ou execução do serviço num prazo nor-
A empresa Alfa, SA. comprou à empresa Beta, Lda, em 01 de Julho de malmente curto, ou ainda com a antecipação do prazo de pagamento.
200N, mercadoria Y por € 1.500,00, sujeita a IVA à taxa normal. A empresa Na contabilização de desconto obtido, o valor correspondente à dívida
adquiriu a mercadoria a pronto pagamento, tendo auferido do desconto de paga ao fornecedor, é debitado na conta « 2 2 1 - Fornecedores c / c » , por cré-
pronto pagamento de 5%. A venda a dinheiro continha também o desconto dito da conta « 7 8 2 - Descontos de pronto pagamentos obtidos» e crédito
de pronto pagamento. Contudo, a empresa Alfa, SA. pagou à empresa Beta, da conta de "Meios financeiros líquidos" respectiva, pelo valor líquido pago.
Lda., um fornecimento de mercadorias de € 4.000,00, acrescido de IVA à A sujeição ou não a IVA dos valores considerados como desconto de
taxa normal, tendo obtido de um desconto de 3% por força de ter antecipado pronto pagamento, tem levantado algumas questões que a doutrina não tem
o pagamento em 2 meses. O cliente pediu que lhe fosse emitida uma nota de clarificado. No exemplo apresentado o desconto financeiro é retirado da base
crédito relativamente ao desconto. colectável do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), de acordo com o
Código do IVA. Contudo, esta leitura pode ser a de que apenas se aplica aos
CONTABILIZAÇÃO: descontos comerciais, e se assim o for, não deverá ser efectuada qualquer
correcção ao imposto liquidado, porque as respectivas contabilizações do
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO

CRÉDITO j
desconto, tanto do lado do comprador como do lado do vendedor, não vão
Pela compra e pagamento das mercadorias
01-07-ON IVA - Dedutível 2432 328,00 corrigir o valor pelo qual a mercadoria é transaccionada.
Aquisição de mercadorias 311 1.500,00 Quando o desconto é de natureza financeira é sempre contabilizado,
Depósitos à Ordem 12x 1.753,00 quer nas próprias facturas de venda ou prestação de serviços, quer obtido
Descontos de pronto pagamento obtidos 782 75,00 fora da factura.
Guia de entrada em armazém
01-07-ON Entrada em armazém 321 1.500,00
Transferência para armazém 311 1.500,00
Pelo pagamento com desconto de pronto pagamento
01-07-ON Fornecedores c/c 221 4.920,00
Depósitos à Ordem 12x 4.772,00
IVA - Regularizações a favor do estado 24342 28,00
Descontos de pronto pagamento obtidos 782 120,00
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

E x e r c í c i o 1.13 prazos de pagamento. Os descontos de pronto pagamento são uma motiva-


Contas a receber e a pagar - Recebimento com desconto ção para que o cliente pague dentro de u m determinado prazo, geralmente
de pronto pagamento muito curto. Os descontos de caixa são considerados como gastos financeiros
c são contabilizados na conta « 6 8 2 - Outros gastos e perdas - Descontos de
ENUNCIADO: pronto pagamento concedidos» se aproveitados pelo comprador e no acto
A empresa Alfa, SA. vendeu à empresa Beta, Lda, em 01 de Julho de do recebimento.
200N, mercadoria Y por € 4.000,00, sujeita a IVA à taxa normal, tendo con- Quando o desconto é de natureza financeira é sempre contabilizado,
cedido u m desconto de pronto pagamento de 3% a 30 dias. O cliente pediu quer nas próprias facturas de venda ou prestação de serviços, quer obtido
que lhe fosse emitida uma nota de crédito relativamente ao desconto. fora da factura.

CONTABILIZAÇÃO:

J DATA H I S T Ó RICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Pela venda das mercadorias


01-07-ON Clientes c/c 211 4.920,00
IVA - Liquidado 2433 920,00
Vendas de mercadorias 711 4.000,00
Pelo recebimento dentro do prazo
30-07-ON Depósitos à ordem 12x 4.772,00
IVA - Regularizações a favor da empresa 24341 28,00
Descontos de pronto pag. concedidos 682 120,00
Clientes c/c 211 4.920,00
Pelo recebimento fora do prazo
01-09-ON Depósitos à ordem 12x 4.920,00
Clientes c/c 221 4.920,00

ENQUADRAMENTO:

Os descontos financeiros prendem-se com a actividade financeira da


empresa Assim, o desconto financeiro tem a ver com o pagamento a pronto,
benefício tido com o pagamento contra a entrega do produto ou execução
do serviço num prazo normalmente curto, ou ainda com a antecipação dos

•M
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

Processamento dos encargos


E x e r c í c i o 1.14
[23-01-0N Encargos por conta da entidade 635 593,75
Contas a receber e a pagar - Adiantamento ao pessoal
Contribuições para a Segurança Social 245 593,75
a descontar no processamento do ordenado do m ê s
Anulação do adiantamento efectuado
23-01-0N Anulação do adiantamento 2312 750,00
ENUNCIADO: Anulação do adiantamento 2322 750,00
A entidade ALFA, S.A. procedeu no dia 3 de Janeiro de 200N, a um Pagjunent o do vencimento
adiantamento ao seu vendedor no valor de € 750,00. Este valor será descon- pO-01-ON Pagamento do ordenado ao vendedor 2312 1.350,00

tado no processamento do próprio mês. O processamento do ordenado do Transferência bancária 12x 1.350,00
vendedor ocorreu em 23 de Janeiro de 200N, tendo sido efectuada a trans-
ferência bancária correspondente ao pagamento do vencimento em 30 de ENQUADRAMENTO:
Janeiro de 200N. Os adiantamentos ao pessoal consistem em valores que a entidade entre-
ga aos colaboradores na forma de adiantamento. Normalmente estes valores
Pessoal são descontados no valor a pagar do próprio mês, ou em meses seguintes. De
Ordenado bruto 2.500,00
Encargos por conta do trabalhador
acordo com a NCRF 28, em conjunto com a NCRF 5, o conceito de remune-
IRS (conforme tabelas de retenção) 125,00 ração inclui todos os benefícios dos empregados. Estes benefícios são todas
Segurança social ( l l % ) 275,00 as formas de retribuição paga, a pagar ou proporcionada pela entidade, ou em
Ordenados líquidos 2.100,00
nome da entidade, em troca de serviços prestados à entidade. Também inclui
Encargos por conta da entidade patronal
Segurança social (23,75%) 593,75 as retribuições pagas em nome da empresa-mãe da entidade com respeito aos
serviços prestados à entidade. A remuneração inclui:
CONTABILIZAÇÃO: a) benefícios de curto prazo de empregados no activo, tais como orde-
nados, salários e contribuições para a segurança social, licença anual
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
paga e pagamento de baixa por doença, participação nos lucros e bó-
Adiantamento efectuado ao vendedor
03-01-0N Adiantamento ao pessoal 2322 750,00
nus (se pagáveis num período de doze meses após o fim do período)
Transferência bancária 12x e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação,
750,00
Processamento do ordenado automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados);
23-01-0N Ordenados do pessoal 632 2.500,00 b) benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de re-
Ordenados a pagar ao pessoal 2312 2.100,00 forma, seguro de vida pós-emprego e cuidados médicos pós-emprego;
Retenção de imp. sobre os rendimentos 2421 125,00 c) outros benefícios de longo prazo dos empregados, incluindo licença
Contribuições para a Segurança Social 245 275,00 por anos de serviço ou licença sabática, jubilação ou outros benefícios
por anos de serviço, benefícios de invalidez de longo prazo e, se não

•lí.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

forem pagáveis na totalidade num período de doze meses após o final Exercício 1.15
do período, participação nos lucros, bónus e remuneração diferida; Contas a receber e a pagar - S u b s í d i o à e x p l o r a ç ã o
d) benefícios por cessação de emprego; e
e) pagamento com base em acções (benefícios de remuneração em capi- ENUNCIADO:

tal próprio). Depois de elegível a empresa ALFA, Lda., recebeu em 02 de Janeiro de


200N um subsídio governamental no valor de € 90.000,00 para compensar a
baixa margem dos produtos que produz, uma vez que o preço de venda é fixa-
do administrativamente. Este valor do subsídio foi atribuído para compensar
a baixa margem dos produtos nos próximos 5 anos.
Em 01 de Junho do mesmo período, foi efectuada a transferência bancá-
ria do subsídio.

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Reconhecimento do subsídio
02-01-ON Reconhec. do subsídio à exploração 278x 90.000,00
Rendimentos a reconhecer 282x 72.000,00
Subsídios do est. e outros entes públicos 75 lx 18.000,00
Recebimento do subsídio
01-06-ON Depósitos à ordem 12x 90.000,00
Recebimento do subsídio 278x 90.000,00
Reconhec imento do subsídio, no ano 200(N+l)
31-12-200 Imputação do subsídio à exploração 282x 18.000,00
(N+1)
Imputação do Subsídio à exploração 75 lx 18.000,00

ENQUADRAMENTO:
De acordo com a NCRF 22, os subsídios são auxílios do Governo na
forma de transferência de recursos para uma entidade em troca do cumpri-
mento passado ou futuro de certas condições relacionadas com as actividades
operacionais da entidade.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

De acordo com a NCRP 22, §§ 8 e 22, os subsídios só devem ser reco- Exercício 1.16
nhecidos após existir segurança de que a entidade cumprirá as condições a Contas a receber e a pagar - E l a b o r a ç ã o da D e m o n s t r a ç ã o
eles associadas e os subsídios serão recebidos. Neste sentido, o recebimento dos fluxos de caixa
de um subsídio não proporciona ele próprio prova conclusiva de que as con-
dições associadas ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas. ENUNCIADO:
No que diz respeito ao reconhecimento dos subsídios, a NCRF 22, § 24 Considere-se o balanço e a demonstração dos resultados por naturezas,
refere que os subsídios do Governo que são concedidos para assegurar uma de 200N, da empresa Alfa, Lda.
rentabilidade mínima ou compensar deficits de exploração de um dado exer-
cício imputam-se como rendimentos desse exercício. Nos casos em que estes Balanço em 31 de Dezembro de 200N
subsídios se destinarem a financiar deficits de exploração de exercícios futu- RUBRICAS NOTAS DATAS

ros, devem ser imputados aos referidos exercícios. 31-12-20ON 31-12-200(N-I)1

ACTIVO
Activo não corrente
Activos fixos tangíveis (1) 276.000,00 (2) 281.000,00
Propriedades de investimento 0,00 0,00
Goodwill 0,00 0,00
Activos intangíveis 0,00 0,00
Activos biológicos 0,00 0,00
Particip. financ. - método da equival. patrimonial 0,00 0,00
Participaçõesfinanceiras- outros métodos 24.000,00 17.000,00
Accionistas/sócios 0,00 0,00
Outros activos financeiros 0,00 0,00
Activos por impostos diferidos 0,00 0,00
300.000,00 298.000,00
Activo corrente
Inventários 220.000,00 230.000,00
Activos biológicos 0,00 0,00
Clientes 126.500,00 75.000,00
Adiantamentos a fornecedores 0,00 0,00
Estado e outros entes públicos 0,00 0,00
Accionistas/sócios 0,00 0,00
Outras contas a receber 22.000,00 0,00
Diferimentos 0,00 0,00
Activos financeiros detidos para negociação 0,00 0,00
Outros activos financeiros 0,00 0,00

so
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Activos não correntes detidos para venda 0,00 0,00


INFORMAÇÕES SOBRE O BALANÇO:
Caixa e depósitos bancários 4.000,00 7.000,000
372.500,00 312.000,00 a) Os financiamentos obtidos em 200N têm a seguinte composição:
Total do activo 672.500,00 610.000,00
Empréstimos obtidos € 90.000,00
CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO
Capital próprio Descobertos bancários € 20.000,00
Capital realizado 300.000,00 220.000,00
Acções (quotas) próprias 0,00 0,00 b) Os investimentos durante o ano de 200N, em novos equipamentos,
Outros instrumentos de capital próprio 0,00 0,00
totalizaram € 158,000,00.
Prémios de emissão 0,00 0,00
Reservas legais 34.000,00 0,00 c) Foi reforçada a participação financeira na sociedade Beta, Lda., no
Outras reservas 0,00 0,00 montante de € 7,000,00.
Resultados transitados 0,00 0,00
d) O excedente de revalorização do activo fixo tangível foi obtido da se-
Ajustamentos em activos financeiros 0,00 0,00
Excedentes de revalorização 35.000,00 0,00 guinte forma:
Outras variações no capital próprio 0,00 0,00
Acréscimo no valor de aquisição € 50.000,00
Resultado líquido do período 4.000,00 59.000,00
Total do capital próprio 373.000,00 279.000,00 Acréscimo nas depreciações acumuladas € 15.000,00
Passivo
Passivo não corrente e) Dos resultados do ano de 2 0 0 ( N - l ) foi distribuído pelos sócios
Provisões 0,00 0,00
€ 25.000,00, pagos em 10-5-200N.
Financiamentos obtidos 0,00 0,00
Responsabilidades por benefícios pós-emprego 0,00 0,00 f ) O capital social foi aumentado em 100.000,00 por entradas de dinhei-
Passivos por impostos diferidos 0,00 0,00 ro, só estando realizados € 80.000. O saldo da conta « s ó c i o s - quotas não
Outras contas a pagar 0,00 0,00
liberadas» é de € 20.000,00, deduzido da conta « C a p i t a l » .
0,00 0,00
Passivo corrente g) A rubrica "Outras contas a receber" respeita a créditos por alienação
Fornecedores 175.500,00 315.500,00 ile equipamentos —> € 22.000,00
Adiantamentos de clientes 0,00
Estado e outros entes públicos 3.000,00 12.500,00
Accionistas/sócios 0,00 0,00 D e m o n s t r a ç ã o dos resultados por naturezas de 200N
Financiamentos obtidos 110.000,00 0,00 R E N D I M E N T O S E GASTOS N OTAS PERÍODOS
Outras contas a pagar (3) 11.000,00 (3) 3.000,00
200N 200(N-l)
Diferimentos 0,00 0,00
0,00 0,00 Vendas e serviços prestados 1.436.000,00 1.490.800,00
Passivosfinanceirosdetidos para negociação
Subsídios à exploração 0,00 0,00
Outros passivos financeiros 0,00 0,00
Passivos não correntes detidos para venda 0,00 0,00 Canhos/perdas imputados de subsidiárias,
299.500,00 331.000,00 associadas e empreendimentos conjuntos 0,00 0,00
Total do passivo 299.500,00 331.000,00 Variação nos inventários da produção 0,00 0,00
Total do capital próprio e do passivo 672.500,00 610.000,00 Trabalhos para a própria entidade 0,00 0,00

(1) Activo bruto € 540.000,00; (2) Activo bruto € 526.000,00; (3) diz respeito a remunerações a liquidar
SNC ( ON I Allll IDAKI I INAN( 1 1KA t .isos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber c a pagar

Custo das mercad. vendidas e das matérias consumidas -1.320.000,00 - 1.286.600,00 Fluxos de caixa das
Fornecimentos e serviços externos - 22.500,00 - 42.400,00 actividades operacionais ( l ) -128.000,00
Gastos com o pessoal - 30.000,00 -37.500,00 1 luxos de caixa das actividades de investimento
Imparidade de inventários (perdas/reversões) 0,00 0,00 P.igamentos respeitantes a:
Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões) 0,00 0,00 Activosfixostangíveis (6) 158.000,00
Provisões (aumentos/reduções) 0,00 0,00 Activos intangíveis 0,00
Imparidade de investimentos não depreciáveis/ Investimentos financeiros (7) 7.000,00
amortizáveis (perdas/reversões) 0,00 0,00 Outros activos
Aumentos/reduções de justo valor 0,00 0,00 Kecebimentos provenientes de: 0,00
Outros rendimentos e ganhos 0,00 0,00 Activosfixostangíveis (5) 130.000,00
Outros gastos e perdas (1) -8.500,00 -3.000,00 Activos intangíveis Investimentos financeiros 0,00
Resultado antes de depreciações, gastos Outros activos 0,00
de financiamento e impostos 55.000,00 121.300,00 Subsídios ao investimento 0,00
Gastos/reversões de depreciação e de amortização -40.000,00 -28.000,00 Juros e rendimentos similares 0,00
Imparidade de investimentos depreciáveis/ Dividendos 0,00
amortizáveis (perdas/reversões) 0,00 0,00 Fluxos de caixa das actividades
Resultado operacional (antes de gastos de investimento (2) -35.000,00
de financiamento e impostos) 15.000,00 93.300,00 1 luxos de caixa das actividades de financiamento
Juros e rendimentos similares obtidos 0,00 0,00 Recebimentos provenientes de:
Juros e gastos similares suportados - 5.000,00 -5.000,00 Financiamentos obtidos (8) 90.000,00
Resultado antes de impostos 10.000,00 88.300,00 Realizações de capital e de outros
Imposto sobre o rendimento do período 6.000,00 -29.300,00 instrumentos de capital próprio (9) 80.000,00
Resultado líquido do período 4.000,00 59.000,00 Cobertura de prejuízos 0,00
Doações 0,00
(1) Perdas de alienação de equipamentos € 6.000,00 e € 2.500,00 outros gastos relacionados
Outras operações de Financiamento 0,00
com fornecedores.
Pagamentos respeitantes a:
Financiamentos obtidos 0,00
Juros e gastos similares (10) 5.000,00
Elaboração da demonstração dos fluxos de caixa
Dividendos (11) 25.000,00
( S ó conhecidos dados para o ano de 200N) Reduções de capital e de outros instrumentos
R E N D I M E N T O S E GASTOS NOTAS PERÍODOS
de capital próprio 0,00
200N
Outras operações de financiamento 0,00
(200N-1) I
Fluxos de caixa das actividades
Fluxos de caixa das actividades operacionais de financiamento (3) 140.000,00
- método directo
Recebimentos de clientes (D 1.384.500,00 - 23.000,00
Variação de caixa e seus equivalentes (1+2+3)
Pagamentos a fornecedores (2) -1.475.000,00 Efeito das diferenças de câmbio 0,00
Pagamentos ao pessoal (3) -22.000,00 Caixa e seus equivalentes no início do período 7.000,00
Caixa gerada pelas operações 112.500,00 Caixa e seus equivalentes nofimdo período (12) -16.000,00
Pag./recebimento do imposto sobre o rendim. ' (4) -15.500,00 - 23.000,00
Outros recebimentos/pagamentos 0,00

54 55
' " - " M ^asos práticos - Tomo \ Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Notas: (5) Saldo inicial dos "Activosfixostangíveis" (valor bruto) 526.000,00


(+) Aquisições (novos equipamentos) 158.000,00
Vendas
1.436.000,00 (+) Revalorização (alínea d) das informações 50.000,00
(-) Variação do saldo de clientes
51.500,00 Subtotal 734.000,00
(1) Recebimento de clientes 1.384.500,00 540.000,00
Saldo final dos "Activos fixos tangíveis"
Custo das vendas
1.320.000,00 = Preço de aquisição dos bens alienados 194.000,00
(-) Variação do saldo dos inventários
-10.000,00
Compras 1.310.000,00 245.000,00
Saldo inicial das "Depreciações acumuladas"
(-) Variação do saldo de fornecedores 140.000,00 15.000,00
(+) Revalorização
(+) Fornecimentos e serviços externos 22.500,00 40.000,00
(+) Depreciação do exercício
(+) Outros gastos e perdas: 8.500,00 - 6.000,00 de menos-valia:; 2.500,00 Subtotal 300.000,00
(2) Pagamentos a fornecedores 1.475.000,00 264.000,00
(-) Saldofinaldas "Depreciações acumuladas": (540.000 - 276.000)
Gastos com o pessoal:
30.000,00 = Depreciações acumuladas alienadas 36.000,00
(-) Variação dos acréscimos de gastos (pessoal)
8.000,00 Valor contabilístico dos actfixostang alienados: (194.000 - 36.000) 158.000,00
(3) Pagamentos ao pessoal 22.000,00
IRC
6.000,00 Sendo o valor contabilístico dos bens alienados de € 158.000,00 =
(-) Variação IRC: (Estado e outros entes públicos)
-9.500,00 194.000,00 -36.000,00) e as perdas obtidas na alienação no montante de
(4) Pagamentos do IRC 15.500,00 6.000,00, então o valor de venda é de € 152.000,00.
Ora, dos € 152.000,00 estão por receber € 22.000,00, que estão inclui-
Avariaçãonosactivosfixostangíveis, entre31 /12/200Ne31/12/200(N-1), os no saldo da conta "Outras contas a receber", pelo que o valor efectiva-
é positiva e ascende a € 14.000,00 = (540.000,00 - 526.000,00), o que quer ente recebido é de € 130.000,00.
dizer que no período houve aquisições ou revalorizações de activos fixos tan-
gíveis. (6) Este quantitativo corresponde ao que consta na alínea b) das informações

Porém, este quantitativo não coincide com o respeitante à aquisição de (7) Este quantitativo corresponde ao que consta na alínea c) das informações e corresponde
à variação, entre 31/12/200N e 31/12/200(N-l), evidenciada no balanço, na rubrica
novos equipamentos, que, nos termos da alínea b) das informações do balan-
Participações financeiras - outros métodos.
ço, foram de € 158.000,00.
(8) Este valor corresponde ao que consta na alínea a) das informações do balanço.
Então, quer dizer que, para além das aquisições, houve outras operações
1

(9) Corresponde ao que consta na alínea f) das informações.


e o efeito líquido de todas elas é de € 14.000,00.
Podia também ser determinado da seguinte forma:
Importa assim determinar o valor contabilístico dos bens alienados eviden-
ciando o custo de aquisição e as depreciações acumuladas dos bens vendidos:

56
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Variação do capital próprio: (373.000,00 - 279.000,00) 94.000,00


As actividades de financiamento, são as que resultam de alterações na
(-) Resultado líquido de 200N - 4.000,00
I X t e n s ã o e composição dos financiamentos obtidos e do capital próprio da
(-) Excedente de revalorização - 35.000,00
nit idade. A sua divulgação separada é importante porque é útil na predição
(+) Dividendos distribuídos em 200N: (alínea e) das informações) 25.000,00
[ d l reivindicações futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais à
Então as entradas efectivas em dinheiro são de 80.000,00
f nl idade.
Se o aumento de capital social foi de € 100.000,00 e as dívidas de "quotas não liberadas"
são de € 20.000,00 (alínea f) das informações do balanço), então é porque já foram
recebidos € 80.000,00.

(10) Corresponde ao que está evidenciado na demonstração dos resultados.


(11) Este quantitativo corresponde ao que consta na alínea e) das informações do balanço.
(12) Os descobertos bancários fazem parte de caixa e seus equivalentes, como componente
negativo, pelo que o quantitativo correspondente ao fim do período é igual a:
Caixa e depósitos bancários constantes no balanço do ano 200N 4.000,00
Descobertos bancários -20.000,00
= Caixa e seus equivalentes no final de 200N -16.000,00

ENQUADRAMENTO

A demonstração dos fluxos de caixa proporciona informação sobre os


recebimentos e os pagamentos ocorridos durante um determinado período,
classificados por actividades operacionais, de investimento e de financiamento.
As actividades operacionais, constituem o objecto das actividades da
entidade. Os fluxos de caixa destas actividades são principalmente derivados
das principais actividades geradoras de réditos da entidade. São geralmente
consequência das operações e outros acontecimentos que entram na deter-
minação dos resultados.
As actividades de investimento, compreendem a aquisição e alienação
de activos fixos tangíveis e activos intangíveis e aplicações financeiras não
consideradas como equivalentes de caixa. A sua divulgação separada é im-
portante porque os fluxos de caixa representam a extensão pela qual os dis-
pêndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento
e fluxos de caixa futuros.

59
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

E x e r c í c i o 1.17 Um passivo classifica-se como corrente quando não tem carácter de per-
Contas a receber e a pagar - Escolha múltipla III M i n u c i a na entidade, ou seja, espera-se que seja liquidado num período até
IIH/I- meses após a data do balanço (no decurso normal do ciclo operacional),
ENUNCIADO: detido essencialmente para a finalidade de ser negociado ou a entidade
Na questão de resposta múltipla, existe apenas uma afirmação verdadeira. i i ii i tem u m direito incondicional de diferir a sua liquidação durante pelo me-
Identifique a resposta correcta. i n i - , doze meses após a data do balanço. Contudo, alguns passivos correntes
H' |>.trte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entida-
' 1. O valor das dívidas a pagar aos fornecedores a mais de 12 meses a partir da data de dr, mesmo que estejam para ser liquidados mais de doze meses após a data
Balanço devem ser classificadas?
i l n lulanço.
a Como passivo não corrente se o ciclo operacional da empresa for superior a 12 meses
Um passivo classifica-se como não corrente quando é u m passivo que
b Como passivo de curto prazo
llflo se enquadra na definição de passivo corrente.
c Como passivo não corrente se o ciclo operacional da empresa for inferior a 12 meses
d Como passivo corrente se o ciclo operacional da empresa for superior a 12 meses

ENQUADRAMENTO:
De acordo com a N C R F 1, § 14 a 24 uma entidade deve apresentar ac-
tivos correntes e não correntes, e passivos correntes e não correntes, como
classificações separadas na face do balanço.
U m activo classifica-se como corrente quando não tem carácter perma-
nente na entidade, ou seja, espera-se que seja realizado, vendido, ou consumi-
do, num período até doze meses após a data do balanço (no decurso normal
do ciclo operacional), permanece na entidade essencialmente para ser nego-
ciado ou é caixa (dinheiro) ou equivalente de caixa ao qual o seu uso não
está restrito. Contudo, os activos correntes incluem activos que são vendidos,
consumidos ou realizados como parte do ciclo operacional normal mesmo
quando não se espere que estes sejam realizados num período até doze meses
após a data do balanço.
U m activo classifica-se como não corrente quando este não se enquadra
na definição de activo corrente.

..i
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

E x e r c í c i o 1.18 Vi. Na empresa Alfa, no exercício de 200N, se as vendas totalizarem 2.000.000,00 e as contas
•i receber de clientes decrescerem de 80.000,00, os recebimentos de clientes serão de:
Contas a receber e a pagar - Escolha m ú l t i p l a
1 € 1.920.000,00
3 € 2.000.000,00
ENUNCIADO:
€ 2.080.000,00
Nas questões de resposta múltipla, existe apenas uma afirmação verdadeira.
1 Depende da proporção das vendas a dinheiro e a crédito
Identifique as respostas correctas.

' 1 . Os pagamentos ao pessoal efectuados pela empresa Alfa no ano de 200N, aumentaram '•I. ('onsidere os seguintes dados contabilizados na empresa Alfa em 200N
relativamente ao ano anterior. Então, na demonstração dos fluxos de caixa de 200N os Fornecimentos e serviços externos 240.000,00
pagamentos ao pessoal deverão ser iguais a: Custo das mercadorias vendidas 1.680.000,00
a Gastos com o pessoal mais as remunerações a pagar no inicio do exercício Saldo inicial da conta de fornecedores 320.000,00
Gastos com o pessoal mais o aumento das remunerações a pagar no decurso do exercício Suldo final da conta de fornecedores 160.000,00
b
Saldo inicial da conta de inventários - mercadorias 400.000,00
c Gastos com o pessoal menos o aumento das remunerações a pagar no decurso do exercício Saldo final da conta de inventários - mercadorias 120.000,00
d Gastos com o pessoal Hm 200N, os pagamentos aos fornecedores foram de:
a € 1.240.000,00

'2. Considere a seguinte informação relativa à empresa Alfa reportada a 31-12-200N: b_ € 1.800.000,00

Recebimentos de clientes 8.700.000,00 c € 2.000.000,00


Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento 100.000,00 €2.120.000,00
Pagamentos a fornecedores e ao pessoal 5.100.000,00
Pagamento de impostos 1.100.000,00
Pagamento de dividendos 300.000,00 Das contas de rendimentos e de gastos da empresa Alfa, do exercício de
O fluxo líquido de caixa proporcionado pelas operações de 200N foi de: jOON, foi extraída a seguinte informação:
€ 2.100.000,00
€ 2.300.000,00 6263 FSE - Serviços diversos - Seguros 86.000
€ 2.500.000,00 63.... Gastos com o pessoal -... 930.000
c
d € 2.900.000,00 791 Juros obtidos 824.000

(.1
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo I - Contas a receber e a pagar

Das contas dos balanços da mesma empresa, reportados a 31-12-200N e ENQUADRAMENTO

a 31-12-200(N-l), constavam os seguintes saldos: Para o cálculo dos recebimentos e pagamentos de cada rubrica da de-
onstração dos fluxos de caixa deve proceder-se do seguinte modo:
3 1-12-200N 31-12-200
(N-l)
- Considerar todos os ganhos e perdas e todos os rendimentos e ganhos
relacionados com a rubrica;
2721x Devedores por acréscimos de rendimentos - Juros 81.000 65.000
-Ajustar esses elementos da demonstração dos resultados, dos paga-
2722x Credores por acréscimos de gastos - Remunerações a pagar 77.000 30.000
mentos e dos recebimentos que irão ocorrer em períodos ulteriores,
281x Gastos a reconhecer - Seguros 15.000 19.000
que constem dos saldos finais das contas do balanço relacionadas com
a rubrica;
'5. Com base na informação, o montante dos juros recebidos em 200N foi de: - Considerar todos os pagamentos e recebimentos, que irão ocorrer no
a € 678.000,00 período, constantes dos saldos iniciais das contas do balanço relaciona-
b € 808.000,00 das com a rubrica.
c € 824.000,00
d € 840.000,00

'6. Tomando em conta a mesma informação, 0 montante dos salários pagos em 200N foi de:
a € 823.000,00
b € 883.000,00
c € 977.000,00
d € 1.037.000,00

'7. Tomando ainda em conta os dados anteriores, 0 montante dos prémios de seguro pagos
em 200N foi de:
a € € 34.000,00
b € 52.000,00
c € 82.000,00
d € 90.000,00

01
Capítulo 2: Inventários 67
I Ixercício 2.01 - Inventários - Mensuração de inventários 70
I Ixercício 2.02 - Inventários - Venda de mercadorias com recebimento diferido • 7S

Exercício 2.03 - Inventários - Mercadorias em trânsito 77


Exercício 2.04 - Inventários - Mercadorias em poder de terceiros 78
Exercício 2.05 - Inventários - Ofertas de inventários a clientes , 80

I ixercício 2.06 - Inventários - Ofertas de inventários de fornecedores 82


Exercício 2.07 - Inventários - Quebra verificada em mercadorias 83
Exercício 2.08 - Inventários - Mercadorias roubadas, cobertas por seguro 85

Exercício 2.09 - Inventários - Sobras de mercadorias 87


Exercício 2.10 - Inventários - Transferências de inventários para activos fixos tangíveis 88

Exercício 2.11 - Inventários - Correcção de erros 89


Exercício 2.12 - Inventários - Acontecimentos após a data do balanço 92
Exercício 2.13 - Inventários - Contratos de construção: Com revisão do preço do contrato 95
Exercício 2.14 - Inventários - Contratos de construção: Sem revisão do preço do contrato 100

Exercício 2.15 - Inventários - Aquisição de activos biológicos 104


Exercício 2.16 - Inventários - Venda de mercadorias com bens não entregues 107

Exercício 2.17 - Inventários - Autoconsumo de Inventários 109


I ixercício 2.18 - Inventários - Devolução de mercadorias adquiridas 111

Exercício 2.19 - Inventários - Aquisição de mercadorias com desconto comercial 113

Exercício 2.20 - Inventários - Variação da produção de produtos acabados 115

I ixercício 2.21 - Inventários - Escolha mútipla 117


Capítulo II - Inventários

O s inventários s ã o activos detidos para venda n o decurso ordinário da


,n iividade empresarial; n o processo de produção para t a l venda; o u na for-
ni, i de materiais o u bens de consumo a serem consumidos n o processo de
(noilução o u na prestação de serviços. N o caso de u m prestador de serviços,
p i inventários i n c l u e m os custos d o serviço relativamente ao qual a entidade
ainda não tenha reconhecido o respectivo rédito.
Os inventários devem ser mensurados pelo custo o u pelo valor realizável
lii|iiido, dos dois o mais baixo ( N C R F 18, § 9 ) , devendo-se, na sua contabili-
lação, considerar dois m é t o d o s de inventário: o sistema de inventário perma-
n n i t e e o sistema de inventário intermitente.
E m c o n f o r m i d a d e c o m o n° 1, do art° 12°, do Decreto L e i n° 158/2009,
de 13 de Julho, "as entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas interna-
t tonais de contabilidade adoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o sistema
i/c inventário permanente na contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
a) Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do
exercício, ou, ao longo do exercício, deforma rotativa, de modo a que cada
bem seja contado, pelo menos, uma vez em cada exercício;
b) Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e
globais, por forma a permitir a verificação, a todo o momento, da corres-
pondência entre as contagens físicas e os respectivos registos contabilísti-
w

COS.

O n° 2 e seguintes apresentam situações da não aplicação do sistema de


Inventário permanente e situações de dispensa d o mesmo.
Exercício 2.01 Hipótese 2 ( H 2 ) : A ficha de armazém pelo uso da fórmula d o custeio
Inventários - Mensuração de inventários feédio ponderado ( C M P ) , antes da reversão, é a seguinte:

ENTRADAS SAÍDAS INVENTÁRIOS


ENUNCIADO PATA DESCRIÇÃO
Q. PU VALOR Q_ PU VALOR IX PU VALOR
A empresa A L F A , L d a . transacciona u m p r o d u t o que sofre grandes altera- 1.100,00 20 55,00 1.100,00
p})7-0N Aquisição 20 55,00
ções e m termos de preço de mercado. E m Julho de 2 0 0 N a empresa comprou 60,00 3.000,00 70 58,57 4.100,00
ON Aquisição 50
20 unidades ao preço de € 50,00/un, tendo suportado despesas de transporte 70 54,00 3.780,00
Imparidade
na aquisição n o m o n t a n t e de € 100,00. E m Setembro de 2 0 0 N a entidade 15 54,00 810,00 55 54,00 2.970,00
-(N+lbVenda-CMP
a d q u i r i u 50 unidades a € 60,00/un, sendo o seu valor realizável líquido, no
final de 2 0 0 N de € 54,00/un. E m Janeiro de 2 0 0 ( N + l ) a empresa vendeu 15 N o final de 2 0 0 N o valor realizável l i q u i d o f o i de 54 € / u n , logo indepen-
unidades a € 70,00/un, sendo o valor realizável líquido de cada unidade, no dentemente da fórmula de custeio deverá registar-se u m a perda p o r i m p a r i -
final de 2 0 0 ( N + l ) de € 58,00/un. ade n o m o n t a n t e de € 320,00.

•I^I^HiT^iWIHHfsffiliSEzfínSVHIH CUSTO (FIFO)


ASSIM TEM-SE 'o ' pHESiiäS a !E S S E S
1.100,00 20 1,00 20,00
Hipótese 1 ( H l ) : A ficha de armazém pelo uso da fórmula de custeio 20 54,00 1.080,00
3.000,00 50 6,00 300,00
" p r i m e i r a entrada, p r i m e i r a saída" ( F I F O ) , antes da reversão, é a seguinte: 50 54,00 2.700,00
4.100,00 70 320,00
70 3.780,00
ENTRADAS SAÍDAS INVENTÁRIOS
DATA DESCRIÇÃO
Pu Valor Pu Valor Pu Valor
ír»T r\D nr> TKJVFMTÁRTO PERDA POR IMPARIDADE
07-ON Aquisição 20 55,00 1.100,00 20 55,00 1.100,00 CUSTO (CMP) VARIAÇÃO
O 1 VRL 1 VALOR a VALOR 1
09-ON Aquisição 50 60,00 3.000,00 20 55,00 1.100,00 4.100,00 70 4,57 320,00
70 54,00 3.780,00
50 60,00 3.000,00
12-ON Imparidade 20 54,00 1.080,00
H l : N o final de 2 0 0 ( N + 1 ) o valor realizável líquido f o i de 58 € / u n , l o g o
50 54,00 2.700,00
01-N+ Venda - F I F O
há lugar à reversão da perda p o r imparidade, pelo uso da fórmula " p r i m e i r a
15 54,00 810,00 5 54,00 270,00
entrada, p r i m e i r a saída" ( F I F O ) , n o m o n t a n t e de € 205,00.
50 54,00 2.700,00

55 2.970,00

70 71
H 2 : N o final de 2 0 0 ( N + l ) o valor realizável líquido f o i de 58 € / u n , l o g o
Ano 200(N+1):
há lugar à reversão da p e r d a p o r i m p a r i d a d e , p e l o uso da fórmula d o custeio
Vfiiila ile mercadorias
m é d i o p o n d e r a d o ( C M P ) , n o m o n t a n t e de € 220,00.
dil-0l- Clientes 211 1.291,50
(Ni 1)
VALOR D O INVENTÁRIO NOVO VALOR Venda de mercadorias 711 1.050,00
——-— , V . „ m , l S A O

Q. VRL VALOR VRL VALOR VARIAÇÃO


IVA - Liquidado 2433 241,50
VALOR
55 54,00 2.970,00 55 58,00 3.190,00 55 4,00 Custo das mercadorias vendidas 611 810,00
220,00
Saída de armazém 321 810,00

I I I : Anulação da perda por imparidade pelo uso da fórmula de custeio F I F O


CONTABILIZAÇÃO iKI 01- Anulação de perdas por imparid. acumuladas 329 15,00
Ano 2 0 0 N : (N+l)
Anulação de perda por imparidade 321 15,00
1 DATA HISTÓRICO CONTA 112: Anulação da perda por imparidade pelo uso da fórmula de custeio C M P
DÉBITO CRÉDITO
ilcl-01- Anulação de perdas por imparid. acumuladas 329 67705
jAquisição de mercadorias
(N+l)
dd-07-ON Aquisição de mercadorias 311 Anulação de perda por imparidade 321 67,05
1.100,00
IVA-Dedutível 2432 I I I : Reversão de perda por imparidade pelo uso da fórmula de custeio F I F O
253,00
U-12- Reversão de perdas por imparid. acumuladas 329 205,00
Fornecedores 2211 1.353,00 (N+l)
Reversão de perda por imparidade 7622 205,00
Entrada em armazém 321 1.100,00
H2: Reversão de perda por imparidade pelo uso da fórmula de custeio C M P
Transferência para armazém 311 1.100,00 31-12- Reversão de perdas por imparid. acumuladas 329 220,00
(N+l)
Reversão de perda por imparidade 7622 220,00
Ano 2 0 0 N :

Aquisição de mercadorias
dd-09-0N Aquisição de mercadorias 311 3.000,00 ENQUADRAMENTO
IVA - Dedutível 2432 690,00 U m a entidade deve usar a mesma fórmula de custeio para t o d o s os i n -
Fornecedores 2211 3.690,00 ventários que t e n h a m u m a natureza e u m uso semelhantes para a entidade
Entrada em armazém 321 3.000,00 ( N C R F 18, § 2 5 ) .
Transferência para armazém 311 3.000,00 Neste exercício u t i l i z a m o s a contabilização de acordo c o m as fórmulas
Perda por imparidade
F I F O e C M P , para efeitos de exemplificação.
31-12-ON Perdas por imparidade em inventários 652 320,00
A f ó r m u l a F I F O t e m c o m o consequência que os itens que permanecem
Perdas por imparidades acumuladas 329 320,00
em inventário n o fim d o período sejam os mais recentemente comprados o u
produzidos, enquanto pela f ó r m u l a do C M P o custo de cada i t e m é determina-
do a partir da média ponderada d o custo de itens semelhantes ( N C R F 18, § 2 7 ) .

72
73
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I
Capítulo II - Inventários

Os activos não devem ser escriturados p o r quantias superiores àquelas Exercício 2.02
que previsivelmente resultariam da sua venda o u uso. O custo dos inventários
Inventários - Venda de mercadorias com recebimento diferido
deverá ser r e d u z id o para o valor realizável líquido se esses inventários estive-
r e m danificados, se se t o r n a r e m t o t a l o u parcialmente obsoletos, se os seus ENUNCIADO
preços de venda tiverem diminuído o u se os custos estimados de acabamento
A empresa A L F A , S A . vendeu, e m 1 de J u n h o de 2 0 0 N u m a mercadoria
o u os custos estimados a serem i n c o r r i d o s para realizar a venda tiverem au-
em que o preço é de € 1.500.000,00, n o caso de ser recebido n o prazo de
m e n t a d o ( N C R F 18, § 2 8 ) .
30 dias. Porém, a empresa acordou c o m o cliente, receber n o m o m e n t o da
E m cada período subsequente é feita u m a nova avaliação d o valor reali- ntrega da mercadoria € 600.000,00 mais o I V A da factura à taxa n o r m a l e o
zável líquido e quando as circunstancias que originaram u m reconhecimento estante 7 meses mais tarde. A mercadoria f o i facturada p o r € 1.554.000,00
de perda p o r imparidade deixarem de existir o u q u a n d o houver u m claro au- ais I V A à taxa n o r m a l .
m e n t o d o valor realizável líquido, a quantia d o ajustamento deverá ser rever-
tida, sendo esta reversão limitada à quantia da perda p o r imparidade inicial- ASSIM TEM-SE
mente reconhecida ( N C R F 18, § 3 3 ) .
O valor da factura é [1.554.000,00 x 1,23] = € 1.911.420,00
E m c o n f o r m i d a d e c o m o § 34 da N C R F 18, a quantia escriturada dos
O valor d o I V A é [1.554.000,00 x 0,23] = € 357.420,00
inventários deve ser reconhecida c o m o gasto n o período e m que o respecti- A empresa A L F A , para este prazo e risco de débito, aplica u m a taxa de 6%, o
vo rédito dos inventários vendidos seja reconhecido. A quantia de qualquer que corresponde a u m a taxa de j u r o equivalente mensal de [ ( 1 , 0 6 ( l / 6 ) ) - l ]
a

ajustamento dos inventários para o valor realizável líquido e todas as perdas = 0,9758794%
de inventários devem ser reconhecidas c o m o u m gasto d o período e m que o
V a l o r actual da dívida e dos gastos financeiros a reconhecer n o final de
ajustamento o u perda ocorra. A quantia de qualquer reversão d o ajustamento cada mês, são os seguintes:
de inventários deve ser reconhecida c o m o u m a redução d o gasto (se ocorrer
n o período e m que o gasto f o i reconhecido o u e m rendimentos/reversões se
HBH
ocorrer e m período e c o n ó m i c o subsequente, p o r débito da conta de perdas
p o r i m p a r i d a d e acumuladas).
E58S
01-06-ON B L c I B f i l l WBÈÊIÊÊSMÈÈÊÈ
01-06-ON 1.857.420,00
957.420,00 957.420,00 900.000,00
30-06-0N 8,782,91 8,782,91 908.782,91
31-07-ON 8,868,63
8,868,63 917.651,54
31-08-0N 8.955,17 8.955,17 926.606,71
30-09-ON 9.042,56 9.042,56 935.649,28
31-10-0N 9.130,81 9.130,81 944.780,09
30-11-0N 9.219,91 9.219,91 954.000,00
01-12-0N (),()()
0,00 954.000,00
(S)xTJF.
(més0) + [(4)mêsl]
CONTABILIZAÇÃO xcrcício 2.03
Inventários - Mercadorias em trânsito
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
__
Na data da entrega da mercadoria
01-06-ON N / f a c n ° ... 2111 ENUNCIADO
1.857.420,00
Vendas - Mercadorias 711 1.500.000,00 A empresa Celtinfor, Lda., que i m p o r t a da A l e m a n h a equipamentos de
IVA - Liquidado 24331 357.420,00 telecomunicações, recebeu n o dia 4 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , a documentação
Recebimento no acto da entrega da mercadoria ivlativa à importação (intracomunitária), i n c l u i n d o a factura d o fornecedor
01-06-ON Recebimento parcial da n/ fac n° ... 111 957.420,00 llemão, de 1.000 telemóveis X T L , ao custo unitário de € 60,00. Os telemó-
Recebimento parcial da n/ fac n° ... 2111 957.420,00 veis foram recepcionados n o armazém da empresa Celtinfor, n o dia 23 de
Reconhecimento do rendimento de juro, em cada final de mês Dezembro de 2 0 0 N .
a começar em 01-06-ON até 01-12-ON
Fim mês Gastos financeiros - juros 21111 Juro do mês
Jun a Dez
Juros imputados 7918 Juro do mês CONTABILIZAÇÃO
Liquidação da dívida
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
01-12-ON Recebimento - n/ facn° .... 111 954.000,00
n/ chqn° .... 2111 954.000,00 Contabilização dos documentos relativos à importação
ill 12-ON Compras
1 311 60.000,00
Fornecedor alemão 2211 60.000,00
IVA - Dedutível - Intracomunitário 24321 13.800,00
ENQUADRAMENTO
IVA - Liquidado - Intracomunitário 24331 13.800,00
N u m a transacção quando o i n f l u x o de dinheiro o u equivalentes de d i -
Mercadorias em trânsito
nheiro f o r diferido, se o justo valor da retribuição f o r m e n o r que a quantia n o - 04-12-ON Mercadorias em trânsito 325 60.000,00
m i n a l d o d i n h e i r o recebido o u a receber, devido a u m acordo que constitua Compras 311 60.000,00
efectivamente u m a transacção de financiamento, o justo valor da retribuição Contabilização das mercadorias quando recepcionadas e depois de conferida a factura
é determinado descontando todos recebimentos futuros usando u m a taxa de 23-12-ON Mercadorias em armazém 321 60.000,00
Mercadorias em trânsito 325 60.000,00
j u r o efectiva e a diferença entre o justo valor e a quantia n o m i n a l da r e t r i b u i -
ção é reconhecida c o m o rédito de juros ( N C R F 20, § § 11 e 3 0 ) .
A dívida d o cliente, dado tratar-se de u m activo financeiro, deve ser va- ENQUADRAMENTO

lorizada ao custo a m o r t i z a d o menos qualquer perda p o r imparidade ( N C R F A s mercadorias e m trânsito correspondem a inventários (mercadorias)

27, § 1 1 ) . adquiridos pela empresa, mas que ainda não entraram n o armazém. Esta si-
tuação acontece, n o r m a l m e n t e , c o m empresas importadoras, e m que entre
a data da recepção dos documentos de c o m p r a das mercadorias e a data da
recepção das mesmas decorre u m período de t e m p o alargado.

76 77
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo II - Inventários

Exercício 2.04 ENQUADRAMENTO

Inventários - Mercadorias em poder de terceiros Os inventários e m poder de terceiros, c o m p r e e n d e m os inventários de


propriedade da empresa que se e n c o n t r a m à guarda de terceiros, o u que te-
ENUNCIADO nham saído da empresa para o terceiro e m regime de consignação. Este regi-
A empresa A L F A , L d a , e n v i o u ao seu intermediário C L (consignatário), me consiste na entrega temporária de inventários a u m intermediário, o con-
n o dia 3 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , 5 televisores Sony, m o d e l o 71x40, ao custo signatário, que os irá vender p o r conta e o r d e m d o consignante (a empresa
unitário de € 320,00. que t e m a posse jurídica dos inventários). O consignatário recebe u m a comis-
A conta de venda d o consignatário f o i recebida n o dia 18 de D e z e m b r o Não pelas vendas que efectuar p o r conta d o consignante.
de 2 0 0 N , pela venda dos 5 televisores ao preço unitário de € 480,00, acresci-
dos de I V A à taxa n o r m a l . A venda f o i efectuada apenas a u m cliente.
A comissão d o intermediário C L , f o i de € 240,00, acrescidos de I V A à
taxa n o r m a l . N o t a de despesas n ° 23, datada de 20 de D e z e m b r o de 2 0 0 N .

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO 1


.. ......... ............. _. . • .'. ••• . .

Contabilização do envio dos televisores ao consignatário


03-12-ON Mercadorias em poder de terceiros: (5 x 320} 326 1.600,00

Mercadorias em armazém 321 1.600,00

Contabilização da venda dos televisores e custo da venda


18-12-ON N / factura n° ....: (5 x 480) 2111 2.952,00
Venda - Mercadorias 711 2.400,00
IVA - Liquidado: (2.400 x 0,20) 24331 552,00
Custo da venda dos televisores 611 1.600,00

Saída dos televisores 326 1.600,00

Contabilização da nota de despesas do consignatário


20-12-ON Serviços especializados - outros 6228 240,00
Mercadorias em armazém 24323 55,20
Intermediário C L 2211 295,20

N o caso da devolução dos televisores pelo consignatário, o lançamento


contabilístico será o inverso d o efectuado n o dia 3.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo II - Inventários

Exercício 2.05 A s ofertas de inventários, consistem na transmissão de inventários da


Inventários - Ofertas de inventários a clientes p i ó p r i a empresa sem qualquer contrapartida pecuniária.
O I V A - L i q u i d a d o p o d e ser contabilizado p o r contrapartida da conta
ENUNCIADO « 6 8 1 2 - O u t r o s gastos e perdas - Impostos i n d i r e c t o s » , se esta f o r a prática
A empresa A L F A , Lda., que comercializa artigos de joalharia, n o dia 15 da empresa.
de D e z e m b r o de 2 0 0 N , na data d o aniversário da sua loja n o C e n t r o Comer-
cial Gama, ofereceu aos seus 10 melhores clientes, 10 peças de joalharia ( R j c )
u m a a cada cliente, que haviam custado € 100,00/cada. A empresa contabili-
za os seus inventários e m sistema de inventário permanente ( S I P ) .

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO 1

Oferta de mercadorias
15-12-ON Oferta de artigos Rjc 6884 1.230,00

Regularização de inventários 382 1.000,00

IVA- Liquidado - Operações gratuitas 2433x 230,00

Guia de saída n° .... - artigos oferecidos 382 1.000,00

Guia de saída n° .... - artigos oferecidos 32x 1.000,00

ENQUADRAMENTO
A reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos con-
siste n o reconhecimento contabilístico de variações nas contas de inventários
que não resultem de compras de inventários, vendas de inventários o u perdas
p o r imparidade de inventários. Incluem-se n o conceito contabilístico de re-
classificação e regularização de inventários o u activos biológicos as ofertas
de inventários, quebras (e sobras) de inventários e transferências para e de
activos fixos tangíveis. O registo contabilístico destas operações é efectuado
através da conta « 3 8 - Reclassificação e regularização de inventários o u acti-
vos b i o l ó g i c o s » que, sendo u m a conta transitória, após perfazer a sua função,
é saldada através da conta de «Inventários e activos b i o l ó g i c o s » adequada.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo II Inventario*

Exercício 2.06 Exercício 2.07


Inventários - Ofertas de inventários de fornecedores Inventários - Quebra verificada em mercadorias

ENUNCIADO ENUNCIADO

A empresa B E T A , Lda., que comercializa electrodomésticos, recebeu n o A empresa Gama, Lda., que comercializa óleos, na inventariação reali-
dia 18 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , d o seu fornecedor JCP, SA., dois televisores zada e m 30 de N o v e m b r o de 2 0 0 N , verificou u m a quebra de 250 litros nos
marca H O H E R , m o d e l o 6230 ( m o d e l o n o v o a entrar n o mercado p o r t u - óleos vegetais, t i p o X T . O custo unitário ( l i t r o s ) deste t i p o de óleo é de
guês), que f o r a m valorizados p o r € 175,00/cada. A empresa B E T A , Lda., € 0,80/por litro. Esta quebra é considerada n o r m a l neste t i p o de mercadoria.
contabiliza os seus inventários e m sistema de inventário permanente ( S I P ) . A empresa Gama, Lda., contabiliza os seus inventários e m sistema de inven-
tário permanente ( S I P ) .
CONTABILIZAÇÃO
CONTABILIZAÇÃO
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO |

Oferta de mercadorias DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO


18-12-ON Oferta de televisores H O H E R , M : 6230 382 350,00
Quebra
Oferta de fornecedor 7888 350,00 30-11-0N Quebra normal no óleo X T (250 x 0,80) 6842 200,00
Guia de entrada n° .... - artigos oferecidos 32x 350,00 Quebra em inventários 382 200,00
Guia de entrada n° .... - artigos oferecidos 382 350,00 Quebra

L
30-11-0N Quebra mercadoria X T 382 200,00

ENQUADRAMENTO Quebra mercadoria X T 32x 200,00

Idêntico ao d o exercício 2.05 - Inventários - Ofertas de inventários a


clientes. ENQUADRAMENTO

A s quebras (e sobras) de inventários são diminuições (e aumentos) veri-


ficadas nas quantidades dos inventários existentes na empresa n u m determi-
nado m o m e n t o .

H á que distinguir duas espécies de quebras:


- A s quebras normais, que resultam de f e n ó m e n o s naturais e inevitáveis,
inerentes à actividade da empresa, como, p o r exemplo, é o caso de em-
presas que p r o d u z e m e/ou comercializam p r o d u t o s perecíveis o u de
fácil volatilidade.

S>
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I
Capítulo II - Inventários

- A s quebras anormais, que têm carácter imprevisível e extraordinário, Exercício 2.08


resultando de factos alheios à actividade da empresa, p o r exemplo aci-
Inventários - Mercadorias roubadas, cobertas por seguro
dentes, roubos, incêndios, inundações, etc.

ENUNCIADO
Nas quebras normais, n o caso de haver alteração das quantidades (para
E m 23 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , a empresa B E T A , Lda., que comercializa
menos) e do custo unitário (para mais), de tal f o r m a que se mantenha o valor
electrodomésticos, sofreu u m r o u b o n u m a das suas lojas. D e p o i s de se inven-
global dos inventários existentes n o armazém, não é necessário fazer qualquer
tariar as perdas, veriíicou-se que t i n h a m sido roubadas 10 Sony Playstation 3,
lançamento contabilístico. N o caso de haver alteração das quantidades (para
ao custo unitário de € 200,00.
menos) e d o valor global dos inventários existentes n o armazém (para me-
nos), mantem-se o custo unitário da mercadoria.
S i t u a ç ã o 1: Esta mercadoria está coberta pelo seguro ( C T u d o seguro),
a

N o caso da quebra ser considerada n o r m a l deve utilizar-se a conta « 6 8 4 2


que irá pagar 8 0 % d o valor perdido.
- O u t r o s gastos e perdas - Perdas em inventários - Q u e b r a s » . N o caso da
quebra ser considerada a n o r m a l deve utilizar-se a conta « 6 8 4 8 - O u t r o s gas- CONTABILIZAÇÃO
tos e perdas - Perdas e m inventários - Outras p e r d a s » .
| DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO ^^R^D^rr»
Reconhecimento da perda
Roubo de mercadoria 6848x 2.000,00
Roubo de mercadoria 382 2.000,00
Reconhecimento do roubo
Artigos roubados 382 2.000,00
Artigos roubados 32x 2.000,00
Reconhecimento da indemnização do seguro
Z.5-1Z-0N C de Seguros Tudo seguro
a
278 1.600,00
Indemnização do seguro 6848x 1.600,00
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo II - Inventários

S i t u a ç ã o 2: A empresa B E T A , Lda., v a i receber € 2.300,00 Exercício 2.09


de indemnização. Inventários - Sobras de mercadorias

CONTABILIZAÇÃO ENUNCIADO

A empresa J M , Lda., que comercializa sal a granel, na inventariação do ar-


HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO |
I DATA
tigo S I (sal i o d a d o ) realizada e m 3 1 / 12/200N, v e r i f i c o u u m a sobra de 3.200
Reconhpí-imento da perda
6848x 2.000,00 Kgs deste artigo, ao preço de custo de € 0,25/Kg. A empresa J M . Lda., conta-
23-12-ON Roubo de mercadoria
Roubo de mercadoria 382 2.000,00 biliza os seus inventários em sistema de inventário permanente ( S I P ) .

Reconhecimento do roubo DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO


23-12-ON Artigos roubados 382 2.000,00
2.000,00 Reconhecimento do ganho
Artigos roubados 32x
23-12-ON Sobra da mercadoria SI: (3.200 x 0,25) 382 800,00
Reconhecimento da indemnização do seguro
Ganho de inventários 7842 800,00
23-12-ON O de Seguros Tudo seguro 278 2.300,00
2.000,00 Reconhecimento da sobre
Roubo de mercadoria: ganho na indem. 6848x
23-12-ON Sobra da mercadoria SI 32x 800,00
Quebra em inventários 7848x 300,00
Sobra da mercadoria SI 382 800,00

ENQUAD RAMENTO
N o caso de sinistros o u de roubos, e se a mercadoria sinistrada ( o u rouba- ENQUADRAMENTO

da) é objecto de indemnização de u m terceiro, o u se está coberta p o r seguro, A s sobras são aumentos de inventários que p o d e m resultar de fenóme-
o reconhecimento e m resultados da perda, só será aquele que de facto não f o i nos naturais. É o caso, p o r exemplo, das sobras verificadas e m mercadorias

recebido p o r indemnização o u pelo seguro. Podendo acontecer m e s m o que cuja unidade de m e d i d a é o peso ( q u i l o ) e m que se a inventariação f o r feita

a indemnização recebida d o terceiro o u d o seguro, seja superior ao valor da e m dias c o m m u i t a humidade, esta p o d e apresentar pesos superiores aos re-

quebra. gistados nas fichas de armazém.


SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

Exercício 2.11
Exercício 2.10
Inventários - Correcção de erros
Inventários - Transferências de inventários para activos fixos
tangíveis
ENUNCIADO

ENUNCIADO N o final d o exercício de 2 0 0 ( N + l ) a empresa A L F A , L d a . descobriu arti-

A empresa Filosinfor, Lda., que comercializa equipamentos informáti- gos, n o valor de € 15.000,00 que p o r lapso f o r a m incluídos nas mercadorias
mas que f o r a m vendidos em D e z e m b r o de 2 0 0 N . A empresa apresentou ain-
cos, transferiu e m 23 de N o v e m b r o de 2 0 0 N , para o seu departamento ad-
da os seguintes elementos:
ministrativo 2 P C s Sony Vaio V G N - Z 2 1 W N / B , cujo custo unitário é de
€ 1.250,00. A empresa Filosinfor, L d a . , contabiliza os seus inventários e m R E N D I M E N T O S E GASTOS
• • • •
sistema de inventário permanente ( S I P ) .
31-12-(N+1) 31-12-0N
Vendas e serviços prestados 200.000,00 150.000,00
CONTA DÉBITO CRÉDITO
DATA HISTÓRICO
CMVMC 160.000,00 100.000,00
Transferência para activo fixo tangível
23-11-ON Equipamento administrativo: (2 x 1.250) 435x 2.500,00 Resultado antes de impostos 40.000,00 50.000,00

Reclassificação de mercadoria 382 2.500,00

Reclassificação da mercadoria 31-12-ON 31-12-(N-1)


23-11-ON Reclassificação de mercadoria 382 2.500,00 Resultados transitados 85.000,00 35.000,00
Reclassificação de mercadoria 32x 2.500,00

ASSIM TEM-SE

ENQUADRAMENTO N o final d o exercício de 2 0 0 N , o custo das mercadorias vendidas e das ma-


térias consumidas c o r r i g i d o é de [ E i + C - ( E f - 1 5 . 0 0 0 , 0 0 ) ] = € 115.000,00.
N a transferência de activos fixos para mercadorias os lançamentos são o
Os resultados transitados revistos n o início do ano 2 0 0 ( N + l ) são de
inverso.
[85.000,00 - 15.000,00] = € 70.000,00.
Este t i p o de operação e m empresas que comercializam mercadorias que
N o final do exercício de 2 0 0 ( N + l ) , o custo das mercadorias vendi-
a empresa t a m b é m utiliza na sua actividade, é m u i t o frequente.
das e das matérias consumidas corrigido é de [ ( E i - 1 5 . 0 0 0 , 0 0 ) + C - E f ] =
€ 145.000,00.
Os resultados transitados revistos finais do ano 2 0 0 ( N + l ) são de
[70.000,00 + 55.000,00] = € 125.000,00.
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I Capítulo II - Inventários

R E N D I M E N T O S E GASTOS
o(s) período (s) anterior (es) apresentado (s) e m que tenha o c o r r i d o o erro
31-12-(N+1) 31-12-ON
( N C R F 4, § 3 7 ) .
Vendas e serviços prestados 200.000,00 150.000,00
U m erro de u m o u mais períodos anteriores deve ser c o r r i g i d o para o
CMVMC 145.000,00 115.000,00
período mais antigo para o qual seja praticável a r e e x p r e s s ã o retrospectiva
Resultado antes de impostos 55.000,00 35.000,00 ( N C R F 4, § 3 8 ) .
A correcção de u m erro de u m período anterior é excluída dos resulta-
31-12-ÍN+l) 31-12-ON
dos d o período e m que o erro é descoberto. Qualquer informação apresenta-
Resultados transitados 125.000,00 70.000,00
da sobre exercícios anteriores deve ser reexpressa para períodos tão antigos
quanto seja praticável ( N C R F 4, § 4 1 ) .
N o Anexo, na nota «Políticas contabilísticas, alterações nas estimativas
C ONTABILIZAÇÃO contabilísticas e e r r o s » , deverão ser indicadas a natureza d o ( s ) erro(s) de
período(s) anterior(es), a quantia das correspondentes correcções e a i m p r a -
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
ticabilidade de reexpressão restrospectiva.
Correcção do erro
31-12- Resultados transitados 56x 15.000,00
(N+l) CMVMC 61x 15.000,00

Nota: Por simplificação, não foram considerados os efeitos tributários da operação (ver capítulo dedicado
aos Impostos diferidos).

ENQUADRAMENTO

Podem surgir erros n o que respeita ao reconhecimento, mensuração,


apresentação o u divulgação de elementos de demonstrações financeiras. Os
erros potenciais d o período corrente descobertos nesse período são corrigi-
dos antes de as demonstrações financeiras serem autorizadas para emissão.
C o n t u d o , os erros materiais descobertos até u m período posterior são corri-
gidos na informação comparativa apresentada nas demonstrações financeiras
desse período posterior ( N C R F 4, § 3 6 ) .
U m a entidade deve corrigir os erros materiais de períodos anteriores re-
trospectivamente ao p r i m e i r o c o n j u n t o de demonstrações financeiras apro-
vadas após a sua descoberta, reexpressando as quantias comparativas para
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I

Exercício 2.12 - Resolução após a data d o balanço, de u m caso j u d i c i a l que confi


Inventários - Acontecimentos após a data do balanço que a entidade t i n h a u m a obrigação presente à data d o balanço. A
dade ajusta qualquer provisão anteriormente reconhecida relacio
ENUNCIADO c o m este caso j u d i c i a l de acordo c o m a N C R F 2 1 o u reconhece
A empresa A L F A , S.A. vendeu e m 10 de Fevereiro do ano 2 0 0 ( N + l ) , nova provisão. A entidade não p o d e divulgar meramente u m pas
antes da apresentação das suas contas, mercadorias p o r € 5.000,00 que apre- contingente p o r q u e a resolução p r o p o r c i o n a provas adicionais q u
sentavam u m valor contabilístico à data do balanço ( 3 1 de D e z e m b r o de r i a m consideradas à data d o balanço;

2 0 0 N ) de € 7.000,00. - A falência de u m cliente que ocorre após a data d o balanço confir


n o r m a l m e n t e , que existia u m a perda à data d o balanço, n u m a con
CONTABILIZAÇÃO receber comercial e que a entidade necessita de ajustar a quantia es

CONTA DÉBITO CRÉDITO turada da mesma;


DATA HISTÓRICO
- A determinação após a data do balanço d o custo de activos c o m p r a
Actualização do valor de mercadorias
31-12-ON Perda por imparidade 652 2.000,00 o u os proventos de activos vendidos, antes da data do balanço;
Perda por imparidades acumuladas 329 2.000,00 - A determinação após a data d o balanço da quantia de participação
lucro o u de pagamentos de bónus, caso a entidade tivesse u m a o b r
ENQUADRAMENTO ção presente legal o u construtiva à data d o balanço de fazer tais p
U m a entidade deve ajustar as quantias reconhecidas nas suas demons- mentos antes dessa data; e
trações financeiras para reflectir os acontecimentos após a data d o balanço, e - A descoberta de fraudes o u erros que m o s t r e m que as demonstraç
antes da data de autorização para emissão das demonstrações financeiras, que financeiras estão incorrectas.
dão lugar a ajustamentos.
Os acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a ajustamentos Os acontecimentos após a data d o balanço que não dão lugar a aju

são aqueles que p r o p o r c i o n e m prova de condições que existiam à data do mentos, embora possam necessitar de divulgações adicionais, são aqu
que sejam indicativos de condições que surgiram após a data do balan
balanço.
Exemplos de acontecimentos ocorridos após a data d o balanço que não
A venda de inventários após a data d o balanço p o d e dar evidência acerca
lugar a ajustamentos:
do valor realizável líquido à data do balanço, c o n f i r m a n d o que o activo estava
- D e c l í n i o n o valor de mercado de investimentos entre a data d o
e m imparidade, logo evidenciando que a entidade necessita de ajustar o custo
lanço e data e m que f o i autorizada a emissão das demonstrações
dos inventários.
nanceiras, que n o r m a l m e n t e não se relaciona c o m as condições
Exemplos de acontecimentos ocorridos após a data d o balanço que dão investimentos à data d o balanço, mas reflecte situações que surgir

lugar a ajustamentos: posteriormente;


- U m a i m p o r t a n t e concentração de actividades empresariais após a data ,xercício 2.13
do balanço o u a alienação de u m a i m p o r t a n t e subsidiária; Inventários - Contratos de construção: C o m revisão do preço
- A n ú n c i o de u m plano para descontinuar u m a unidade operacional. ilo contrato
- A destruição p o r u m incêndio de u m a i m p o r t a n t e instalação de pro-
dução; ENUNCIADO
- Importantes transacções de acções ordinárias e de potenciais transac- A empresaFiloconstroi, celebrouumcontrato de construção sujeito arevisão
ções de acções ordinárias; d l preços, c o m o seu cliente Gama, n o ano de 2 0 0 N , nas seguintes condições:
- Alterações anormalmente grandes e m preços de activos o u taxas de
I KA/O DO CONTRATO
1
3 ANOS I
câmbio;
Preço do contrato ( P ) :
- Alterações nas taxas fiscais o u leis fiscais decretadas o u anunciadas, que estabelecido inicialmente 800.000,00
Alterado no ano 200(N+l) para 1.000.000,00
t e n h a m u m efeito significativo nos activos e passivos p o r i m p o s t o s cor-
rentes e diferidos; ('ustos incorridos ( C i ) :
Ano 200N 200.000,00
- Celebrar compromissos significativos o u passivos contingentes, p o r 360.000,00
Ano 200(N+l)
exemplo, pela emissão de garantias significativas; e Ano 200(N+2) 600.000,00

- Iniciar litígios importantes que p r o v e n h a m unicamente d e aconteci- ( ustos estimados para completar a obra (Ce):
Inicialmente 720.000,00
mentos que ocorreram após a data d o balanço.
Nofimdo ano 200N 760.000,00
Nofimdo ano 200(N+l) 640.000,00

Adiantamentos:
Ano 200N 400.000,00
Ano 200(N+l) 400.000,00
Recebimento no ano 200(N+2), após facturação 200.000,00

ASSIM TEM-SE

ANO lOON

% de acabamento = Ci / Ct = (200.000,00 / 960.000,00) = 20,8333%


Ci = 200.000,00; Ct = (Ci + Ce) = (200.000,00 + 760.000,00)
= 960.00,00
Rendimentos correspondentes = (800.000,00x20,8333%) =166.666,00
Rendimentos facturados = 0,00
Acréscimo de rendimentos = 166.666,00
Necessidades de provisão = [(Ce - (P - Rendimentos)]
= [760.000,00 - (800.000,00 - 166.666,00)] = 126.666,00

95
S N C C O N I A I U I , l l ) A I ) i : I'I NA N( Iii KA ( lasos práticos lomo 1 Capítulo I I - Inventários

ANO 2 0 0 ( N + l ) nsferência dos rendimentos para resultados


11 12-ON Produtos acabados e intermédios 712 166.666,00
% de acabamento = C i / Ct = (560.000,00 / 1.200.000,00 = 46,6666%
Ci = (200.000,00 + 360.000,00 ) = 560.000,00 Resultados antes de impostos 811 166.666,00
Ct = (Ci + Ce) = (560.000,00 + 640.000,00) = 1.200.000,00 Transferência dos fornecimentos e consumos para resultados
11 12-ON Resultados antes de impostos 811 200.000,00

ANO 2 0 0 ( N + l )
Fornecimentos e consumos .... 6xy 200.000,00

Rendimentos correspondentes = (1.000.000,00x46.6666%) =466.666,00 Transferência das provisões do período para resultados
11 12-ON Resultados antes de impostos 811 126.666,00
Rendimentos no início do período = 166.666,00
Provisões do período - Contratos onerosos 676 126.666,00
Rendimentos facturados no ano = 0,00
Acréscimo de rendimentos = (466.666,00 - 166.666,00)] = 300.000,00
A n o 200(N+1):
Necessidades de provisão = (Ce - (P - Rendimentos)
= [640.000,00 - (1.000.000,00 - 466.666,00)] = 106.666,00 li ATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

lU-cebimento da 2 prestação
a

Necessidade de provisão = 106.666,00 Recebimento de ... s/ Cheque n° 11 400.000,00

3 z
7 -t-
Provisão existente = 126.666,00 Adiantamento por conta de vendas 276 400.000,00
Reversão de provisão = 20.000,00
( 11 st os incorridos no ano para a obra em curso
ild-m- Fornecimentos e consumos .... 6xy 360.000,00
(Nfl)
Fornecedores/ Depósitos à ordem 2211/12x 360.000,00
CONTABILIZAÇÃO
Acréscimos de rendimentos
A n o 200N:
» 1 12- Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 300.000,00
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
(Ni 1)
Produtos acabados e intermédios 712 300.000,00
Recebimento da I prestação
a
Kcversão de provisão
dd-m-0N Recebimento de ... s/ Chqn° 11 400.000,00 31-12- Provisões - Contratos onerosos 296 20.000,00
Adiantamento por conta de vendas 276 400.000,00 (N+l)
Contratos onerosos 7636 20.000,00
Custos incorridos no ano para a obra em curso l Va nsferência das vendas para Resultados
dd-m-0N Fornecimentos e consumos .... 6xy 200.000,00 31-12- Produtos acabados e intermédios 712 300.000,00
Fornecedores/ Depósitos à ordem 2211/12x 200.000,00 (N + l )
Resultados antes de impostos 811 300.000,00
Acréscimos de rendimentos Transferência da reversão das provisões para resultados
31-12-ON Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 166.666,00 »1-12- Contratos onerosos 7636 20.000,00
Produtos acabados e intermédios 712 166.666,00 (N+l)
Resultados antes de impostos 811 20.000,00
Prejuízos estimados para a obra Transferência dos gastos para resultados
31-12-ON Provisões do período - Contratos onerosos 676 126.666,00 31-12- Resultados antes de impostos 811 360.000,00
Provisões - Contratos onerosos 296 126.666,00 (Ntl)
Fornecimentos e consumos ... 6xy 360.000,00

Of,
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I Capítulo I I - Inventários

A n o 200(N+2): ENQUADRAMENTO

CONTA DÉBITO CRÉDITO U m a variação d o contrato, resultante de instruções dadas p e l o cliente


DATA HISTÓRICO
para u m a alteração n o âmbito d o t r a b a l h o é incluída n o rédito d o c o n t r a t o
Facturação emitida
dd-m- Cliente Gama 2111 1 .000.000,00 desde que possa ser fiavelmente mensurada, N C R F 19, § 23.
(N+2)
Produtos acabados e intermédios 712 1.000.000,00 Se a alteração d o preço d o contrato for para c o n s t r u i r u m activo adicio-

Anulação dos rendimentos a reconhecer (166.666,00 + 300.000,00) nal, que difira significativamente na c o n c e p ç ã o , tecnologia o u função d o ac-
dd-m- Produtos acabados e intermédios 712 466.666,00
livo coberto p e l o c o n t r a t o original, a c o n s t r u ç ã o d o activo adicional deve ser
(N+2)
Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 466.666,00
Matada c o m o u m c o n t r a t o de c o n s t r u ç ã o separado, N C R F 19, § 10.
Regularização dos adiantamentos (400.000,00 + 400.000,00)
31-12- Adiantamento por conta de vendas 276 800.000,00
(N+2)
Cliente Gama 21111 800.000,00

Recebimento da facturação em dívida


31-12- Recebimento de ... s / C h q n ° 11 200.000,00
(N+2)
Cliente Gama 21111 200.000,00

Custos incorridos no ano


31-12- Fornecimentos e consumos .... 6xy 600.000,00
(N+2)
Fornecedores/ Depósitos à ordem 2211/ 12x 600.000,00

Anulação da provisão
31-12- Provisões - Contratos onerosos 296 20.000,00
(N+2)
Contratos onerosos 7636 20.000,00

Reversão de provisão
31-12- Provisões - Contratos onerosos 296 106.666,00
(N+2)
Contratos onerosos 7636 106.666,00

Transferência das vendas para resultados (1.000.000,00 - 466.666,00):


31-12- Produtos acabados e intermédios 712 533.334,00
(N+2)
Resultados antes de impostos 811 533.334,00

Transferência da reversão da provisão para resultados:


31-12- Contratos onerosos 7636 106.666,00
(N+2)
Provisões - Contratos onerosos 811 106.666,00

Transferência dos gastos para Resultados:


31-12- Resultados antes de impostos 811 600.000,00
(N+2)
Fornecimentos e consumos .... 6xy 600.000,00
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I Capítulo I I - Inventários

Exercício 2.14 ASSIM T E M - S E :

Inventários - Contratos de construção: Sem revisão do preço ANO 2 0 0 N

do contrato % de acabamento = Ci / Ct = 810.000,00 / 2.790.000,00 = 29,0323%


Ci = 810.000,00; Ct = (Ci + Ce) = (810.000,00 + 1.980.000,00) =
ENUNCIADO = 2.790.00,00

A empresa Filoconstroi, S.A, celebrou u m contrato de construção não Rendimentos correspondentes = (3.000.000,00 x 29,0323%) = 870.969,00
Rendimentos facturados = 600.000,00
sujeito a revisão de preços, c o m o seu cliente Gama, n o ano de 2 0 0 N , pela
Acréscimo de rendimentos = (870.969,00 - 600.000,00) = 270.969,00
quantia de € 3.000.000,00, nas seguintes condições:

PRAZO DO CONTRATO 2,5 A N O S ANO 2 0 0 ( N + l )

Condições de pagamento: % de acabamento = C i / Ct = 1.950.000,00 / 2.805.000,00 = 69,5187%


I prestação
a 30%
Ci = (810.000,00 + 1,140.000,00 ) = 1.950.000,00
2 prestação
a 20% Ct = (Ci + Ce) = (1.950.000,00 + 855.000,00) = 2.805.000,00
3 prestação
a 50% Rendimentos correspondentes = (3.000.000,00x69,5187%) = 2.085.561,00
Rendimentos no início do período = 870.969,00
Rendimentos facturados no ano = 975.000,00
Ano 200N: Acréscimo de rendimentos = [2.085.561,00 - (870.969,00 + 975.000,00)]
- Recebimento da l . prestação vencida à data da encomenda
a 900.000 = 239.592,00
- Facturação emitida 600.000
- Recebimento da factura emitida (€ 600.000 menos 30% de adiantamento) 420.000
CONTABILIZAÇÃO
• Custos incorridos (Ci) 810 000
• Custos estimados para completar a obra (Ce) 1.980 000 Ano 200N

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CREDITO


Ano 200(N+1): Recebimento da I prestação
a

- Recebimento da 2. prestação de adiantamento (1.000 000 -200.000) x 20%


a 480.000 dd-m-0N Recebimento de ... s / C h q n ° 11 900.000,00
- Facturação emitida 975.000
Adiantamento por conta de vendas 276 900.000,00
• Custos incorridos (Ci) 1.140.000
855.000 Facturação emitida
• Custos estimados para completar a obra (Ce)
dd-m-0N Cliente Gama 2111 600.000,00
Produtos acabados e intermédios 712 600.000,00
Ano 200(N+3):
1.425.000 Regularização do adiantamento correspondente à facturação emitida (30% x 600.000,00)
- Facturação emitida
31-12-0N Adiantamento por conta de vendas 276 180.000,00
- Recebimento de facturação do ano 2 (325.000 menos 50% de 325.000) 487.500
- Recebimento de facturação do ano 3 (475.000 menos 50% de 475.000) 712.500 Cliente Gama 21111 180.000,00
• Custos incorridos (Ci) 915.000 Recebimento da facturação emitida
'31-12-0N | Recebimento de ... s/ Chq n° 11 420.000,00
( líenle ( i.llll.l 2111 420.000,00

1(1(1 LO]
Custos incorridos no ano para a obra em curso nsferência dos gastos para Resultados
31-12-ON Fornecimentos e consumos ... 6xy 810.000,00 I 12 Resultados antes de impostos 811 1.140.000,00

Fornecedores/ Depósitos à ordem (Ntl) 6xy 1.140.000,00


2211/ 12x 810.000,00 Fornecimentos e consumos ...
Acréscimos de rendimentos:
31-12-ON Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 270.969,00
Produtos acabados e intermédios 712 270.969,00 Ano 200(N+2):
Transferência dos rendimentos para Resultados DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
31-12-ON Produtos acabados e intermédios 712 870.969,00
Facturação emitida:
Resultados antes de impostos 811 870.969,00 dd n i - Cliente Gama 2111 1 .425.000,00
Transferência dos gastos para Resultados (N+2)
Produtos acabados e intermédios 712 1.425.000,00
31-12-ON Resultados antes de impostos 811 810.000,00
Regularização dos adiantamento [(900.000,00 + 480.000,00) - (180.000,00 + 487.500,00)]
Fornecimentos e consumos ... 6xy 810.000,00 dd-m- Adiantamento por conta de vendas 276 712.500,00
(N+2)
Cliente Gama 21111 712.500,00

Ano 200(N+1): Recebimento da facturação emitida:


(1-12- Recebimento de ... s / C h q n ° 11 1.200.000,00
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO (N+2)
Cliente Gama 21111 1.200.000,00
Recebimento da 2 prestação
a

Custos incorridos no ano para a obra em curso:


dd-m- Recebimento de ... s / C h q n ° 11 480.000,00
»1-12- Fornecimentos e consumos .... 6xy 915.000,00
(N+1)
Adiantamento por conta de vendas 276 480.000,00 (N+2)
Fornecedores/ Depósitos à ordem 2211/12x 915.000,00
Facturação emitida
Anulação dos rendimentos a reconhecer (270.969,00 + 239.592,00):
dd-m- Cliente Gama 2111 975.000,00
(1-12- Produtos acabados e intermédios 712 510.561,00
(N+1)
Produtos acabados e intermédios 712 975.000,00 (N+2)
Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 510.561,00
Regularização do adiantamento correspondente à facturação emitida
Transferência dos rendimentos para Resultados (1.425.000,00 - 510.561,00):
[(30% + 20%) x 975.000,00]
31-12- Produtos acabados e intermédios 712 914.439,00
dd-m- Adiantamento por conta de vendas 276 487.500,00
(N+2)
(N+1) Resultados antes de impostos 811 914.439,00
Cliente Gama 21111 487.500,00
Transferência dos gastos para Resultados:
Custos incorridos no ano para a obra em curso
31-12- Resultados antes de impostos 811 915.000,00
31-12- Fornecimentos e consumos .... 6xy 1.140.000,00
(N+2)
(N+l) Fornecimentos e consumos .... 6xy 915.000,00
Fornecedores/ Depósitos à ordem 2211/12x 1.140.000,0
Acréscimos de rendimentos Nota: Por simplificação não foram considerados os aspectos fiscais.
31-12- Devedores por acréscimos de rendimentos 2721 239.592,00
(N+l)
Produtos acabados e intermédios 712 239.592,00
ENQUADRAMENTO
Transferência dos rendimentos para Resultados (975.000,00 + 239.592,00)
Idêntico ao d o exercício 2.13 - Inventários - Contratos de Construção
31-12- Produtos acabados e intermédios 712 1.214.592,00
(N+l) c o m revisão d o preço d o contrato.
Resultados antes de impostos 811 1.214.592,00

102 103
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I
Capítulo II - Inventários

Exercício 2.15 CONTABILIZAÇÃO


Inventários - Aquisição de activos biológicos
| DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
Aquisição de activos biológicos em 200N
ENUNCIADO 31-12 Compras de activos biológicos 313 30.000,00
A empresa A B C a d q u i r i u e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N u m lote de 100 Pagamento 121 30.000,00
bezerros c o m 12 meses de idade, pelo seu justo valor de € 300,00 cada ani- Transferência das aquisições de activos biológicos em 200N
31-12 Custo dos activos biológicos 613 30.000,00
mal.
Transf. de activos biológicos adquiridos 313 30.000,00
C o n f o r m e cotação e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 ( N + l ) , conhecem-se ain-
Aquisição de activos biológicos em 200N
da os seguintes dados: 31-12 Transferência para activos biológicos 371 30.000,00
- O justo valor de u m bezerro era de € 250,00.
Variações nos inventários da produção 734 30.000,00
- O justo valor de u m n o v i l h o de 24 meses era de € 400,00.
Aquisição de activos biológicos em 200N
31-12 Acréscimo do custo 371 10.000,00
ASSIM T E M - S E :
Ganho por variação de justo valor 774 10.000,00
E m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N o valor d o lote de bezerros de 12 meses era

de [ 1 0 0 x 3 0 0 , 0 0 ] = € 30.000,00. ENQUAD RAMENTO

U m activo biológico é u m animal o u planta vivos ( N C R F 17, § 6 ) . Q u a n -


E m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 ( N + l ) : do se relacione c o m a actividade agrícola, a N C R F 17 deve ser aplicada na
- O valor do lote de n o v i l h o s de 24 meses era de [ 1 0 0 x 4 0 0 , 0 0 ] = contabilização de activos biológicos, p r o d u t o agrícola n o p o n t o de colheita

€ 40.000,00. e subsídios governamentais relacionados c o m activos biológicos mensurado


pelo justo valor menos custos estimados n o p o n t o de venda ( N C R F 17, § §
- O v a l o r d o lote de bezerros de 12 meses era de [ 1 0 0 x 2 5 0 , 0 0 ] =
2, 3 9 ) .
€ 25.000,00.
Os activos biológicos consumíveis são os que estão para ser colhidos
O ganho atribuído a alterações n o justo valor menos custos estimados n o c o m o p r o d u t o agrícola o u vendidos c o m o activos biológicos. Os activos b i o -
p o n t o de venda devido a alterações físicas f o i de [100 x (400,00 - 2 5 0 , 0 0 ) ] lógicos de produção são os que não são activos biológicos consumíveis, sen-
= €15.000,00. do de regeneração própria ( N C R F 17, § 4 0 ) .
A perda atribuída a alterações n o justo valor menos custos estimados n o U m activo biológico deve ser mensurado, n o reconhecimento inicial e
p o n t o de venda d e v i d o a alterações de preços f o i de [ 100 x ( 2 5 0 , 0 0 - 300,00) ] em cada data d o balanço, pelo seu justo valor menos os custos estimados n o

= €(5.000,00). ponto de venda, excepto n o caso e m que o justo valor não p o d e ser fiavel-

A alteração n o justo valor menos custos estimados n o p o n t o de venda B e n t e mensurado ( N C R F 17, § 13). Q u a n d o os preços determinados pelo

f o i de [40.000,00 - 30.000,00] o u [ 1 0 0 x (150,00 - 5 0 , 0 0 0 ) ] = € 10.000,00. mercado não estejam disponíveis e as estimativas alternativas d o justo valor

m.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capitulo II - Inventários

sejam claramente p o u c o fiáveis, o activo biológico deve ser mensurado pelo Exercício 2.16
custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer perda p o r i m p a r i - Inventários - Venda de mercadorias com bens não entregues
dade acumulada ( N C R F 17, § 3 1 ) .
O p r o d u t o agrícola c o l h i d o dos activos biológicos deve ser mensurado ENUNCIADO:

pelo seu justo valor menos custos estimados n o p o n t o de venda n o m o m e n t o A empresa A l f a , L d a , e m i t i u u m a factura sobre o seu cliente C l e m 30
da colheita, passando tal mensuração a ser o custo nessa data para aplicação de D e z e m b r o d o ano 2 0 0 N , n o valor de € 6.000,00, sujeitos a I V A à taxa
da N C R F 18 o u outra n o r m a aplicável ( N C R F 17, § 13). normal, cuja entrega apenas se efectuou e m 3 de Janeiro d o ano 2 0 0 ( N + l ) .
U m ganho o u u m a perda, proveniente do reconhecimento inicial de u m O custo relativo a estas mercadorias f o i de € 5.000,00.
activo biológico o u p r o d u t o agrícola e de u m a alteração n o justo valor menos
os custos estimados n o p o n t o de venda de u m activo biológico devem ser CONTABILIZAÇÃO:
incluídos n o resultado líquido d o período e m que surja ( N C R F 17, § § 27 e
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO
CRÉDITO 1
2 9 ) . A divulgação da quantia de alterações n o justo valor menos os custos es-
Pelo registo da factura
timados n o p o n t o de venda d e v i d o a alterações físicas e a alterações de preços 31-12-0N Cliente c/c 211 7.380,00
é encorajada ( N C R F 17, § § 27 e 2 9 ) . IVA - Liquidado 2433 1.380,00
Rendimentos a reconhecer 282 6.000,00
Pelo rédito relativo à factura
02-01- Rendimentos a reconhecer 282 6.000,00
(N+l) Vendas de mercadorias 711 6.000,00
Pelo custo das mercadorias
02-01- Custo das mercadorias vendidas 611 5.000,00
(N+l) Saída de armazém 321 5.000,00

ENQUADRAMENTO:

Q u a n t o ao reconhecimento d o rédito, a N C R F 20, § 14, refere que o ré-


dito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido
satisfeitas todas as condições seguintes:
a) a entidade tenha transferido para o c o m p r a d o r os riscos e vantagens
significativos da propriedade dos bens;
b ) a entidade não mantenha e n v o l v i m e n t o c o n t i n u a d o de gestão c o m
grau geralmente associado c o m a posse, n e m o c o n t r o l o efectivo dos
bens vendidos;
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I Capítulo I I - Inventários

c) a quantia d o rédito possa ser fiavelmente mensurada; Exercício 2.17


d ) seja provável que os benefícios e c o n ó m i c o s associados c o m a transac- Inventários - Auto consumo de Inventários
ção f l u a m para a entidade; e
ENUNCIADO:
e) os custos i n c o r r i d o s o u a serem i n c o r r i d o s referentes à transacção pos-
sam ser fiavelmente mensurados. A empresa Escriplan, Lda., que comercializa diverso material de escritó-
rio, necessitou e m 02 de Janeiro de 2 0 0 N para os seus escritórios de 10 agra-
A s s i m , aquando da facturação de bens ainda não entregues, não existe
fadores t i p o X P T O . Para tal, requisitou ao seu próprio armazém os referidos
a transferência para o c o m p r a d o r dos riscos e vantagens, u m a vez que não
agrafadores, os quais f o r a m transferidos nessa data para o seu departamento
houve a passagem da posse para o comprador, e c o m o tal estamos perante
administrativo. O custo unitário de cada u m é de € 12,50. A empresa Filosin-
u m rédito diferido.
for, L d a . contabiliza os seus inventários e m sistema de inventário permanente
(SIP).

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Auto consumo de Inventários


02-01-ON Material de escritório 6233x 2.500,00
Reclassificação de mercadoria 382 2.500,00
Reclassificação da mercadoria
02-01-0N Reclassificação de mercadoria 382 2.500,00
Reclassificação de mercadoria 32x 2.500,00

ENQUADRAMENTO:

A u t o c o n s u m o s de mercadorias significa que os activos passam a ser usa-


dos e não vendidos. O u seja, as mercadorias d e i x a m de ser detidas para serem
vendidas para passarem a ser usadas nas das actividades correntes ( o u ordiná-
rias) de entrega o u f o r n e c i m e n t o de bens e serviços. O uso destes activos sem
que seja à venda, devem ser reconhecidos c o m o u m gasto, mas não de vendas,
nomeadamente gastos c o m fornecimentos e serviços de outros.
A reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos con-
siste n o reconhecimento contabilístico de variações nas contas de inventários

IIW
Capítulo I I - Inventários
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I

que não resultem de compras de inventários, vendas de inventários o u ajusta- Exercício 2.18
Inventários - Devolução de mercadorias adquiridas
mentos e m inventários.
Para o registo contabilístico destas operações deve usar-se a conta « 3 8
ENUNCIADO:
- Reclassificação e regularização de inventários o u activos b i o l ó g i c o s » que,
A Empresa A L F A , Lda., que comercializa diverso material de escritório,
sendo u m a conta transitória, após perfazer a sua função, salda através da con-
a d q u i r i u ao seu fornecedor de mercadorias n o dia 0 2 de M a r ç o de 2 0 0 N , 100
ta de «Inventários e activos b i o l ó g i c o s » adequada.
pastas de arquivo ao preço unitário € 10,00, sujeito a I V A à taxa n o r m a l .
Posteriormente, n o dia 25 de M a r ç o de 2 0 0 N , a Empresa L F A , Lda.,
procedeu à devolução ao seu fornecedor de 10% da mercadoria adquirida n o
dia 02, devido ao facto de estas pastas apresentarem pequenos defeitos de
fabrico. Neste sentido, o fornecedor procedeu à emissão da N o t a de Crédito
n°15, referente à nossa devolução das unidades adquiridas n o dia 02. A nota
de crédito regulariza I V A .
A empresa A L F A , Lda., contabiliza os seus inventários e m sistema de i n -
ventário permanente ( S I P ) .

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Aquisição de mercadorias
02-03-ON Aquisição de mercadorias 311 1.000,00
IVA-Dedutível 2432 230,00
Fornecedores 2211 1.230,00
» .liia de entrada em armazém
02-03-ON Entrada em armazém 321 1.000,00
Transferência para armazém 311 1.000,00
Devolução das 10 unidades pela nota de crédito do Fornecedor
25-03-0N Fornecedores 2211 123,00
IVA - Regularizações a favor do Estado 24342 23,00
Devoluções de compras 317 100,00
phiia de saída do nosso armazém, relativa à devolução das 10 unidades
25-03-0N Regularização da saída de armazém 317 100,00
Regularização da saída de armazém 321 100,00
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I

ENQUADRAMENTO: Exercício 2.19


A conta « 3 1 7 - Compras - Devolução de c o m p r a s » , regista as devo- Inventários - Aquisição de mercadorias com desconto comercial
luções de bens que t e n h a m sido anteriormente registadas na conta « 3 1 1 -
Compras - M e r c a d o r i a s » . Esta conta movimenta-se a crédito, p o r contrapar- ENUNCIADO:

t i d a da conta « 2 2 1 - Fornecedores - Fornecedores conta c o r r e n t e » . A Empresa A L F A , Lda., n o dia 0 1 de Fevereiro de 2 0 0 N , recepcionou


N o caso de se proceder à regularização d o I V A a favor d o Estado, o que a Factura n.° 235 d o fornecedor X P T O , relativa à c o m p r a a prazo a 30 dias
acontece se na c o m p r a f o i deduzido I V A , deve enviar-se ao fornecedor prova c o n f o r m e prática comercial d o fornecedor, de 100 unidades do A r t i g o A , ao
e m c o m o se efectuou o lançamento de regularização d o I V A a favor d o Esta- custo unitário de € 150,00, sujeito a I V A à taxa n o r m a l . C o n t u d o aquando
do tal c o m o consta do Código d o I V A . da recepção da factura na contabilidade, verificou-se que p o r lapso não t i n h a
sido concedido o desconto comercial de 5%. Contactado o fornecedor, este
procedeu à emissão da N o t a de Crédito n . ° 1 3 4 n o dia 08 de Fevereiro de
2 0 0 N , regularizando assim a situação.

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO


. . _

Aquisição de mercadorias
01-02-ON IVA - Dedutível 2432 3.450,00
Aquisição de mercadorias 311 15.000,00
Fornecedor clc 2211 18.450,00
Guia de entrada em armazém
01-02-ON Entrada em armazém 321 15.000,00
Transferência para armazém 311 15.000,00
Recepção da Nota Crédito
08-02-0N Fornecedor c/c 2211 922,50
Regularização do IVA a favor do Estado 24342 172,50
Descontos e abatimentos em compras 318 750,00
Regularização da entrada em armazém
08-02-0N Regularização da entrada de armazém 318 750,00
Regularização da entrada de armazém 321 750,00
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I Capítulo I I - Inventários

ENQUADRAMENTO: Exercício 2.20


Tal c o m o consta na N C R F 18, § 1 1 , "os custos de c o m p r a de inventários Inventários - Variação da produção de produtos acabados
i n c l u e m o preço de c o m p r a , direitos de i m p o r t a ç ã o e outros i m p o s t o s (que
não sejam os subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais pela enti- ENUNCIADO:
dade) e custos de transporte, manuseamento e outros custos directamente N a empresa A l f a n o m ê s de O u t u b r o de 2 0 0 N , relativamente ao p r o d u t o
atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços. Descon- acabado Z , apurou-se a seguinte i n f o r m a ç ã o :
tos comerciais, abatimentos e o u t r o s itens semelhantes deduzem-se na deter-
m i n a ç ã o dos custos de compra". PRODUTO Z:

Inventário inicial (3.000 unidades) • custo unitário € 8,00 24.000,00


Matéria consumida na produção 36.000,00
Outros gastos de produção 9.000,00
Produtos fabricados (5.625 unidades) 45.000,00
Produtos vendidos (5.990 unidades), dos quais, 2.990 foram
produzidos no mês 47.920,00
Valor da venda (5.990 x € 12,00) 71.880,00
Quebra (normal) de produtos na produção (10 unidades) 80,00
Inventário final = [( 3.000 + 5.625) - (5990 + 10)] = 2.625 unidades 21.000,00

CONTABILIZAÇÃO:

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO


• • , ; : CRÉDITO 1
Matéria consumida em Outubro:
DD-10- Custo das matérias consumidas 612 36.000,00
200N Matérias-primas de consumo 331 36.000,00
Outros gastos de produção em Outubro:
DD-10- Gastos .... 62/64 9.000,00
200N Fornecedores / pessoal 22/ 23 9.000,00
Quebra de produtos na produção:
DD-10- Perdas em inventários 684 80,00
200N Regularização de inventários 384 80,00
Imputação da quebra de produção
31-10- Regularização de inventários 384 80,00
200N Variação de inventários produção 7323 80,00

114
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos - Tomo I

Rédito das vendas do mês - Produto Z


DD-10- N / factura.... / factura - recibo ... / Caixa 2111/II 88.412,40 Exercício 2.21
200N Venda de produto Z 712 71.880,00 Inventários - Escolha múltipla
rVA(tx23%) 2433xyz 16.532,40

Custo das vendas do mês - Produto Z :


ENUNCIADO:
DD-10- Custo da venda de produtos Z 731 47.920,00
200N Vendas de produtos Z 34xL 47.920,00 E m cada u m a das questões de resposta múltipla, existe apenas u m a afir-

Inventários - Produto Z, em 1 de Outubro de 200N (inicial): mação verdadeira. I d e n t i f i q u e as respostas correctas.


31-10- Variação da produção 7321 24.000,00
200N Inventários - Produto Z, inicial 34xL 24.000,00 " 1. Qual dos seguintes custos não integra, regra geral, o custo dos inventários?
Inventários - Produto Z, em 1 de Outubro de 200N (£ inal): Custos de conversão
31-10- Variação da produção 34xL 21.000,00
200N Inventários - Produto Z, final 7322 21.000,00 b Custos de annazenamento

f c Custos de transporte e manuseamento


ENQUADRAMENTO: d Impostos não dedutíveis

N o caso de ser a d o p t a d o o sistema de inventário p e r m a n e n t e a conta


« 7 3 - Variações nos inventários da p r o d u ç ã o » deve ser s u b d i v i d i d a e m con- 2. De acordo com a N C R F 18, os inventários devem ser mensurados'
tas divisionárias e m " P r o d u ç ã o " e " C u s t o das vendas" as quais serão m o v i - a Valor realizável líquido
l
mentadas p o r c o n t r a p a r t i d a das respectivas contas da classe 3.
b Custo ~ •
A s regularizações de quebras de produção, reconhecidas na conta « 3 8 4 B» Valor recuperável

- P r o d u t o s acabados e i n t e r m é d i o s » , d e v e m ser imputadas à conta « 7 3 2 - d Custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo
Variações nos inventários da produção - P r o d u ç ã o » u m a vez que o rédito da
p r o d u ç ã o t e m que ser igual aos gastos de produção verificados n o período. 3. Determinada empresa tem em stock 10.000 unidades de um artigo em vias de fabrico.
Neste caso, f o r a m v e n d i d o s da produção d o m ê s 2.990 unidades, cujo custo Os custos totais incorridos até à data, foram de € 4,00 por unidade sendo estimado que,
para concluir o processo de fabrico, ainda será necessário incorrer em € 10,00 por cada
de produção f o i de ( 2 . 9 9 0 x 8,00 = € 23.920,00, p o r isso, o rédito de p r o -
unidade produzida. O preço de venda actual desse artigo é de € 15,00, sendo que os
dução f o i de (23.920,00 + 80,00 + 21.000,00 = 4 5 . 0 0 0 , 0 0 ) , o que iguala os custos de vender estimam-se em € 3,00 por unidade. Neste sentido a empresa deverá
gastos de p r o d u ç ã o (36.000,00 + 9.000,00 = 4 5 . 0 0 0 , 0 0 ) . reconhecer na sua contabilidade?
a Um aumento no valor dos seus inventários no montante de € 80.000,00
C r i a r subcontas, p o r e x e m p l o :
L.
D Uma impandade em inventários no montante de € 30.000,00
73 - Variações nos inventários da produção
C Uma imparidade em inventários no montante de € 20.000,00
7 3 1 - Custo das vendas de p r o d u t o s
j
U
732 - P r o d u ç ã o Não deverá efectuar qualquer registo

7 3 2 1 - Inventários iniciais

7 3 2 2 - Inventários finais
7323 - Regularizações

I lo
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

ENQUADRAMENTO:
Os inventários devem ser mensurados pelo mais baixo de dois valores:
( i ) custo o u ( i i ) pelo valor realizável líquido ( N C R F 18, § 9 ) . O valor realizá-
vel líquido é o preço de venda estimado n o decurso ordinário da actividade
empresarial menos os custos estimados de conclusão e os custos estimados
necessários para efectuar a venda ( N C R F 18, § 6 e § § 28 a 3 3 ) .
O custo dos inventários deve incluir todos os custos de compra, custos
de conversão e outros custos i n c o r r i d o s para colocar os inventários n o seu
local e na sua condição actuais. Os custos de c o m p r a i n c l u e m o preço de
compra, direitos de importação e outros impostos (que não sejam recupe-
ráveis) custos de transporte, manuseamento e outros. Os descontos comer-
ciais, abatimentos e outros itens semelhantes deduzem-se na determinação
dos custos de compra. Os custos de conversão (produção) i n c l u e m os custos
directamente relacionados c o m as unidades de produção, tais como, de entre
outros, a mão-de-obra directa e as matérias-primas. Os outros custos são p o r
exemplo, custos de concepção de p r o d u t o s para clientes específicos, incor-
ridos para colocar os inventários n o seu local e na sua condição actuais; o u ,
também, os custos dos empréstimos obtidos que estejam directamente rela-
cionados c o m os inventários ( N C R F 18, § § 10 a 2 2 ) .

UB
Capítulo 3: Investimentos 119
Exercício 3.01 - Investimentos - Compra de equipamento com pagamento diferido 122

Exercício 3.02 - Investimentos - Depreciação de activo fixo tangível, pelo método do desgaste

funcional 124
Exercício 3.03 - Investimentos - Depreciação de um activo fixo tangível complexo 127

Exercício 3.04 - Investimentos - Depreciação de um activo fixo tangível complexo com

desmantelamento 129
Exercício 3.05 - Investimentos - Revalorização de activofixotangível 131
Exercício 3.06 - Investimentos - Perdas por imparidade de um activofixotangível 134

Exercício 3.07 - Investimentos - Perdas por imparidade de um activofixotangível revalorizado.... 136

Exercício 3.08 - Investimentos - Venda de um activofixotangível com ganho 138

Exercício 3.09 - Investimentos - Venda de um activofixotangível com perda 140

Exercício 3.10 - Investimentos - Troca de activosfixostangíveis 141


Exercício 3.11- Investimentos - Alterações nas estimativas contabilísticas 144

Exercício 3.12 - Investimentos - Alterações nas políticas contabilísticas 146


Exercício 3.13 - Investimentos - Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização ( l ) ... 149
Exercício 3.14- Investimentos - Custos de empréstimos obtidos elegíveis para capitalização (2) ... 151

Exercício 3.15 - Investimentos - Activos intangíveis desenvolvidos pela própria empresa 153

Exercício 3.16 - Investimentos - Amortização das despesas de desenvolvimento 157

Exercício 3.17 - Investimentos - Reconhecimento de propriedade de investimento ao custo 160


Exercício 3.18 - Investimentos - Reconhecimento de propriedade de investimento ao justo valor.. 162
Exercício 3.19 - Investimentos - Transferência de activofixotangível para propriedade de

investimento ao justo valor 164


Exercício 3.20 - Investimentos - Investimento em acções (mensuradas ao justo valor por

contrapartida em resultados) 166


Capítulo III - Investimentos

I n c l u i os bens detidos c o m continuidade o u permanência e que não se


•estinem a ser vendidos o u transformados n o decurso n o r m a l das operações
da entidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejam regime de locação
financeira. C o m p r e e n d e os investimentos financeiros, as propriedades de i n -

Exercício 3.21 - Investimentos - Investimento em obrigações (activosfinanceirosdetidos até à


vestimentos os activos fixos tangíveis, os activos intangíveis, os investimentos

maturidade) 169
em curso e os activos não correntes detidos para venda.

Exercício 3.22 - Investimentos - Empréstimos concedidos 172


Exercício 3.23 - Investimentos - Imparidade de empréstimos concedidos 174
Exercício 3.24 - Investimentos - Escolha mútipla 175

Exercício 3.25 - Investimentos - Escolha mútipla 177


Exercício 3.26 - Investimentos - Escolha mútipla 179

i.U
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimento

Exercício 3.01 CONTABILIZAÇÃO

Investimentos - Compra de equipamento com pagamento diferido RATA HISTÓRICO CONTA DEBITO ca i
Na data da entrega do equipamento:
ENUNCIADO 01-06-ON Compra de equipamento - s/ fac n° ... 433x 1.500.000,00
A empresa A L F A , S A . a d q u i r i u , e m 1 de Junho de 2 0 0 N u m equipamen- IVA - Dedutível - Compra equipamento 2432... 357.420,00
to e m que o preço é de € 1.500.000,00, n o caso de ser l i q u i d a d o n o prazo S/facn° .... 271 lx i:. 1'11,1111
de 30 dias. Porém, a empresa acordou c o m o fornecedor, pagar n o m o m e n - Pagamento no acto da entrega do equipamento:
to da entrega d o equipamento € 600.000,00 mais o I V A da factura à taxa 01-06-ON Pagamento parcial da s/ fac n° ... 271 lx 957.420,00

n o r m a l e o restante 7 meses mais tarde. O equipamento f o i facturado p o r n/ chqn° .... 12x •.. IJIIIHI

€ 1.554.000,00 mais I V A à taxa n o r m a l . Reconhecimento dos juro mensal, em cada final de mês
a começar em 01-06-200N até 01-12-200N:
Fim mês Gastos financeiros - juros 691 lx Juro do mÒH
ASSIM TEM-SE Jun a Dez
Juros imputados sobre o passivo 271 lx IHIII .1
O valor da factura é de [ 1.554.000,00 x 1,23] = € 1.911.420,00. Liquidação da dívida:
O valor d o I V A é d e [ 1 . 5 5 4 . 0 0 0 , 0 0 x 0 , 2 3 ] = € 357.420,00. 01-12-ON Pagamento - s/ fac n° .... 271 lx 954.000,00
A empresa fornecedora, para este prazo e risco de crédito, aplica u m a taxa n/ c h q n ....
0
12x •- .1 (100,00
de 6%, o que corresponde a u m a taxa de j u r o equivalente mensal ( T J E ) de
( ( l , 0 6 ( l / 6 ) ) - l ) =0,9758794%.
A
ENQUADRAMENTO

Valor actual da dívida e dos gastos financeiros a reconhecer n o final de A materialidade da operação exige que o equipamcnlo SI-|.I <out,ililll
cada mês, são os seguintes: zado pelo s e u p r e ç o n a s c o n d i ç õ e s n o r m a i s de l i q u i d a ç ã o «l.i l . u l u . .
a diferença d o preço seja contabilizada c o m o gasto l i n . i i u c u . . (|in<>) . . . . . .
nhecer durante o período d o crédito ( N C R F 7, § 2 4 ) , ,i n.m , i , , ,
sob certas condições, seja capitalizado e reconhecido n.i q u . o i i i i ..I.
01-06-ON - - - 1.857.420,00
do item de acordo c o m o tratamento alternativo p e r m i t i d o ( N ( K l ' 10, 9) (

01-06-ON - 957.420,00 957.420,00 900.000,00


A d í v i d a ao fornecedor, dado tratar-se de u m passivo lin.i l
30-06-ON 8,782,91 8,782,91 908.782,91
31-07-ON 8,868,63 8,868,63 917.651,54 valorizada ao custo amortizado, utilizando-se o método da laxa di i Mn
31-08-ON 8.955,17 8.955,17 926.606,71 tiva ( N C R F 27, § § 11 e 2 2 ) .
30-09-ON 9.042,56 9.042,56 935.649,28
31-10-0N 9.130,81 9.130,81 944.780,09
30-11-0N 9.219,91 9.219,91 954.000,00
01-12-ON 0,00 0,00 954.000,00
(S)xTJE (mês0) + [(4)mêsl]

122
Exercício 3.02 CONTABILIZAÇÃO
Investimentos - Depreciação de activo fixo tangível, HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
II ATA
pelo método do desgaste funcional
lU-ionhecimento da depreciação:
II 12 0N Depreciação do equipamento 6423Y 36.000,00
ENUNCIADO Depreciações acumuladas 4383Y 36.000,00
A empresa A L F A , S A . , pretende satisfazer u m contrato de fornecimento IU-conhecimento da depreciação:
de 150.000 unidades e m 3 anos. Para o efeito, a empresa a d q u i r i u , e m Janeiro 11 12- Depreciação do equipamento 6423Y 54.000,00
(Ni 1)
de 2 0 0 N , u m equipamento estritamente especializado para esta fabricação Depreciações acumuladas 4383Y 54.000,00

sendo o seu custo de € 180.000,00. O v e n c i m e n t o da entrega das unidades Reconhecimento da depreciação:


11 12- Depreciação do equipamento 6423Y 90.000,00
produzidas f o i fixado da seguinte f o r m a , de acordo c o m o cliente:
p+2) Depreciações acumuladas 4383Y 90.000,00

Ano 200N 30.000,00 Nota: A depreciação deverá ser feita mensalmente, deformaa obterem-se os gastos mensais.
Ano 200(N+l) 45.000,00
Ano 200(N+2) 75.000,00
ENQUADRAMENTO
150.000.00
O p e r í o d o de d e p r e c i a ç ã o de u m activo fixo tangível, representa o pe-
O equipamento será desactivado n o final do período de fabricação. ríodo durante o qual a empresa conta utilizá-lo, o u o número de unidades
produzidas ( o u equivalentes) q u e espera realizar c o m a utilização d o activo.
ASSIM TEM-SE O período de depreciação p o d e t a m b é m basear-se e m dados físicos (número
A depreciação d o activo e m l i n h a recta (quotas constantes) o u p e l o de unidades a serem produzidas, quilómetros a percorrer, e t c ) . Esta possi-
m é t o d o d o saldo descrescente (quotas degressivas) e m três anos, n ã o tra- bilidade é particularmente indicada para os activos que se depreciam mais
d u z o r i t m o real de depreciação, sendo preferível basear as depreciações pela utilização d o que pelo seu envelhecimento o u se o r i t m o de utilização é
nas quantidades p r o d u z i d a s . A s s i m , as depreciações nos três anos serão as irregular.
seguintes:

Relativamente à d e t e r m i n a ç ã o d a v i d a útil e m c o n f o r m i d a d e c o m o §
Ano 200N (180.000,00x30.000) / 150.000 = € 36.000,00
56 da N C R F 7, deve ter-se e m consideração u m a série de factores, tais c o m o :
Ano200(N+l) (180.000,00x45.000) / 150.000 = € 54.000,00
- C a p a c i d a d e p r o d u t i v a d o activo (uso esperado);
Ano 200(N+2) (180.000,00x50.000) / 100.000 = € 90.000,00
- Desgaste n o r m a l esperado, tendo e m conta o número de t u r n o s d u -
Total = € 180.000,00
rante os quais o activo será usado e o programa de reparação e m a n u -
tenção, e o cuidado e manutenção d o activo enquanto estiver parado;
- O b s o l e s c ê n c i a t é c n i c a o u comercial à qual está s u b m e t i d o ;

124 125
- L i m i t e s legais de utilização, e m particular a duração de locação para OK Exercício 3.03
bens objecto de contractos de locação financeira. Investimentos - Depreciação de um activo fixo tangível complexo

A s s i m , a vida útil de u m activo deve basear-se n o período durante o qual ENUNCIADO


a empresa espera utilizar o activo, isto é, a estimativa da v i d a útil d o activo é A empresa B E T A , que p r o d u z electricidade, a d q u i r i u p o r € 4.200.000,00
u m a questão de juízo de valor baseado n a experiência da entidade c o m acti- uma subestação cujo preço é decomposto da seguinte f o r m a :
vos semelhantes. A s s i m , o período de depreciação p o d e ser inferior à duração
Edifício 20% (vida útil 30 anos)
da v i d a física d o activo, p o r exemplo quando a empresa t e m p o r n o r m a reno-
Equipamentos 1 50% (vida útil 20 anos)
var frequentemente os seus activos fixos tangíveis ( N C R F 7, § 5 7 ) .
Equipamentos 2 (instalados e de reserva) 20% (vida útil 10 anos)
A depreciação c o m e ç a quando o activo esteja disponível para uso, isto
Outros equipamentos 10% (vida útil 8 anos)
é, quando estiver na localização e condição necessárias para que seja capaz
de operar na f o r m a pretendida e cessa na data que ocorrer mais cedo entre a
data e m que o activo f o r classificado c o m o detido para venda de acordo com A empresa t e m intenção de utilizar a subestação p o r u m período de 15
a N C R F 8 e a data e m que o activo f o r desreconhecido ( N C R F 7, § 5 5 ) . «nos, substituindo-a depois p o r outra. Assim, o valor residual da subestação,
dependerá da política de substituição dos elementos cuja vida útil é inferior
a 15 anos.

ASSIM TEM-SE
T e n d o e m conta a dificuldade de tais previsões, é preferível depreciar
cada elemento c o m base na sua vida útil esperada, e m vez de ter p o r base a
duração de utilização daquela subestação pela empresa.
Assim, a depreciação nos 8 primeiros anos de exploração é calculada da
seguinte f o r m a :

Edifício [(4.200.000,00 x 20%) / 30] 28.000,00

Equipamentos 1 [(4.200.000,00x50%) / 20] 105.000,00

liquipamentos 2 (instalados e de reserva) [(4.200.000,00x20%) / 10] 84.000,00

Outros equipamentos [(4200.000,00x10%) / 8 ] 52.500,00

Depreciações anuais (durante os 8 primeiros anos) 269.500,00

Depreciações acumuladas no fim de 8 anos = 269.500,00 x 8 2.156.000,00

126 127
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

ENQUADRAMENTO Exercício 3.04


Q u a n d o os activos fixos tangíveis são constituídos p o r várias partes que Investimentos - Depreciação de um activo fixo tangível
p o d e m ter duração de utilização diferente, a n o r m a estabelece, c o m o princí- complexo com desmantelamento
pio, que cada elemento e m que o custo é significativo deve ser inicialmente
reconhecido e depreciado separadamente ( N C R F 7, §§ 43 e 4 4 ) . ENUNCIADO
N a m e d i d a e m que se deprecia separadamente algumas partes d o activo A sociedade B E T A , S.A a d q u i r i u a crédito, e m Janeiro de 2 0 0 N , u m equi-
fixo tangível, então, t a m b é m se deprecia separadamente o resto do i t e m . O pamento industrial p o r € 750.000,00. Sabe-se, à data da sua aquisição, que a
remanescente consiste e m partes que não são i n d i v i d u a l m e n t e significativas vida útil esperada d o equipamento é de 20 anos e que este necessita de ins-
( N C R F 7, § 4 6 ) . pecções importantes n o valor de € 25.000,00, de cinco e m cinco anos. O
equipamento f u n c i o n a a m o t o r , tendo este sido a d q u i r i d o p o r € 250.000,00,
a substituir de quatro e m quatro anos.
Para testar o correcto f u n c i o n a m e n t o do equipamento f o r a m realizados
testes n o valor de € 1.000,00 tendo ainda o c o r r i d o custos de instalação e
m o n t a g e m n o valor de € 5.000,00.
Estima-se que, p o r imposição de legal, n o final da vida útil d o equipa-
mento a empresa terá que recuperar a área circundante e proceder ao des-
mantelamento da máquina. A quantia actualizada estimada dos custos é de
€ 50.000,00.

ASSIM TEM-SE

O equipamento industrial é u m a parte do activo fixo tangível, a ser de-


preciada durante 20 anos, sendo a sua quantia de reconhecimento inicial
n o valor de [750.000,00 - 25.000,00 + 1.000,00 + 5.000,00 + 50.000,00] =
€ 781.000,00.
O m o t o r do equipamento é u m a parte significativa d o equipamento i n -
dustrial, a ser depreciada durante 4 anos, sendo a sua quantia de reconheci-
mento inicial n o valor de € 250.000,00.
A inspecção é u m a parte significativa d o equipamento industrial, a ser
depreciada durante 5 anos, sendo a sua quantia de reconhecimento inicial n o
valor de € 25.000,00.
SNC CONTABILIDADEFINANCIi IRA ( ,.s..s |.t.ukos lomol Capítulo III - Investimentos

CONTABILIZAÇÃO ixercício 3.05


DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO |
Investimentos - Revalorização de activo fixo tangível
Contabilização do activo fixo tangível em 200N:
1-Jan Estrutura equipamento (componente l ) 433 781.000,00 ENUNCIADO:

Motor (componente 2) 433 250.000,00 A empresa ALFA, S.A. que possui u m edifício adquirido p o r
Inspecção (componente 3) 433 25.000,00 € 3.000.000,00 e depreciado e m € 1.000.000,00, decidiu, n o final d o exercí-
Provisão desmantelamento 298 50.000,00 cio de 2 0 0 N , reconhecê-lo pelo seu valor de mercado que é, à data da revalo-
Fornecedor de investimentos 2711 1.006.000,00 rização, igual a € 7.000.000,00.

Depreciação dos exercícios 200N a 200(N+3):


31-12 Gastos de depreciação 6423 106.550,00 ASSIM TEM-SE
Depreciações acumuladas 4383 106.550,00 A quantia escriturada d o edifício é de 2.000.000,00. A operação de reva-
Depreciação do exercício 200(N+4): lorização consiste e m aumentar a quantia escriturada e o capital próprio e m
31-12 Gastos de depreciação 6423 44.050,00
€ 5.000.000,00. A revalorização p o d e ser tratada c o n f o r m e se segue:
Depreciações acumuladas 4383 44.050,00
S i t u a ç ã o 1: Revalorizar simultaneamente o custo e as depreciações acu-
Depreciação dos exercícios 200(N+5) a 200(N+19):
muladas, sendo necessário a aplicação de u m índice que revalorize o custo d o
31-12 Gastos de depreciação 6423 39.050,00
edifício e as depreciações acumuladas.
Depreciações acumuladas 4383 39.050,00

CÁLCULO DO ÍNDICE ( C O E F ) :

7.000.000,00 = coefx 3.000.000,00 - coef x 1.000.000,00 =>


ENQUADRAMENTO
=> 7.000.000,00 = coefx (3.000.000,00 - 1.000.000,00) =>
Cada parte de u m i t e m d o activo fixo tangível c o m u m custo que seja
=> coef = 7.000.000,00 / (3.000.000,00 - 1.000.000,00) =>
significativo e m relação ao custo total d o i t e m deve ser depreciada separada-
=> coef = 3,5
mente ( N C R F 7, § 4 3 ) .
U m a entidade i m p u t a a quantia inicialmente reconhecida c o m respeito a
u m item d o activo fixo tangível às partes significativas deste e deprecia separa- O coeficiente igual a 3,5, representa a relação entre o valor revalorizado e
damente cada parte ( N C R F 7, § 4 4 ) . a quantia escriturada d o b e m .
Os valores revalorizados s ã o :

Custo do activo fixo tangível = 3.000.000,00*3,5 = € 10.500.000,00


Depreciações acumuladas = 1.000.000,00*3,5 = € 3.500.000,00
Quantia revalorizada = € 7.000.000,00

130 Iu
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

CONTABILIZAÇÃO se obter o custo de reposição depreciado, o u seja, o justo valor. A quantia d o


excedente corresponderá, assim, à diferença entre a variação d o custo e a va-
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
riação das depreciações.
Reconhecimento da revalorização
31-12-ON Acréscimo do custo 432 7.500.000,00 S i t u a ç ã o 2: Revalorizar apenas a quantia escriturada deduzindo-se as
Acréscimo nas depreciações acumuladas 4382 2.500.000,00 depreciações acumuladas ao custo d o activo. É vulgarmente designado p o r
Excedente de revalorização 5891 5.000.000,00 « m é t o d o do valor corrente de m e r c a d o » , e m que se releva a quantia d o
activo, líquida das depreciações acumuladas, que é substituída pela quantia
S i t u a ç ã o 2: C o m a utilização desta hipótese, as depreciações acumuladas correspondente ao valor corrente de mercado, o u seja, o justo valor. Neste
são p r i m e i r o imputadas ao custo d o activo fixo tangível, que será depois reco- caso, a quantia d o excedente corresponderá à variação verificada. Este m é t o -
nhecido pelo seu valor revalorizado. do é geralmente aplicado a terrenos e edifícios.
E m qualquer u m a das situações o aumento da revalorização é creditado
CONTABILIZAÇÃO directamente n o capital próprio n u m a conta c o m o título de « E x c e d e n t e de

CRÉDITO
revalorização» ( N C R F 7, § 3 9 ) .
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO

Imputação das depreciações acumuladas ao custo do activo


31-12-ON Imputação das depreciações acumuladas 4382 1.000.000,00 Para os terrenos e edifícios a reavaliação é determinada c o m recurso a
Custo do activo 432 1.000.000,00 avaliadores profissionalmente qualificados. ( N C R F 7, § 3 2 ) .
Ajustamento do valor do activo para o seu valor revalorizado Se não existir u m mercado normalizado para os bens a reavaliar, a rea-
31-12-ON Acréscimo do custo 432 5.000.000,00 valiação efectua-se c o m base n o valor actualizado d o b e m . ( N C R F 7, § 3 1 ) .
Excedente de revalorização 5891 5.000.000,00
[Note-se que para os terrenos e edifícios apenas é aceitável o preço de merca-
Nota: Por simplificação, nãoforamconsiderados os efeitos tributários da operação (ver capítulo dedicado do, que, não existindo, n ã o p e r m i t e a utilização d o m é t o d o de revalorização,
aos Impostos diferidos).

ENQUADRAMENTO

E m c o n f o r m i d a d e c o m o § 35 da N C R F 7, é possível tratar a revaloriza-


ção das seguintes formas:
S i t u a ç ã o 1: Revalorizar simultaneamente o custo e as depreciações acu-
muladas. É vulgarmente designado p o r « m é t o d o do custo de r e p o s i ç ã o
d e p r e c i a d o » , e m que a quantia b r u t a d o activo revalorizado é substituída
pelo correspondente custo de reposição, sendo a quantia das depreciações
acumuladas ajustada c o m base na proporção entre aquelas quantias, a fim de

i h
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capitulo III - Investimentos

Exercício 3.06 ENQUADRAMENTO


Investimentos - Perdas por imparidade de um activo fixo tangível Se u m activo fixo tangível verificar u m a diminuição de valor, esta deve
ser reconhecida em resultados d o exercício, a não ser que o activo tenha sido
ENUNCIADO: anteriormente revalorizado e, nesse caso, a diminuição deve ser debitada d i -
A empresa A L F A , S A . , e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , fez u m teste de rectamente ao capital próprio, na conta « E x c e d e n t e de revalorização», até ao
imparidade a u m seu equipamento c o m v i d a útil restante de 3 anos, e c o m a ponto de qualquer saldo de crédito existente n o excedente de revalorização
quantia escriturada de € 117.000,00 (após reconhecimento da depreciação c o m respeito a esse activo ( N C R F 7, § 40 e N C R F 12, § 2 9 ) .
de 2 0 0 N ) .
Os fluxos líquidos de caixa esperados para os próximos 3 anos são os se-
guintes:

Ano 200(N+l) € 40.000,00

Ano 200(N+2) € 35.000,00

Ano 200(N+3) € 30.000,00

ASSIM TEM-SE

O custo d o equipamento actualizado a 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , consi-


derando u m a taxa de actualização de 10%, é igual a [40.000,00 + (35.000,00
/ 1,10) + (30.000,00 / 1 , 1 0 ) ] = € 96.611,57.
a 2

A perda p o r imparidade e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N é de [ l 17.000,00


-96.611,57] = € 2 0 . 3 8 8 , 4 3 .

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO !

Reconhecimento da perda por imparidade


31-12-ON Perda por imparidade 6553 20.388,43
Perdas por imparidade acumuladas 4393 20.388,43

Nota: Por simplificação, não foram considerados os efeitos tributários da operação (ver capítulo dedicado
aos Impostos diferidos).

i i.s
SNC CONTABILIDADE FINANÇAI KA ( ,is..s |>i .tinos Tomol Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.07 CONTABILIZAÇÃO


Investimentos - Perdas por imparidade de um activo fixo DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
tangível revalorizado Reconhecimento da perda por imparidade
31-12-ON Anulação do excedente de revalorização 5891 6.000,00
ENUNCIADO: Remanescente da perda por imparidade 6553 14.388,43
A empresa A L F A , e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , fez u m teste de impa- Perdas por imparidade acumuladas 4393 20.388,43
ridade a u m seu equipamento c o m v i d a útil restante de mais 3 anos, e c o m a
Nota: Por simplificação, não foram considerados os efeitos tributários da operação (ver capítulo dedicado
quantia escriturada de € 117.000,00 (após reconhecimento da depreciação aos Impostos diferidos).
de 2 0 0 N ) .
O equipamento f o i objecto de u m a revalorização e m 2 0 0 ( N - 2 ) , tendo ENQUADRAMENTO
sido reconhecido u m excedente de revalorização de € 12.000,00, sendo o Se u m activo fixo tangível revalorizado verificar u m a diminuição, esta
saldo deste excedente, e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , de € 6.000,00. deve ser debitada directamente ao capital próprio, na conta « E x c e d e n t e de
Os fluxos líquidos de caixa esperados para os próximos 3 anos, são os revalorização», até ao p o n t o de qualquer saldo de crédito existente n o exce-
seguintes: dente de revalorização c o m respeito a esse activo e o remanescente, se ainda
existir, deve ser reconhecida nos resultados d o exercício ( N C R F 7, § 40 e
Ano 200(N+1) € 40.000,00
N C R F 12, § 2 9 ) .
Ano 200(N+2) € 35.000,00

Ano 200(N+3) € 30.000,00

ASSIM TEM-SE
O custo d o equipamento actualizado a 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , consi-
derando u m a taxa de actualização de 10%, é igual a [40.000,00 + (35.000,00
/ 1,10) 4- (30.000,00 / 1 , 1 0 ) ] - € 96.611,57.
a 2

Perda p o r imparidade e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N é de [ € 117.000,00


- € 96.611,57] = € 20.388,43.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.08 N o caso d o activo ter sido objecto de revalorização, a diferença de reva-
Investimentos - Venda de um activo fixo tangível com ganho lorização (excedente de revalorização) residual deve ser reconhecida directa-
mente em resultados transitados, sem passar pela conta de resultados ( N C R F
ENUNCIADO 7,5 4 1 ) .
A empresa A L F A , S.A., e m 2 de Janeiro de 2 0 0 N , vendeu u m equipamen- Se, u m a entidade reconhecer na quantia escriturada de u m item d o activo
t o p o r € 25.000,00 (mais r V A à taxa n o r m a l ) , cuja quantia escriturada era de fixo tangível o custo de u m a substituição de parte do item, então ela desreco-
€ 18.000,00, sendo o seu valor de custo de € 45.000,00 e as depreciações nhece a quantia escriturada da parte substituída independentemente desta
acumuladas de € 27.000,00. ter sido depreciada o u não separadamente. Se não f o r praticável que u m a en-
Á v i d a útil d o activo f o i estimada em 10 anos (depreciações pelo método tidade determine a quantia escriturada da parte substituída, ela p o d e usar o
da l i n h a recta) e o seu valor residual nulo. custo da substituição c o m o indicação do custo da parte substituída reportada
ao m o m e n t o e m que f o i adquirida o u construída ( N C R F 7, § 6 9 ) .
CONTABILIZAÇÃO N o caso do valor a receber pela alienação ser diferido, a retribuição re-

CONTA DÉBITO CRÉDITO


cebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a dinheiro. A
DATA HISTÓRICO
diferença entre a quantia n o m i n a l da retribuição e o equivalente ao preço a
Contabilização da factura (ou documento equivalente) da venda
02-01-ON Outros devedores 278x 30.750,00 dinheiro é reconhecida c o m o rédito de juros, reflectindo o r e n d i m e n t o efec-
IVA - Liquidado 24331 5.750,00 tivo sobre a conta a receber ( N C R F 20, § 11 e N C R F 7, § 7 1 ) .
Ganhos em investimentos não financeiros 7871 25.000,00

Desreconhecimento do activo
02-01-ON Depreciações acumuladas 4383 27.000,00

Ganhos em investimentos não financeiros 7871 18.000,00

Equipamento básico 433 45.000,00

ENQUADRAMENTO

U m activo fixo tangível deve ser desreconhecido do balanço n o m o m e n -


to da sua alienação o u quando não se espere futuros benefícios económicos
do seu uso o u alienação.
O ganho, que não deve ser classificado c o m o rédito, o u a perda realizada
no m o m e n t o d o desreconhecimento é reconhecido e m ganhos o u perdas do
exercício e m curso (NCPvF 7, §§ 66 e 6 7 ) .
Exercício 3.09 líxcrcício 3.10
Investimentos - Venda de um activo fixo tangível com perda Investimentos - Troca de activos fixos tangíveis

ENUNCIADO ENUNCIADO

A empresa A L F A , S.A., e m 2 de Janeiro de 2 0 0 N , vendeu u m equipamen- E m 30 de J u n h o de 2 0 0 N , a empresa A L F A , S.A., entregou u m edifício


to p o r € 15.000,00 (mais I V A à taxa n o r m a l ) , cuja quantia escriturada era de I d q u i r i d o p o r € 600.000,00 (terreno € 150.000,00 e edifício € 450.000,00)
€ 18.000,00, sendo o seu valor de custo de € 45.000,00 e as depreciações c amortizado e m € 225.000,00 a u m c o n s t r u t o r e m troca de u m l o t e de ter-
acumuladas de € 27.000,00. reno para construção situado na periferia da cidade, recebendo, na data da
Á v i d a útil d o activo f o i estimada e m 10 anos (depreciações pelo método troca, u m a compensação monetária de € 400.000,00.
da l i n h a recta) e o seu valor residual nulo.
S i t u a ç ã o 1: O justo valor do lote de terreno recebido f o i estima-
CONTABILIZAÇÃO do e m € 800.000,00 e o justo valor do edifício cedido f o i estimado e m

J DATA HISTÓRICO € 1.200.000,00.


CONTA DÉBITO CRÉDITO I
Contabilização da factura (ou documento equivalente) da venda
02-01-0N Outros devedores 278x 18.450,00 CONTABILIZAÇÃO
IVA - Liquidado 24331 3.450,00 CRÉDITO
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO
Perdas em investimentos não financeiros 6871 15.000,00 Contabilizarão Ha troca e desreconhecimento do activo
Desreconhecimento do activo 30-06-ON Lote de terreno 431 800.000,00
02-01-ON Depreciações acumuladas 4383 27.000,00 Recebimento de cheque 111 400.000,00
Perdas em investimentos não financeiros 6871 18.000,00 438 225.000,00
Depreciações acumuladas
Equipamento básico 433 45.000,00 150.000,00
Terreno 431

Edifício 432 450.000,00

ENQUADRAMENTO Ganho investimentos não financeiros 7871 825.000,00

Idêntico ao do exercício « E x e r c í c i o 3.08 - Investimentos - Venda de u m


activo fixo tangível c o m g a n h o » . S i t u a ç ã o 2: O justo valor dos activos trocados não p o d e ser determinado
com fiabilidade.

140
CONTABILIZAÇÃO - Se a troca provoca u m a alteração de valor à parte das operações da en-
tidade afectada pelas alterações na transacção.
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
- A exclusão da avaliação ao justo valor nas trocas sem substância comer-
Contabilização da troca e desreconhecimento do activo
30-06-ON Lote de terreno 431 375.000,00
cial é para evitar que as empresas possam contabilizar ganhos elevados

Recebimento de cheque 111 400.000,00


graças a operações de troca sem incidência e c o n ó m i c a real.

Depreciações acumuladas 438 225.000,00


Terreno Suponha-se o seguinte exemplo, a empresa A L F A e a empresa B E T A
431 150.000,00
Edifício possuem escritórios equivalentes n o m e s m o imóvel. A quantia escriturada
432 450.000,00
Ganho investimentos não financeiros
de cada escritório é de € 300.000,00 enquanto o seu valor de mercado é es-
7871 400.000,00
t i m a d o em € 1.500.000,00. Se, em desobediência ao tratamento específico
para as trocas s e m substância comercial, estas empresas contabilizarem os
ENQUADRAMENTO espaços trocados pelo justo valor, p o d e m reconhecer, cada uma, u m ganho de

Os activos fixos tangíveis em que a aquisição resulta de u m a troca c o m € 1.200.000,00, embora a simples troca dos escritórios não altere significati-

outros activos não monetários são, n o r m a l m e n t e , contabilizados pelo seu jus- vamente o seu valor.
t o valor, que é a quantia pela qual u m activo p o d e ser trocado o u u m passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, n u m a transacção e m
que não exista relacionamento entre elas. A não ser que o justo valor d o activo
recebido seja mais claramente evidente, o justo valor d o activo cedido é usado
para mensurar o custo d o activo recebido ( N C R F 7 , §§ 25 e 2 7 ) .
Porém, se a transacção não t e m "substância comercial" o u se o justo valor
dos activos trocados não p o d e ser m e d i d o c o m fiabilidade, o activo fixo tan-
gível a d q u i r i d o é contabilizado p o r u m valor igual à quantia escriturada d o
activo cedido.
N a troca de activos fixos tangíveis é preciso entender o que quer dizer
"substância c o m e r c i a l " . A n o r m a não define o conceito de substância co-
mercial, porém, refere que u m a troca de activos p o s s u i substância comer-
cial se ( N C R F 7 , § 2 6 ) :

- Os fluxos de caixa esperados d o activo recebido na troca d i f e r e m na sua


configuração (risco, tempestividade e v a l o r ) das do activo cedido; o u

142 143
Exercício 3.11 ENQUADRAMENTO
Investimentos - Alterações nas estimativas contabilísticas A quantia depreciável de u m activo é determinada após dedução d o seu
Valor residual, que é a quantia estimada que se obteria correntemente pela
ENUNCIADO ,i lie nação de u m activo, após dedução dos custos de alienação estimados.
U m a empresa a d q u i r i u , e m Janeiro de 2 0 0 ( N - 5 ) , u m equipamento i n - O valor residual p o d e aumentar até u m a quantia igual o u superior à quan-
dustrial p o r € 30.000,00, estimando a sua v i d a útil e m 10 anos, a amortizar tia escriturada d o activo. Se a s s i m for, o gasto de d e p r e c i a ç ã o d o activo é
pelo m é t o d o da linha recta (quotas constantes). zero a menos que, e até que, o seu valor residual d i m i n u a p o s t e r i o r m e n t e para
N o final d o exercício de 2 0 0 N , tendo e m conta o estado d o equipamento uma quantia abaixo da quantia escriturada d o activo ( N C R F 7, § 5 4 ) .
a sua v i d a útil f o i reestimada, prevendo-se que esta seria de mais 7 anos e no O gasto de depreciação de u m período é geralmente reconhecido nos
final dos quais, teria u m valor residual de € 3.000,00. resultados. Porém, quando os futuros benefícios e c o n ó m i c o s incorporados
n u m activo são absorvidos na produção de outros activos, o gasto de depre-
ASSIM TEM-SE ciação c o n s t i t u i parte d o custo do o u t r o activo e está incluído na sua quantia
N o final d o exercício de 2 0 0 N , antes da contabilização da depreciação d o escriturada ( N C R F 7, § 4 9 ) .
exercício, a quantia escriturada d o equipamento era de [30.000,00 - (3.000,00 C o m o consequência das incertezas inerentes às actividades empresariais,
x 5)] = € 15.000,00.
muitos itens nas demonstrações financeiras não p o d e m ser mensurados c o m
C o m a reestimação da vida útil e considerando ao valor residual de precisão, p o d e n d o apenas ser estimados.
€ 3.000,00, o equipamento irá ter mais 8 depreciações anuais de € 1.500,00,
A estimativa envolve juízos de valor baseados na última informação dis-
sendo a p r i m e i r a a do exercício de 2 0 0 N .
ponível. Por exemplo, p o d e m ser exigidas "estimativas da vida útil de, o u m o -
Os gastos de depreciação dos exercícios de 2 0 0 ( N - 5 ) até 2 0 0 ( N - l ) não
delo esperado de consumo dos benefícios económicos futuros incorporados
são postos e m causa. N o entanto, as depreciações dos exercícios posteriores
e m activos depreciáveis" ( N C R F 4, § 2 7 ) .
são alteradas de f o r m a a que o activo n o final do exercício de 2 0 0 ( N + 7 ) tenha
O efeito de u m a alteração n u m a estimativa contabilística deve ser reco-
u m a quantia escriturada de € 3.000,00, que será o seu valor residual estimado.
nhecido prospectivamente i n c l u i n d o - o nos resultados d o período ( N C R F 4,

CONTABILIZAÇÃO
§31).

J DATA HISTÓRICO CONT¿ DÉBITO CRÉDITO


Depreciação do exercício de 200N
31/12 Gastos de depreciação 6423 1.500,00
Depreciações acumuladas 4383 1.500,00
Depreciação dos exercícios 200(N+l) a 200(N+7):
31/12 Gastos de depreciação 6423 1.500,00
Depreciações acumuladas 4383 1.500,00

144
Exercício 3.12 ASSIM T E M - S E
Investimentos - Alterações nas políticas contabilísticas A s alterações nas políticas contabilísticas da empresa são as seguintes:
- A s depreciações de 2 0 0 N deveriam ser de [600.000,00 x 2 0 % ] =
ENUNCIADO € 120.000,00.
A empresa A L F A , S A . i n i c i o u a sua actividade n o ano 2 0 0 N . E m -As depreciações de 2 0 0 ( N + l ) devem ser de [ ( 6 0 0 . 0 0 0 , 0 0 -
2 0 0 ( N + l ) efectuou as seguintes alterações nas suas políticas contabilísticas: 120.000,00)] x 15% = € 72.000,00.

- U m equipamento a d q u i r i d o n o ano anterior p o r € 600.000,00, depre- Os efeitos das alterações nas políticas contabilísticas são:
ciado pelo m é t o d o da linha recta, passou a ser depreciado pelo m é t o d o LINHA RECTA SALDO D E C R E S C E N T E DIFERENÇA |

d o saldo decrescente a u m a taxa de 2 0 % para o ano de 2 0 0 N e de 15% 60.000,00 120.000,00 60.000,00


200N
para o ano de 2 0 0 ( N + l ) ; e 60.000,00 72.000,00 12.000,00
200(N+1)
- Os encargos financeiros de u m empréstimo para construção de acti-
vos fixos tangíveis que t i n h a m sido capitalizados, tendo os juros sido
i m p u t a d o s directamente sem passar pelas contas de gasto, passaram CONTABILIZAÇÃO
a ser considerados c o m o u m gasto d o período, tais encargos são de CONTA DÉBITO
DATA HISTÓRICO CRÉDITO j
€ 5.000,00 e m 2 0 0 N e de € 2.000,00 e m 2 0 0 ( N + l ) .
Alterações na« políticas contabilísticas relativas ao ano 200N
Resultados transitados 56 65.000,00
31-12-
A s Demonstrações Financeiras de 2 0 0 N e 2 0 0 ( N + l ) são as seguintes: (N+l) Activos fixos tangíveis em curso 453 5.000,00

Depreciações acumuladas 438 60.000,00


200N 200(N+l)
Alterações nas eolíticas contabilísticas relativas ao ano 200(N+1 )
PROVISÓRIA Gastos de depreciação 642 12.000,00
31-12-
Resultados antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos 150.000,00 100.000,00 (N+l) Juros de financiamentos obtidos 691 2.000,00

Gastos/reversões de depreciação e de amortização 60.000,00 60.000,00 Activos fixos tangíveis em curso 453 2.000,00

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) 90.000,00 40.000,00 Depreciações acumuladas 438 12.000,00

Juros e gastos similares suportados 0 0


Nota: Por simplificação, nãoforamconsiderados os efeitos tributários da operação (ver capítulo dedicado
Resultados antes de Impostos 90.000,00 40.000,00 aos Impostos diferidos).

Resultados Transitados - Saldo inicial 0 90.000,00


Resultados Transitados - Saldo final 90.000,00 130.000,00

146
ENQUADRAMENTO Exercício 3.13
Políticas contabilísticas são os princípios, bases, convenções, regras e Investimentos - Custos de empréstimos obtidos elegíveis
práticas específicos aplicados p o r u m a entidade na preparação e apresentação para capitalização ( l )
das suas demonstrações financeiras ( N C R F 4, § 5 ) .
U m a entidade deve alterar u m a política contabilística p o r exigência nor- ENUNCIADO
mativa o u voluntariamente se a alteração resultar e m informação fiável e mais A sociedade B E T A , S.A contraiu e m 3 1 de J u l h o de 2 0 0 N , u m emprésti-
relevante. Q u a n d o a alteração na política contabilística resulta de aplicação m o bancário n o valor de € 50.000,00 para a construção de u m edifício que
inicial normativa, u m a entidade deverá contabilizar a alteração de acordo passou a estar e m condições de f u n c i o n a m e n t o , n o âmbito da sua actividade,
c o m as disposições transitórias específicas. Q u a n d o u m a entidade altera uma no final de 2 0 0 N . O empréstimo vence juros anuais postecipados à taxa de
política contabilística p o r aplicação inicial de N o r m a o u Interpretação que 6% tendo sido aplicados inicialmente na construção € 35.000,00 c o m a con-
não inclua disposições transitórias específicas, o u quando a alteração é v o - tracção do empréstimo e o restante e m 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N . A empresa
luntária, ela deve aplicar a alteração de f o r m a restrospectiva. C o n t u d o se a constituiu u m depósito a prazo, entre 3 1 de J u l h o e 30 de N o v e m b r o d o ano
aplicação retrospectiva f o r impraticável, a entidade deve aplicar a nova p o - 2 0 0 N , que vence juros à taxa efectiva de 3%, a receber n o final d o período.
lítica contabilística às quantias escrituradas dos activos e passivos n o início
do período mais antigo para o qual seja praticável a aplicação retrospectiva, ASSIM T E M - S E :
ajustando o saldo de abertura de cada c o m p o n e n t e do capital próprio afec- O r e n d i m e n t o é igual [15.000,00 x (4/12) x 396] = € 150,00.
tado e as outras quantias comparativas divulgadas para cada período anterior O custo elegível para capitalização é de [50.000,00 x 6% x (5/12) -
apresentado ( N C R F 4, §§ 17 a 2 1 ) . 15.000,00 x 3 % x ( 4 / 1 2 ) ] = € 1.100,00.

CONTABILIZAÇÃO

HISTORICO

Contabilização do juro capitalizável


31-12-0N Activo fixo tangível em curso 452 1.100,00

Trabalhos para a própria entidade


/Juros suportados 741/691 1.100,00

ENQUADRAMENTO
Por ser difícil identificar u m relacionamento directo entre certos emprés-
t i m o s obtidos e u m activo que se qualifica a determinação da quantia dos
custos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisi-

148
ção de u m activo que se qualifica é difícil sendo de exigir o exercício de b o m Exercício 3.14
senso ( N C R F 10, § 1 1 ) .
Investimentos - Custos de empréstimos obtidos elegíveis
A t é ao p o n t o e m que sejam pedidos f u n d o s emprestados especificamen- para capitalização (2)
te c o m o fim de obter u m activo que se qualifica, a quantia dos custos de
empréstimos obtidos elegível para capitalização nesse activo deve ser deter- ENUNCIADO
m i n a d a c o m o os custos reais dos empréstimos obtidos i n c o r r i d o s nesse em- A sociedade A L F A , S.A recorreu aos serviços de u m a empresa de cons-
préstimo durante o período, menos qualquer r e n d i m e n t o de investimento trução para construir u m edifício fabril para utilizar n o âmbito da sua acti-
temporário desses empréstimos ( N C R F 10, § 1 2 ) . vidade, devendo estar concluído n o final de 2 0 0 N . Conhece-se ainda que a
empresa t e m u m empréstimo n o valor de 1 milhão de euros, contraído em
Janeiro de 2 0 0 N , à taxa de 4 % , e u m empréstimo hipotecário de 4 milhões de
euros contraído e m 2 0 0 ( N - 5 ) , à taxa de 5%.
A empresa s u p o r t o u despesas n o valor de 4 milhões durante o período,
( 1 milhão de euros n o início de cada t r i m e s t r e ) .

ASSIM TEM-SE
Os pagamentos relativos à construção originaram u m a despesa média
acumulada d o período de [(1.000.000,00 /12) x 12] + [(1.000.000,00 /12)
x 9 ] + [ ( 1 . 0 0 0 . 0 0 0 , 0 0 / 1 2 ) x 6 ] + [ ( 1 . 0 0 0 . 0 0 0 , 0 0 / 1 2 ) x 3 ] = € 2.500,00.
O valor da despesa efectiva de juros d o período d o ano 2 0 0 N é de
[1.000.000,00 x 4 % + 4.000.000,00 x 596] = € 240.000,00.
O j u r o potencialmente capitalizável adoptando o m é t o d o d o emprés-
t i m o específico é de [1.000.000,00 x 4 % + (2.500.000,00 - 1.000.000,00)
x 5 % ] = € 115.000,00.
A média ponderada das taxas de j u r o é de [(1.000.000,00 x 4 %
+ 4 . 0 0 0 . 0 0 0 , 0 0 x 5 % ) / (1.000.000,00 + 4.000.000,00)] = 4 , 8 % .
O j u r o potencialmente capitalizável adoptando a média ponderada das
taxas de j u r o é de [ 2 . 5 0 0 . 0 0 0 , 0 0 x 4 , 8 % ] = € 120.000,00.

150
151
CONTABILIZAÇÃO Exercício 3.15
1 DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
Investimentos - Activos intangíveis desenvolvidos
Contabilização d
J o
capitalizável de acordo com o método do empréstimo esperífi™
u r o pela própria empresa
31-12-ON Activo fixo tangível em curso 452 115.000,00
Trabalhos para a própria entidade ENUNCIADO
/ Juros suportados 741 / 691 115.000,00
A empresa B E T A , d o sector bioquímico, a 1 de Janeiro de 2 0 0 N , em-
Contabilia ação do juro capitalizável de acordo cc >m a média p
niderada das t ixas de juro
31-12-ON Activo fixo tangível em curso preendeu u m projecto de investigação e desenvolvimento devendo, n o final,
452 1
120.000,00
Trabalhos para a própria entidade
obter u m n o v o p r o d u t o para o tratamento de pragas e m castanheiros.
/ Juros suportados 741/691 120.000,00 O p r i m e i r o ano f o i dedicado à investigação visando compreender m e -
llior o processo de formação das pragas tendo a empresa suportado despesas
ENQUADRAMENTO de investigação n o m o n t a n t e de € 100.000,00.
Até ao p o n t o e m que sejam pedidos f u n d o s emprestados especificamen- N o final de 2 0 0 ( N - r l ) a empresa c o m e ç o u o desenvolvimento do p r o -
te c o m o f i m de obter u m activo que se qualifica, a quantia dos custos de duto contra as pragas nos castanheiros, c o m despesas totais n o m o n t a n t e de
empréstimos obtidos elegível para capitalização nesse activo deve ser de- € 300.000,00. D u r a n t e os 18 p r i m e i r o s meses desta fase, as chances de obter
terminada c o m o os custos reais dos empréstimos obtidos i n c o r r i d o s nesse o p r o d u t o não eram suficientemente fortes para que se pudesse reconhecer
empréstimo durante o período menos qualquer r e n d i m e n t o de investimento c o m o u m activo.
temporário desses empréstimos ( N C R F 10, § 1 2 ) .
Por f i m , e m J u l h o de 2 0 0 ( N + 2 ) , verificou-se que as condições de conta-
N a m e d i d a e m que os fundos sejam pedidos de u m a f o r m a geral e usa- bilização de u m activo fixo tangível estavam reunidas.
dos c o m o fim de obter u m activo que se qualifica, a quantia de custos de
empréstimos obtidos elegíveis para capitalização deve ser determinada pela CONTABILIZAÇÃO
aplicação de u m a taxa de capitalização aos dispêndios respeitantes a esse ac- CONTA DÉBITO CRÉDITO
DATA HISTÓRICO
tivo. A taxa de capitalização deve ser a média ponderada dos custos de em-
Contabilização das despesas de pesquisa suportadas no ano 200N
préstimos obtidos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade que 31-12-ON Despesas de investigação 6x 100.000,00
estejam e m circulação n o período, que não sejam empréstimos contraídos Pagamento das despesas 12x 100.000,00
especificamente c o m o fim de obter u m activo que se qualifica. A quantia dos r n n t a h i l W a r ã n das desnesas de desenvolvimento no ano 200(N+l)
custos de empréstimos o b t i d o s capitalizados durante u m período não deve 31-12- Despesas de desenvolvimento 6x 300.000,00

exceder a quantia dos custos de empréstimos i n c o r r i d o s durante o período (N+l) 12x 300.000,00
Pagamento das despesas
( N C R F 10, § 14).

152
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capitulo III - Investimentos

ENQUADRAMENTO intangível o u a utilização d o activo utilizado e m c o n j u n t o c o m outros


Q u a n d o o activo intangível não f o i a d q u i r i d o pela empresa mas desen- activos.

v o l v i d o p o r ela própria, é geralmente difícil distinguir o seu custo do conjun-


to das outras despesas suportadas. A N C R F 6 impõe então que se distinga A N C R F 6 i m p e d e expressamente a capitalização de certos elementos

as duas fases da criação d o elemento, a fase de pesquisa e fase de desenvolvi- t| uando estes são criados pela própria empresa, tais c o m o dispêndios c o m

m e n t o ( N C R F 6, § 5 1 ) . marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, listas de clientes, e itens semelhan-

A fase de p e s q u i s a corresponde a u m a investigação original e m que o tes. E m substância itens gerados internamente não p o d e m ser distinguidos

objectivo é adquirir u m a compreensão e conhecimentos científicos o u novas do custo de desenvolver a empresa n o seu todo. Por isso, tais itens não são

técnicas. Nesta fase, as condições necessárias para a contabilização de u m ac- reconhecidos c o m o activos intangíveis ( N C R F 6, § 6 3 ) .

t i v o intangível não estão reunidas. A s s i m , as despesas verificadas nesta fase A s despesas c o m actividades de arranque, despesas de formação, des-

devem ser contabilizadas c o m o gastos ( N C R F 6, § § 53 a 5 5 ) . pesas de publicidade e de p r o m o ç ã o e os gastos de reinstalação o u de reor-

A fase de desenvolvimento segue n o r m a l m e n t e a fase de investigação. ganização de toda o u parte da empresa são exemplos de dispêndios que são

É a aplicação desta na produção de protótipos, novos procedimentos, servi- reconhecidos c o m o u m gasto quando i n c o r r i d o s ( N C R F 6, § 6 8 ) . A não per-

ços inovadores o u substancialmente melhorados, concepção de ferramentas, missão de capitalizar estes elementos resulta na dificuldade de determinar os

moldes e suportes envolvendo novas tecnologias, antes de serem utilizadas na esperados benefícios e c o n ó m i c o s futuros.

exploração ( N C R F 6, § § 57 a 5 8 ) . Por exemplo, quanto aos gastos de f o r m a ç ã o , p o d e considerar-se que a

É p o r vezes possível, na fase de desenvolvimento, determinar se u m pro- sua não activação se deve, p o r u m lado, ao facto de ser praticamente impossí-
vel m e d i r c o m fiabilidade o acréscimo de p r o d u t i v i d a d e conseguido p o r u m a
jecto é susceptível de dar o r i g e m a u m activo intangível. Por isso, as despesas
formação. Por outro, o facto d o c o n t r o l o exercido pela empresa sobre este
relativas a este período, e m certas circunstâncias p o d e m ser reconhecidas no
eventual activo ser posto e m causa, tendo em conta, p o r exemplo, a possibili-
balanço. Porém, condições m u i t o estritas são exigentes para isso. A empresa
dade do trabalhador se demitir.
terá de demonstrar que ( N C R F 6, § 5 6 ) :
D e referir que, segundo a n o r m a interpretativa do I A S B , « S I C 32 - A c -
- A viabilidade técnica do projecto está assegurada; tivos Intangíveis - Custos c o m Web Sites», o custo de desenvolvimento de

- A empresa t e m intenção e a capacidade de utilizar o u vender o activo u m «Web site» não p o d e ser considerado c o m o u m activo intangível, se a

fixo tangível; empresa não conseguir demonstrar que a sua presença gera u m suplemento
de fluxos de caixa. O que acontece se o site tiver p o r único objectivo tornar
- A empresa dispõe de recursos técnicos, financeiros e outros necessários
conhecidos os p r o d u t o s da empresa. Por o u t r o lado, se o site se destinar à
ao acabamento d o projecto;
realização de u m a actividade comercial electrónica, e m que os retornos au-
- É capaz de m e d i r c o m fiabilidade as despesas de desenvolvimento.
m e n t a m os lucros realizados pelas vias tradicionais, então os gastos c o m o de-
- O activo gerará prováveis benefícios e c o n ó m i c o s futuros. Para isso, pre-
senvolvimento d o site p o d e m , eventualmente, ser reconhecidos n o balanço.
cisa de demonstrar que existe u m mercado para a produção d o activo
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

O s elementos intangíveis que n ã o s ã o r e c o n h e c i d o s no b a l a n ç o são Exercício 3.16


contabilizados e m gastos. Porém, se estes f o r a m adquiridos n u m quadro Investimentos - Amortização das despesas de desenvolvimento
de u m a concentração de empresas, são considerados c o m o fazendo parte do
goodwill gerado pela operação, que é contabilizado c o m o u m activo intangí- ENUNCIADO
vel. U m elemento intangível reconhecido inicialmente c o m o u m gasto não A empresa A L F A , S.A. trabalhou durante três anos n o desenvolvimento
p o d e ser, posteriormente, reconhecido c o m o u m activo ( N C R F 6, § 7 0 ) . de u m n o v o p r o d u t o . Os custos i n c o r r i d o s c o m o projecto f o r a m os seguin-
À s e m e l h a n ç a dos activos fixos tangíveis, as despesas posteriores ao re- tes:
c o n h e c i m e n t o inicial não p o d e m ser adicionadas ao custo d o activo intangí-
Ano 200(N-3) € 800.000,00
vel, a não ser que, seja provável que p e r m i t a m ao activo gerar fluxos de caixa
Ano 200(N-2) € 1.200.000,00
superiores aos inicialmente previstos e essas despesas possam ser avaliadas e
Ano 200(N-1) € 1.500.000,00
atribuídas ao activo e m causa de u m a f o r m a fiável. T e n d o e m conta a natureza
Ano 200N € 500.000,00
dos activos intangíveis, estas condições parecem difíceis de verificar-se, sen-
do na prática, o reconhecimento n o activo intangível de despesas posteriores Os custos de desenvolvimento d o ano 2 0 0 ( N - 3 ) f o r a m contabilizados
à aquisição m u i t o raro. em gastos, já que as condições necessárias para a sua activação não estavam
cumpridas. A s despesas verificadas depois f o r a m reconhecidas n o activo. O
desenvolvimento do p r o d u t o f o i acabado n o final de A b r i l de 2 0 0 N , mas a
fabricação e m série só c o m e ç o u n o início de N o v e m b r o d o m e s m o ano. A
empresa prevê comercializar o p r o d u t o durante 8 anos.

ASSIM TEM-SE

A amortização das despesas de desenvolvimento começará n o final de


A b r i l de 2 0 0 N . Então, a dotação para o ano 2 0 0 N é de [(3.200.000,00 / 8) x
8 / 12)] = € 2 6 6 . 6 6 7 , 0 0 .

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Contabilização da amortização do activo intangível


31-12-ON Gastos de amortização 643 266.667,00
Amortizações acumuladas 448 266.667,00

ISO 157
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

ENQUADRAMENTO ;ão, até ao p o n t o de qualquer saldo credor n o excedente de revalorização


U m a entidade deve escolher o u o m o d e l o de custo o u o m o d e l o de re- j m respeito a esse activo, e o remanescente e m resultados ( N C R F 6, § 8 5 ) .
valorização c o m o sua política contabilística. N o m o d e l o d o custo u m activo Os activos intangíveis que t ê m v i d a útil indefinida não são amortiza-
intangível deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer amortização i s ( N C R F 6, § 106). A vida útil de u m activo intangível é indefinida quan-
acumulada e quaisquer perdas p o r imparidade acumuladas ( N C R F 6, § 73). do, c o m base na análise de todos os factores relevantes, não existir u m l i m i t e
N o m o d e l o de revalorização, u m activo intangível deve ser escriturado previsível para o período durante o qual se espera que o activo gere influxos
p o r u m a quantia revalorizada, que seja o seu justo valor à data da revaloriza- de caixa líquidos ( N C R F 6, § 8 7 ) .
ção menos qualquer amortização acumulada subsequente e quaisquer perdas Os que t ê m v i d a útil definida são amortizados sobre a duração da sua
p o r imparidade subsequentes. vida útil. A amortização deve começar quando o activo estiver disponível para
Para finalidade de revalorização, o justo valor deve ser determinado ten- uso, isto é, quando estiver na localização e condição necessárias par que seja
d o p o r referência o preço praticado n u m mercado activo, o qual, de facto, capaz de operar da f o r m a pretendida. O m é t o d o de amortização utilizado
reserve o tratamento a activos h o m o g é n e o s fazendo regularmente transac- deve, e m princípio, reflectir o r i t m o d o consumo das vantagens económicas
ções, c o m o p o r exemplo licenças de táxis o u licenças de pesca o u quotas de incorporadas n o activo. Se o r i t m o não p u d e r ser determinado c o m fiabilida-
produção ( N C R F 6, § § 74 e 7 8 ) . Q u a n d o deixar de existir o mercado activo, de, a amortização deve ser calculada e m l i n h a recta ( N C R F 6, § 9 6 ) .
o activo deve ser reconhecido n o balanço pela quantia escriturada sendo este A amortização é n o r m a l m e n t e r e c o n h e c i d a c o m o gasto. Porém, p o r
o m o n t a n t e da última revalorização menos as amortizações e perdas p o r i m - vezes, os futuros benefícios e c o n ó m i c o s incorporados n u m activo são absor-
paridade acumuladas verificadas depois daquela data ( N C R F 6, § 8 0 ) . vidos pela produção de outros activos. Neste caso, o custo de amortização
A s revalorizações d e v e m ser renovadas a intervalos regulares depen- constitui parte d o custo do o u t r o activo e é incluído na sua quantia escritura-
dendo a sua frequência da volatilidade dos activos intangíveis que estão a ser da. Por exemplo, a amortização de activos intangíveis usados n u m processo
revalorizados, o u quando houver indícios de variações de valor importantes de produção é incluída na quantia escriturada dos inventários ( N C R F 6, §
( N C R F 6, § 7 8 ) . 98).
Se u m activo intangível é revalorizado, todos os activos da m e s m a cate-
goria d e v e m t a m b é m ser revalorizados, a não ser que não exista mercado
activo para estes últimos ( N C R F 6, § 7 9 ) .
O s excedentes de r e v a l o r i z a ç ã o s ã o contabilizados directamente
nos capitais p r ó p r i o s , c o n t u d o o aumento deve ser reconhecido nos resul-
tados até ao p o n t o e m que reverta u m decréscimo de revalorização do mesmo
activo previamente reconhecido e m resultados ( N C R F 6, § 8 4 ) .
Q u a l q u e r perda de valor de u m activo intangível anteriormente re-
valorizado deve, em p r i m e i r o lugar, ser deduzida do excedente de revalori-

i.ss>
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I
Capltulo I I I - Inveitlmentm

Exercício 3.17 tamente atribuível ( N C R F 1 1 , § § 20 e 2 1 ) . A p ó s a mensuração inicial u m a


Investimentos - Reconhecimento de propriedade entidade deve escolher o u o m o d e l o do justo valor o u o m o d e l o d o custo para
de investimento ao custo todas as propriedades de investimento ( N C R F 11, § 3 3 ) .
U m a entidade que escolha o m o d e l o d o custo deve, e m c o n f o r m i d a d e
ENUNCIADO c o m o § 58 da N C R F 1 1 , mensurar todas as suas propriedades de investimen-
A empresa B E L A S , L d a . possui u m edifício de escritórios arrenda- t o de acordo c o m os requisitos da N C R F 7 para esse m o d e l o e divulgar o seu
do a diversas entidades, a d q u i r i d o em 1 de Janeiro de 2 0 0 N pelo valor de justo valor, excepto se satisfazerem os critérios de classificação c o m o detidas
€ 750.000,00, sendo a sua vida útil estimada e m 25 anos. E m 3 1 de D e z e m b r o para venda, e m que devem ser mensuradas de acordo c o m a N C R F 8.
de 2 0 0 N , o justo valor do edifício era € 800.000,00.

ASSIM TEM-SE

O valor da depreciação n o final do ano 2 0 0 N , de acordo c o m o m o d e l o


d o custo, é de [750.000,00 / 2 5 ] = € 30.000,00.

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO : DÉBITO CRÉDITO


... CONTA
Reconhecimento da propriedade de investimento •

01-01-ON Aquisição da propriedade 422 750.000,00

Fornecedores de investimento 2711 750.000,00

Mensuração após reconhecimento


31-12-ON Gastos de depreciação 641 30.000,00

Depreciações acumuladas 428 30.000,00

ENQUADRAMENTO
U m a propriedade de investimento é a propriedade (terreno, edifício - o u
parte de u m edifício - o u ambos), detida ( p e l o d o n o o u pelo locatário n u m a
locação financeira) para obter rendas o u para valorização d o capital o u para
ambas as finalidades ( N C R F 1 1 , § 5 ) .
U m a propriedade de investimento deve ser mensurada inicialmente pelo
custo, compreendendo o seu preço de c o m p r a e qualquer dispêndio direc-
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.18
Investimentos - Reconhecimento de propriedade resultados.

de investimento ao justo valor H á u m a presunção de que a entidade p o d e continuamente determinar o


justo valor de u m a propriedade de investimento c o m fiabilidade. C o n t u d o ,
ENUNCIADO quando há clara evidência de que o justo valor da propriedade de investimen-
A empresa B E L A S , Lda.possui u m edifício de escritórios arrenda- to não é determinável c o m fiabilidade n u m a base continuada o u de que não
do a diversas entidades, a d q u i r i d o e m 1 de Janeiro de 2 0 0 N pelo valor de estão disponíveis alternativas fiáveis de justo valor, a entidade deverá mensu-
€ 750.000,00. E m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , o justo valor d o edifício era de rar a propriedade de investimento usando o m o d e l o d o custo, da N C R F 7, até
€ 800.000,00. à alienação da propriedade de investimento.

ASSIM TEM-SE
O ganho, n o final d o ano 2 0 0 N , proveniente da alteração n o justo valor da
propriedade de investimento é de [800.000,00 - 750.000,00] = € 50.000,00.

CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Reconhecimento da propriedade de investimento


01-01-ON Aquisição da propriedade 422 750.000,00

Fornecedores de investimento 2711 750.000,00

Mensuração após reconhecimento


31-12-0N Gastos de depreciação 422 50.000,00

Ganho de alteração no justo valor 773 50.000,00

ENQUADRAMENTO

A p ó s a mensuração inicial u m a entidade deve escolher o u o m o d e l o d o


justo valor o u o m o d e l o d o custo para todas as propriedades de investimento
(NCRF11,§33).
U m a entidade que opte pelo m o d e l o d o justo valor deve, e m c o n f o r m i -
dade c o m o § 37 da N C R F 1 1 , reconhecer u m ganho o u u m a perda prove-

162
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.19 dade e reconhece quaisquer perdas p o r imparidade que t e n h a m o c o r r i d o . A

Investimentos - Transferência de activo fixo tangível entidade deve aplicar a N C R F 7 até à data da alteração de uso e qualquer

para propriedade de investimento ao justo valor diferença nessa data entre a quantia escriturada e o seu justo valor deve, e m
c o n f o r m i d a d e c o m o § 63 da N C R F 1 1 , ser tratada da mesma f o r m a que u m a
ENUNCIADO revalorização de acordo c o m a N C R F 7.
E m 30 de N o v e m b r o de 2 0 0 N a empresa A L F A , L d a . desocupou uma Por outras palavras, qualquer diminuição resultante na quantia escritu-
parte sua de u m edifício, que usava c o m o armazém, passando esta a ser detida rada da propriedade é reconhecida nos resultados. Porém, u m a diminuição
para ser locada segundo u m a locação operacional. A parte d o edifício estava deverá ser debitada directamente contra qualquer excedente de revalorização
escriturada pelo seu custo, tendo esta sido adquirida p o r € 700.000,00 e de- relacionado até ao p o n t o e m que a diminuição não exceda a quantia regis-
preciada e m € 200.000,00 (de acordo c o m o § 30 da N C R F 7 ) . O justo valor tada n o excedente de revalorização n o que respeita a essa propriedade. Se a
da propriedade na data e m que houve a alteração de uso era de € 800.000,00, quantia da propriedade f o r aumentada este aumento deve ser creditado d i -
passando a empresa a escriturar a propriedade pelo justo valor. rectamente n o capital próprio n o excedente de revalorização. Porém, até ao
p o n t o e m que o aumento reverta u m a anterior perda p o r imparidade dessa
CONTABILIZAÇÃO propriedade, o aumento é reconhecido nos resultados ( N C R F 11, § 6 4 ) .
Q u a n d o u m activo fixo tangível f o r revalorizado, qualquer depreciação
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
acumulada à data da revalorização é reexpressa p r o p o r c i o n a l m e n t e c o m a al-
Imputação das depreciações acumuladas ao custo do activo
30-11-0N Imputação das depreciações 438x 200.000,00 teração b r u t a n o activo a f i m de que a quantia escriturada iguale a quantia

Custo do activo 432x 200.000,00 revalorizada o u eliminada e m contrapartida da quantia escriturada b r u t a d o

Aiustamento do valor do activo para o seu valor revalorizado activo, sendo a quantia líquida reexpressa para a quantia revalorizada d o acti-
30-11-0N Acréscimo do custo 432x 300.000,00 vo ( N C R F 7, § 3 5 ) .
Excedente de revalorização 5891x 300.000,00

Transferência para propriedade de investimento


30-11-0N Custo do activo 422x 800.000,00

Transferência 432x 800.000,00

Nota: Por simplificação, não foram considerados os efeitos tributários da operação


(ver capítulo dedicado aos Impostos diferidos).

ENOUAD RAMENTO
Q u a n d o u m a propriedade ocupada pelo d o n o se t o r n a u m a propriedade
de investimento escriturada pelo justo valor, a entidade deprecia a proprie-

Ifvl los
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Exercício 3.20 CONTABILIZAÇÃO:

Investimentos - Investimento em acções Ano 200N


(mensuradas ao justo valor por contrapartida em resultados) 1 DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
Contabilização da aquisição das acções
ENUNCIADO 15-11-0N Aquisição de 50.000 acções Beta 1421x 150.000,00
E m 15 de N o v e m b r o de 2 0 0 N , a empresa A l f a , SA, a d q u i r i u 50.000 ac- Gastos de transacção 6888x 200,00
ções da empresa Beta (única participação naquela empresa, representando Banco x 12x 150.000,00
1 % d o capital), SA, p o r € 150.000,00 (o valor da cotação das acções naque- Banco x 12x 200,00
la data, era de € 3,00/ cada). Os gastos de transacção f o r a m de € 200,00. Ajustamento no valor das acções
O investimento f o i realizado c o m a intenção de obter mais-valias n o curto 31-12-ON Ajustamento no valor das acções 1421x 25.000,00

prazo. E m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N , a empresa A l f a ainda m a n t i n h a aquele Ganhos por aumentos de justo valor 77 lx 25.000,00
investimento, e a cotação das acções era de € 3,50/ cada. E m 3 1 de M a r -
ço de 2 0 0 ( N + l ) , a empresa ainda m a n t i n h a a totalidade d o investimento e Ano 200(N+1)
foram-lhes atribuídos € 0,75 de dividendos p o r cada acção. E m 15 de M a i o
I DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
de 2 0 0 ( N + l ) , a empresa alienou a totalidade das acções pelo valor de cota-
Dividendos atribuídos
ção na data, que era de € 3,95. T a m b é m , nesta data, f o i recebido o d i v i d e n d o 31-03- Beta - Resultados atribuídos 264xy 37.500,00
(N+l)
atribuído e m 3 1 de Março. Dividendos 7884 37.500,00
Ajustamento no valor das acções
ASSIM TEM-SE 15-05- Ajustamento no valor das acções 1421x 22.500,00
(N+l)
O ajustamento das acções e m 3 1 de D e z e m b r o de 2 0 0 N é de [ ( € 3,50 - Ganhos por aumentos de justo valor 77 lx 22.500,00

€ 3,00) x 50.000] = € 2 5 . 0 0 0 , 0 0 . Lucros disponíveis


15-05- Beta - Lucros disponíveis 265xy 37.500,00
Os dividendos atribuídos e m 3 1 de M a r ç o de 2 0 0 ( N + l ) são de [50.000 (N+l)
Beta - Resultados atribuídos 264xy 37.500,00
x € 0,75] = € 3 7 . 5 0 0 , 0 0 .
Recebimento dos dividendos
O valor recebido na alienação é de [50.000 x € 3,95] = € 197.500,00. 15-05- Recebimento dividendos - Banco x 12x 29.437,50
O ajustamento das acções e m 15 de M a i o de 2 0 0 ( N + l ) e de [ ( € 3,95 - (N+l)
I R C capitais, retido (taxa de 21,5%) 2413 8.062,50
€ 3,50) x 50.000] = € 2 2 . 5 0 0 , 0 0 .
Resultados disponíveis 265xy 37.500,00
Alienação das acções
15-05- Recebimento do valor das acções 12x 197.500,00
(N+l)
Alienação das .u ções 1421x 197.500,00

IM» If
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ENQUADRAMENTO Exercício 3.21


O valor dos activos financeiros mensurados ao justo valor p o r contra- Investimentos - Investimento em obrigações
partida de resultados, devem ser ajustados para o justo valor, sendo as perdas (activos financeiros detidos até à maturidade)
do ajustamento contabilizadas e m gastos (conta « 6 6 1 - Gastos - perdas por
reduções de justo v a l o r » ) e os ganhos contabilizados e m rendimentos (conta ENUNCIADO
« 7 7 1 - R e n d i m e n t o s - ganhos p o r aumentos de justo v a l o r » ) devendo estes E m 1 de Janeiro de 2 0 0 N , a empresa A l f a , SA, a d q u i r i u 200 obrigações
ser ajustados c o m u m a periodicidade regular. emitidas, naquela data, pela empresa Beta ( 1 0 lotes de 20 obrigações) p o r
10.457,97 euros (gastos de transacção incluídos), c o m as seguintes caracte-
rísticas:

Valor de aquisição (Va) = € 10,457,97


Valor nominal (Vn) = € 50,00
Valor de reembolso (Vr) = € 50,00
Taxa do cupão (i) = 4% (a pagar no final de cada ano, 3Ide Dezembro)
Vida do empréstimo (n) = 5 anos
Taxa de juro efectiva (ie) = 3%

ASSIM TEM-SE

O a l g o r i t m o de cálculo dos juros a receber, dos rendimentos financeiros,


da amortização d o prémio e d o custo a m o r t i z a d o n o final de cada ano é o
seguinte:

VALOR DO
JUROS A N U A I S RENDIMENTO AMORTIZAÇÃO D O
ANOS INVESTI M F NT
A RECEBER FINANCEIRO PRÉMIO
(CUSTO A M O R T . )

01-01-200N - - - 10.457,97
31-12-200N 400,00 313,74 (86,26) 10.371,71
31-12-200(N+1) 400,00 311,15 (88,85) 10.282,86
31-12-200(N+2) 400,00 308,49 (91,51) 10.191,35
31-12-200(N+3) 400,00 305,74 (94,26) 10.097,09
31-12-200(N+4) 400,00 302,91 (97,09) 10.000,00
•ooo.oo 1.542,03 457,97
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

CONTABILIZAÇÃO: - Qualquer direito contratual de receber d i n h e i r o o u qualquer o u t r o ac-


tivo financeiro de outra entidade o u de trocar i n s t r u m e n t o s financeiros
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

Contabilização do investimento
e m condições potencialmente favoráveis;
01-01-ON Aquisição de 200 obrigações Beta 4151X 10.457,97 - Q u a l q u e r contrato n o final d o qual a entidade é obrigada o u poderá ser
Subscrição das obrigações 275 10.457,97 obrigada a receber u m a quantidade variável dos seus próprios i n s t r u -
Liberação das obrigações mentos de capital próprio, o u u m i n s t r u m e n t o derivado que seja l i q u i -
Dd-MM- Credores p/ subscrições não liberadas 275 10.457,97 dado de f o r m a diferente da troca de u m a quantia fixa e m d i n h e i r o o u
ON
Banco x 12x 10.457,97 o u t r o activo financeiro p o r u m número fixo de instrumentos de capital
Rendimentos financeiros (juros a receber e amortização do prémio). próprio da própria entidade.
Os lançamentos dos rendimentos financeiros e do recebimento dos juros
das obrigações repetem-se no final de cada ano do contrato.
31-12 Juros do ano (Banco x) 12x 314,00
U m i n s t r u m e n t o de capital próprio, é qualquer contrato que evidencie
I R C capital, retido 2413 86,00
u m interesse residual nos activos de u m a entidade após dedução de todos os
Amortização do prémio 4151X 86,26
seus passivos.
Rendimentos de obrigações 7862x 313,74
U m i n s t r u m e n t o financeiro primário, é, entre outros, o dinheiro, as dívi-
Contabilização dos rendimentos financeiros
das a receber e a pagar e as aplicações e investimentos financeiros.
31-12- Juros do ano 12x 314,00
(N+4) U m i n s t r u m e n t o derivado, é u m i n s t r u m e n t o financeiro o u o u t r o con-
I R C capitais, retidos 2413 86,00
trato cujo valor se altera devido a alterações verificadas n o p r o d u t o p r i n c i p a l
Amortização do prémio 4151x 97,09
à qual está associado o derivado. São instrumentos derivados, entre outros,
Rendimentos de obrigações 7862x 302,91
os futuros, forwards, opções e swaps, que t e n h a m o efeito de transferir u m o u
Contabilização do reembolso do valor investido
31-12- Banco x 12x 10.000,00 mais dos riscos financeiros inerentes a u m i n s t r u m e n t o financeiro primário
(N+4) subjacente, e e m que o justo valor do contrato reflicta n o r m a l m e n t e as altera-
Reembolso do valor das obrigações 4151x 10.000,00
ções n o justo valor d o i n s t r u m e n t o financeiro primário subjacente.

ENQUADRAMENTO

A expressão i n s t r u m e n t o financeiro designa qualquer contrato que origi-


na n u m a entidade u m activo financeiro e n o u t r a entidade, u m passivo finan-
ceiro o u u m i n s t r u m e n t o de capital próprio. C o n s t i t u e m activos financeiros
( N C R F 27, § 5 ) :
- O dinheiro;
- U m i n s t r u m e n t o de capital próprio de u m a outra onliil.ulc;

170
S N C C O N T A B I L I D A D E F I N A N C E I R A Casos práticos Tomo I Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.22 aqueles que não se classificam c o m o correntes, o u seja, u m passivo deve ser
Investimentos - Empréstimos concedidos classificado c o m o corrente quando se espere que seja l i q u i d a d o durante o c i -
clo operacional n o r m a l da entidade, o u esteja d e t i d o essencialmente para a

ENUNCIADO: finalidade de ser negociado, o u deva ser l i q u i d a d o n u m período até doze me-

A empresa A l f a , S A . concedeu, e m 0 1 de Fevereiro de 2 0 0 N , u m emprés- ses após a data do balanço, o u a entidade não tenha u m direito i n c o n d i c i o n a l

t i m o p o r 2 anos, n o valor de € 10.000,00, à sua associada Beta, S.A. F i c o u de diferir a liquidação d o passivo durante pelo menos doze meses após a data

acordado u m plano pagamentos, p o r Beta, S.A., de prestações semestrais f i - do balanço.

xas, n o m o n t a n t e de € 1.475,00. O pagamento da p r i m e i r a prestação, e m 0 1 N a conta « 2 6 - A c c i o n i s t a s / s ó c i o s » incluem-se ainda, para além das ope-
de A g o s t o de 2 0 0 N , incluía € 1.050,00 de amortização de capital e € 425,00 rações relativas às relações c o m os titulares de capital, os empréstimos con-
de juros, sendo que os juros d o empréstimo estão sujeitos a retenção na fonte cedidos à empresa-mãe e excluem-se consequentemente as operações c o m
à t a x a de 21,5%. os titulares de capital que respeitem a transacções correntes e a transacções
relativas a investimentos (financeiros o u não financeiros).

CONTABILIZAÇÃO: Integrados nos investimentos financeiros temos os empréstimos de fi-


nanciamento, que são empréstimos concedidos que v i s a m a rentabilização
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO í
dos excessos de capital e que possuem características de permanência p r o -
Pela concessão do empréstimo
01-02-ON Investimentos financeiros
longada.
- Empréstimos concedidos 41X3 10.000,00
Depósitos à ordem 12x 10.000,00

Pela 1. prestação
a

01-08-ON Depósitos à ordem 12x 1.384,00


Imposto Sobre o Rendimento 241 91,00
Investimentos financeiros
- Empréstimos concedidos 41X3 1.050,00
Juros e rendimentos similares 7913 425,00

ENQUADRAMENTO:
Os investimentos financeiros são registados, de acordo c o m o S N C , na
conta « 4 1 1 3 , o u 4123 o u 4133 o u 4142 - Investimentos Financeiros - em-
préstimos c o n c e d i d o s » , e m função d o t i p o de participação detida. Estes são
aplicações financeiras que se classificam para efeitos de apresentação n o ba-
lanço c o m o passivos não correntes. Por passivos não correntes entende-se

173
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

Exercício 3.23 Exercício 3.24


Investimentos - Imparidade de empréstimos concedidos Investimentos - Escolha múltipla

ENUNCIADO: ENUNCIADO:

A empresa Alfa, S A . , e m 0 1 de Janeiro de 2 0 0 N , detém u m a participação de E m cada u m a das questões de resposta múltipla, existe apenas u m a afir-
25% na empresa Beta, S. A . e emprestou € 25.000,00 àquela sociedade. E m 31 mação verdadeira. Identifique as respostas correctas.
de Dezembro de 2 0 0 N , o valor recuperável d o empréstimo era de € 12.500,00.
'1. A empresa B apresenta um edifício reconhecido no Balanço como activo fixo tangível se for:
a Detido para fins administrativos
CONTABILIZAÇÃO :
b Adquirido para venda
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
c Detido para obter rendas
Pela concessão do empréstimo
d Detido para valorização do capital
01-01-ON Investimentos financeiros
- Empréstimos concedidos 41X3 25.000,00
Depósitos à ordem 12x 25.000,00
'2. Quais dos seguintes custos, de acordo com a N C R F 7, são custos directamente atribuí-
Pelo registo da perda por imparidade veis aos activos fixos tangíveis com que se relacionam:
31-12-ON Perdas por imparidade 653 12.500,00 a Custos de abertura de novas instalações
em investimentos financeiros
Perdas por imparidade acumuladas 419 12.500,00 b Custos de administração e outros custos gerais
c Custo de instalação e montagem
d Custo de condução do negócio numa nova localização
ENQUADRAMENTO:
A conta « 4 1 9 - Investimentos Financeiros - Perdas p o r imparidade acu-
'3. O reconhecimento dos custos na quantia escriturada de um activo fixo tangível cessa
m u l a d a s » , serve para registar as diferenças acumuladas entre as quantias es-
quando este:
crituradas e as que resultam da aplicação dos critérios de mensuração dos
a Está na localização e condições necessárias para que seja capaz de funcionar da forma
correspondentes activos incluídos na conta « 4 1 - Investimentos financei- pretendida
r o s » , p o d e n d o ser subdivididas a f i m de facilitar o c o n t r o l o e possibilitar a b Está na localização necessária para poder entrar em funcionamento
apresentação e m balanço das quantias líquidas. c Está reconhecido como activo da entidade
As perdas p o r imparidade anuais serão registadas debitando as subcontas d Nenhuma das anteriores
da conta « 6 5 3 - Perdas p o r imparidade - E m investimentos financeiros»
p o r crédito da conta « 4 1 9 - Perdas p o r imparidade acumuladas», e as suas
reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) ENQUADRAMENTO:

são registadas nas subcontas da conta « 7 6 2 3 - Reversões - D e perdas p o r A conta « 4 2 - Propriedades de investimento» regista a quantia escritu-
imparidade - E m investimentos financeiros». rada das propi iodados de investimento (terreno ou edifício - o u parte de u m

i 'i • 175
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

edifício - o u ambos) detidas ( p e l o d o n o o u pelo locatário n u m a locação fi- Exercício 3.25


nanceira) para obter rendas o u para valorização d o capital o u para ambas as Investimentos - Escolha múltipla
finalidades.
D e acordo c o m a N C R F 1 1 , n o que se refere à finalidade do b e m , para ENUNCIADO:

que u m i t e m seja classificado c o m o propriedade de investimento esta não E m cada u m a das questões de resposta múltipla, existe apenas u m a afir-
p o d e ser detida para uso na produção, f o r n e c i m e n t o de bens o u serviços ou mação verdadeira. Identifique as respostas correctas.
para finalidades administrativas, considerando-se neste caso, u m activo fixo
tangível. C o n t u d o poderá ser detida para obtenção de rendas e/ou valoriza- ' 1. Se o custo de um activo fixo tangível incluir uma quantia referente à estimativa do seu
desmantelamento ou remoção:
ção d o capital e assim sendo considera-se propriedade de investimento.
a Esta não deve ser sujeita a depreciação
A conta « 4 3 - A c t i v o s fixos tangíveis» regista os bens que são usados na
Esta só está sujeita a testes de imparidade
produção o u f o r n e c i m e n t o de bens, serviços, para arrendamento a outros,
m Esta deve ser sujeita a depreciação
o u para fins administrativos, e cuja expectativa é de serem usados p o r mais
d Esta não faz parte do custo do activo fixo tangível
de u m período (incluem-se os sobresselentes principais e o equipamento de
reserva quando a empresa espera usá-los p o r mais de u m período, caso con-
trário são considerados inventários). '2. A entidade Alfa, Lda está envolvida num plano de venda de um activo não corrente e
classifica o como detido para venda. No período seguinte, as condições de mercado
D e acordo c o m as regras definidas pela N C R F 7, para o processo de men-
deterioraram-se originando que o activo não fosse vendido. No período seguinte a enti-
suração inicial o registo a i n c l u i r nos activos fixos tangíveis incluirá o preço de dade activamente solicitou mas não conseguiu obter compradores, optando por reduzir
compra, direitos de importação e impostos de c o m p r a não dedutíveis, dedu- o preço de venda. Qual o procedimento contabilístico adequado a adoptar?

zindo-se os descontos comerciais e abatimentos. Para além disso, quaisquer a Classificar um activo não corrente como detido para venda, se o atraso for causado por
acontecimentos fora do seu controlo.
encargos directamente relacionados c o m a colocação do activo e m normais
b Não classificar um activo não corrente como detido para venda, porque ultrapassou
condições de f u n c i o n a m e n t o , n o local pretendido, são t a m b é m incluídos no
o prazo máximo para a conclusão da venda.
valor d o activo b e m c o m o da estimativa de encargos relacionados c o m o seu
1 c Classificar um activo não corrente como detido para venda, porque a empresa não
desmantelamento e extinção, n o final da sua vida útil. continua envolvida no plano de vender o activo.
d Nenhuma das anteriores.

ENQUADRAMENTO:

Q u a n t o à mensuração subsequente dos activos fixos tangíveis de acordo


c o m a N C R F 7, § 2 9 , u m a entidade deve escolher o u m o d e l o do custo o u o
m o d e l o de revalorização c o m o política contabilística e aplicar essa politica a
uma classe inteira de activos l i x e , i . m p v n v

176 177
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo III - Investimentos

N a opção pelo m o d e l o d o custo u m i t e m do activo fixo tangível deve- xercício 3.26


rá ser escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e vestimentos - Escolha múltipla
quaisquer perdas p o r imparidade acumuladas
N a opção pelo m o d e l o revalorização u m i t e m d o activo fixo tangível de- ENUNCIADO:

verá ser mensurado p o r u m a quantia revalorizada, o u seja, o seu justo valor na E m cada u m a das questões de resposta múltipla, existe apenas u m a afir-
data da revalorização menos qualquer depreciação acumulada subsequente e mação verdadeira. Identifique as respostas correctas.
perdas p o r imparidade acumuladas subsequentes.
'1. A empresa Beta, Lda. procedeu à construção de um edifício para utilizar no âmbito da
A s contas da classe « 4 - Investimentos, são apresentadas n o balanço sob
sua actividade. Durante os 12 meses de construção a empresa suportou despesas no va-
a classificação de activo não c o r r e n t e » , c o m excepção da conta « 4 6 - A c t i - lor de € 300.000,00 de forma regular. A taxa média ponderada dos custos de emprésti-
vos não correntes detidos para v e n d a » , que á apresentada n o activo corrente, mos aplicável aos empréstimos em curso durante o período é 5%. Qual o procedimento
contabilístico adequado?
caso e m que se espera que o activo seja v e n d i d o n o espaço de 12 meses após
a Reconhecimento dos custos de empréstimos como gastos do período
a data d o balanço de acordo c o m a N C R F 8.
b Capitalização de custos de empréstimos no valor de € 15.000,00
c Capitalização de custos de empréstimos no valor de € 1.500,00
d Nenhuma das anteriores

'2. Relativamente aos activos intangíveis gerados internamente, os dispêndios incorridos


na fase de pesquisa deverão ser
a Reconhecidos como custo do activo intangível
b Reconhecidos como gastos do período
c Reconhecidos como gastos a reconhecer em períodos futuros
d Nenhuma das anteriores

ENQUADRAMENTO:

D e acordo c o m a N C R F 10, §§ 7 a 25, os custos de empréstimos obtidos


devem ser reconhecidos c o m o u m gasto n o período e m que sejam incorridos,
excepto nos casos e m que sejam capitalizados, e m que se p e r m i t e que os cus-
tos de empréstimos obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição,
construção o u produção de u m activo sejam incluídos n o custo de u m activo
que se qualifica.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

A conta « 4 4 2 - A c t i v o s intangíveis - Projectos de d e s e n v o l v i m e n t o » re-


gistada os dispêndios que, nos termos d o N C R F 6, § 57, reúnam as condições
para se q u a l i f i c a r e m c o m o activos intangíveis, c o n t u d o os encargos suporta-
dos n o decurso da fase de pesquisa n o âmbito de u m p r o j e c t o de investigação
e d e s e n v o l v i m e n t o não deverão ser reconhecidos c o m o activo devendo ser Capítulo 4: Provisões e passivos e activos contingentes 181
relevados directamente nos gastos d o período. Exercício 4.01 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de obrigação legal 184
Exercício 4.02 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de obrigação

construtiva 187
Exercício 4.03 - Provisões e passivos e activos contingentes - Activos contingentes 189
Exercício 4.04 - Provisões e passivos e activos contingentes - Passivos e activos contingentes 190
Exercício 4.05 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de contrato

oneroso !92
Exercício 4.06 - Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha mútipla 194
Exercício 4.07 - Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha mútipla 196

ISO
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

A conta « 4 4 2 - Activos intangíveis - Projectos de desenvolvimento» re-


gistada os dispêndios que, nos termos do N C R F 6, § 57, reúnam as condições
para se qualificarem como activos intangíveis, contudo os encargos suporta-
dos no decurso da fase de pesquisa no âmbito de u m projecto de investigação
e desenvolvimento não deverão ser reconhecidos como activo devendo ser Capítulo 4: Provisões e passivos e activos contingentes 181
relevados directamente nos gastos do período. Exercício 4.01 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de obrigação legal 184

Exercício 4.02 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de obrigação

construtiva jgy

Exercício 4.03 - Provisões e passivos e activos contingentes - Activos contingentes 189

Exercício 4.04 - Provisões e passivos e activos contingentes - Passivos e activos contingentes 190

Exercício 4.05 - Provisões e passivos e activos contingentes - Provisão resultante de contrato

oneroso 192

Kxercício 4.06 - Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha mútipla 194

Exercício 4.07 - Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha mútipla 196

IM)
Capítulo IV - Provisões e passivos e activos contingentes

Provisões são responsabilidades cuja natureza esteja claramente definida


e que à data do balanço seja de ocorrência provável ou certa, mas de valor e
tempestividade (data de ocorrência) incerta. Os critérios de reconhecimento
e bases de mensuração das provisões são os previstos na « N C R F 21 - Provi-
sões, passivos contingentes e activos contingentes» e na « N C E F 26 - Maté-
rias ambientais».
As subcontas de provisões devem ser utilizadas directamente pelos dis-
pêndios para que foram reconhecidas, sem prejuízo das reversões a que haja
lugar.
U m passivo contingente é uma obrigação possível, proveniente de acon-
tecimentos passados mas cuja confirmação de existência depende aconteci-
mentos futuros incertos.
U m activo contingente é u m possível activo proveniente de acontecimen-
tos passados, com desfecho incerto e cuja existência somente será confirmada
pela ocorrência de acontecimentos futuros incertos.
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capitulo IV - Provisões e passivos e activos contingentes

Exercício 4.01 Esta assimilação a passivos traduz o facto que, só é constituída se existir
um risco provável de exfluxo de recursos da entidade que incorporem be-
Provisões e passivos e activos contingentes
nefícios económicos. Assim, uma provisão deve ser reconhecida se, e só se
- Provisão resultante de obrigação legal
( N C R F 2 1 , § 13):

ENUNCIADO - A entidade tiver uma obrigação presente (legal ou construtiva) em re-


A empresa Gama no exercício de 200N, realizou u m serviço muito espe- sultado de u m acontecimento passado;
cializado a u m cliente, para o qual existe a obrigação legal de garantir os tra- - A liquidação da obrigação necessitará provavelmente de saída de re-
balhos efectuados, tendo, por isso, em 31 de Dezembro de 200N, constituído cursos que incorporem benefícios económicos, isto é, na maioria das
uma provisão para garantias a clientes no montante de € 75.000,00. vezes, uma saída de dinheiro);
Em 200(N+2), deixou de haver necessidade de manter a provisão porque - O montante da obrigação pode ser estimado com fiabilidade.
o trabalho realizado não teve qualquer tipo de reclamação por parte do cliente.
A obrigação pode ser (NCRF 21, § 16):
ASSIM TEM-SE -Jurídica (resultar da legislação, ou de u m contrato), ou
Uma obrigação legal de garantir os trabalhos efectuados. - Estar apenas implícita (construtiva), (NCRF 21, § 16).
- Existe uma obrigação implícita (construtiva) quando:
CONTABILIZAÇÃO - As práticas passadas, as políticas publicadas ou uma declaração cor-

CRÉDITO
rente suficientemente específica, a empresa tenha indicado a outras
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO
partes que aceitará certas responsabilidades; e que,
:
• • '•

Reconhecimento da provisão:
31-12-ON Garantias a clientes 672 75.000,00 - Em consequência, crie expectativas válidas de que a empresa cum-
Provisão - Garantias a clientes 292 75.000,00 prirá a obrigação.
Anulação da provisão
31-12- Provisão - Garantias a clientes 292 75.000,00 U m passivo é uma obrigação presente da empresa proveniente de acon-
(N+2) 7632 75.000,00
Reversão da provisão tecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de
Nota: Por simplificação, não foram considerados os efeitos tributários da operação recursos da empresa que incorporam benefícios económicos (EC, § 59).
(ver capítulo dedicado aos Impostos diferidos). U m acontecimento que cria obrigações é u m acontecimento que cria
uma obrigação legal ou construtiva que faça com que uma empresa não tenha
nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação (NCRF 21, § 8).
ENQUADRAMENTO

Uma provisão é um passivo de tempestividade e quantia incerta ( N C R I 1 Uma obrigação legal é uma obrigação que deriva de:

21,5 8).
- U m contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);

I KS
1 Hl
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo IV - Provisões e passivos e activos contingentes

- Legislação; ou Exercício 4.02 - Provisões e passivos e activos contingentes -


- Outra operação da lei. Provisão resultante de obrigação construtiva
Uma obrigação construtiva é uma obrigação que decorre das acções de
uma empresa em que: ENUNCIADO

No final de 200N, u m petroleiro naufragou ao largo da cidade Sol e Praia,


- Por via de u m modelo estabelecido de práticas passadas, de políticas provocando uma importante maré negra que veio poluir a costa por largos
publicadas ou de uma declaração corrente suficientemente específica, meses.
a empresa tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsa- Na qualidade de armador (proprietária do navio), a empresa Transmar,
bilidades; e não é, à priori, juridicamente responsável pelo acidente e suas consequên-
- Em consequência, a empresa tenha criado uma expectativa válida nes- cias, esta responsabilidade será do fretador (responsável pelos custos totais
sas outras partes de que cumprirá com essas responsabilidades. do fretamento do navio, que terá obrigatoriamente seguro para estes tipo de
riscos). Porém, o Presidente da Transmar declarou que a empresa participaria
Fiscalmente as provisões para garantias a clientes são aceites: "As que se nas operações de despoluição da costa.
destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes previstas em con- Para fazer face à suas responsabilidades a empresa proprietária do navio
tratos de venda e prestações de serviços". O montante anual é determinado constituiu uma provisão no montante de € 1.000.000,00.
pela aplicação às vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efectuadas
no período de tributação de uma percentagem que não pode ser superior à CONTABILIZAÇÃO

que resulta da proporção entre a soma dos encargos derivados de garantias a DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
clientes efectivamente suportados nos últimos três períodos de tributação e Reconhecimento da provisão
a soma das vendas e prestações de serviços sujeitas a garantia efectuadas nos 31-12-ON Matérias ambientais 675 1.000.000,00
mesmos períodos., alínea b) do n° 1 e n° 5 do art° 39° - Provisões fiscalmente Provisões - Matérias ambientais 295 1.000.000,00
dedutíveis, do CIRC.
ENQUADRAMENTO

A empresa Transmar passou a ter uma obrigação implícita depois do seu


residente ter declarado que a empresa participaria nas operações de despo-
ição da costa.
Foram causados danos ambientais que podem não ter causado à empresa
nenhuma obrigação para remediar as consequências. Porém, o facto de a em-
presa ter publicamente aceite a responsabilidade pela reparação dos danos,
criou uma obrigação construtiva (NCRF 26, § 12).

187
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo IV - Provisões e passivos i- ,u llvoi. onlln^i nli<«

U m outro exemplo é o caso de uma empresa que publicita reembolsar a Exercício 4.03
diferença de preço a todos os compradores que encontrem o mesmo produto Provisões e passivos e activos contingentes
a u m melhor preço nos seis meses seguintes à compra efectuada fica com
- Activos contingentes
uma obrigação implícita, mesmo se o compromisso não figurar no contrato
ENUNCIADO
de venda.
Com o objectivo de incentivar a formação profissional, a autarquia local
prometeu u m subsídio de € 3.000,00 por cada posto de trabalho criado para
pessoas sem qualificações. Porém, a concessão do subsídio está dependente
da realização de u m exame profissional a verificar-se u m ano após o recruta-
mento. A empresa ALFA, Lda. durante o ano de 200N contratou 4 pessoas
que correspondiam à definição.

CONTABILIZAÇÃO

Perante esta questão, a empresa apenas deverá efectuar a divulgação de


um activo contingente. No Anexo, na nota «Provisões, passivos contingen-
tes e activos contingentes», deverá ser indicada a natureza do activo contin-
gente à data do balanço (probabilidade de influxo de benefícios económicos)
e estimativa do seu efeito financeiro (caso seja impraticável a divulgação, a
empresa deverá declarar esse facto).

ENQUADRAMENTO

U m activo contingente é um possível activo proveniente de acontecimen-


tos passados, com desfecho incerto e cuja existência somente será confirmada
pela ocorrência de acontecimentos futuros incertos (NCRF 21, §§ 8 e 31).
U m activo contingente não deve ser reconhecido nas demonstrações fi-
anceiras até que a realização de rendimentos associados seja virtualmente
erta, deixando este de ser u m activo contingente e passando o seu reconhe-
cimento a ser apropriado (NCRF 21, § 32).
Uma entidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos activos
contingentes se for provável u m influxo de benefícios económicos e, quan-
do praticável, uma estimativa do seu efeito financeiro, mensurada usando os
princípios esl.il >.•!<•. ulos para as provisões ( N C K I ¿1,;
33 c H-\).

189
Exercício 4.04 ENQUADRAMENTO
Provisões e passivos e activos contingentes Um passivo é uma obrigação presente da entidade, proveniente de acon-
- Passivos e activos contingentes lei imentos passados e cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de
recursos que incorporem benefícios económicos. U m passivo contingen-
ENUNCIADO te é uma obrigação possível, proveniente de acontecimentos passados mas
A empresa BETA, S.A. foi informada pelos seus advogados da existência cuja confirmação de existência depende de acontecimentos futuros incertos
de dois processos em tribunal. O primeiro movido pela empresa, o qual está (NCRF 21, § 8 ) .
relacionado com o fornecimento de produtos defeituosos por u m fornece- Um passivo contingente não deve ser reconhecido nas demonstrações
dor, cujo desfecho se prevê seja favorável com u m recebimento de uma in- financeiras devendo ser divulgado a menos que a possibilidade de qualquer
demnização no valor de € 50.000,00, por compensação dos danos causados. exfluxo na liquidação seja remota (NCRE 21, §§ 26 e 82).
O segundo movido por u m cliente, que pede uma indemnização no valor de Uma entidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos pas-
€ 10.000,00, mas cujo desfecho provável é de que a empresa não venha a sivos contingentes e, quando praticável (a menos que a possibilidade de
pagar qualquer indemnização. ex fluxos na liquidação seja remota), uma estimativa do seu efeito financei-
ro, indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou momento
CONTABILIZAÇÃO He ocorrência de qualquer exfluxo e a possibilidade de qualquer reembolso
A primeira situação origina a divulgação de activo contingente. N o Ane- (NCRF 21, § 8 2 ) .
xo, na nota «Provisões, passivos contingentes e activos contingentes», de- U m activo contingente é u m possível activo proveniente de acontecimen-
verá ser indicada a natureza do activo contingente à data do balanço (pro- tos passados, com desfecho incerto e cuja existência somente será confirmada
babilidade de influxo de benefícios económicos) e estimativa do seu efeito pela ocorrência de acontecimentos futuros incertos (NCRF 21, §§ 8 e 31).
financeiro (caso seja impraticável a divulgação, a empresa deverá declarar esse U m activo contingente não deve ser reconhecido nas demonstrações fi-
facto). nanceiras até que a realização de rendimentos associados seja virtualmente
A segunda situação origina a divulgação de passivo contingente. N o certa, deixando este de ser u m activo contingente e passando o seu reconhe-
Anexo, na nota «Provisões, passivos contingentes e activos contingentes», cimento a ser apropriado (NCRF 21, § 32).
deverá ser indicada a natureza do passivo contingente, estimativa do seu efei- Uma entidade deve divulgar uma breve descrição da natureza dos activos
to financeiro, indicação das incertezas que se relacionam com a quantia ou contingentes se for provável u m influxo de benefícios económicos e, quando
momento de ocorrência de qualquer exfluxo e a possibilidade de qualquer praticável, uma estimativa do seu efeito financeiro, (NCRF 21, §§ 33 e 84).
reembolso (caso seja impraticável a divulgação, a empresa deverá declarar
esse facto).

190 191
Exercício 4.05 Uma entidade deve reconhecer qualquer perda de imparidade que tenha
Provisões e passivos e activos contingentes pcoí rido nos activos inerentes a u m contrato oneroso antes de ser reconheci-
- Provisão resultante de contrato oneroso • a provisão (NCRF 21, § 67).
U m outro exemplo é o caso de uma empresa ter celebrado u m contrato
ENUNCIADO • arrendamento de uma unidade industrial, onde leva a cabo a sua activida-
A empresa ALFA, Lda. efectuou em Fevereiro do ano 200N, u m contrata de, som possibilidade de cancelamento e com uma cláusula contratual que
de venda de produtos acabados para Fevereiro de 2 0 0 ( N + l ) pelo valor d l Bio permite o seu arrendamento. Caso a empresa transfira a sua actividade
€ 100.000,00. N o final do ano 200N, a empresa tem a expectativa de que ira CNta mantém a obrigação legal de pagar a renda mensal durante a vigência do
ter custos com a produção destes produtos no valor de € 105.000,00, nào contrato. Assim, o acontecimento que cria a obrigação é, desde logo, a cele-
podendo a empresa cancelar o contrato sem pagar uma compensação à outra bração do contrato de arrendamento que criou a obrigação legal da empresa
parte no valor de € 15.000,00. pagar uma renda mensal. Por outro lado, é provável que ocorram exfluxos de
recursos incorporando benefícios económicos na liquidação, na medida em
CONTABILIZAÇÃO: que, ao não existir a possibilidade de rearrendar a unidade industrial aban-

j DATA HISTÓRICO donada a empresa deverá continuar a pagar o respectivo valor da renda con-
CONTA DÉBITO CRÉDITO

Reconhecimento d a provisão tratada. Consequentemente, a empresa deve reconhecer uma provisão pelo
31-12-0N Contratos onerosos 676 5.000,00 montante correspondente à melhor estimativa dos pagamentos inevitáveis
Provisão - Contratos onerosos 296 5.000,00 do arrendamento da unidade industrial que foi abandonada, correspondente
ao número de meses que faltam para o terminus do contrato.
ENQUADRAMENTO

Não devem ser reconhecidas provisões para perdas operacionais futu-


ras, no entanto se a entidade tiver u m contrato oneroso, a obrigação presente
segundo o contrato deve ser reconhecida e mensurada como uma provisão
(NCRF21,§§ 62e64).
U m contrato oneroso é u m contrato em que os custos inevitáveis de sa-
tisfazer as obrigações segundo o contrato excedem os benefícios económicos
que se espera sejam recebidos. Os custos inevitáveis reflectem o mais baixo
de cumprir o contrato e de qualquer compensação ou penalidades provenien-
tes da falta de o cumprir (NCRF 21, § 66).

193
Exercício 4.06 ENQUADRAMENTO:

Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha múltipla A N C F R 2 1 , preconiza que, desde que possa ser efectuada uma i sllm
tiva fiável, provisões são reconhecidas como passivos porque sao ol•> n i n
ENUNCIADO: presentes e é provável que u m exfluxo de recursos que incorporem lu-in lli In

Em cada uma das questões de resposta múltipla, existe apenas uma afir- económicos será necessário para liquidar as obrigações.
mação verdadeira. Identifique as respostas correctas. Quanto aos passivos contingentes, estes não são reconhecidos como pau
sivos porque são obrigações possíveis, uma vez que carecem de confirmação
'1. Os passivos contingentes devem reconhecer-se quando: sobre se a entidade tem ou não uma obrigação presente que possa com I• i /11
a Seja provável que u m exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será a u m exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos. Podem,
necessário para liquidar a obrigação.
no entanto, ser obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reCO»
b Não se devem reconhecer passivos contingentes.
nhecimento de passivo, seja porque não é provável que será necessário u m
c A quantia da obrigação possa ser mensurada com suficiente fiabilidade.
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos para liquidar a
d Seja possível que um exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos será
obrigação, seja porque não pode ser feita uma estimativa suficientemente fiá-
necessário para liquidar a obrigação
vel da quantia da obrigação.
Quanto aos activos contingentes estes surgem normalmente de aconte-
'2. Os activos contingentes devem ser reconhecer-se quando: cimentos não planeados que dão origem à possibilidade de u m influxo de
a Seja provável que a empresa venha a ter um influxo de recursos que incorporem benefícios económicos para a entidade. U m activo contingente deverá ser di-
benefícios económicos;
vulgado quando for provável u m influxo de benefícios económicos, não sen-
b Não se devem reconhecer activos contingentes.
do reconhecido nas demonstrações financeiras se isso resultar no reconheci-
c A quantia a receber possa ser mensurada com suficiente fiabilidade.
mento de u m rendimento que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a
d Seja possível que a empresa venha a ter um influxo de recursos que incorporem
realização do rendimento esteja virtualmente certa, então o reconhecimento
benefícios económicos.
do activo é apropriado.

'3. Quais os critérios para reconhecimento de uma provisão?


a Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado de
um acontecimento passado; seja provável que u m exfluxo de recursos que incorporem
benefícios económicos será necessário para liquidar a obrigação; e possa ser feita uma
estimativa fiável da quantia da obrigação.

b Possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação.


c Ser um passivo de quantia e tempestividade incerta;
d Uma entidade tenha uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado
de um acontecimento passado.

194 195
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I

Exercício 4.07
Provisões e passivos e activos contingentes - Escolha múltipla

ENUNCIADO:
Na questão de resposta múltipla, existe apenas uma afirmação verdadei- Capítulo 5: Financiamentos 197
ra. Identifique a resposta correcta. Exercício 5.01 - Financiamentos - Locação financeira 200

Exercício 5.02 - Financiamentos - Empréstimo por obrigações 203


'1. O seguinte facto ocorrido no período subsequente requer ajustamento antes da apresen- Exercício 5.03 - Financiamentos - Suprimentos 207
tação das demonstrações financeiras à Assembleia Geral:
Exercício 5.04 - Financiamentos - Empréstimo com juros a pagar no período seguinte 209
a Perdas no edifício resultantes de um incêndio
Exercício 5.05 - Financiamentos - Escolha mútipla 210
b Suspensão inesperada de pagamentos por parte de um cliente

c Perdas num processo judicial interposto contra a empresa, cujo resultado era incerto
no final do exercício

d Nenhuma das anteriores

ENQUADRAMENTO:

Idêntico ao do Exercício 2.12 - Inventários - Acontecimentos após a


data do balanço.

|9í,
As empresas parafinanciaremos seus investimentos têm à sua disposição
duas fontes definanciamento,ou o recurso a capitais próprios ou o recurso a
capitais alheios. Nesta escolha deve pesar, entre outras questões, a perda ou o
ganho de autonomiafinanceira,a possibilidade de acesso às fontes de finan-
ciamento e ao custo (juros) desse financiamento.
No caso dosfinanciamentoscom recurso a capitais alheios temos os em-
préstimos obtidos nas instituiçõesfinanceiras(bancários, locação financeira,
etc), os empréstimos por obrigações, os empréstimos obtidos junto dos par-
ticipantes de capital (suprimentos e outros mútuos).

199
Exercício 5.01 - Financiamentos - Locação financeira IMu.imcnto da I a renda
2513 204.712,78
Q2 01 ON Aquisição de activo fixo tangível
1

Pagamento da renda 121 204.712,78


ENUNCIADO
1 t q i n c i . i çio
, do equipamento
Em 2 de Janeiro de 200N a empresa ALFA, S.A. subscreveu um contra» 11 12 ON Gastos de depreciação 643 56.000,00
to de locação financeira que tem a duração de 3 anos, relativamente a um Depreciações acumuladas 438 56.000,00
equipamento industrial para exercer a sua actividade. O equipamento l e n i
um valor de € 600.000,00 e tem uma vida útil estimada de 10 anos e o valor
residual é zero. As rendas da locação são € 204.712,78 e são devidas em 2 ilt) Ano 200(N+1)
Janeiro de cada ano com início em 200N. A taxa de juro efectiva é de 10%. CONTA DÉBITO
DATA HISTÓRICO CRÉDITO 1

l'.ii'.miento da 2 a r e n d a
ASSIM TEM-SE: Íl-12 Pagamento da obrigação 2513 169.184,06
( N i 1)
O valor presente dos pagamentos da locação ascende a 93% ilo Juros de financiamento 6911 35.528,72

justo valor do activo locado e é [204.712,78 + (204.712,78/1,10) +1 Pagamento da renda 121 204.712,78

(204.712,78/1,10A2)] = € 560.000,00. O plano de amortização da obriga, 1 V i n - o c i a ç ã n An equipamento


56.000,00
ção é o seguinte: U-12- Gastos de depreciação 643
( N i 1) 56.000,00
REDUÇÃO DA SALDO D\ Depreciações acumuladas 438
PAGAMENTOS JURO
ANOS O B R I G A Ç Ã O DA O B R I G A I , Ai 1
ANUAIS (10%)
LOCAÇÃO D A L O C A I , \'

560.000,00 Ano 200(N+2)


02-01-200N 204.712,78 0,00 204.712,78 355.287,22 CONTA DÉBITO CRÉDITO
DATA HISTÓRICO
02-01-200(N+l) 204.712,78 35.528,72 169.184,06 186.103,1ft
P.iiMmento da 3 a renda
02-01-200(N+2) 204.712,78 18.609,62 186.103,16 II,IMI 11-12- Pagamento da obrigação 2513 186.103,16
(Ni2) 18.609,62
614.138,34 54.138,34 560.000,00 Juros de financiamento 6911

Pagamento da renda 121 204.712,78

CONTABILIZAÇÃO I V p i - e r i a ç ã n do equipamento
Gastos de depreciação 643 56.000,00
Ano 200N •1-12-
(N+2) Depreciações acumuladas 438 56.000,00
HISTORICO

Aquisição do equipamento
2-01-0N Aquisição de activo fixo tangível 433 560.000,00 ENQUADRAMENTO
Financiamento obtido 2513 560.000,(10 Locação é um acordo pelo qual o locador transfere para o locatário, em
Iroca de um pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um activo

200 201
por um período de tempo acordado. A locação financeira é uma locação que líxercício 5.02
transfere substancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à posse de Financiamentos - Empréstimo por obrigações
um activo e uma locação operacional é uma locação que não seja uma locação
financeira (NCRF 9, § 4). ENUNCIADO
Em 1 de Janeiro de 200N, a empresa ALFA, SA, emitiu um empréstimo
Exemplos de situações que podem normalmente conduzir à classificação por obrigações com as seguintes características:
como uma locações financeiras:
Obrigações emitidas 10.000
- A locação transfere a propriedade do activo para o locatário no fim do
Valor nominal (Vn) € 100,00
prazo da locação;
Valor de emissão € 95,00
- O locatário tem a opção de comprar o activo por um preço que se es-
Valor de reembolso (Vr) € 100,00 (ao par)
pera que seja suficientemente mais baixo do que o justo valor à data em
Prazo do empréstimo (n) 5 Anos
que a opção se torne exercível tal que, no inicio da locação, seja razoa-
Data do reembolso Final do empréstimo (amortização única)
velmente certo que a opção será exercida;
Gastos de emissão € 29.854,20 (total) => € 2,98542/ por obrigação
- O prazo da locação abrange a maior parte da vida económica do activo
Taxa de juro (do cupão) 6% (no final do ano)
ainda que o título de propriedade não seja transferido;
Taxa de juro efectiva ( e) 8%
- No início da locação o valor presente dos pagamentos mínimos da lo-
cação ascende a pelo menos, substancialmente, todo o justo valor do
activo locado; e ASSIM TEM-SE
- Os activos locados são de uma tal natureza especializada que apenas o O valor encaixado (recebido) por cada obrigação é de [95,00 - 2,98542]
locatário os pode usar sem que sejam feitas grandes modificações. = €92,01458.
O cálculo da taxa de juro efectiva (por cada obrigação) é de [(6,00/
(1+ie)) + (6,00/(l+ie)* 2 ) + (6,00/(l+ie)* 3 ) + (6,00/(l+ie)* 4 ) +
((l06,00)/(l+ie) A 5 )l = € 92,01458.
Os juros pagos anualmente são de [(10.000 x 100)x 696] = 60.000,00.
No final de cada ano da vigência do empréstimo, repetem-se os lança-
mentos dos gastosfinanceirose do pagamento dos juros aos obrigacionistas.
No ano 200(N+4), em 31 de Dezembro, para além dos gastos financei-
ros, contabiliza-se também o reembolso do empréstimo.
O algoritmo de cálculo dos juros a pagar, dos gastos financeiros, da amor-
tização do desconto e do custo amortizado no final de cada ano é o seguinte:

202 203
JUROS ANUAIS VALOR DO
ANOS
A RECEBER
GASTO AMORTIZAÇÃO DO
INVESTMENT
Ano 200(N+4)
FINANCEIRO DESCONTO
(CUSTO AMORT.)
DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
01-01-200N - - - 920.145,80
Gastos financeiros (juros a pagar aos obrigacionistas e amortização do desconto)
31-12-200N 60.000,00 (1) 73.611,66 13.611,66 933.757,46 31-12- Gastos financeiros 6911X 78.518,52
31-12-200(N+1) 60.000,00 (2) 74.700,60 14.700,60 948.458,06 (N+4)
Obrigacionistas - juros 277xy 60.000,00
31-12-200(N+2) 60.000,00 75.876,64 15.876,64 964.334,71 Amortização do desconto 2521x 18.518,52
31-12-200(N+3) 60.000,00 77.146,78 17.146,78 981.481,48 Reembolso do empréstimo
31-12-200(N+4) 60.000,00 78.518,52 18.518,52 1.000.000,00 31-12- Reembolso do empréstimo 2521X 100.000,00
Totais 300.000,00 (N+4)
379.854,20 79.854,20 Obrigacionistas - reembolso 277xy 100.000,00

(1) 0,08 X 920.145,80 = 73.611,66 (arredondado) Pagamento dos juros e do empréstimo aos obrigacionistas
(2) 0,08 X 933.757,46 = 74.700,60 (arredondado) Obrigacionistas - Juros 277xy 60.000,00
Retenção IRC/IRS - capitais 2423 12.900,00

Banco x 12x 47.100,00


CONTABILIZAÇÃO
Reembolso do empréstimo
Ano 200N: Obrigacionistas - reembolso 277xy 1.000.000,00

J DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO Reembolso do empréstimo 12x 1.000.000,00


CRÉDITO
E m i s s ã o das obrigações em 200N: Nota: O código de contas, do SNC, não tem uma conta específica para «obrigacionistas», sugere-se a
01-01-ON Obrigacionistas - subscrição 277xy 950.000,00 conta «277- Obrigacionistas» que deverá ser desdobrada de acordo com as operações da empresa
Emissão de 10.000 Obrigações 2521x 950.000,00 com os obrigacionistas.

Gastos de emissão das obrigações em 200N


01-01-0N Gastos de emissão 2521x 29.854,20
Obrigações 12x 29.854.20 ENQUADRAMENTO
Libertação das obrigações
Uma obrigação é um instrumento financeiro, com maturidadefixa,em
01-01-0N Liberação das obrigações (no banco) 12x 950.000,00
que, a entidade emitente (devedora) se compromete a pagar a quem o dete-
Obrigacionistas 277xy 950.000,00
nha (credor) um juro, em condições definidas na data de emissão e durante
Gastos financeiros (juros a pagar aos obrigacionistas e amortização do descontou
31-12-ON Gastos financeiros 691 l x 73.611,66
um período de tempo e o valor de reembolso do empréstimo.
Obrigacionistas - juros 277xy
Quanto à forma de emissão das obrigações, estas são emitidas abaixo do
60.000,00
Amortização do desconto 2521x
par, quando o valor de emissão das obrigações é menor do que o seu valor
13.611,66
Pagamento dos juros aos obrigacionistas nominal, ao par, quando o valor de emissão das obrigações é igual ao seu
31-12-ON Obrigacionistas - Juros 277xy 60.000,00 valor nominal e acima do par, quando o valor de emissão das obrigações é
Retenção IRC/IRS - capitais 2423 12.900,00 maior do que o seu valor nominal.
Banco x 12x 47.100,00

204 205
Quanto à forma de reembolso das obrigações o reembolso é abaixo do Exercício 5.03
par, quando o valor de reembolso das obrigações é menor do que o seu valor Financiamentos - Suprimentos
nominal, ao par, quando o valor de reembolso das obrigações é igual ao seu
valor nominal, acima do par, quando o valor de reembolso das obrigações é ENUNCIADO

maior do que o seu valor nominal. O contrato da empresa ALFA, Lda., exige a obrigação dos seus três só-
De acordo com a NCRF 27, § 5, os empréstimos por obrigações na óptica cios efectuarem prestações acessórias. Por este motivo, no dia 1 de Março de
do emitente são passivos financeiros e devem ser valorizados ao custo amorti- 200N, os sócios entregaram à sociedade € 30.000,00 que vencem juros poste-
zado (NCRF 27, §§ 12 e 13). O custo amortizado de um passivo financeiro é cipados à taxa de 6% ao ano. Os juros são pagos em 1 de Março de 200(N+l)
a quantia pela qual o passivo financeiro é mensurado no reconhecimento ini- e na data do reembolso do dinheiro aos sócios. Em 31 de Dezembro do ano
cial menos os reembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulati- 200(N+l) aquele montante será restituído aos sócios.
va usando o método do juro efectivo de qualquer diferença entre essa quantia
inicial e a quantia na maturidade, e menos qualquer redução (directamente CONTABILIZAÇÃO

ou por meio do uso de uma conta de abatimento) quanto à imparidade ou DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
incobrabilidade (NCRF 27, § 5). Contabilização do recebimento dos suprimentos
A contabilização de empréstimos por obrigações na contabilidade da en- 01-03-0N Recebimento do empréstimo 11 30.000,00

tidade emitente envolve a emissão/subscrição das obrigações, a liberação das Sócios 253x 30.000,00

obrigações, o processamento e pagamento(s) dos juros e o processamento e Contabilização de juros relativos ao ano 200N
dd-03-0N Outros juros a pagar (10 meses de juros 6918 1.500,00
pagamento (reembolso) das obrigações.
Juros a liquidar 27222 1.500,00

Vencimento e pagamento de juros:


dd-03- Juros relativos ao ano de 2 0 0 ( N + l ) 6918 300,00
(N+l) 27222 1.500,00
Juros relativos ao ano 200N

1RS retido (capitais) 2423 387,00

Banco x (cheques emitidos aos sócios) 12x 1.413,00

Restituição dos suprimentos e pagamento de juros de Março a Dezembro de 2 0 0 ( N + l )


dd-mm- Sócios 253x 30.000,00
(N+l)
Juros de Março a Dezembro 6918 1.500,00

IRS retido (capitais) 2423 322,50

Banco x (cheques emitidos aos sócios) 12x 31.177,50

206 207
ENQUADRAMENTO Exercício 5.04
As prestações acessórias estão definidas na lei comercial (CSC). As pres- Financiamentos - Empréstimo com juros a pagar no período
tações acessórias podem ser ou não em dinheiro e podem ou não vencer juros
seguinte
e têm que estar contempladas no contrato de sociedade.
Se as prestações acessórias não vencerem juros e não forem objecto de ENUNCIADO:
posterior reembolso, em data definida, aos sócios devem ser contabilizadas A Empresa ALFA, Lda., no dia 31 de Março de 200N, contraiu um em-
no capital próprio, numa subconta da conta «53 - Outros instrumentos de préstimo bancário com o Banco XPTO no montante de € 100.000,00. Neste
capital próprio». Se, ao contrário, vencerem juros e forem objecto de reem- empréstimo foi contratualizado o pagamento de 1 prestação anual a liquidar
bolso, em data definida, devem ser consideradas como suprimentos e conta- em 31 de Março de 200(N+l), a qual vence juros postecipados à taxa de 6%.
bilizadas no passivo da empresa, na conta «253x - Financiamentos obtidos
- Participantes de capital». C
I AO) N
A TlAABt Ii Ll IHZi A
AÇVÃ
AOU:;

CONTA DÉBITO CRÉDITO 1


11 ATA HISTÓRICO

R e r n n L i P r i t T i p n r n rio empréstimo obtido:

31-03-0N Banco x 12x 100.000,00


Empréstimos bancários 2511x 100.000,00

Reconhecimento dos juros de 200N:

31-12-0N Outros juros a pagar (9 meses de juros) 6911 4.500,00


Juros a liquidar 2722 4.500,00

P a e a m o n t n An empréstimo e dos respectivos juros:

Empréstimos bancários 2511 100.000,00


31-03-
(N+l) Juros relativos ao ano 200N 27222 4.500,00
Juros relativos ao ano de 2 0 0 ( N + l ) 6911 1.500,00
Banco x 12x 106.000,00

ENQUADRAMENTO:
De acordo com a NCRF 27, § 6, uma entidade deve reconhecer um pas-
sivo financeiro quando a entidade se torne uma parte das disposições contra-
tuais do instrumento.
No exemplo apresentado há que ter em conta o pressuposto do acrés-
cimo presente na EC, tendo assim que se reconhecer os gastos no período a
que dizem respeito (no ano de 200N), independentemente do seu pagamen-
to apenas ocorrer no período seguinte.

208 209
Exercício 5.05 No começo do prazo de locação, os locatários devem reconhecer as lo-
Financiamentos - Escolha múltipla cações financeiras como activos e passivos nos seus balanços por quantias
iguais ao justo valor da propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente
ENUNCIADO:
dos pagamentos mínimos da locação, cada um determinado no início da lo-
Nas questões de resposta múltipla, existe apenas uma afirmação verda- cação (NCRF 9, § 20).
deira. Identifique as respostas correctas.
Uma locação financeira dá origem a um gasto de depreciação relativo ao
activo depreciável assim como a um gasto financeiro em cada período con-
' 1. A empresa Alfa, S. A . (locatária) celebrou em 01 de Agosto de 200N, u m contrato de
locação operacional sobre uma viatura, com a Alugacar, S.A. (locadora) cujo valor de tabilístico. Os pagamentos de uma locação operacional devem ser reconhe-
mercado é de € 25.000,00 e a vida útil de 4 anos. O contrato tem uma duração de 4 anos cidos como um gasto numa base linear durante o prazo da locação salvo se
e contempla o pagamento de rendas semestrais postecipadas no valor de € 3.750,00. A
uma outra base sistemática for mais representativa do modelo temporal do
empresa Alfa, S.A. (locatária) deverá reconhecer na sua contabilidade, em 200N:
a Uma depreciação de € 6.250,00
benefício (NCRF 9, §§ 24 e 30).
i
D
uma depreciação de 2.604,00 e um gasto em rendas e alugueres de € 3.125,00
C U m gasto em rendas e alugueres de € 3.125,00

d Uma depreciação de € 6.250,00 e um gasto em rendas e alugueres de € 3.750,00

2. Uma empresa que tenha celebrado u m contrato de locação financeira a 0 1 / 0 8 / 2 0 0 N , no


qual tenha ficado acordado o pagamento de rendas semestrais antecipadas, em que os
juros da primeira renda ascendem a € 660,00, deverá reconhecer na sua contabilidade
em 2 0 0 N : '
a Um gasto financiamento no valor de € 550,00 e um acréscimo de gastos no valor de
€110,00
r
D
U m gasto financiamento no valor de € 550,00 e um gasto diferido no valor de € 110 00
c U m gasto financiamento no valor de € 330,00 e um gasto diferido no valor de € 330,00
d Um gasto de financiamento no valor de € 660,00

ENQUADRAMENTO:

A locação financeira é uma locação que transfere substancialmente todos


os riscos e vantagens inerentes à posse de um activo e uma locação operacio-
nal é uma locação que não seja uma locação financeira (NCRF 9, § 4).

210 211
Capítulo 7: Impostos sobre o rendimento 269
Exercício 7.01 - Impostos diferidos - Revalorização de activo fixo tangível depreciável 272
Exercício 7.02 - Impostos diferidos - Revalorização de activo fixo tangível não depreciável 276
Exercício 7.03 - Impostos diferidos - Contabilização pela primeira vez 277
Exercício 7.04 - Impostos diferidos - Ajustamentos em investimentos financeiros, relacionados

comoMEP 282

Exercício 7.05 - Impostos diferidos - Prejuízos fiscais 284


Exercício 7.06 - Impostos diferidos - Provisões não dedutíveis fiscalmente 287

Exercício 7.07 - Impostos diferidos - Contratos de construção 289


Exercício 7.08 - Impostos sobre o rendimento - Escolha múltipla 293
Capitulo VII - Impostos sobre o rendimento

O tratamento dos impostos sobre o rendimento como u m gasto do pe-


ríodo é um procedimento que está de acordo com a definição de lucro pro-
posta pela Estrutura Conceptual (EC) do Sistema de Normalização Contabi-
lística (SNC), § 103 e pelo § 5, da NCRF 25, que define lucro contabilístico
como sendo "o resultado líquido de u m período antes da dedução do gasto
de impostos."
Esta perspectiva da natureza dos impostos sobre os lucros, assenta na te-
oria do proprietário que considera que as obrigações da empresa para com o
Estado reduzem os lucros que aumentam a riqueza dos proprietários e que o
imposto sobre o rendimento da empresa não resulta de transacções com os
proprietários, não sendo, por isso, considerados como distribuição de lucros.
Na contabilização dos impostos sobre os lucros outra questão que se co-
loca é a da sua mensuração, se devem ser reconhecidos numa perspectiva do
imposto que se estima venha a ser liquidado, em sede de imposto sobre o ren-
dimento, com referência à matéria colectável do período (numa óptica de
caixa); ou se devem ser reconhecidos no quadro dos designados "impostos
diferidos", contemplando, por isso, também as diferenças temporárias entre
o resultado contabilístico e o resultado tributável do período (numa óptica
de a c r é s c i m o ) .
É esta última perspectiva a adoptada pelo SNC, em consonância com o
IASB, considerando que o gasto de imposto é a quantia agregada incluída na
determinação do resultado líquido do período respeitante a impostos corren-
tes e a impostos diferidos.

271
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo VII - Impostos sobre o rendimento

Exercício 7.01 - O Imposto sobre o rendimento correspondente = € 480.000 x 26,5%


Impostos diferidos - Revalorização de activo fixo tangível = € 127.200,00.
depreciável - A depreciação anual do edifício que era de € 10.000,00 = 500.000,00
x 2%, passa a ser de € 50.000,00 = 2.500.000,00 x 2%, ou seja
ENUNCIADO € 10.000,00 relacionada com o custo inicial do edifício e € 40.000,00,
A empresa Alfa, S. A., no final do ano de 200N, procedeu à revalorização relacionada com o acréscimo no valor inicial.
do edifício da sede, com base em diploma legal, conhecendo-se os seguintes - A realização do excedente de revalorização anual é de € 40.000,00
dados, depois das depreciações do exercício: = 1.200.000,00 / 30.
- O imposto diferido a realizar em cada ano é de € 4.240,00 =
Valor de aquisição € 500.000,00
127.200,00/30.
Depreciações acumuladas € 200.000,00 (20 depreciações)

Vida útil 50 anos


CONTABILIZAÇÃO
Coeficiente de actualização 5
Taxa de I R C + derrama 26,5% DATA CONTA DÉBITO CRÉDITO
HISTÓRICO
Reconhecimento do excedente de revalorização
31-12-0N Edifícios e outras construções 432x 2.000.000,00

ASSIM TEM-SE Depreciações acumuladas 4382x 800.000,00

Exc. de revalorização antes de impostos 5811 1.200.000,00


(1) Acréscimo no valor do edifício = (500.000 x 5) - 500.000 = € 2.000.000,00
Constituição do passivo por impostos diferidos a realizar em 30 anos
(2) Acréscimo nas depreciações acumuladas = (200.000 x 5) - 200.000 = € 800.000,00
31-12-ON Impostos diferidos 5812 127.200,00
(3) = ( l ) - (2) Excedente de revalorização = € 1.200.000,00
Passivos por impostos diferidos 2742 127.200,00

Contabilização em cada ano de depreciação do exercício


O excedente de revalorização vai realizar-se em 30 anos. Uma vez que
31-12- Depreciação do exercício 6422x 50.000,00
se trata de uma revalorização ao abrigo de u m diploma de carácter fiscal, de (N+i)
Depreciações acumuladas 4382x 50.000,00
acordo com o Decreto-Regulamentar n ° 25/2009, de 14 de Setembro, o fisco
Realização do excedente de revalorização
não aceita como gasto, o produto de 40% pela importância do aumento das 31-12- Exc. de revalorização antes de impostos 5811 40.000,00
depreciações resultantes dessas revalorizações (excedente de revalorização (N+i)
Resultados transitados 56xy 40.000,00
realizado). Diminuição do passivo por imposto diferido
31-12- Imp. diferidos relativos à revalorização 2742 4.240,00
(N+i)
ENTÃO: Imposto diferido 8122 4.240,00

- € 1.200.000 x 40% = € 480.000 não vão ser aceites como custos fiscais Impostos diferidos relativos ao excedente de revalorização
31-12- Resultados transitados 56xy 4.240,00
ao longo de 30 anos.
(N+i)
Impostos diferidos 5812 4.240,00

272 273
SNC CONTABILIDADE FINANCEIRA Casos práticos - Tomo I Capítulo VII - Impostos sobre o rendimento

ENQUADRAMENTO: Porém, se uma entidade fizer tal transferência, a quantia transferida é líquida
A revalorização de u m activo fixo tangível provoca um acréscimo na de qualquer imposto diferido relacionado (NCRF 25, § 58).
base do valor amortizável e, por isso, um aumento das amortizações futuras, Os efeitos tributários relatados como passivos por impostos diferidos de-
o que resulta numa diminuição dos resultados dos exercícios seguintes. 0 vem reflectir as consequências fiscais esperadas no momento em que o activo
aumento da quantia escriturada deve ser creditado directamente no capital é recuperado. Assim, os passivos por impostos diferidos devem ser mensura-
próprio numa conta com o título «excedente de revalorização», NCRF 7, dos com base na utilização das taxas de tributação aprovadas para os períodos
§39. em que se prevê venham a reverter as subjacentes diferenças temporárias fis-
Em Portugal, a revalorização de um activo não afecta o lucro tributável cais, devendo ser ajustados sempre que se verifiquem alterações nas taxas de
no período da revalorização, por isso, a base fiscal (tributável) do activo não tributação do rendimento ou em outros aspectos da legislação fiscal (NCRF
é ajustada. Porém, a recuperação futura da quantia escriturada resultará num 25, §§ 43 a 50).
fluxo tributável de benefícios económicos para a entidade e a quantia que será Na contabilização, após o reconhecimento na conta « 5 8 - Excedentes
dedutível para finalidades de tributação diferirá da quantia desses benefícios de revalorização de activos fixos tangíveis e intangíveis», por qualquer pro-
económicos (NCRF 25, § 2 0 ) . cesso, do valor do aumento do imobilizado líquido, aquela conta é debitada
Quando com o aumento da quantia escriturada provoca diferenças, para por contrapartida da conta « 2 7 4 2 - Passivos por impostos diferidos» pelo
menos, relativamente ao valor fiscal do activo, que corresponde ao valor atri- montante do imposto correspondente à fracção do excedente de revaloriza-
buído pela administração fiscal para a determinação dos resultados fiscais fu- ção não relevante para a tributação.
turos, estas diferenças temporárias fiscais levam ao reconhecimento de passi- Para o efeito, a conta relativa a cada excedente de revalorização é des-
vos por impostos diferidos (NCRF 25, §§ 7 e 15). dobrada em duas subcontas: uma, denominada « 5 8 1 1 - Antes de imposto
O excedente de revalorização pode ser transferido para «Resultados sobre o rendimento», que tem saldo credor, e outra, denominada por « 5 8 1 2
transitados» (e não para resultados do exercício), na medida que o activo é - Impostos diferidos» cujo saldo é devedor. O indicado débito terá lugar nes-
usado e o excedente realizado (NCRF 7, § 41). Assim, a quantia do excedente ta última subconta.
transferida é a diferença entre a depreciação baseada na quantia escriturada Aquando da realização do excedente de revalorização, a subconta « 5 8 1 2
revalorizada do activo e a depreciação baseada no custo original do activo. - Impostos diferidos» é creditada pela correspondente fracção do imposto
Por outro lado, quando o activo for desreconhecido, o valor residual do ex- sobre o rendimento, por contrapartida da conta « 5 6 x y - Resultados transi-
cedente de revalorização incluído no capital próprio é também transferido tados - . . . » . Simultaneamente, a conta « 2 7 4 2 - Passivos por impostos dife-
para «Resultados transitados», o que implica a transferência da totalidade r i d o s » é debitada por contrapartida da conta « 8 1 2 2 - Imposto diferido».
do excedente.
A NCRF 7, não especifica se uma entidade deve transferir ano a ano o
excedente de revalorização para resultados transitados uma quantia igual à
diferença entre a depreciação ou amortização baseada no custo desse activo.

27S
— -
Exercício 7.02 Exercício 7.03
Impostos diferidos - Revalorização de activo fixo tangível Impostos diferidos - Contabilização pela primeira vez
não depreciável
ENUNCIADO
O balancete da empresa Gama, em 31-12-200N, antes da liquidação do
ENQUADRAMENTO
Quanto aos bens não depreciáveis, considera-se a óptica da alienação, IRC, apresentava os seguintes saldos:
SALDO 1
tendo em atenção o seguinte: Independentemente da existência de nova re- CONTA h DEVEDOR CREDOR 1
valorização, o valor do imposto diferido resultante da diferença entre a base 357.000,00
219 Perdas por imparidade acumuladas
tributável e a quantia escriturada dos bens não depreciáveis deve ser ajustado 15.000,00
292 Garantias a clientes
tendo em atenção a variação da base tributável decorrente da aplicação dos 31.500,00
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
coeficientes de desvalorização monetária, uma vez que estes são utilizados 96.000,00
5811 Decreto-Lei n°
para determinar tal base tributável no âmbito do apuramento das mais e me- 8.000,00
6266 Despesas de representação
nos valias fiscais. 700,00
68882 Multas não fiscais
Nos casos em que, por efeito de revalorizações, os elementos dos activos 25.000.000,00
811 Resultado antes de impostos
fixos tangíveis e intangíveis passem a ter uma base tributável superior (caso
das situações de imparidade) à correspondente quantia escriturada não deve-
rá ser registado qualquer correspondente activo por impostos diferidos. As contas de imparidades acumuladas e de provisões no exercício de

No caso de bens revalorizados não susceptíveis de depreciação, as quan- 200N, verificaram a seguinte evolução:
tias do passivo por impostos diferidos e do excedente de revalorização deve- S. I N I C I A L REFORÇO REVERSÃO S. F I N A L I

rão ser ajustadas de acordo com as alterações da base tributável, em função da Dívidas de clientes 535.500,00 178.500,00 357.000,00
219
aplicação dos sucessivos coeficientes de actualização monetária. Garantias a clientes 15.000,00 15.000,00
292
No caso da revalorização de activos fixos tangíveis destinados ao uso pela Ac trabalho e doenças profissionais 24.000,00 7.500,00 31.500,00
294
empresa deverá ter-se em atenção o valor da base tributável compatível com o
destino indicado. Assim, são irrelevantes as variações de valor que não corres-
pondam a revalorizações em diplomas legais que comportem efeitos fiscais.
O saldo inicial da conta « 2 1 9 - Clientes - Perdas por imparidade acu-
m u l a d a s » , diz respeito a dívidas em mora, tendo sido provisionada a totalida-
de das dívidas. O desdobramento das dívidas é o seguinte:
- Dívida do cliente A, no valor de 357.000, factura emitida em 30 de
A b r i l de 2 0 0 ( N - l ) , (7 meses de mora);

277
276
24.656.000,00
Base tributável
- Dívida do cliente L, no valor de 178.500,00, factura emitida em 31 de 6.533.840,00
I R C + Derrama (26,5%)
Março de 2 0 0 ( N - l ) , (8 meses de mora). O cliente liquidou esta dívida 800,00
Tributação autónoma: Despesas de representação (10% x 8.000) ( 1 )
em Junho de 200N. 6.534.640,00
Imposto corrente

O saldo da conta « 5 8 1 1 - Excedentes de revalorização de activos fixos


Diferenças temporárias dedutíveis:
tangíveis - Decreto-Lei n ° ..., de dd de M M » , diz respeito à revalorização do
Saldo de abertura (75% de 535.500 + 31.500 + 15.000) 448.125,00
edifício da sede, efectuada há 7 anos. 46,66% da reserva já estavam realizados 7.500,00
Aumento
e transferidos para a conta « 5 6 x y - Resultados transitados - regularização (357.000,00)
Diminuição (178.500 + 50% de 357.000)
de excedentes». Os valores relativos aos excedentes de revalorização são os 98.625,00
Saldo final
seguintes:
Activos por impostos diferidos:
Excedentes de revalorização (a realizar em 15 anos) 180.000,00 118.753,13
Saldo de abertura
Base fiscal (60% de 180.000,00) 108.000,00 1.987,50
Aumento
Diferença temporária fiscal (40% de 180.000,00) 72.000,00 (94.605,00)
Reversão
Diferença temporária fiscal ainda não revertida (53,33%) 38.400,00 26.135,63
Saldo final
Variação das depreciações do exercício 12.000,00

Valor a acrescer ao resultado contabilístico em cada ano (40% de 12.000) 4.800,00 Diferenças temporárias fiscais:
38.400,00
Saldo de abertura
A taxa de IRC + derrama aprovada é de 26,5%, não se prevendo alteração 0,00
Aumento
para os próximos anos. (4.800,00)
Diminuição
33.600,00
Saldo final
Cálculo do valor dos impostos correntes e diferidos
Passivos por impostos diferidos:
200N 10.176,00
Saldo de abertura
Resultado antes de impostos 25.000.000,00 0,00
Aumento
A acrescer: (1.272,00)
Reversão
Provisões não dedutíveis 7.500,00 8.904,00
Saldo final
40% do aumento das depreciações resultantes da revalorização 4.800,00

Multas 700,00

A deduzir: <» A tributação autónoma das despesas de representação, em 2009, é de 10% (Lei n.° 64/2008, de 5 de
Dezembro). A taxa de 2005 a 2008, era de 5% (Lei n° 55/B/2004, de 30 de Dezembro - OE) e a taxa
Redução de provisões tributadas (178.500 + 50% de 357.000) (357.000,00)
2004, era de 6% = (20% de 30%), (Lei n° 107-B/2003, de 31 de Dezembro - OE)

278
CONTABILIZAÇÃO creditados ou debitados, no mesmo ou num diferente período, directamente
no capital próprio, NCRF 25, § 55. A empresa deve divulgar, separadamente,
DATA I HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÍDITO
esta situação, N C R F 25, § 74.
Excedentes de revalorização - Saldo de abertura
11 12 ON Imp. diferidos relativos à revalorização 5812 10.176,00 No que respeita ao capital próprio, os ajustamentos serão registados nas
Passivos por impostos diferidos 2742 10176,00
contas de, Outras reservas, Resultados transitados, Ajustamentos em activos
Excedentes de revalor. antes de imp. 5811 10.176,00 financeiros, ou Excedentes de revalorização, consoante for mais adequado.
Regularização de excedentes 56xy 10176,00
Se for necessário debitar uma conta de capital próprio e não houver saldo
Activos por impostos diferidos - Saldo de abertura suficiente nessa conta, os ajustamentos devem ser reconhecidos na conta de
31-12-ON Activos por impostos diferidos 2741 118.753,13 Resultados Transitados.
Ajustamentos por impostos diferidos 592 118.753,13
Reconhecimento do imposto corrente e impostos diferidos do exercício:
Imposto corrente:
31-12-ON Imposto estimado para o período 8121 6.534.640,00
I R C - Imposto estimado 241 lx 6.534.640,00
Reversão da diferença temporária fiscal
31-12-ON Passivos por impostos diferidos 2742 1.272,00
Imposto diferido 8122 1.272,00
Imp. diferidos relativos à revalorização 56xy 1.272,00
Regularização de excedentes 5812 1.272,00
Reversão da diferença temporária dedutível
31-12-ON Imposto diferido 8122 94.605,00
Activos por impostos diferidos 2741 94.605,00

ENQUADRAMENTO
Uma entidade deve, no seu balanço de abertura de acordo com a NCRF,
reconhecer todos os activos e passivos cujo reconhecimento seja exigido pe-
las NCRF, NCRF 3, § 7. Por isso a entidade deve reconhecer todos os ajusta-
mentos referentes a saldos de activos por impostos diferidos e de passivos por
impostos diferidos relativos a situações passadas.
O imposto corrente ou diferido deve ser debitado ou creditado direc-
tamente no capital próprio se o imposto se relacionar com itens que sejam

280 281
Exercício 7.04 CONTABILIZAÇÃO

Impostos diferidos - Ajustamentos em investimentos DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO

financeiros, relacionados com o MEP Contabilização das perdas por imparidade


31-12-ON Ajustamento de perdas por imparidade 5713x 8.000,00

ENUNCIADO Perdas por imparidade acumuladas 4111x 8.000,00

Em 31-12-200N, a empresa Alfa, S.A., tem na sua conta « 4 1 2 1 - Investi- Reconhecimento de activo por impostos diferidos
31-12-ON Activos por impostos diferidos 2741 2.120,00
mentos em associadas - Método da equivalência patrimonial» u m saldo de
Ajustamento de perdas por imparidade 5713x 2.120,00
€ 67.000, correspondentes a 20.000 acções da empresa Beta.
Contabilização em 31-12-200N: Reconhecimento da reversão das perdas por imparidade
- A cotação das acções da empresa Beta em 31-12-200N, é de € 2,95.
31-12-ON Ajustamento de perdas por imparidade 4111x 8.000,00
- Não havia nenhuma perda por imparidade constituída para aqueles tí-
Perdas por imparidade acumuladas 5713x 8.000,00
tulos.
Reconhecimento da reversão do activo por impostos diferidos
31-12-ON Activos por impostos diferidos 5713x 2.120,00
Em 31-12-200(N+l) a empresa mantinha em carteira as acções. Com a Ajustamento de perdas por imparidade 2741 2.120,00
aplicação do método de equivalência patrimonial, o valor das acções aumen-
tou para € 70.000 e a cotação, naquela data, era de € 3,60.
A (taxa de IRC + derrama), em 200N e 2 0 0 ( N + l ) é igual a 26,5%. ENQUADRAMENTO
Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial, o investidor deve
ASSIM TEM-SE determinar se é necessário reconhecer qualquer perda por imparidade adi-
Em31-12-200N: cional com respeito ao conjunto de interesses na associada, NCRF 13, § 51.
- Perdas por imparidade = (20.000 x 2,95) - 67.000 = - € 8.000,00 Em conformidade com os §§ 28 e 29 da NCRF 12, se a quantia recuperá-
- Impostos diferidos = 8.000 x 0,265 = € 2.120 vel de u m activo for menor que a sua quantia escriturada, esta deve ser reduzi-
da para a quantia recuperável e a perda por imparidade deve ser reconhecida
Em31-12-200(N+1): nos resultados, a não ser que o activo seja escriturado pela quantia revaloriza-
- Perdas por imparidade = (20.000 x 3,60) - 70.000 = € 2.000,00, não há da de uma outra norma, que, neste caso deve ser tratada como decréscimo de
perdas por imparidade. revalorização de acordo com essa outra norma.
- Anular os Impostos diferidos

282 283
Impostos sobre o rendimento:
Exercício 7.05
Imposto corrente 0,00 0,00 0,00 1.325,00
Impostos diferidos - Prejuízos fiscais
Imposto diferido:

ENUNCIADO: Activos por impostos diferidos:

Saldo de abertura 0,00 9.275,00 11.925,00 6.625,00


A empresa Alfa, SA, verificou a seguinte evolução nos seus resultados fiscais:
Constituição / reforço 9.275,00 2.650,00 0,00 0,00
EXERCÍCIOS
1 ' 1.' C 1 Tl ' F A 11 i~\ c r c r i I Reposição / anulação 0,00 0,00 - 5.300,00 - 6.625,00
200N 200(N+l) 200(N+2) 200(N 1 1 )
Saldo final 9.275,00 11.925,00 6.625,00 0,00
Prejuízo fiscal 35.000,00 10.000,00
Lucro tributável 20.000,00 30.000,00
CONTABILIZAÇÃO

DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO


Estes resultados tinham sido antecipadamente perspectivados, uma vez - '

E m 200N - Reconhecimento de activos por impostos diferidos


que no exercício de 200N a empresa verificou u m processo de reestruturação, 31-12-ON Activos por impostos diferidos 2741 9.275,00
que ficou concluído no exercício de 2 0 0 ( N + l ) , esperando-se que a partir de Imposto diferido 8122 9.275,00
200(N+2), a empresa viria a obter lucros fiscais. E m 200(N+1) - Reconhecimento de activos por impostos diferidos
A taxa de IRC + derrama aprovada em 200N foi de 26,5%, não se alteran- 31-12- Activos por impostos diferidos 2741 2.650,00
(N+l)
do nos anos seguintes. Imposto diferido 8122 2.650,00

E m 200(N+2) - Reversão de activos por impostos diferidos


31-12- Imposto diferido 8122 5.300,00
ASSIM TEM-SE
(N+2)
Activos por impostos diferidos 2741 5.300,00
Impostos sobre o rendimento em cada um dos exercícios:
E m 200(N+3): Reconhecimento do imposto estimado para o período
EXERCÍCIOS 31-12- Imposto corrente 8121 1.325,00
(N+3)
20X0 20X1 20X2 20x3 Imposto sobre o rend. - Imp. corrente 2741 1.325,00
Resultado fiscal: Reversão de activos por impostos diferidos
Prejuízo fiscal 35.000,00 10.000,00 Imposto diferido 8122 6.625,00

Lucro tributável 20.000,00 30.000,00 Activos por impostos diferidos 2741 6.625,00

Prejuízos fiscais dedutíveis:


Exercício 200N - 20.000,00 -15.00,00 ENQUADRAMENTO

Exercício 200(N+l) -10.000,00 Deve ser reconhecido u m activo por impostos diferidos relativamente
Matéria colectável 0,00 0,00 0,00 5.000,00 aos prejuízos fiscais que possam ser deduzidos a lucros futuros, bem como
em relação a créditos fiscais que, por eventual insuficiência da colecta do pe-

284 285
ríodo a que deviam ser deduzidos, sejam diferidos para períodos seguintes. Exercício 7.06
Porém, o registo de activos por impostos diferidos apenas é possível quando
Impostos diferidos - Provisões não dedutíveis fiscalmente
e na medida em que for previsível que venham a ser apurados lucros fiscais
que permitam a utilização desses prejuízos ou a dedução dos créditos fiscais, ENUNCIADO
respectivamente. A empresa Gama no exercício de 200N, realizou um serviço muito es-
A simples existência de prejuízos fiscais pode suscitar dúvidas quanto à pecializado a u m cliente, tendo, por isso, em 31-12-200N, constituído uma
capacidade de obtenção de resultados fiscais positivos, que venham a possi- provisão para garantia a clientes no montante de € 75.000,00.
bilitar a utilização desses prejuízos.
Em 200(N+2), deixou de haver necessidade de manter a provisão por-
Assim, apenas deve ser reconhecido um activo por impostos diferidos,
que o trabalho realizado não teve qualquer tipo de reclamação por parte do
respeitantes a prejuízos fiscais ou a créditos fiscais, se existir uma quantia su-
cliente.
perior ou igual de diferenças temporárias fiscais, ou existirem expectativas
A taxa de IRC + derrama aprovada em 200N foi de 26,5%, não se alteran-
fundamentadas de que irão ser apurados lucros tributáveis, que permitam,
em ambos casos, a utilização desses prejuízos, N C R F 25, §§ 31 a 33. do nos anos seguintes.

ASSIM TEM-SE
Uma provisão cujo gasto não é aceite fiscalmente.
O activo por impostos diferidos = 75.000,00 x 26,5% = 19.875,00

CONTABILIZAÇÃO

CONTA DÉBITO CRÉDITO j


DATA .. .

p ^ n n W i m e n t o da p r o v i s ã o
31-12-ON Prov. do período - Garantias a clientes 672 75.000,00

292 75.000,00
Provisão - Garantias a clientes
P r r n n W i m e n r o do artivo p o r impostos diferidos:
2741 19.875,00
31-12-ON Activos por impostos diferidos
8122 19.875,00
Imposto diferido
D ^ n K o r i m o n t a Ha r p v e r s ã o da p r o v i s ã o
Provisão - Garantias a clientes 292 75.000,00
31-12-
(N+2) 75.000,00
Reversão da prov. - Garantias a cliente 7632
P r r m i h p r i m » " * » <** r e v e r s ã o do activo p o r impostos diferidos:
Imposto diferido 8122 19.875,00
31-12-
(N+2) 2741 j 19.875,00
Activos por impostos diferidos

287
ENQUADRAMENTO Exercício 7.07
Independentemente das expectativas que possam existir quanto à evo- Impostos diferidos - Contratos de construção
lução dos resultados fiscais futuros, devem ser contabilizados activos por im-
postos diferidos quando simultaneamente existirem passivos por imposto» ENUNCIADO

diferidos decorrentes de diferenças temporárias fiscais cuja reversão se preve- A empresa Alfa, SA, reconhece os réditos dos contratos de construção
ja tenha lugar, N C R F 25, § 28: numa base na percentagem de acabamento, de acordo com a lei fiscal.
- N o mesmo período fiscal em que se preveja que revertam as diferença» Para u m contrato de construção, no valor de € 100.000,00, com u m perí-
temporárias dedutíveis; ou odo de 2 anos de construção, os gastos incorridos e estimados para executar a
- E m períodos em que uma perda fiscal, decorrente de um activo por obra, e as facturações e recebimentos do contrato, são os seguintes, em euros:
impostos diferidos, possa ser compensada com ganhos posteriores. 200N 200(N+l) I

Gastos incorridos acumulados 40 500 90 000


Em tal caso, o registo de activos por impostos diferidos deve ser feito até Gastos estimados para acabar a obra 49 500 -

ao limite dos passivos por impostos diferidos nas condições referidas, NCRF Facturação emitida 40 000 60 000
25, § 29.
O registo deverá ser efectuado sempre que se mostre prcvável a obten- A taxa de IRC + derrama aprovada para os dois anos de construção é de 26,5%
ção de ganhos futuros que permitam a recuperação do active por impostos
diferidos, o u tenham surgido passivos por diferenças temporárias fiscais que ASSIM TEM-SE

compensem aqueles activos, até ao limite da compensação, NCRF 25, § 33. A percentagem de acabamento e os réditos totais e do período são os
Na data do encerramento das contas, deverão ser objecto de reapreciação seguintes:
todas as situações em que tenham existido activos por impostos diferidos que ^ 200N 200(N+l) J

não tenham sido reconhecidos por não estarem reunidas as condições para o Gastos incorridos acumulados 40 500 90 000

efeito exigidas, N C R F 25, § 34. Gastos estimados para acabar a obra 49 500 -

Grau de acabamento 45,00% 100,00%

Réditos do período 45 000 55 000

Réditos totais 45 000 100 000

As demonstrações dos resultados são as seguintes:


200N 2O0(N+l) TOTAL

Prestações de serviços 45.000 55.000 100.000

Gastos de produção: -40.500 -49.500 -90.000

Lucro (antes de impostos) 4.500 5.500 10.000

288 289
Usando as regras fiscais, calculase a percentagem de facturação. Se esta 2O0N 200(N+l) J

for inferior à da fase de acabamento, o lucro tributável do contrato será deter- Resultado antes de impostos 4.500 5.000

minado em função da percentagem de facturação. A acrescer:


Lucro de contratos de construção - 500

A deduzir:
CÁLCULO DA PERCENTAGEM D E FACTURAÇÃO
Lucro de contratos de construção -500 -
200N 200(N1 1 ) Lucro tributável 4.000 6.000
Contrato 100.000 100.000 Impostos correntes (taxa de 26,5%) 1.060 1.590
Facturação acumulada 40.000 100.000 Diferença temporária fiscal:
Percentagem de facturação 40,00% 100,00% Saldo de abertura 500 500
Anulação (reposição) 0 -500
Uma vez que a percentagem de facturação é i nferior à da percentagem Saldo de fecho 500 0
de acabamento, o lucro tributável do contrato é det erminado f ;m função da Passivo por impostos diferidos Taxa de imposto (26,5%):
percentagem de facturação, como se segue: Saldo de abertura 132,5 132,5
Anulação (reposição) 0 -132,5
200N 200(N+i) T O T A L 1 Saldo de fecho 132,5 0
Prestação de serviços tributados 40.000 60.000 100.000
Gastos de produção dedutíveis:
CONTABILIZAÇÃO
40% de 90.000 -36.000 -36.000
60% de 90.000 -54.000 DATA HISTÓRICO CONTA DÉBITO CRÉDITO
-54.000
. •••• • '.- : -.> . .. ....

Lucro tributável do contrato 4.000 6.000 10.000 Reconhecimento do imposto corrente


31-12-ON Imposto estimado para o período 8121 1.060,00
Lucro (antes de impostos) 4.500 5.500 10.000
I R C - Imposto estimado 241 lx 1.060,00
Diferença temporária fiscal -500 500 0
Reconhecimento do passivo por impostos diferidos
31-12-ON Imposto diferido 8122 132,50

O lucro tributável e o gasto de impostos correntes e o passivo por im- Passivos pc >r impostos diferidos 2742 132,50

postos diferidos para os períodos 200N e 2 0 0 ( N + l ) (supondo uma taxa de Reconhecimento do imposto corrente
31-12- Imposto estimado para o período 8121 1.590,00
imposto para ambos os períodos de 26,5%) é o seguinte:
(N+l) 1.590,00
I R C - Imposto estimado 241 lx

Reconhecimento da anulação do passivo por impostos diferidos


31-12- Passivos por impostos diferidos 2742 132,50
(N+l)
Imposto diferido 8122 132,50

290 291
ENQUADRAMENTO Exercício 7.08
A lei fiscal, IRC, art° 19°, define que a determinação de resultado»! Impostos sobre o rendimento - Escolha múltipla
relação a obras cujo ciclo de produção ou tempo de construção seja s i i | •
a um ano pode ser efectuada segundo o critério de encerramento da < <\>i ,i nil ENUNCIADO:

segundo o critério da percentagem de acabamento, sendo obrigatóri.i ,i ntlll Em cada uma das questões de resposta múltipla, existe apenas uma afir-
zação do critério da percentagem de acabamento nas obras (públicas ou pr! mação verdadeira. Identifique as respostas correctas.
vadas) efectuadas em regime de empreitada, quando se verifiquem ía< luí l
ções parciais do preço estabelecido, ainda que não tenham carácter s i n esslvi i, Em 31-12-200N, a empresa Alfa efectuou a revalorização do seu edifício

e as obras realizadas tenham atingido o grau de acabamento correspoinlmii da sede com base em diploma legal, tendo obtido um excedente de revalori-
aos montantes facturados; e nas obras efectuadas por conta própria vendida zação de € 250.000,00, a realizar em 20 anos. Sabendo que a administração
fraccionadamente, à medida que forem sendo concluídas e entregues aos ad fiscal não vai aceitar 40% daquele excedente de revalorização e que a taxa de
quirentes, ainda que não sejam conhecidos exactamente os custos totais dan imposto sobre o rendimento é de 30%.
mesmas.
«1. E m 31-12-200(N+1), depois da contabilização das depreciações do exercício, o saldo da
Assim, os proveitos são reconhecidos à medida que a obra contratada
conta « 2 7 4 2 - Passivos por impostos d i f e r i d o s » , será igual a:
progride, atribuindo-se a cada período contabilístico um resultado correi*
a € 45.000,00
pondente ao grau de acabamento, mediante o balanceamento dos proveito»
b e 4? 7sn,nn
respectivos c o m os custos incorridos inerentes.
c €. 30.000,00
Para efeitos de tributação, calcula-se a percentagem de facturação e I I
d
esta for inferior à da fase de acabamento, o lucro tributável do contrato será
determinado em função da percentagem de facturação.
'2 Com base nos dados anteriores, no caso de se tratar de uma revalorização que nao tives-
se por base um diploma legal, o montante reconhecido na conta « 2 7 4 2 - Passivos por
impostos d i f e r i d o s » , em 31-12-200N, considerando a mesma taxa de imposto sobre o
rendimento é de 30%, será igual a:

a e 45 nno,oo

b e W nnn,n(i

293
EXERCÍCIO SOLUÇÃO |
EXERCÍCIO SOLUÇÃO |
ENQUADRAMENTO
l.c) Exercício 3.26 l.a)
Exercício 1.17
Lembra-se que, quando por efeito de revalorização emergir u m valor
l.c) 2.b)
Exercício 1.18
líquido dos elementos dos activos fixos tangíveis superior à respectiva base
2.b) Exercício 4.06 l.b)
tributável, ao aumento do valor líquido daqueles elementos corresponderá
3.c) 2.b)
um montante de imposto diferido respeitante à diferença entre o valor decor-
4.b) 3. a)
rente da revalorização e a inerente base tributável
5.b) Exercício 4.07 l.c)
O tratamento dos impostos diferidos envolve a consideração de alguns
6.b) Exercício 5.05 l.c)
pressupostos quanto à inclusão do valor dos bens no cômputo do resultado.
7.c) 2.b)
Assim, os elementos susceptíveis de depreciação podem afectar o resultado
l.b) Exercício 6.19 l.b)
Exercício 2.21
quer pela via da amortização, quer pela via da alienação, enquanto os elemen-
2. d) 2. d)
tos não susceptíveis de amortização apenas podem afectar o resultado pela
3.c) 3. d)
via da alienação.
l.a) Exercício 6.20 l.a)
Exercício 3.24
Relativamente aos bens depreciáveis, a adopção de uma ou outra dessas
2.c) 2. c)
ópticas não é indiferente em termos de tratamento dos impostos diferidos.
3.b) 3.c)
Por se afigurar mais razoável pressupor a continuidade dos activos ao serviço
1. c) Exercício 7.08 l.d)
Exercício 3.25
da entidade considera se para este tipo de bens a óptica do uso, através da
2. a) 2.c)
depreciação.
O aumento do valor dos activos fixos tangíveis terá como contrapartida
o respectivo passivo por impostos diferidos e o excedente de revalorização. A
reversão daquele valor do passivo por impostos diferidos processar se á por
efeito da realização do excedente de revalorização, quer pelo registo das quo-
tas de amortização periódica, quer por alienação do bem ou de outras opera-
ções que incidam sobre o mesmo.
Quanto aos bens não depreciáveis, considera-se a óptica da alienação,
tendo em atenção o seguinte: Independentemente da existência de nova re-
valorização, o valor do imposto diferido resultante da diferença entre a base
tributável e o valor contabilístico dos bens não depreciáveis deve ser ajustado
tendo em atenção a variação da base tributável decorrente da aplicação dos
coeficientes de desvalorização monetária, uma vez que estes são utilizados
para determinar tal base tributável no âmbito do apuramento das mais e me-
nos valias fiscais.

295
294
SIGLAS

SIGLAS

EC - ESTRUTURA CONCEPTUAL

Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro:


NCRF 1 - Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras
NCRF 2 - Demonstração de Fluxos de Caixa
NCRF 3 - Adopção pela primeira vez das NCRF

NCRF 4 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros


NCRF 5 - Divulgações de Partes Relacionadas
NCRF 6 - Activos Intangíveis
NCRF 7 - Activos Fixos Tangíveis

NCRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas
NCRF 9 - Locações

NCRF 10 - Custos de Empréstimos Obtidos


NCRF 11 - Propriedades de Investimento
NCRF 12 - Imparidade de Activos

NCRF 13 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em Associadas

NCRF 14 - Concentrações de Actividades Empresariais


NCRF 15 - Investimentos em Subsidiarias e Consolidação

NCRF 16 - Exploração e Avaliação de Recursos Minerais

NCRF 17-Agricultura

NCRF 18 - Inventários
NCRF 19 - Contratos de Construção

NCRF 20 - Rédito
NCRF 21 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes
NCRF 22 - Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação de Apoios do Governo
Eusébio Pires da Silva
NCRF 23 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio
Professor no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de
NCRF 24 - Acontecimentos Após a Data do Balanço
Lisboa (ISCAL), do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL). Vasta experiência
NCRF 25 - Impostos Sobre o Rendimento
no ensino e na Contabilidade Financeira das empresas e dos grupos empre-
NCRF 26 - Matérias Ambientais
sariais.
NCRF 27 - Instrumentos Financeiros
NCRF 28 - Benefícios dos Empregados
J o s é Luís Miguel da Silva
NCRF-PE - Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades
Professor no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de
Lisboa (ISCAL), do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL). Vasta experiência
Normas Interpretativas ( N I ) :
no ensino da Contabilidade Financeira.
NI 1 - Consolidação Entidades de Finalidades Especiais

NI 2 - Uso de Técnicas de Valor Presente para Mensurar o Valor de Uso


Tânia Alves de Jesus
Professora no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de
Lisboa (ISCAL), do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL). Vasta experiência
no ensino da Contabilidade Financeira.

Ana Cristina Pires da Silva


Economista. Vasta experiência no mundo empresarial e associativo.

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