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ATOS ADMINISTRATIVOS
Toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria.
Motivo
O motivo alegado para a prática do ato integra a validade deste ato, ainda que não fosse necessário (Teoria dos
motivos determinantes)
Competência
Forma
Meio pelo qual o ato se exterioriza, vem a público. Em conceito amplo, a forma não é apenas a exteriorização do
ato, mas também todas as formalidades que devem ser observadas.
Objeto
Efeito jurídico imediato que o ato produz. Para identificá-lo, basta verificar o que o ato enuncia, prescreve,
dispõe.
Finalidade
Se infringida a finalidade legal do ato, seja desatendido o seu fim de interesse público, o ato será ilegal, por
desvio de poder; ou finalidade.
Diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em
contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei, portanto é relativo. A descoberta
da invalidade não anula os efeitos para terceiros de boa-fé. P. ex: depois de muitos anos, descobre-se que a
professora do 1° ano tinha diploma falso. Os alunos não precisarão voltar a fazer a série, pois são terceiros de
boa-fé.
Imperatividade
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
Auto executoriedade
É o atributo que alguns atos têm de criarem obrigações aos particulares, sem a necessidade e recorrer ao Poder
Judiciário.
Tipicidade
Atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como aptas a
produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende alcançar existe um ato
definido em lei. Decorre do princípio da legalidade.
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO
Vinculado: a lei estabelece que, diante de determinados requisitos, a Administração deve agir de tal ou
qual forma.
Discricionário: adoção de uma ou outra solução é feita segundo critérios de oportunidade, conveniência
justiça, equidade, próprios da autoridade, porque não definidos pelo legislador.
REVOGAÇÃO
ANULAÇÃO
CONVALIDAÇÃO
DESFAZIMENTO
Anulação
Revogação
Cassação: extinção do ato administrativo quando o seu beneficiário deixa de cumprir os requisitos que
deveria permanecer atendendo, como exigência para a manutenção do ato e de seus efeitos
1. Quanto ao conteúdo
Autorização: ato administrativo unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração faculta ao
particular o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de serviço (autorização de serviço
público), ou desempenho de atividade material, ou prática de ato que, sem esse consentimento, seriam
legalmente proibidos (autorização como ato de polícia).
Licença: ato administrativo unilateral e vinculado pelo qual a Administração faculta àquele que preencha
os requisitos legais o exercício de uma atividade.
Admissão: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração reconhece ao particular, que preencha os
requisitos legais, o direito à prestação de um serviço público.
Permissão: designa o ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo
qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de serviço público ou a utilização privativa
de bem público.
Aprovação: ato unilateral e discricionário pelo qual se exerce o controle a priori ou a posteriori do ato
administrativo.
Homologação: ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um
ato jurídico. Ela se realiza sempre *a posteriori* e examina apenas o aspecto da legalidade, no que se
distingue da aprovação
Parecer: ato pelo qual os órgãos consultivos da Administração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou
jurídicos de sua competência. Pode ser obrigatório, facultativo e vinculante.
2. Quanto à forma
Decreto: forma de que se revestem os atos individuais ou gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo
(Presidente da República, Governador e Prefeito).
Portaria e resolução: formas de que se revestem os atos, gerais ou individuais, emanados de autoridades
outras que não o Chefe do Executivo.
Circular: instrumento de que se valem as autoridades para transmitir ordens internas uniformes a seus
subordinados.
Despacho: contém decisão das autoridades administrativas sobre assunto de interesse individual ou
coletivo submetido à sua apreciação.
Alvará: instrumento pelo qual a Administração Pública confere licença ou autorização para a prática de
ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Hely Lopes Meirelles define o serviço público como “todo aquele prestado pela Administração ou por seus
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da
coletividade, ou simples conveniências do Estado”
PRINCÍPIOS
Princípio da mutabilidade do regime jurídico ou da flexibilidade dos meios aos fins: autoriza mudanças
no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao interesse público, que é sempre variável no tempo
Princípio da modicidade: serviço público deve ser prestado da forma mais barata possível, de acordo com
a tarifa mínima.
Princípio da urbanidade: os servidores públicos têm o dever legal de tratar as pessoas com urbanidade. O
servidor que não é cortês ao lidar com os usuários dos serviços públicos, com superiores ou colegas pode
ser punido com advertência, suspensão e até demissão.
Princípio da igualdade dos usuários: desde que a pessoa satisfaça às condições legais, ela faz jus à
prestação do serviço, sem qualquer distinção de caráter pessoal
1. Quanto à essencialidade
Públicos:
Serviços próprios do Estado: são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder
Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde pública etc.) e para a execução dos quais a
Administração usa da sua supremacia sobre os administrados. Não podem ser delegados a
particulares. Tais serviços, por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.
Utilidade pública: são úteis, mas não apresentam a essencialidade dos denominados "essenciais". Podem
ser prestados diretamente pelo Estado ou por terceiros. São também chamados de serviços pró-cidadão
(ex.: transporte, telefonia, energia elétrica);
Ut singuli: aqueles que tem por finalidade a satisfação individual e direta das necessidades dos cidadãos.
Exemplo: energia elétrica, luz, gás, transportes).
Ut universi: são prestados à coletividade, mas usufruídos apenas indiretamente pelos indivíduos. É o caso
dos serviços de defesa do País contra o inimigo externo, dos serviços diplomáticos, dos serviços
administrativos prestados internamente pela Administração etc.
3. Quanto à adequação
Próprios: aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado assume como seus e os executa
diretamente (por meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários e
permissionários)
Impróprios: aqueles que embora atendendo também as necessidades coletivas, não são assumidos nem
executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas apenas por ele autorizados, regulamentados
ou fiscalizados.
Serviços administrativos: são aqueles que atendem as necessidades internas da Administração Pública.
Ex.: imprensa oficial, processamento de dados.: por Serviços industriais
Descentralizada:
Por meio de entidades: outorga mediante lei específica da titularidade do serviço. A
revogação se dá pela criação de nova lei.
Contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a outrem a execução de um serviço público,
para que o execute em seu próprio nome, por sua conta e risco, assegurando-lhe a remuneração mediante
tarifa paga pelo usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço.
Delegação contratual
Prazo certo
A permissão de serviço público é, tradicionalmente, considerada ato unilateral, discricionário e precário, pelo
qual o Poder Público transfere a outrem a execução de um serviço público, para que o exerça em seu próprio
nome e por sua conta e risco, mediante tarifa paga pelo usuário.
Ato unilateral
Precária
Licitação
Constitui ato unilateral, discricionário e precário pelo qual o poder público delega a execução de um serviço
público de sua titularidade, para que o particular o execute predominantemente em seu próprio benefício.
Exemplo típico é o da autorização dos serviços de energia elétrica.
Ato unilateral
Precária
Pessoa física ou jurídica
Conta e risco do autorizatário
Serve para interesses coletivos instáveis e fiscalizar atividade
Precedida ou não de licitação
LICITAÇÃO
Odete Medauar entende que, “Licitação, no ordenamento brasileiro, é processo administrativo em que a
sucessão de fases e atos leva à indicação de quem vai celebrar contrato com a Administração.
SUJEIÇÃO
Administração direta
Administração indireta (Fundações, autarquias, sociedades de economia mista, empresas públicas e
consórcios públicos)
Terceiro setor (quando utilizem verba pública)
FINALIDADES
CF, art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza
Lei 8.666/93, art. 3°, parágrafo 1°. É vedado aos agentes públicos:
I - Administrar, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam,
restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo.
TIPOS DE LICITAÇÃO
Menor preço
Melhor técnica
Técnica e preço
Maior lance ou oferta
OBJETO
Compras
Obras
Serviços
Locações
Alienações
Procedimento formal
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o
ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a
sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
A administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
vinculada.
Competitividade
§ 3° A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento,
salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
Princípio do julgamento objetivo
O julgamento das propostas há de ser feito de acordo com os critérios fixados no edital
A administração não pode, concluído o procedimento, atribuir o objeto da licitação a outrem que não o
vencedor.
O direito do vencedor limita-se à adjudicação, ou seja, à atribuição a ele do objeto da licitação, e não ao
contrato imediato.
Publicidade
FASES DA LICITAÇÃO
Interna
Elaboração do edital
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Em razão do valor:
Concorrência
Tomada de preços
Convite
Em razão do objeto:
Concurso
Leilão
Pregão
CONCORRÊNCIA
Se realiza com ampla publicidade para assegurar a participação de quaisquer interessados que preencham os
requisitos previstos no edital.
Características básicas:
Ampla publicidade: assegurada pela publicação do aviso do edital, no mínimo uma vez, com indicação do
local em que os interessados poderão ler e obter o preço integral e todas as informações sobre a licitação.
Razão do valor, quando as compras e serviços foram acima de D$1.430.000 e obras acima de
3.300.000,00
Comissão
Mínimo 3 integrantes
Pode ser específica (uma concorrência determinada) ou permanente (todas as licitações e mandato de 1
ano, sendo vedada a recondução total)
Características
Habilitação fiscal, técnica, econômica, financeira, regularidade fiscal e declaração de não utilização de
trabalho infanntil.
TOMADA DE PREÇOS
Licitação realizada entre interessados devidamente cadastrados ou que preencham os requisitos para
cadastramento até o terceiro dia anterior ao recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Será realizada:
por comissão
Participação somente de interessados cadastrados até o 3° dia anterior ao recebimento das propostas (art. 22,
parágrafo 2°)
Instrumento convocatório: edital
CONVITE
Modalidade de licitação entre, no mínimo, três interessados do ramo pertinente a seu objeto, cadastrados ou
não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa, e da qual podem participar também aqueles que, não
sendo convidados, estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interesse com
antecedência de 2 horas da apresentação das propostas.
Será realizada:
para compras e serviços de R$17.600.00 até R$176.000,00 ou obras de R$33.000,00 até R$330.000,00.
Interessados já cadastrados, desde que se manifestem em até 24h antes do recebimento das propostas.
Se não acudirem, pelo menos 3 interessados, o convite deve ser refeito, salvo limitação de mercado ou
manifesto desinteresse
Existindo na praça mais de 3 possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou
assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado
CONCURSO
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
mediante a instituição de prêmio ou remuneração aos vencedores.
Pagamento de prêmio
Participação de qualquer interessado
LEILÃO
Modalidade de licitação entre quaisquer interessados para venda de móveis ou semoventes inservíveis ou
apreendidos ou imóveis. Em regra, os imóveis devem ser vendidos por concorrência, porém alguns imóveis
podem ser vendidos ou por concorrência ou por leilão, quando se tratar de imóvel dado em dação em
pagamento ou derivado de procedimentos judiciais.
PREGÃO
Modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da
contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública
Declaração de habilitação
Lances verbais dos autores das propostas superiores em até 10% a de menor valor
Pregão eletrônico
FASES DA LICITAÇÃO
Edital
Habilitação prévia
Homologação
Adjudicação
INEXIGIBILIDADE DA LICITAÇÃO
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
Materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou
representante comercial exclusivo, sendo vedada a escolha de marca salvo por questão de economia,
eficiência ou manutenção de garantia
Notória especialização
DISPENSA DA LICITAÇÃO
Em razão da pessoa
Em razão do objeto
Em razão do valor
Em razão da circunstância
Em razão da pessoa
material de uso das Forças Armadas, salvo material de uso pessoal e administrativo
Para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde
produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade
apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa,
extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico
Em razão do objeto
Impressão dos diários oficiais e prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito
Fornecimento de bens e serviços que envolvam alta complexidade tecnológica e defesa nacional
Aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares empregadas em
operações de paz no exterior
Na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
de Saúde SUS
Na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras
tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as
famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água para a construção, a ampliação,
a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação de grave e
iminente risco à segurança pública.
Em razão do valor
Obras: até R$ 33.000,00 (para os consórcios Públicos com mais de 3 entes estes valores são triplicados)
Para as Emp. Públicas, Soc. de Econ. Mista e Consórcios Públicos com até 3 entes esses valores são
considerados em dobro
Em razão da circunstância
Curta duração