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Aqui estaríamos perante uma questão de legitimidade para propor ação executiva. Ora, o
53º/1 CPC refere-nos que a execução tem de ser promovida pela pessoa que no titulo
executivo figure como credor – literalidade do titulo -, indo assim de encontro ao 817º CC que
prevê que o credor tem o direito de exigir judicialmente o seu cumprimento.
Contudo, esta literalidade do titulo não é rígida, havendo situações excecionais em que o
credor pode estar indeterminado em face do título, mas o qual conseguimos, ainda assim,
determinar. São, segundo MTS, as chamadas situações de legitimidade aberta. Ora,
exatamente uma dessas situações é a do contrato a favor de terceiro, pelo que neste caso, se
assim o considerássemos, tanto o credor H, como o promissário F, ao abrigo do 444º/2 CC
teriam legitimidade para propor a ação executiva contra G para a entrega forçada do
automóvel. Contudo, não me parece que este se tratasse de um contrato a favor de terceiro
pois, apesar da intenção do F ser a de entregar o carro a H após a celebração do contrato, esta
informação teria de ser formalizada no contrato, respeitando o 443º/1 CC. Assim, creio que
estaríamos perante um mero contrato de c/v, pelo que apenas o F, ao abrigo do 53º/1 CPC e
do 817º CC teria legitimidade para propor a ação executiva
2. i. Condição suspensiva: caso de falta de exigibilidade, na medida em que, para além da
apresentação do título executivo, incumbe ao credor, ao instaurar a execução, fazer a
demonstração da ocorrência do facto (artigo 715.º, n.º1, CPC), nomeadamente, apresentando
a certidão de casamento de Helga.
ii. Por ser sinalagmático, poder-se-ia opor a exceção de não cumprimento, todavia, como
resulta do caso , F pagou o preço no dia seguinte ao do casamento, pelo que, ao não cumprir a
sua parte do acordado, G entra em mora/incumprimento – ainda assim, quando o credor está
obrigado para com o devedor a uma contraprestação a realizar simultaneamente, incumbe-
lhe, independentemente da invocação, pelo devedor da exceção de não cumprimento, provar
que a efetuou (artigo 715.º, n.º1 a 4 CPC), sob pena de não poder promover a execução.
iii. Escolha do carro: artigo 542.º ex vi artigo 549.º CC (obrigação alternativa) – não se refere
quando a escolha seja feita por terceiro mas aplica-se o artigo 402.º CC (cabe ao juiz decidir).
Martinez – artigo 542.º, n.º2 CC – a escolha passa pelo devedor pelo menos durante o prazo de
oposição do artigo 542.º, n.º2 CPC.
Estamos pente um titulo que é o contrato de compra e venda autenticado onde fazem parte
Gualdino e Fausto, não tendo Helga legitimidade segundo o art. 53 pelo principio da
literalidade.
Já se fosse um contrato a favor de terceiro, em que o destinatário dos efeitos reais seria a
Helga, também pelo art. 53, teria legitimidade como credora, não seria era a única credora.
Segundo art. 10 estamos perante uma ação executiva que tem por base um titulo executivo
que corresponde ao contrato compra e venda entre fausto e Gualdino autenticado por notário,
art. 703/1 b) (a C/V esta nos art. 874 e ss CC).
Este contrato de compra e venda esta sujeita a uma condição suspensiva, art. 270 CC, que só
se concretiza após o casamento de Helga. Temos então um facto constitutivo complementar
que é a tramitação da condição suspensiva, a exigibilidade da condição de precedência do
pedido segundo o 713, que no nosso caso seria o casamento da Helga.
Estamos perante uma execução de entrega de coisa certa. O 550/4 diz que quando estamos
presente a execução para entrega de coisa certa a forma de processo é única, que digamos
que é a forma ordinária como diz prof. Lebre de Freitas e RP.
A forma única é a forma que resulta do 724 e ss combinada com as regras especiais para
entrega de coisa certa, 859, sendo certo que se o titulo for sentença (que não é o caso)
teríamos que ter em conta o 626/3, é como se fosse forma sumaria, ou seja a citação para
oposição do executado é feita após a entrega da coisa.
Forma única é um mix: não é em bom rigor a forma ordinária, pois é a forma supletiva geral,
724 e ss conjugada com as regras para entrega de coisa certa, com as especialidades do 859 e
ss (como o caso de ser citado após a entrega da coisa).
O exequente pode pedir para que não seja logo citado o devedor para que não desapareça
com os bens (despensa judicial de citação previa).
Como em principio no processo executivo para entrega de coisa certa se NÃO FOR DE
SENTENÇA CONDENATORIA 626/3, a citação é anterior á execução, é possível aplicamos o 727
dizendo que não se notifique a pessoa senão ela vai desaparecer com o bem.
É possível na forma única (tendencialmente ordinária) o juiz só citar, 727 o executado depois
de ser entregue a coisa uma vez que os processo para entrega de coisa certa não terem
penhora?
Com a reforma de 2003 a entrega de coisa certa passou a ter forma única, 550/4. O 727 que
respeita a uma espécie de forma sumaria, falamos de penhora e no caso de processos para
entrega de coisa certa não há uma penhora mas sim uma apreensão do bem. Assim, na
generalidade da doutrina é aceite a entrega de coisa certa anterior à citação, não sendo
incompatível porque mesmo que a execução proceda pode haver a restituição do bem nos
termos do art.8??/5.
Outras justificação para aplicação do 727 nos casos de forma única onde não temos penhora
mas sim apreensão é o facto do art. 861/1 manda aplicar subsidiariamente a regra da penhora.
O prof. LF na aplicação do 727 na entrega de coisa certa acautela o fato de que quando não
houver aceitação previa, o executado é notificado para se opor á apreensão, mas só depois de
decorrido o prazo de oposição é que havia lugar a apreensão numa ideia de ato continuo.
Estamos perante uma escolha de terceiro, de uma obrigação alternativa, 549 CC que remete
para 542/2CC (genéricas) se o terceiro não escolhe devolve-se a escolha ao devedor, com
prejuízo do credor.
Quanto ao (iii): a falta de escolha relevaria para efeitos da certeza da obrigação, isto porque
estando aqui perante uma obrigação alternativa (543º CC), na medida em que de 3 cores seria
necessário escolher uma, faltaria perceber em concreto que carro é que seria preciso entregar
para a obrigação se cumprir. Ora, parece pelo enunciado que F e G convencionaram que a
escolha caberia a H, tendo convencionado um prazo que a mesma não respeitou, pelo que,
aplicando o 542º/2 CC, ex vide 549º CC, a escolha passaria para o G, que pelo 714º/1 CPC teria
de declarar, no mesmo prazo para a oposição, por qual das prestações optava, sendo que não
escolhendo, ao abrigo do /3 caberia a escolha ao F.
R: PROF
Legitimidade – contrato em si, se de alguma forma permita estender a legitimidade , ac. 3 nov
2020 – qualificação a favor de 3 depende da interpretação casuísta das cláusulas que atribua
efeitos j, positivos a 3’os,
se não existe nenhuma declaração expressa com o nome, poderá não ser a favor de 3’o.
Condição suspensiva- enquanto o casamento não se verificar, não se exige a obrigação, trata-
se de um problema de prova. Proc Civil anotado – de conhecimento comum, sem recurso a
presunções, nem conhecimento técnico, pericial. A nossa jurisprudência (tribunal rel. lisboa) –
barack obama presidente da america a 2008 não é facto notório; se permitirmos eu as revistas
cor de rosa fossem prova, seriam um meio para aferir factos… outro problema, mais valia a
certidão de casamento para ver se ocorreu
iii) – ver 1º se houve escolha entre as partes; não havendo escolha, aplicamos o artigo 342º -
lebre de freitas critica a solução porque o prazo é muito alargado mais do que o de oposição à
execução
2º situação pluralocalizada
– competência convencional?