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Direito Notarial

Sandra Bretes Vitorino


Notariado

Bibliografia/Notariado:

• Manual de Direito Notarial de Neto Ferreirinha;


• A Titulação dos Negócios – Aspetos Jurídicos, Fiscais e Registais – Fernanda Pereira;
• Direitos Reais e Direito Registal Imobiliário de José Alberto González;
• Direito dos Registos e do Notariado de J. Seabra Lopes;
• Código do Notariado anotado – Fernando Neto Ferreirinha. Almedina. 2013

• Do Contrato de Compra e venda e do Documento Particular Autenticado – Rui Januário e António Gameiro. Wolters Kluver. 2012;

• Titulação de Negócios Jurídicos sobre Imóveis – Em Especial Por Documento Particular Autenticado. Coimbra. Almedina. 2013 -

David Martins Lopes Figueiredo


• Direito e Prática Notarial, GONZÁLEZ, J.A.R.L. e JANUÁRIO, R. (2008. Quid Juris)
• Código do Notariado – Anotado. GONZÁLEZ, J.A.R.L e LOPES, J. B (2007) Lisboa: Quid Juris
• Código Notariado – Anotado e Comentado, ROCHA, J.C.G. (2009 ). Coimbra: Almedina
• Direito Notarial e Direito Registra, lRODRIGUES, P.N. (2010 ). Coimbra: Almedina .

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Notariado

Bibliografia:

• BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
• Trabalhos e textos sobre as matérias lecionadas e colocados na plataforma.

• WEBLIOGRAFIA
• Textos publicados na página do CENoR (F.D.U.C.) : www.fd.uc.pt/cenor

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Notariado

Legislação:

• Estatuto do Notariado – aprovado pelo Decreto-


Lei n.º 26/2004, de 4 de Fevereiro.
• Código do Notariado;
• Código do Imposto do Selo; Tabela de Honorários
e Encargos da Atividade Notarial – Port.a
385/2004 de 16/4

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Síntese histórica:

• Primeiro documento com a menção de notarius


data do ano de 1 034;

• Primeiras regras disciplinadoras da atividade


notarial dos tabeliães remontam ao reinado de D.
Notariado Afonso III.

• Primeiros estatutos legais dos tabeliães surgiram no


reinado de D. Dinis (1305);

• Primeira lei orgânica: 23 de Dezembro de 1 899

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Síntese histórica:

• A designação de notários surge com o Decreto de


14 de Dezembro de 1900;

Notariado • O primeiro Código foi aprovado pelo Decreto n.º 15


304, de 2 de Abril de 1 928;

• O actual Código foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º


207/95, de 14 de Agosto.

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Principais sistemas de notariado:

• Sistema jurídico romano-germânico ou de civil law:

• Sistemas anglo-saxónicos de commom law;

• Notariado administrativo ou funcionarizado.

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Sistema romano-germânico:

• O notário é um oficial público e age de acordo com os seguintes princípios:


• Independência;
• Imparcialidade;
• É livremente escolhido;
• Presta assessoria às partes;
• É o autor dos documentos (documentos públicos);
• Pode recusar a prática de atos.

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Sistema anglo-saxónico:

• O notário não é um oficial público;

• Os agentes notariais – designados notaries, solicitors ou barristers – não


são “public officers”;

• São apenas profissionais liberais;

• São alheios à confeção dos documentos;

• Tem uma função meramente certificadora.

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Sistema de notariado administrativo:

• Vigorou com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 35 390, de 22 de


Dezembro de 1 945;

• O notário é um funcionário público, integrando uma estrutura


hierarquizada;

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Sistema de notariado em Portugal:

• Foi consagrado em Portugal o sistema de notariado latino que


corresponde ao sistema romano-germanico;

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Estatuto do Notariado – aprovado pelo Decreto-Lei n.º 26/2004, de 4 de


Fevereiro.

• Jurista – Aos documentos escritos elaborados pelo notário no exercício


da sua função, é conferida fé pública (art.º 1.º, n.º 1);

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Estatuto do Notariado

O notário é, simultaneamente/art.º 1.º, n.º 2

• Um oficial público – que confere autenticidade aos documentos e


assegura o seu arquivamento; e
• Um profissional liberal - que exerce a sua atividade num quadro
independente, imparcial e por livre escolha dos interessados.

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Função notarial/art.º 1.º CN e art.º 4.º do EN

Pretende-se, com a função notarial, alcançar dois objetivos:

• Dar forma legal; e

• Conferir fé pública aos atos jurídicos extrajudiciais.

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Função notarial/art.º 1.º CN e art.º 4.º EN

• Dar forma legal consiste em formalizar um ato ou negócio jurídico, algo


sempre necessário, visto que ele tem necessariamente de revestir uma
forma externa que o torne cognoscível com verdade e exatidão;

• Atribuir fé pública - De uma forma muito simples, mas ciente da


complexidade que a questão levanta, Mouteira Guerreiro considera que a
fé pública se traduz naquilo em que a lei considera bastante para merecer
a confiança pública, para que todos possam confiar na veracidade do que
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se acha consignado pela entidade que goza desse crédito.
Notariado

Compete ao notário:
Em geral:
• Redigir o instrumento público, conforme a vontade dos
interessados, a qual deve indagar, interpretar e adequar ao
ordenamento jurídico, esclarecendo o seu valor e alcance (art.ºs
4.º do EN e art.º 4.º do CN).

Em especial:
• Lavrar os atos referidos no n.º 2 do art.º 4.º do CN.
• Deve prestar assessoria às partes (art.º 1.º. n.º 2).

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Competência territorial:
• O notário exerce a sua função na circunscrição territorial do município
em que está instalado o respetivo cartório (art.º 7.º do EN e art.º 4,º,
n.º 3 CN);

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Princípios notariais

• O notário exerce a sua função em nome próprio e sob sua


responsabilidade, com respeito pelos princípios da legalidade,
autonomia, imparcialidade, exclusividade e livre escolha (art.º 10.º do
EN).

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Princípio da legalidade (art.º 11.º EN) –

O notário deve fazer um exame do ato cuja prática lhe é requerida, em face
das disposições legais aplicáveis e dos documentos apresentados ou
exibidos, verificando especialmente:
• A legitimidade dos interessados;
• A regularidade formal e substancial dos referidos
documentos; e
• A legalidade substancial do ato solicitado.

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Princípio da legalidade (art.º 11.º, n.º 2 do EN e art.º 173.º do CN) –

O notário deve recusar a prática de atos:


• Que forem nulos;
• Não couberem na sua competência; ou
• Se pessoalmente estiver impedido de os praticar;
• Sempre que tenha dúvidas sobre a integridade das faculdades
mentais dos participantes;

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Princípio da legalidade (art.º 11.º, n.º 3 EN e art.º 174.º do CN) –

• O notário não pode recusar a sua intervenção com fundamento na


anulabilidade ou ineficácia do ato;

• Neste caso deve advertir os interessados da existência do vício e


consignar no instrumento a advertência.

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Princípio da autonomia (art.º 12.º EN) –

• O notário é um profissional independente quer em relação ao Estado


quer a quaisquer interesses particulares, exercendo assim as suas
funções.

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Princípio da imparcialidade (art.º 13.º EN e art.º 5.º do CN)

O notário exerce as suas funções de forma equidistante dos interesses dos


particulares, devendo abster-se de assessorar apenas uma das partes e está
impedido de praticar os seguintes atos:

• Quando neles tenha interesse pessoal;

• Quando neles tenha interesse o seu cônjuge ou pessoa em situação


análoga há mais de dois anos, algum parente ou afim em linha reta ou
até 2.º grau da linha colateral;

• Quando neles intervenha como procurador ou representante legal o


seu cônjuge, ou pessoa em situação análoga há mais de dois anos,
algum parente ou afim em linha reta ou até ao 2.º grau da linha
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colateral.
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Princípio da imparcialidade – Extensão dos impedimentos (art.º 14.º EN e


art.º 6.º CN)

• Os impedimentos do notário são extensíveis aos seus trabalhadores

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Princípio da exclusividade (art.º 15.º)

• As funções de notário são incompatíveis com quaisquer outras funções


remuneradas, públicas ou privadas, exceto as atividades docentes e de
formação, se autorizadas pela Ordem dos Notários, a participação em
conferências, colóquios e palestras, bem como a perceção de direitos
de autor.

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Princípio da livre escolha (art.º 16.º)

• O notário é livremente escolhido pelos interessados, não podendo


publicitar a sua atividade.

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Princípio da certificação dos atos (art.ºs 164.º a 171.º-A CN)

• Dada a natureza pública da função notarial, é possível a qualquer


pessoa pedir certidão ou fotocópia dos atos praticados, exceto no caso
de confidencialidade.

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Princípio da responsabilidade:

• O exercício da função tem necessidade de confiança, quer para o


público e para as partes quer para o Estado.

• Responsabilidade dos notários (art.º 184.º).

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Princípio da conservação e arquivo dos livros dos atos

• O notário deve proceder ao arquivo dos atos e documentos – trata-se


um arquivo público, destinado a salvaguardar a “memória” dos factos.

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