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A – NOÇÕES GERAIS
3 – Documentos Notariais
5- Escritura Pública
6 – Habilitação Notarial
7 – Justificação de Direitos
8 – Testamentos
9 – Compra e Venda
10 – Doação
11 – Partilha
12 - Permuta
ORGÃOS NOTARIAIS
- Notário – Profissional liberal dotado de fé pública que exerce a sua profissão no estrito
cumprimento da lei e da vontade das partes; São profissionais de direito habilitados para, de
forma isenta e imparcial, redigir documentos e dar autenticidade aos atos e contratos,
conferindo-lhe segurança jurídica, assim como assessorar as partes da melhor forma a ajustar a
sua vontade às exigências legais, de forma a obter os efeitos jurídicos pretendidos (Artigo 2.º
do CN e 1.º do EN).
- Colaboradores de Notário – Apenas podem praticar os atos previstos no artigo 8.º do EN,
desde que devidamente autorizados pelo Notário, cuja autorização deverá ser publicitada,
afixada no cartório e publicada no sítio da Ordem dos Notários.
- O notário exerce as suas funções em nome próprio, sob a sua responsabilidade (por se tratar
de um profissional liberal), em cumprimento do respeito pelos princípios da Legalidade,
Autonomia, Imparcialidade, Exclusividade e Livre Escolha (Artigo 10.º do EN e artigos 77.º e
78.º do EON)
- Está sujeito ao sigilo profissional (Artigo 32.º do CN, alínea d) do número 1 do artigo 23.º e
número 2 do EN e artigo 81 do EON).
- Não pode praticar atos sujeitos a obrigações fiscais sem que as mesmas se mostrem
asseguradas (Artigo 157.º/4 e 190.º do CN, alínea e) do número 1 do Artigo 23.º do EN e artigo
72.º/1 do CRPredial).
PRINCÍPIOS
Princípio da Legalidade - Para a prática de qualquer ato, o Notário tem que aferir a vontade
das partes face às disposições legais aplicáveis, aos documentos apresentados, à sua
regularidade formal e substancial, à legitimidade das partes/interessados e à legalidade do ato
a praticar. Não pode praticar atos nulos, atos que não sejam da sua competência ou estejam
impedidos de os praticar e tenham dúvidas quanto às capacidades intelectuais dos
intervenientes (artigo 11.º do EN)
Princípio da Livre Escolha – O notário tem competência territorial, ou seja, só pode exercer
funções no concelho onde o cartório tem sede, mas pode praticar atos da sua competência
mesmo que respeitem a pessoas e bens de outros concelhos (Artigo 71.º/3 do CN e 7.º do EN).
- O Notário é de livre escolha dos interessados, são as pessoas que escolhem o Notário para
praticarem os atos que pretendem (Artigo 16.º do EN);
- O Notário não pode fazer publicidade da sua atividade (Artigos 78.º/2 alíneas l) e m) e 82.º,
ambos do EON, com exceção do número 1 deste último artigo), logo não é permitido que o
Notário angarie clientes, são os clientes que devem procurar o Notário.
3 – DOCUMENTOS NOTARIAIS
Espécie de documentos: (Os documentos lavrados pelo notário podem ser: Artigo 35.º do
Código do Notariado e 363.º do Código Civil)
a) Autênticos
b) Autenticados
c) Com reconhecimento notarial
a) Documentos Autênticos
Documentos feitos de acordo com o Código do Notariado, pelo notário, a quem foi delegada fé
pública – Artigo 35.º, n.º 1 do CN e 369.º e 370.º do Código Civil.
São:
a) Testamentos públicos e escritura de revogação de testamentos;
b) Escrituras públicas;
c) Procurações;
d) Atas dos órgãos sociais;
e) Outros instrumentos Avulsos;
f) Certificados, certidões, públicas-formas;
c) Reconhecimento Notarial
1) Simples
1.1 – De letra e assinatura
1.2 – Só assinatura
2) Com menções especiais
- Exemplos:
a) Reconhecimento de assinatura em contratos de confissão de dívida
b) De mútuos particulares
c) No reconhecimento de assinaturas num contrato promessa em que há tradição da coisa, isto
é, se constar do contrato que o promitente comprador tem a posse do bem (utilizar o bem
objeto do contrato, tomar posse dele, tem que estar assegurado o pagamento de IMT;
d) Contratos de incentivos ou apoio financeiro em que parte do apoio é reembolsável – nesta
parte está sujeita a Imposto Selo;
- Nos reconhecimentos, o notário pode inserir menções especiais a pedido das partes e
certificar qualquer facto e qualidade, desde que lhe seja apresentado comprovativo.
Exemplo: Exercer um cargo, profissão, etc.;
- O reconhecimento é feito no próprio documento ou em folha anexa e as folhas do documento
devem ser todas numeradas e rubricadas pelo interessado (com exceção da folha assinada) e
por quem faz o reconhecimento e os espaços em branco devem ser inutilizados (Artigo 36.º/4 e
40.º/4 do CN);
b) DOCUMENTOS AUTENTICADOS OU TERMOS DE AUTENTICAÇÃO
- A atividade notarial tem por base a manifestação da vontade, livre, clara, esclarecida, de
quem tem capacidade de querer e entender, e que, ouvida a leitura e a explicação do conteúdo
do documento o aprova e assina. É o império de vontade.
i) Pessoas singulares
Os outorgantes são identificados pelo nome completo, NIF, naturalidade, nacionalidade
se for estrangeiro, residência e estado civil – nos atos sujeitos a registo, se o outorgante
for casado, o nome do cônjuge, o regime de bens e se for estrangeiro, o regime de
bens de acordo com o ordenamento jurídico do seu país – Se for português casado no
estrangeiro ou tiver alterado o regime de bens, o regime de bens de acordo com o
ordenamento jurídico desse país
REPRESENTAÇÃO
A representação consiste em alguém atuar em nome de outrem e no seu interesse,
com poderes representativos. O negócio jurídico realizado pelo representante em
nome do representado, nos limites dos poderes que lhe competem, produz os seus
efeitos na esfera jurídica deste último (Artigos 39.º, 258.º, 262.º e seguintes do CC)
i) REPRESENTAÇÃO VOLUNTÁRIA
- Quando esses poderes derivam da vontade do representado há lugar à representação
voluntária.
- As procurações são documentos em que uma pessoa, voluntariamente, concede
autorização formal, poderes, para que outra pessoa pratique atos em seu nome e no
seu interesse (poderes de representação – Artigo 262.º/1 do CC).
- O procurador agirá sempre em nome de quem lhe conferiu os poderes;
- As procurações são atos unilaterais (Não carecem de aceitação) e são livremente
revogáveis (exceto as irrevogáveis);
- A procuração pode estabelecer um prazo de validade ou pode ser por prazo
indeterminado;
- Pode ser para a prática de certos e determinados atos ou ser genérica, mas neste caso
os poderes têm que ser determinados
Exemplos: Concede poderes para comprar o imóvel X ou poderes para comprar
quaisquer imóveis, não pode conceder poderes para o procurador praticar todos os
atos ou fazer o que entender.
SUBSTABELECIMENTOS
Procurações Irrevogáveis
- A representação legal não resulta da vontade das partes mas de disposição legal, os poderes
do representante não resultam da autonomia da vontade do representado e não pode o
representante, por regra, renunciar a estes poderes (Artigos 144.º e 1934.º do CC);
- É a lei que determina quem deve ser representado, quem é o representante e quais os
poderes de representação;
- Estão sujeitos à representação legal os menores e maiores acompanhados (Artigos 123.º e
138.º do CC)
- Os menores são representados pelos seus progenitores, cabendo a ambos o exercício das
respetivas responsabilidades parentais (Artigos 124.º, 1901.º e 1911.º do CC);
- Em regra, as responsabilidades parentais são exercidas por ambos os progenitores, com as
exceções dos artigos 1902.º e 1903.º do CC, atos praticados por apenas um dos progenitores.
Pode haver situações em que os menores estão sujeitos a tutela, artigos 1921.º do CC, ou ser
acompanhado por Administrador de Bens nos termos do artigo 1922.º e seguintes do CC;
- Há atos em que os pais não podem praticar sem autorização do tribunal (Artigo 1889.º do CC)
e só nessas situações é que a representação tem que ser comprovada documentalmente,
através da certidão do tribunal. Nos restantes casos, não é exigível ou necessária prova
documental (Artigo 46.º/5 do CN);
- O Regime do Maior Acompanhado foi aprovado pela Lei n.º 49/2018 de 14/08, permite que
qualquer pessoa que, por razões de saúde, deficiência ou pelo seu comportamento se encontre
impossibilitada de exercer pessoal, plena e conscientemente os seus direitos ou de cumprir os
seus deveres, possa requerer junto do Tribunal as necessárias medidas de acompanhamento,
medidas que também pode ser requeridas pelo Ministério Público, pelo cônjuge, pelo unido de
facto ou por qualquer parente sucessível da pessoa que carece daquelas medidas (Artigo 138.º
do CC);
- O regime do maior acompanhado eliminou o regime da interdição e inabilitação; Será sempre
por decisão judicial que se determinará o regime do maior acompanhado, e quais os direitos e
obrigações que o acompanhado poderá exercer livremente. Exemplo: efetuar testamento,
casar, passar procurações para certos atos, votar… e quais os que serão praticados pelo
acompanhante (Artigo 139.º do CC); O objetivo da lei é privilegiar a autonomia das pessoas
com capacidade diminuída, que os atos praticados se limitem ao estritamente necessário para
salvaguarda dos interesses do acompanhado (Artigo 145.º do CC);
- Os atos de disposição de imóveis carecem sempre de autorização prévia e específica do
tribunal (Artigo 145.º/5 e 1938.º do CC);
- Para a prática de atos que seja necessária autorização, o acompanhante tem que provar a sua
qualidade e poderes mediante apresentação da certidão do tribunal;
c) REPRESENTAÇÃO ORGÂNICA
- As pessoas coletivas são representadas pelos seus órgãos sociais (Artigos 38.º e 163.º
do CC)
- Os titulares de órgãos, pessoas singulares, eleitas pela Assembleia Geral, atuam em
nome e interesse da pessoa coletiva e no âmbito dos poderes que lhe são atribuídos
pelos estatutos;
- A capacidade das pessoas coletivas abrange todos os direitos e obrigações
necessários à prossecução dos seus fins (Artigo 160.º do CC);
- Os atos praticados no âmbito do objeto social, por quem obriga a pessoa coletiva,
vinculam-na;
- Para atos fora do objeto social é necessária deliberação da Assembleia Geral, com
exceção das Sociedades Anónimas em que a maioria dos atos são da competência do
conselho de administração ou administrador único (Artigo 406.º - Código Sociedades
Comerciais);
- Também pode haver representação voluntária na representação orgânica. A
procuração é emitida a quem tem poderes de representação, nos termos previstos nos
estatutos, agindo os procuradores nos limites dos poderes conferidos;
- Na representação orgânica, tal como na voluntária, a qualidade e poderes invocados
têm que ser provados documentalmente (Artigo 46.º/1/e do CN) – Certidão
permanente nas sociedades comerciais, atas, estatutos, credenciais, etc.;
d) TESTEMUNHAS INSTRUMENTÁRIAS
- Apenas nos testamentos, instrumentos de aprovação ou abertura de testamentos
cerrados ou internacionais e escrituras de revogação de testamentos e para substituir a
impressão digital quando o outorgante não puder apor nenhuma impressão digital-
artigo 51º CN ou quando as partes ou notário requeiram essa intervenção, nº 1, alínea
c) artigo 67º CN
São duas e podem também ser abonadoras da identidade do testador– artigo 48º, nº
4 CN.
INTERVENIENTES ACIDENTAIS
1) -Intérprete - outorgantes que não entendem a língua portuguesa e o notário não
domine a sua língua-artigo 65º CN
2) -Leitor e intérprete de língua gestual- Surdos, mudos ou surdos mudos que não
saibam ler ou escrever ou saibam mas não possam ler ou escrever- leitor que faça a
leitura e explique o conteúdo do ato ao interessado ou um intérprete de língua gestual.
Invisual alguém que faça a leitura e explicação - artigo 66º CN.
3) -Peritos médicos para abonar a sanidade mental dos outorgantes, quer a pedido das
partes quer do Notário, sempre que tenha dúvidas quanto à sua capacidade - artigo
67º do CN
5 – ESCRITURAS PÚBLICAS
Elementos essenciais:
- Capacidade jurídica das partes – sujeitos de relações jurídicas (artigo 67.º e para as
pessoas coletivas artigo 160.º do CC) e a sua legitimidade (Artigo 54.º/2 do CN e Artigo
9.º do CRPredial);
- A declaração de vontade (o sujeito tem que manifestar de forma clara e consciente a
sua vontade);
- A idoneidade do ato a praticar – Não se podem praticar atos legalmente impossíveis,
contrários à lei, à ordem pública ou ofensivo dos bons costumes (Artigo 280.º do CC);
Elementos acidentais:
- Cláusulas acessórias ao negócio (Artigos 270.º a 279.º do CC e DL 446/85 de 25 de
outubro).
Exemplos:
1) Cláusulas modais – na venda a retro, nas doações com encargos;
2) Condições suspensivas ou resolutivas - condicionar / sujeitar os efeitos do negócio a
um evento futuro e incerto; produção de efeitos do negócio jurídico ou da sua
resolução;
3) Estipular o lugar e o tempo para cumprimento da obrigação;
6 – HABILITAÇÃO NOTARIAL (Artigo 82.º do CN)
- Declarações prestadas por três declarantes, considerados idóneos por parte do
Notário – Artigo 83.º/1 do CN ou pelo cabeça de casal (Artigo 2080.º do CC e 83.º/2 do
CN)
- A habilitação é a declaração de que as pessoas habilitadas são os únicos herdeiros da
pessoa falecida e de que não há quem prefira aos habilitados ou que com eles concorra
na sucessão do falecido – Artigo 83.º CN
- Quando a herança for toda distribuída em legados há lugar à habilitação de legatários
(Artigo 88.º CN)
- Os declarantes têm as limitações do artigo 68.º e 84.º do CN;
- São estas as caraterísticas que permitem invocar a usucapião – Artigo 1294.º a 1297.º
do CC. Não podem ser usucapíveis as servidões prediais não aparentes e o direito de
uso e habitação – Artigo 1293.º
Documentos
1) A escritura deve ser instruída, ficando arquivados:
a) Prédio descrito – Certidão do registo predial, do teor da descrição de
todas as inscrições em vigor;
b) Prédio não descrito – Certidão de omissão ou não descrição;
c) Certidão de teor matricial;
(ESTES DOCUMENTOS TÊM A VALIDADE DE 3 MESES).
d) As notificações editais e pessoais;
e) Documentos comprovativos da dispensa da licença de utilização dos
prédio urbanos (A dra. Aida arquiva)
2) Exibição:
a) Caderneta Predial Urbana ou Rústica – Artigo 98.º/2 (Dra. também
arquiva);
b) Licença de utilização nos prédios urbanos;
c) Documentos comprovativos das transmissões referidas nas escrituras de
estabelecimento de novo trato sucessivo e reatamento de trato sucessivo
(Artigo 98.º do CN)
d) Representação gráfica georreferenciada para os prédios rústicos ou mistos
(não é requisito para a escritura mas é necessário para o registo).
1 – Testamento Público – Feito pelo Notário, exarado no livro de notas específico para
testamentos públicos e escrituras de revogação de testamentos (Artigos 2204.º e
2205.º do CC)
- Não são permitidos testamentos de mão comum (Artigo 2181.º do CC) – isto é, no
mesmo testamento dois ou mais testadores manifestam a sua vontade, a favor do
outro ou de terceiro;
- Não confundir testamentos com disposições de bens comuns do casal, em que o
cônjuge intervém no ato para consentir com testamentos de mão comum.
- Só podem fazer testamentos maiores, menores emancipados e maiores
acompanhados quando a sentença que decretou o acompanhamento o determine –
Artigo 2188.º do CC e 2191.º do CC;
- O artigo 2180.º do CC, na sua parte final, não limita ou proíbe os surdos mudos de
fazer testamentos. Estes podem fazer testamento devendo intervir um intérprete de
língua gestual para transmitir ao notário a vontade do testador e ao testador a leitura e
explicação feitas pelo notário.
TESTAMENTO DE
No dia no meu cartório, sito na rua drº Justino Cruz, nº. 154, 2º andar, cidade de Braga,
perante mim Notária, Aida Manuela Rocha De Sousa, compareceu como testador: A
solteiro, maior, nascido no dia , na freguesia de , concelho de , residente na deste
concelho, filho de e de Verifiquei a sua identidade por exibição do cc Pelo Testador Foi
Dito:Que não tem herdeiros legitimários pelo que usando da faculdade que a lei lhe
concede, faz o seu testamento, que é o primeiro, pela forma que se segue, distribuindo
toda a sua herança em legados:1) – Lega ao seu sobrinho, , um oitavo indiviso dos
seguintes imóveis: 2) - Lega ao seu irmão, os seguintes imóveis, sitos no mesmo lugar
de Lega ao seu irmão, , o seguinte imóvel:Que todos os saldos das contas bancárias,
quer em numerário, quer investido em depósitos bancários, ações, obrigações, seguros
ou quaisquer outras aplicações financeiras, no banco e , onde também constam como
titulares os seus identificados irmãos, , é todo seu e não dos seus irmãos.Lega aos em
comum e partes iguais aos mesmos irmãos, todos os saldos das referidas contas
bancárias. Que assim termina esta disposição de última vontade. foi feita ao testador a
leitura e explicação do conteúdo deste ato e às testemunhas
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TESTAMENTO DE
No dia , no meu cartório, sito na rua drº Justino Cruz, nº. 154, 2º andar, cidade
de Braga, perante mim Notária, Aida Manuela Rocha De Sousa, compareceu como
testador: A, casado, nascido no dia de julho de mil , na freguesia de onde reside na
rua , n. , filho de e de . Verifiquei a sua identidade por exibição do cc Pelo
Testador Foi Dito: Que faz o seu testamento, que é o primeiro, pela forma que se
segue: Lega à sua mulher, , consigo residente, os seguintes imóveis, seus bens próprios:
Que este legado é em substituição da legítima da legatária, (isto é, a legatária ou
escolhe o legado, as frações supra identificadas e nada mais tem a haver da herança do
testador ou, escolhe a legítima, e as frações revertem para a herança).Institui como
única e universal herdeira da sua quota disponível, a sua filha, , NIF 274 019 620,
solteira, consigo residente. Que assim termina esta disposição de última vontade. Foi
feito ao testador a leitura e explicação do conteúdo deste ato e às testemunhas,.
A Notária,
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TESTAMENTO DE
No dia, no meu cartório, sito na rua drº Justino Cruz, nº. 154, 2º andar, cidade
de Braga, perante mim notária, AIDA MANUELA ROCHA DE SOUSA, compareceu como
testador: A, divorciado, nascido no dia , na freguesia de , residente freguesia ambas
deste concelho, filho de e de Verifiquei a sua identidade por conhecimento pessoal
PELO TESTADOR FOI DITO: Que, em virtude do casamento que vai celebrar, com
convenção antenupcial em que vai ser estipulada a renúncia recíproca à condição de
herdeiro legitimário do outro cônjuge, faz o seu testamento, que é o primeiro, pela
forma que se segue: Institui como únicos e universais herdeiros da sua quota
disponível, em comum, os seus filhos B E C.
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TESTAMENTO DE
No dia, no meu cartório, sito na rua drº Justino Cruz, nº. 154, 2º andar, cidade
de Braga, perante mim Notária, Aida Manuela Rocha De Sousa, compareceu como
testadora A viúva, nascida no dia, na freguesia de, concelho de, residente na rua deste
concelho, filha de e de Verifiquei a sua identidade por exibição do cc Pela Testadora Foi
Dito:Que faz o seu testamento pela forma que se segue: Lega, por conta da sua quota
disponível, à sua filha, B, o Usufruto do prédio urbano, composto de casa de habitação,
anexo e quintal, sito na , que é a sua casa de morada, com todo o seu respetivo
recheio, nele se devendo compreender, nos termos da lei, o mobiliário, objetos de
decoração, roupas e enxoval e todos os demais utensílios e apetrechos da casa. Lega,
também por conta da sua quota disponível, a raiz ou nua propriedade do identificado
imóvel, ao seu filho ,C e nora, D. Que o seu filho e nora, ficam com o encargo e
obrigação de cuidar dela testadora e da sua filha legatária, B, com carinho e
dedicação, na saúde e na doença, prestando-lhe, ou mandando prestar, todos os
cuidados de que elas necessites, nomeadamente, alimentação, alojamento, medicação,
higiene e hospitalização, mesmo se acamadas ou imobilizadas numa cadeira de rodas e
demais atos necessários para a sua assistência e bem estar em geral e especial Que,
após a sua morte e nos termos do artigo mil novecentos e vinte e oito e seguintes, do
Código Civil, nomeia TUTORES da sua identificada filha, B, os seus referidos filho e sua
nora, Que os tutor instituídos, ficam com o encargo e obrigação de administrar os bens
da tutelada e tratar de todos os seus assuntos fiscais, exercendo o seu cargo como o
“bónus pater familiae, devendo prestar contas ao Conselho de Família, se existir e de
cuidar da tutelada, na saúde e na doença, prestando-lhe, ou mando prestar, todos os
cuidados de que ela necessite, nomeadamente, alojamento, alimentação, vestuário,
higiene, medicação e hospitalização, cuja assistência será suportada pelos bens da
tutelada, não podendo os tutores invocar falta de meios para uma assistência
condigna, tal com a que tinha em vida da testadora. Se os tutores cumprirem as
obrigações e encargos acima referidos, tal como o estipulado pela testadora, nos
termos do artigo dois mil duzentos e noventa e oito do mesmo Civil, institui como
únicos e universais herdeiros da sua filha, B, os seus identificados filho e nora, C e D. Se
os legados não poderem produzir efeitos, então institui como únicos e universais
herdeiros da sua quota disponível, em comum, os seus já identificados filhos, B e C com
os mesmos encargos e obrigação para o seu filho, em relação à irmã. Que assim
termina esta disposição de última vontade, revogando qualquer testamento que já
tenha feito, nomeadamente o testamento outorgado no dia dez, exarado , Foi feita à
testadora a leitura e explicação do conteúdo deste ato e às testemunhas,
A Notária
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TESTAMENTO DE
No dia , no meu cartório, sito na rua drº Justino Cruz, nº. 154, 2º andar, cidade
de Braga, perante mim notária, Aida Manuela Rocha De Sousa, compareceu como
testadora: A nascida no dia um de , em residente em , Toulouse, França, filha de e de
Verifiquei a sua identidade por exibição do CC Pela Testadora Foi Dito:Que faz o seu
testamento, que é o primeiro, pela forma que se segue: Da sua quota disponível,
institui B e C, D solteiros, residentes em França, filhos do seu marido, herdeiros do
quinhão hereditário que for necessário e suficiente para igualar o quinhão hereditário
de cada um dos seus três filhos, , Isto é, Quer que o seu património seja partilhado em
comum e partes iguais pelos seus três filhos e pelos seus três enteados, todos já
identificados, recebendo cada um quinhão igual. Que, escolhe, ao abrigo do
Regulamento número seiscentos e cinquenta do Parlamento Europeu e do Conselho,
de quatro de julho dois mil e doze, a lei portuguesa como lei aplicável para regular a
sua sucessão, bem como escolhe a competência dos Tribunais Portugueses para os
mesmos efeitos. Que assim termina esta disposição de última vontade. Foi feita à
testadora a leitura e explicação do conteúdo deste ato e às testemunhas,
A Notária,
9 – COMPRA E VENDA
Efeitos:
a) Transmissão do Direito de Propriedade da coisa – Transferência de direitos reais por
mero efeito do contrato (Princípio da consensualidade, artigo 408.º/1 do CC)
1 – A transferência do direito real só se dá quando a coisa for adquirida–
Princípio da atualidade – Artigo 408.º/2 do CC;
2 – A transmissão do direito real só acontece quando o objeto do negócio seja
determinado (partes componentes ou frutos naturais) – parte final do n.º2 do artigo
408.º do CC – Princípio da especificidade;
Forma:
-O contrato de compra e venda de imóveis só é válido se for celebrado por escritura
pública, título de transmissão feito na conservatória do registo predial ou documento
particular autenticado – Artigo 875.º do CC – formalidade externa, requisito substancial do
negócio.
- A violação deste preceito acarreta a nulidade do negócio – é nulo o contrato de compra e
venda que não obedeça à forma legal, isto é, se não for feito por escritura pública ou
documento particular autenticado – Artigo 220.º do CC;
- NB – Os notários podem praticar atos anuláveis, não nulos (Artigo 173.º e 174.º do CN e
artigos 286.º, 287.º, 288.º e 289.º do CC;
Tipos de Contratos:
- Compra e Venda entre cônjuges – Não é permitida (Artigo 1714.º/2 do CC). É o princípio
da imutabilidade das convenções antenupciais e do regime de bens – Artigo 1698.º do CC;
- Venda de bens alheios – É nula sempre que o vendedor careça de legitimidade para a
realizar – Artigo 892.º e 286.º do CC
- Nos prédios situados em concelho onde não tenha vigorado o registo obrigatório e que
titulem o primeiro ato de transmissão ocorrido após 01/10/1984 – É necessário
documento comprovativo da titularidade de quem aliena, com a menção de que é a
primeira transmissão após essa data – 01/10/1984 artigos 55.º alínea b) do CN e 9.º/3 do
CRPredial
Ou
Na Transmissão de imóvel para habitação cuja licença de utilização seja emitida depois de
25/03/2004 – Deve ser entregue ao comprador a Ficha Técnica de habitação – DL 68/2004
de 28/03 (Exceção – quem aliena não é promotor imobiliário e para que ao imóvel nunca tenha sido elaborada ficha
técnica – pareceres do IRN n.º 77/04 e PRP-67/2016-STJCC).
Transmissão de imóveis para habitação, comércio ou serviços: Certificado Energético – DL
118/2013 de 20/08 – Artigos 3.º e 4.º
A data (dia, mês e ano) e o local onde é lida a escritura (início do ato)
A leitura e explicação do conteúdo do ato e a menção dos outorgantes que não sabem ou
não podem assinar.
A assinatura por todos os intervenientes e a aposição da impressão digital dos que não
sabem ou não podem assinar.
10 – DOAÇÃO
- Contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade, e à custa do seu património,
dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou assume uma obrigação em
benefício de outo contraente (Artigo 940.º CC).
- Daqui resulta que a doação não é só a transmissão de bens ou direitos (doações reais),
mas também é doação a assunção de uma obrigação ao donatário. Em ambas as situações,
há um aumento do património do donatário à custa do património do doador.
- A renúncia a direitos ou repúdios de herança ou legado ou donativos, conforme os usos
sociais, não são consideradas doações – Artigo 940.º/2 do CC. No entanto, para efeitos
fiscais, a renúncia é considerada doação (Exemplo: Renuncia de usufruto e direito de uso e
habitação);
- Sendo um contrato, a doação para ser perfeita, tem de ser aceite pelo donatário e em
vida do doador (Artigos 945.º e 969.º do CC)
- O doador pode fazer proposta de doação mas o donatário terá que aceitá-la e em vida do
doador, senão a doação caduca, ou, nesse espaço temporal, o doador pode a todo o tempo
revogá-la.
Exceções:
- Doações a incapazes não carecem de aceitação, produzem efeitos independentemente da
aceitação (Artigo 951.º do CC); No entanto, se esta doação tiver encargos, só podem ser
aceites com autorização do tribunal – Artigos 1889.º/1 e 1938.º/1/a) e c).
Não confundir encargos com doação com encargos sobre imóveis objetos de doação
(exemplo: hipoteca, penhora, arresto)
- Na doação a menores, a falta de autorização não impede a doação, uma vez que a doação
é apenas anulável, fica é com advertência da anulabilidade – Artigo 1893.º do CC;
- A tradição de coisa móvel implica a sua aceitação, a tradição de bem imóvel não implica a
aceitação, esta deve obedecer à forma legal para as doações.
Forma:
A doação de coisas imóveis só é válida se for celebrada por escritura pública, documento
particular autenticado ou título de transmissão na conservatória – Artigo 947.º, n.º1 do
CC e a doação de coisas móveis não depende de forma se for acompanhada da tradição
(entrega) de coisa. Não havendo entrega só pode ser feita por documento escrito – Artigo
947.º/2 e 373.º/1 e 4 do CC.
A exceção a este n.º2 é a doação entre casados em que, mesmo havendo tradição, deve
constar de documento escrito – Artigo 1763.º/1 CC;
Capacidade:
Capacidade ativa – Têm capacidade para fazer doações, todas as pessoas individuais e
coletivas que podem contratar e dispor dos seus bens – Artigo 948.º/1 do CC. A capacidade
é aferida à data da realização do ato – Artigo 948.º/2
- Quanto às pessoas coletivas (artigo 160.º CC) consagra-se o princípio da especialidade.
- Tem que se aferir se a doação está fora da sua capacidade – a capacidade das pessoas
coletivas compreende os direitos e as obrigações necessários ou convenientes à
persecução do seu fim-objeto. Sociedades (artigo 6.º/1 do CSC) e restantes pessoas
coletivas (980.º do CC);
- Nem sempre as liberdades podem ser contrárias ao fim da sociedade (Artigo 6.º/2 CSC);
Capacidade passiva (Artigo 950.º do CC) – Podem receber doações todos aqueles que não
estão especialmente inibidos de as aceitar por disposição legal, aferindo-se a capacidade
no momento em que a doação é aceite.
- Os artigos distinguem inibição de aceitar de incapacidade para contratar – isto porque,
pode estar impossibilitado de contratar mas não estar inibido de aceitar doações.
Exemplo: Incapazes – não podem contratar mas não estão inibidos de aceitar (Artigo 951.º
do CC).
Possibilitados de contratar mas inibidos de aceitar – casos de indisponibilidade relativa –
são nulas – Artigos 2192.º a 2198.º do CC;
- O nosso ordenamento jurídico permite doações a nascituros, concebidos ou não
concebidos, desde que sejam filhos de pessoa determinada e viva ao tempo da doação
(data da manifestação de vontade do doador) – Artigo 952.º/1 do CC.
Nestas doações a lei presume que o doador reserve para ele o usufruto dos bens doados
até ao nascimento do donatário – Artigo 952.º/2 do CC, mas esta regra é supletiva,
podendo ser afastada pelo doador.
Limites às doações
- Não podem ser doados bens que não existam na esfera jurídica do doador (bens alheios –
artigo 956.º; bens futuros – artigo 942.º; bens que não podem ser alienados – direitos
pessoais e intransmissíveis - Exemplo: Direitos de personalidade, direito ao nome, imagem,
reputação, grau académico).
- Doações entre casados, só podem ser doados bens próprios do doador (Artigo 1764.º) e
desde que não vigore entre eles o regime imperativo da separação de bens (Artigo 1762.º)
– estas doações são livremente revogáveis (Artigo 1765.º) e caducam nos termos do artigo
1766.º do CC. As doações para casamento só podem ser feitas na convenção antenupcial –
Artigos 1756.º e 1754.º do CC;
Modalidades:
- Doações puras: são doações em que o doador não impõe encargos, reservas ou estipula
cláusulas.
- Doações com reserva: O doador pode reservar para si ou para terceiro o direito de
usufruto ou de uso ou de habitação (Artigos 958.º, 1439.º, 1484.º do CC). A reserva a favor
de terceiro é outra doação que terá que ser aceite em vida do doador, senão caduca. A
reserva de usufruto, quando constituído a favor de uma ou mais pessoas, pode ser
simultâneo e sucessivo (Artigo 1441.º do CC) e se no contrato nada disser a propriedade só
se consolida com a morte do último, acrescendo à do anterior (Artigo 1442.º do CC). No
entanto o doador pode estipular que não seja assim.
- Doação com cláusula de reversão – O doador pode estipular a reversão da coisa doada –
Artigo 960.º/1 do CC – A reversão dá-se se o doador não sobreviver ao donatário, ou a este
e aos seus descendentes. Se o doador nada disser, entende-se que a reversão só se verifica
quando o doador sobreviver aos descendentes do donatário (Artigo 960.º/2 do CC) mas é
uma norma supletiva que pode ser afastada pelo doador.
- Doação com substituição fideicomissária (Artigo 962.º do CC) - O doador tanto pode
impor ao donatário (fiduciário) o encargo de preservar a coisa doada para que esta, por sua
morte, reverta a favor de outem (fideicomissário) – Fideicomisso regular (Artigo 2286.º) –
Assim como pode, o doador, proibir o donatário de alienar por ato entre vivos, ou ato de
última vontade, os bens doados – fideicomisso irregular (Artigo 2295.º);
- Doação com reserva do direito de dispor (Artigo 959.º) – O doador pode reservar para si
o direito de dispor de alguma ou algumas coisas objeto da doação.
- NB – Nas doações com reserva de usufruto, com cláusula de reversão, com cláusulas
fideicomissárias e reserva do direito de dispor, se tiverem por objeto bens imóveis, estas
reservas e cláusulas estão sujeitas a registo predial.
- Doações Modais (Artigo 963.º CC) ou Doações com Encargos – Apesar do encargo, a
doação continua a ser uma liberalidade. O doador impõe ao donatário um encargo
(Exemplo: cuidador do doador ou terceiro até à sua morte).
- Pagamento de uma dívida – Artigo 964.º do CC
- O encargo terá de ser suportado pelo património do doador e não pelo rendimento
dos bens doados – neste caso já é uma reserva. O donatário só é obrigado a cumprir o
encargo dentro dos limites do valor do bem doado (Artigo 963.º/2 do CC). Certos encargos
podem dar lugar além do pagamento do Imposto de Selo também ao pagamento de IMT
(Exemplo: Pagar pensões a favor do doador ou terceiro, pagamento de dívidas do doador
ou terceiro – Artigo 3.º do CIMT).
- Doação remuneratória (Artigo 941.º do CC) – São aquelas em que o doador remunera o
donatário por um serviço por ele prestado, sem que esse serviço tenha natureza de dívida
exigível.
- Doações para casados (Artigos 1753.º/1, 1754.º, 1757.º e 1761.º e ss do CC) – O doador
pode estipular a cláusula de incomunicabilidade para o cônjuge do donatário se este for ou
vier a ser casado sob o regime da comunhão geral de bens.
1) Instituição de herdeiro ou legatário a favor de qualquer dos esposados feito pelo
outro esposado ou terceiro (Artigo 1700.º/1/a do CC)
2) Instituição de herdeiro ou legatário em favor de terceiro, feita por qualquer dos
esposados (Artigo 1700.º/1/b do CC);
- Doações por morte (Artigo 946,º e 1755.º/2 do CC – São proibidas, exceto nos casos
previstos na lei.
- As doações que produzem efeitos por morte do doador são consideradas como
disposição testamentária e devem obedecer às formalidades do testamento (Artigo
946.º/2 do CC) – Escritura pública, duas testemunhas, data de nascimento do doador e
filiação (Artigos 47.º/4 e 67.º/1/a) do CN);
- O doador pode excluir dos bens doados a responsabilidade por dívidas do donatário,
existentes à data da doação, nos termos do artigo 603.º do CC. Esta cláusula apenas
permite uma não exclusão absoluta da responsabilidade por dívidas do donatário já
existentes, não as dívidas provenientes de responsabilidades futuras.
O credor pode sempre lançar mão de bens doados para se fazer pagar por dívidas
posteriores à doação.
Esta cláusula está sujeita a registo se a doação versar sobre imóveis.
- Doações a herdeiros legitimários (Artigo 2104.º do CC) – Filhos e netos – podem ser
feitas:
a) Por conta da legítima do donatário – Será uma antecipação de que o herdeiro irá
receber à data da morte do doador (Artigos 2104.º e 2105.º do CC). O doador não quer
beneficiar o donatário, não será uma verdadeira liberalidade – terá que ser feita a colação
– Artigo 2108.º do CC – Imputa-se o valor da doação na quota hereditária do donatário,
valor que será o que o bem terá à data da abertura da sucessão (Artigo 2109.º e 2118.º do
CC).
- A colação é um ónus real e é objeto de registo predial quando incida sobre
imóveis ou móveis sujeitos a registo.
b) Por conta da quota disponível do doador – Aqui é uma verdadeira liberalidade, o
doador quis beneficiar o donatário com o bem doado (Artigo 2113.º do CC). Dispensa de
colação tem que ser expressa no ato da doação ou em ato posterior (neste caso há quem
entenda que a dispensa de colação não necessita de aceitação do donatário mas é mais
seguro o donatário intervir no ato para aceitar).
- Se na escritura nada disser, a doação é considerada como feita por conta da legítima do
donatário – à contrario Artigo 2113.º/1 do CC – Só se presume que é pela quota disponível
nas doações manuais e remuneratórias (Artigo 2113.º/3 do CC)
- As doações mesmo sendo feitas pela quota disponível podem ter que ser
reduzidas por inoficiosidade por violarem a legítima dos herdeiros legitimários – Artigos
2168.º a 2178.º do CC.
- A conferência de bens doados, só se efetua à data da morte do donatário
(Artigos 2104.º/1 e 2117.º do CC) – em vida dele só pode haver dispensa da colação (Artigo
2113.º do CC);
COLAÇÃO:
REVOGAÇÃO:
- As doações enquanto não forem aceites, podem ser livremente revogáveis (Artigo
969.º do CC) ou então por ingratidão (Artigo 974.º do CC) e as doações entre cônjuges
(Artigo 1765.º do CC);
- As doações para casamento feitas pelos esposados um ao outro são irrevogáveis por
mútuo consentimento e estão sujeitas à redução por inoficiosidade (Artigos 1758.º e
1759.º do CC);
- Nas doações feitas por terceiros aos cônjuges, com o divórcio ou separação de bens,
os bens revertem a favor dos doadores, salvo se os doadores determinarem que o
benefício reverta para os filhos do casamento dos donatários (Artigo 1791.º/2 do CC);
DOCUMENTOS E MENÇÕES
- Respeitam a mesma documentação do contrato de compra, com a exceção da ficha
técnica, certificado energético e direito de preferência.
- Quando a doação for feita a herdeiros legitimários, deve constar se é por conta da quota
disponível do doador ou legítima do donatário.
- Após a escritura deve ser instaurado o processo de liquidação do imposto selo – Artigo 1.º do
CIS e se a donatária for pessoa coletiva será liquidado previamente à escritura.
- As doações previstas no artigo 6.º do CIS feitas a cônjuges, unidos de facto, descendentes e
ascendentes estão isentas de imposto de selo da verba 1.2
- Da aceitação da doação tem quer ser dada conhecimento ao doador sob pena de não
produzir efeitos (Artigo 945.º/3 do CC)
11 – PARTILHA
Noção: A partilha é o ato jurídico pelo que se põe fim à comunhão hereditária (herança) ou
conjugal (divórcio ou separação de bens).
- O direito de exigir a partilha pertence a qualquer herdeiro ou cônjuge meeiro – ou o
adquirente de quinhão hereditário (Artigo 2101.º/1 do CC) e esse direito é irrenunciável (Artigo
2101.º/2 do CC) podendo no entanto ser estipulado um prazo para que o património se
mantenha indiviso, prazo esse que pode ser renovado.
- Todos os bens que compõe o acervo hereditário do falecido (universalidade da herança) são
distribuídos a cada herdeiro (ato pelo qual se põe termo à indivisão – comunhão do
património) mediante os bens que acordam ficar.
Forma da partilha:
- A partilha pode ser extrajudicial – Acordo dos interessados, realizada por escritura pública,
procedimento simplificado (conservatórias) ou DPA (Advogados e solicitadores).
- A partilha pode ser judicial, através de inventário – Quando há falta de acordo dos
interessados, interessados ausentes, menores ou maiores acompanhados (Artigo 2102.º do
CC);
- Os inventários podem correr nos cartórios ou nos tribunais. É sempre nos tribunais quando
houverem menores, ausentes ou maiores acompanhados (Lei 21/2013 de 05/03, alterada pela
Lei n.º 117/2019 de 13/09.
Partilha entre:
1) Cônjuge e descendentes (artigos 2139.º e 2140.º do CC) – Faz-se por cabeça mas o
cônjuge tem sempre direito ao mínimo de um quarto da herança.
a) - Na partilha é necessário saber o regime de casamento e natureza
dos bens a partilhar.
- No regime da comunhão geral, a herança é constituída por
metade do património.
- No regime da comunhão de adquiridos só são partilhados os bens
próprios do falecido e a meação dos bens comuns.
b) Ter atenção aos regulamentos sobre regimes matrimoniais e
parcerias registadas.
2) Cônjuge e ascendentes (Artigos 2142.º e 2143.º do CC) – O cônjuge tem direito a dois
terços e os ascendentes a um terço.
4) Irmãos e seus descendentes (Artigos 2145.º e 2146.º do CC). Na partilha tem que ter
em especial atenção ao tipo de irmãos: germanos, consanguíneos e uterinos, os
primeiros recebem o dobro dos restantes.
5) Outros colaterais até ao 4.º grau (Artigos 2147.º e 2148.º do CC) – Preferem sempre os
mais próximos e a partilha faz-se por cabeça, não há direito de representação.
- No pagamento das tornas tem que ser mencionada a data e a forma de pagamento
(Artigo 47.º/5 e 6 do CN e artigo 44.º/1 alínea g) do CRPredial.;
- Na partilha por óbito, não havendo pagamento de tornas, há lugar a hipoteca legal de
tornas (Artigo 705.º/c);
Partilha em vida (Artigo 2029.º do CC)
- O que carateriza esta partilha é que são dois negócios jurídicos – doações por conta
da legítima, seguido da conferência dos bens doados. Na doação os restantes
presumíveis herdeiros (legitimários) prestam consentimento aos pais para as doações
restantes.
b) –Regime imperativo- varão ou mulher que contraírem segundas núpcias tendo filhos ou
outros descendentes de anterior casamento não poderá comunicar nem doar mais do que um
terço dos bens que tiver à data do casamento ou que venha adquirir por doação ou herança.-
artigo 1235º CS
b) -Regime imperativo- são excetuados da comunhão a metade dos bens que o cônjuge,
que passar a segundas núpcias, com filhos ou outros descendentes do anterior casamento, que
possuir ou venha adquirir por doação ou herança
Artigo 1720º CC- (vigente à data)- Consideram-se sempre contraídos sob o regime da
separação de bens:
b) O casamento celebrado por quem tenha completado sessenta anos de idade, sendo
do sexo masculino, ou cinquenta sendo do sexo feminino.
4) –O casamento celebrado por quem tenha filhos legítimos, ainda que maiores ou
emancipados.
Artigo1699/2 CC- Não pode ser adotado o regime da comunhão geral de bens por
quem tenha filhos.
CONVENÇÕES ANTENUPCIAIS (Artigo 1698.º do CC)
- Liberdade de escolha do regime de casamento;
- Exceção à liberalidade da escolha do regime (Artigo 1699.º do CC) – Não pode ser
escolhido o regime da comunhão geral nem estipulada a comunicabilidade dos bens referidos
no n.º1 do artigo 1722.º do CC, se qualquer dos nubentes tenha filhos.
- Caducidade das convenções – Um ano após a sua celebração (Artigo 1716.º do CC)
Regimes:
a) Típico – Regime da comunhão geral, regime da separação de bens.
Exemplos:
1) Convencionam o regime da separação de bens mas convencionam que o imóvel X,
propriedade de “A” seja bem comum do futuro casal.
c) As doações para casamento feitas por um dos esposados ao outo, pelos dois
reciprocamente, ou por terceiro a um ou a ambos os esposados.
- Devido às relações transfronteiriças cada vez mais generalizadas, existe, além do regulamento
sucessório, mais dois Regulamentos a ter em conta:
a) Regulamento (EU) 2016/ 1103 do Conselho de 24/06/2016 ( regimes matrimoniais)
b) Regulamento (EU) 2016/ 1104 do Conselho de 24/06/2016 ( efeitos patrimoniais das
parcerias registadas)
- Os cônjuges ou futuros cônjuges podem escolher a lei aplicável ao seu regime matrimonial
(Artigos 22.º e seguintes e considerandos 44.º e 45.º)
- Na partilha, nenhum dos cônjuges pode receber mais do que receberia se fosse casado no
regime da comunhão de adquiridos (Artigo 1790.º do CC) mas tem que haver partilha, as
contas é que têm que cumprir esta regra.
- Com o divórcio, cada cônjuge perde todos os benefícios recebidos ou que haja de receber do
outro cônjuge ou de terceiro, em vista do casamento ou em consideração do estado de casado,
quer a estipulação seja anterior quer posterior à celebração do casamento (Artigo 1791.º do
CC);
12 – PERMUTA
Noção: troca – é um contrato oneroso através do qual se transfere a propriedade de uma coisa
ou direito, e em troca recebe outra coisa ou direito. Há uma transferência bilateral, recíproca,
de direito de propriedade sobre bens ou direitos, bens que podem ter a mesma natureza ou
natureza diferente.
- As duas prestações são bens ou direitos, podendo no entanto, uma das prestações ser
complementada com numerário
- A permuta não está regulada no atual Código Civil, aplicando-se-lhe as regras da compra e
venda - artigo 939.º C.C.
- Ao contrário da compra e venda, em que uma das prestações é o preço, na permuta pode ser:
b)- Atípico, bens imóveis por outros bens ou direitos- imóveis por quinhão hereditário,
por quotas, por prestação de serviços( bens de natureza diferente).
c) –Há permuta de bens em que o valor dos bens permutados é diferente, havendo
lugar à entrega de numerário – contrato misto de permuta e compra e venda.
- A permuta de bens futuros é usada com alguma frequência, permuta de um imóvel por
futuras frações autónomas do imóvel a construir no prédio permutado.
- Nas escrituras de permuta por futuras frações autónomas quando estas ficam bem
identificadas e individualizadas , para o registo das mesmas, são suficientes a escritura de
permuta e a escritura de constituição propriedade horizontal. Exp: permuta do lote X, pela
fração A, correspondente ao 1.º andar direito, tipo-t-, para habitação.
- Se as frações forem identificadas genericamente - fração tipo t- ? ,-para o registo delas, além
das escrituras de permuta e constituição de propriedade horizontal é também necessária
escritura de determinação de prestação – artigo 408.º, nº 2, 2ª parte C.C-(principio da
especificidade).
- O contrato de permuta é um contrato muito utilizado para pôr termo à compropriedade entre
as mesmas partes e com vários imóveis.
Caraterísticas e efeitos:
• Onerosidade
Forma:
- Aplicando-se à permuta as mesmas regras da compra e venda, o contrato, quando tenha por
objeto bens imóveis ou móveis sujeitos a registo, tem que ser celebrado por escritura pública,
documento particular autenticado ou título de transmissão na conservatória - artigo 875.º C.C.
Documentos e menções:
- São de exigir os mesmos documentos e feitas as mesmas menções que nos contratos de
compra e venda.
- Se for permuta de bens sujeitos a IMT por bens não sujeitos a IMT – paga IMT como compra e
venda pelo valor do imóvel.
- Nas permutas de bens imóveis para habitação e revenda também há lugar à isenção dos
artigos 7º e 9.º do CIMT. A isenção não é reconhecida pelo notário, tem que ter documento de
liquidação a zero.
13 – VÍCIOS DOS ATOS NOTARIAIS (artigos 70.º e 71.º do CN)
O ato notarial é nulo, por vício de forma, apenas quando falte algum dos seguintes requisitos:
• No caso dos surdos, mudos e surdos mudos- a declaração feito pelos próprios, no ato,
de que o leu e o reconhece conforme a sua vontade, ou que manifestou a sua vontade
por gestos que os intervenientes e notário percebem, ou a falta da menção da
intervenção de leitor , que procede à segunda leitura ou intérprete de língua gestual e
que transmitiu o conteúdo do instrumento ao outorgante e a declaração de vontade
deste ao notário;
• É também nulo o ato realizado por quem não tem competência para a prática ou que
esteja impedido para o praticar (incapacidade ou inabilidade dos intervenientes
acidentais e impedimentos do artigo 5º CN);
c)- Quanto aos negócios jurídicos – artigo 285º, 286º e 289º CC;
d)- Quanto à forma da declaração – artigo 35º, 36º, 288º e 291º CC;
- Quanto à falta das menções dos intérpretes nas escrituras de quem não entenda a língua
portuguesa ou nos casos de surdos, mudos ou surdos e mudos, são sanados mediante a
declaração dos outorgantes que foram cumpridas essas formalidades artigo 70º, nº 2,
declaração essa que tem que revestir a forma autêntica – artigos 35º e 151 º CN.
- No que diz respeito à falta da menção dos documentos exibidos, exemplo das certidões
prediais, pode ser sanada mediante averbamento, com a indicação do número da certidão ou
código de acesso, mas, estes têm que existir e serem válidos à data da outorga do ato.
- As nulidades por violação das regras de competência em razão do lugar, por decisão do
notário, mas só mediante a apresentação de uma declaração do notário competente
comprovativa da sua ausência na data em que foi lavrado o ato e as partes justificarem a
urgência na elaboração do mesmo.
- Nulidade por falta das ressalvas – As partes declararem, sempre de forma autêntica, que as
palavras inutilizadas não alteram os elementos essenciais do conteúdo do ato nem a sua
vontade .
- Nos atos em que haja disposições nulas, disposições a favor das pessoas elencadas no artigo
5º do CN ou intervenientes acidentais, a nulidade só abrange essas disposições e não todo o
ato – artigo 72º CN.
Quando haja violação das regras de competência territorial, por falta dos requisitos do artigo
70º nº1 alíneas a) a f), que não são suscetíveis de sanação nos termos dos artigos 70º nº 2 e
71º do CN, podem os atos ser revalidados, a requerimento dos interessados-artigo 73º CN.
a)- Por decisão do notário que exerce funções no cartório em que o ato foi lavrado
quando se verifique e comprove que o notário estava ausente e que o ato era urgente,
- Não havendo recurso, a decisão é averbada ao ato que diz respeito, revalidando-o – artigo
77º
- As restantes nulidades e as previstas no Código Civil, são decididas nos tribunais judiciais.
IMPOSTOS
Os impostos a que estão sujeitos os atos notariais são:
1)-Compra e venda;
2) -Dação em Pagamento:
3) –Permutas;
7) -Excesso nas partilhas por óbito ou partilha em vida e divisão de coisa comum.
- O IMT precede o ato ou facto-artigo 22º CIMIT ( com exceção das partilhas e divisão de coisa
comum).
B) -Imposto de Selo
2) Aquisição gratuita de bens ( acresce ao selo da verba 1.1) e aquisição por usucapião
–verba 1.2.
3) Arrendamento-verba 2.
4) Garantia das obrigações ( hipoteca, fiança, aval, penhor, etc) -verba 10.
5) Operações financeiras (utilização de crédito sob a forma de empréstimos / mútuos,
etc)-verba 17.