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A VOCAÇÃO SUCESSÓRIA
A vocação sucessória é o chamamento, no momento da morte, de
um sucessível, para suceder, desde que reúna os requisitos necessários
ou pressupostos para o efeito.
São três os pressupostos da vocação sucessória:
A prevalência da respectiva designação sucessória;
A existência jurídica do chamado e;
A capacidade sucessória.
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A CAPACIDADE SUCESSÓRIA
O último pressuposto da vocação sucessória. Esta consiste na
idoneidade para ser destinatário de uma determinada vocação
sucessória ou ainda a aptidão para ser chamado a suceder, como
herdeiro ou como legatário. A capacidade é a regra. A incapacidade a
excepção.
A regra está definida no art.º 2033.º. As incapacidades estão
previstas nos art.º 2034.º e ss, que estabelece a regra geral da
incapacidade por indignidade e, nos art.º 2166.º e art.º 2167.º CC, a
incapacidade por deserdação.
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AS INCAPACIDADES SUCESSÓRIAS
Casos há em que a lei, excepcionalmente, considera certas pessoas,
perante outras, como inidónias para lhes sucederem como herdeiras ou
legatárias, pelo que não lhes atribui legitimidade para serem
destinatários da vocação sucessória relativamente ao património
hereditário dessas outras pessoas.
Isso pode acontecer por legalmente se entender que, pelo seu
comportamento face ao de cuius, determinadas pessoas se tornaram
indignas, socialmente ou de acordo com a vontade presumida do de
cuius, de lhe suceder; ou porque, dadas as particulares relações
existentes entre certas pessoas e o de cuius, a liberdade da disposição
testamentária deste está em si mesma prejudicada.
a) AS INDIGNIDADES SUCESSÓRIAS
As indignidades são situações em que, há um ilícito de um
sucessível praticado contra o autor da sucessão, contra seu cônjuge,
descentente ou ascendente, a lei reage estabelecendo como sanção, a
indignidade de modo que por ilicitude seja afastado da sucessão ou de
modo a evitar o acto ilícito lucrativo para aquele que o praticou.
O art.º 2034.° CC, estabelece os que carecem de capacidade por
motivo de indignidade. Nas diversas alíneas deste artigo, cuja formulação
parece inculcar que é taxativa, encontram-se fixadas as causas de
indignidade sucessória. Em princípio não devem considerar-se
taxativas as tipificações legais.
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REABILITAÇÃO DO INDIGNO
O instituto da reabilitação do indigno, está previsto no art.º
2038.°CC. Nos termos deste preceito legal "o que tiver incorrido em
indignidade, mesmo que esta já tenha sido judicialmente declarada,
readquire capacidade sucessória, se o autor da sucessão expressamente
o reabilitar em testamento ou escritura pública", dispõe o art.º 2038.°/l.
Está-se aqui perante a figura da reabilitação expressa.
Não havendo reabilitação expressa, mas sendo o indigno
contemplado em testamento quando o testador já conhecia a causa da
incapacidade, pode ele suceder, dentro os limites de disposição
testamentária, conforme o art.º 2038°/2 CC. Trata-se de uma
reabilitação tácita.
b) A DESERDAÇÃO
A deserdação é outra forma de incapacidade sucessória regulada
nos arts. 2166.º e 2167.º. A diferença essencial entre a deserdação e a
indignidade está, desde logo, no facto de esta operar em todas as formas
de sucessão e aquela apenas operar na sucessão testamentária.
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