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REGISTO DE PROPRIEDADE AUTOMÓVEL

PARTE GERAL

O Registo de Automóvel, tem essencialmente por fim individualizar os


respectivos proprietá rios e em geral, dar publicidade aos direitos inerentes aos
veículos automó veis, artigo 1.º do Decreto-lei n.º 54/75 de 12 de Fevereiro.

 O Automó vel é o veículo com motor de propulsã o, dotado de pelo menos


quatro rodas, com tara superior a 550 kg, cuja velocidade má xima por
construçã o seja superior a 25 km/h, e que se destine pela sua funçã o, a
transitar na via pú blica, sem sujeiçã o a carris. Artigo 103º do Decreto-Lei
n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de Estrada.

Para efeito de registo, sã o considerados veículos automó veis apenas os veículos como
tais os definidos no Có digo de Estrada, que tenham matrícula atribuída pela Direcçã o de
trâ nsito e Segurança Rodoviá ria. Nã o é possível registar qualquer facto relacionado
com os automó veis, sem a existência ou indicaçã o de um veículo.

CLASSES DE VEICULOS

Os automóveis dividem-se em classes:

 Ligeiros: Veículos com peso bruto igual ou inferior a 3500 kg e com


lotaçã o nã o superior a nove lugares, incluindo o do condutor. Alínea a) do
n.º 1 do artigo 104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que
aprova o Có digo de Estrada.

 Pesados: Veículos com peso bruto superior a 3500 kg ou com lotaçã o


superior a nove lugares, incluindo o do condutor. Alínea b) do n.º 1 do artigo
104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de
Estrada.

 Motociclos é o veículo dotado de duas ou três rodas, com motor de


propulsã o com cilindrada superior a 50 cm3 ou que por construçã o exceda

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em patamar a velocidade de 45 km/h. Artigo 105º do Decreto-Lei n.º 5/08 de
29 de Setembro que aprova o Có digo de Estrada.

TIPOS DE VEICULOS:

Os automó veis ligeiros ou pesados incluem-se, segundo a sua utilizaçã o, nos seguintes
tipos:

• De passageiros: Os veículos que se destinam ao transporte de pessoas. Alínea a) do


n.º2 do artigo 104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de
Estrada.

• De mercadorias: Os veículos que se destinam ao transporte de carga. Alínea b) do


n.º2 do artigo 104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de
Estrada.

• Mistos: Os veículos que se destinam ao transporte, alternado ou simultâ neo, de


pessoas e carga. Alínea c) do n.º2 do artigo 104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de
Setembro que aprova o Có digo de Estrada.

• Tractores: Os veículos construídos para desenvolver um esforço de tracçã o, sem


comportar carga ú til. Alínea d) do n.º2 do artigo 104º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de
Setembro que aprova o Có digo de Estrada.

• Especiais: Os veículos destinados ao desempenho de uma funçã o especifica, diferente


do transporte normal de passageiros ou carga. Alínea e) do n.º2 do artigo 104º do
Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de Estrada.

MATRÍCULAS

Conceito: a matrícula é uma placa de identificaçã o de veículos automó veis, que pode
ser feita numa chapa de metal ou plá stico, afixada a um veículo ou um atrelado com o
fim da sua identificaçã o oficial (dá lugar a emissã o do Livrete) artigos 115º e 116º do
Có digo de Estrada.

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• TIPOS DE MATRÍCULAS EM ANGOLA • Elas sã o do formato AB-12-56-AB, este formato
corresponde ao usado na Uniã o Europeia (520 mm por 110 mm).

• As matrículas do regime geral, devem ter o fundo preto, as letras e os nú meros sã o


brancos.

• As do regime especial têm fundo verde com caracteres brancos ou fundo branco com
caracteres vermelhos. Ex: carros do corpo diplomá tico, de organizaçõ es internacionais
e personalidades.

LEGISLAÇÃO:

De realçar que sã o aplicá veis, com as necessá rias adaptaçõ es, ao Registo Automó vel as
disposiçõ es relativas ao Registo Predial (có digo de Registo Predial, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 47611, de 28 de Março de 1967, apenas na medida regulamentaçã o
pró pria e indispensá vel com a natureza de veículos automó veis. Além do diploma supra
citado, aplicam-se também ao Registo Automó vel um leque de legislaçã o que sã o
concretamente:

 Decreto-Lei n.º 54/75 de 12 de Fevereiro. Remodela o actual Sistema de Registo da


Propriedade Automó vel.
 Decreto n.º 55/75 de 12 de Fevereiro, aprova o regulamento do Registo Automó vel.
 Decreto Presidencial n.º 300/19 de 16 de Outubro. Aprova a tabela emolumentar do
Registo Automó vel.
 Lei n.º 1/97 da simplificaçã o e modernizaçã o dos Registos e Notariado.
 Lei n.º 24/20, de 13 de Junho. Do imposto sobre veículos motorizados.
 Lei n.º 18/10 de 06 de Agosto. Do Patrimó nio do Estado.
 Lei n.º 11/11 de 16 de Fevereiro. Da alteraçã o aos Có digos de Registo Predial e do
Notariado.
 Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que aprova o Có digo de Estrada.
 Decreto Presidencial n.º 92/16 de 04 de Maio. Aprova as Normas Reguladoras da
Aquisiçã o, Gestã o e o Abate da frota de Veículos do Estado.
 Decreto Presidencial 161/21, de 21 de Junho. Aprova o Projecto de simplificaçã o de
Procedimentos na Administraçã o Pú blica.

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PRINCIPIOS DO SISTEMA JURÍDICO REGISTAL

No direitoregistral automó vel existem um conjunto de princípios que norteam o sitema


sobre qual se encontra orientado todo o edifício registral. De entre os mais importantes
destacamos os seguintes:

• Instâ ncia — art. 4.° do CRP

• Prioridade - art. 9.° do CRP

• Legalidade — art. 5.0 do CRP

• Presunçã o da Verdade — art. 8.° do CRP

• Oponibilidade a terceiros— art. 7.° do CRP

• Eficá cia entre as partes — art, 6.° do CRP

• Princípio da Especialidade

•Tracto Sucessivo — art. 13.° do CRP

• Princípio da Tipicidade

PRINCÍPIO DA INSTÂNCIA

i. Com este princípio da instâ ncia pretende-se alicerçar a regra primordial do edifício
registral, baseando-se na ideia de que o registo só efectua-se a pedido dos interessados,
em impressos de modelo aprovado, salvo os casos de oficiosidade previstos na lei.
Exige-se pois, uma manifestaçã oexpressa de vontade para que se inicie o processo de
registo. A oficiosidade constitui a excepçã o. E deste principio que decorre a afirmaçã o
de que o verdadeiro titulo que serve de base ao registo e o requerimento para registo.

ii. O princípio da instâ ncia, nã o significa necessariamente o cará cter facultativo do


registo, o registo pode depender da vontade dos interessados, mas ainda assim ser
obrigató rio, o interesado no caso tem nã o tem apenas a obrigaçã o de requerer o registo,
tem também o dever de o fazer, sob pena de cometer uma transgressã o ao nã o faze-lo,
ficando sujeito a uma sançã o.

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PRINCÍPIO DA PRIORIDADE

Significa que o direito inscrito em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe
seguirem, relativamente aos mesmos veículos, segundo a ordem da apresentaçã o no
sistema de registo. A ordem dos registos e estabelecida com a anotaçã o de
apresentaçã o. O registo convertido em definitivo conserva a prioridade que tinha como
provisó rio e, em caso de recusa, julgada procedente a impugnaçã o do acto recusado, o
registo conserva a prioridade deste. Se estivem vários direitos em concurso na mesma
data a prevalência é definida pelo nú mero de apresentaçã o. Este principio também
define a ordem pela qual sã o lavrados os registos em cada veículo automó vel. Fica
assim esclarecida a importâ ncia do livro Diá rio e as apresençõ es, por serem eles os
grandes atores para a definiçã o da prioridade, de acordo com a incriçã o cronoló gica dos
registos.

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

i. O princípio da legalidade tem um alcance vasto, pois pretende reforçar o valor


transversal a todo o edifício registral, que é o seguinte, todo o registo é lavrado em
rigoroso cumprimento da lei em vigor, os documentos submetidos a regsito deverã o
verificar a sua conformidade com a lei em vigor. O acto só pode ser registado se for
valida, se nã o violar as disposiçõ es legais aplicá veis. Compete ao conservador qualificar
o pedido de registo, fazendo um juízo inteiramente livre, apenas com obediência a lei e
no que respeita a todo o tipo de documentos - notarial, judicial ou administrativo. Neste
juízo de qualificaçã o, o conservador deve apreciar a viabilidade do pedido de registo,
atendendo:

- As disposiçõ es legais aplicá veis;

- Aos documentos apresentados e aos registos anteriores;

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Deve verificar: A sua regularidade formal — os documentos devem obedecer a forma
exigida por lei.

Legitimidade para pedir — quais as pessoas que podem pedir o registo.

Legalidade dos títulos apresentados — conteú do dos documentos (se contem as


formalidades comuns e as mençõ es especiais que a lei imponha).

Validade dos actos — existência de anulabilidades ou nulidades.

Capacidade dos intervenientes — capacidade de gozo e de exercício.

A situaçã o tabular — verificaçã o do principio do tracto sucessivo — confronta com os


registos anteriores.

PRESUNÇÃO DA VERDADE

Existência de um sistema de registos seguro e eficaz.

Protecçã o dos titulares inscritos.

Certeza e confiança jurídica.

O direito tal como o registo o publicita, existe, e pertence a pessoa em cujo nome
está inscrito, na exacta medida definida pelo registo.

PRINCÍPIO DA OPONIBILIDADE

Assim que um registo é lavrado, ele passa a poder ser conhecido de qualquer pessoa,
produzem efeitos contra terceiros, depois da data do registo.

O registo funciona assim como garantia para os terceiros, da existência ou nã o, de ó nus


e encargos sobre o veiculo. — Oponibilidade a terceiros.

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EFICÁCIA ENTRE AS PARTES

A transferência da propriedade realiza-se pelo contracto, o qual produz efeitos entre as


partes de imediato.

O registo funciona, na maior parte dos casos, como condiçã o de oponibilidade dos
efeitos desses factos contra terceiros.

• Com excepçã o da hipoteca — registo constitutivo

PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

A cada negocio jurídico corresponde um facto pró prio sujeito a registo, especifico e
ú nico, que os distingue dos demais:

Os veículos definidos na lei, com matrícula atribuída, sã o o objecto do registo


automó vel, pelo que nã o dever existir dú vidas sobre a sua identidade e sobre os direitos
que nele incidem.

A unidade da inscriçã o tipificada no art. 44.º do Regulamento do Registo Automó vel é


disso mesmo exemplo.

PRINCÍPIO DO TRATO SUCESSIVO

O direito do adquirente funda-se no do transmitente. Caracteriza-se pela exigência de


que o direirto se mostre previamente inscrito em nome da pessoa que dele dispõ e.

Visa a protecçã o dos direitos dos particulares, nas relaçõ es jurídicas de cará cter
patrimonial e com eficá cia real:

Os direitos transmitidos ou onerados tem que estar previa e definitivamente inscritos


em nome da pessoa que os transmite ou onera.

Quando existe uma inscriçã o de transmissã o, domínio ou mera posse, nã o poderá ser
registado qualquer direito sem a intervençã o do respectivo titular (com as excepçõ es de
determinados ó nus, como o arresto ou a penhora).

PRINCÍPIO DA TIPICIDADE

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Princípio da tipicidade ou numerus clausus, isto é, só estã o sujeitos a registo os actos e
factos constantes da lei. o facto registá vel nã o é aquele que o conservador entende que
em dada circunstancia deve ser registado mas antes aquele que a lei sujeita a registo.

Só os factos previamente previstos na lei poderã o ser sujeitos a registo

INALTERABILIDADE DO REGISTO

Em respeito pela fé pú blica, confiança jurídica e segurança do comercio jurídico, depois


de lavrados e assinados os actos de registo, estes só poderã o ser alterados por
averbamento ou anotaçã o.

VICIOS DO REGISTO

• Apresentante

• Sujeito Activo da inscriçã o

• Sujeito Passivo da Inscriçõ es

TIPOS DE INTERVENIENTES NO REGISTO

• Inexactidã o — art. 82.° e 226.° do CRP

• Anulabilidade — 82.° do CRP

• Nulidade — arts. 83.° e 84.° do CRP

LEGITIMIDADE

• Advogado • Gerente/Administrador/Director • Interessado • Procurador •


Representante de menor • Requerente

QUALIFICAÇÃO JURÍDICA

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Rejeiçã o Provisó rio por Duvidas Provisó rio por Natureza Provisó rio por duvidas e por
natureza Recusado

REJEIÇÃO

Existem determinados actos que só podem ser registados em definitivo (registo


propriedade, de usufruto, as suas transmissõ es e a reserva de propriedade).

• Nestes actos, quando os documentos apresentados a registo nã o permitem que se


lavre o acto em definitivo, a Conservador deve elaborar um despacho com o
fundamento da rejeiçã o. Neste caso, devolve-se os documentos e o valor pago a título de
preparo.

Se o utente se conformar com a decisã o de rejeiçã o, pode Interrompido no prazo de 30


dias) Neste caso, o Conservador vai lavrar o registo e acusa na ficha do veiculo, a data
de apresentaçã o do acto que foi rejeitado, lavrando de seguida o registo de interposiçã o
do recurso. Se o recurso tiver provimento, o acto é lavrado em definitivo com a data da
primeira apresentaçã o do acto.

Exemplo de rejeição:

0 Sr. Antó nio apresenta um pedido de registo de propriedade sob a apresentaçã o 12 de


25/06/2015. - 0 Conservador rejeita o pedido, devolvendo os documentos e o preparo
pago, e notifica o Sr. Antó nio do despacho de rejeiçã o. - O Sr. Antó nio nã o se conforma e
interpô s recurso sob a apresentaçã o 16 de 10/07/2015. - 0 Conservador lavra o registo
de recusa sob a apresentaçã o 12 de 25/06/2015 e o registo de interposiçã o de recurso
sob a apresentaçã o 16 de 10/07/2015. - Se o recurso tiver provimento (se for dada
razã o ao Sr. Antó nio), o registo de propriedade é lavrado em definitivo com a
apresentaçã o 12 de 25/06/2015 (ou seja, conserva a prioridade da primeira
apresentaçã o a registo).

PROVISORIEDADE POR DUVIDAS

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A falta de documentos acessó rios, bem como as deficiências dos títulos que nã o
invalidem a existência jurídica dos actos determinam que o registo tenha de ser
qualificado como provisó rio por dú vidas. NÃ O SE APLICA aos actos de registo de
propriedade, usufruto, suas transmissõ es e reserva de propriedade.

PROVISORIEDADE POR NATUREZA

O legislador admite o registo provisó rio por natureza de factos respeitantes a negó cios
jurídicos que ainda nã o estã o completos mas que, provavelmente, irã o completar-se e
para aquelas situaçõ es que, pela sua natureza, nã o ficarã o decididas no prazo normal de
vigência do registo provisó rio, admitindo-se um prazo mais longo de vigência. A
provisoriedade por natureza só existe quando prevista na lei, aplicando-se neste caso o
Có digo do Registo Predial.

RECUSA

O registo deve ser recusado:

a) Quando o transmitente nã o se encontre inscrito;

b) Quando for manifesto que o facto nã o esta titulado nos documentos a apresentados;

c) Quando se verifique que o facto constante do documento já esta registado ou n3o


este sujeito a registo;

d) Quando for manifesta a nulidade do facto;

e) Quando o registo já tiver sido lavrado como provisó rio por d6vidas e estas nã o se
mostrem removidas;

URGÊNCIA

• E requerido pelo utente, sem necessidade de fundamentaçã o;

• Assume a prioridade sobre o restante serviço da Conservató ria

• Deve ser lavrado no prazo dois dias uteis a contar do requerimento;

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• Implica que sejam lavrados primeiro todos os registos que se encontram pendentes
para aquele veiculo.

OBRIGATORIEDADE DO REGISTO

Factos sujeitos a registo obrigató rio — art. 5.0 e 6.0 do RRA Prazos — art. 39.º do RRA
— 60dias.

Consequências do incumprimento da obrigaçã o de registar dentro do prazo: art. 1.º nº2


da Tabela de Emolumentos — pagamento do valor do emolumento em dobro.

PARTE ESPECIAL

ACTOS DE REGISTO OBRIGATÓRIO

DIREITO DE PROPRIEDADE

Artigo 5.º no 1 alínea a) do Regime do Registo Automó vel.

O direito de propriedade este previsto no artigo 1302.° do Có digo Civil e seguintes e


tem as seguintes características:

Direito pleno e exclusivo — significa que só o seu titular poderá usa-lo, ou sob sua
autorizaçã o ou consentimento.

Caracteriza-se pela sua elasticidade — pese embora nã o deixe de existir, ele pode ser
limitado, por exemplo pelo usufruto, e voltar a ser total quando o usufruto se extinguir.

É perpétuo — ele permanece e existe enquanto a coisa sobre a qual recai existir,
enquanto esta nã o for deteriorada, perdida, inutilizada ou extinta.

É total — é um direito global para que o seu proprietá rio possa fazer o que entender
com a coisa, dentro dos limites legais.

RECONHECIMENTO, AQUISIÇÃO OU DIVISAO DO DIREITO DE PROPRIEDADE

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Registo Inicial – É o acto que tem por finalidade individualizar o primeiro proprietá rio
do veículo automó vel.No registo inicial de propriedaderegista-se o direito a
propriedade sobre o veículo a favor de determinada pessoa (singular ou colectiva —
sujeito activo da inscriçã o). É o primeiro acto de registo sobre o veículo, que pode ser
novo ou usado, importado para Angola ou aqui construído. O indivíduo da inscriçã o é o
"Sujeito Activo".
OsDocumentos para o registo do inicial:

 Guia original
 Có pia do livrete
 Requerimento para registo inicial de propriedade ou simplesmente formulá rio
de Registo Inicial (obrigatoriedade do reconhecimento quando tratar-se de
pessoa colectiva) é o Modelo 1
 Có pias dos bilhetes importador
 Caso seja pessoa colectiva deve apresentar o NIF
 Comprovativo de IVM, (Imposto Sobre o Veículo Motorizado)

Tramitação do processo-Depois de preenchido os requesitos e confirmado


previamente os documentos apresentados, atribui-se ao processo uma apresentaçã o,
isto é uma numeraçã o cronoló gica que é repetida diaramente, esta apresentaçã o é
colocada no formulá rio de registo inicial de propriedade; (Pr), com a data; (dia, mês e o
ano) e a valor emolumentar pago; (valor do acto + valor do selo). A seguir o processo é
lançado na contabilidade, com o nome do registando e o valor total pago por ele, só
depois é inserido na aplicaçã o, depois de conferido e aprovado é emitido o título de
propriedade.

Registo de transmissão de propriedade - o titular inscrito como proprietá rio tem


legitimidade para transmitir o veículo a terceiro.

O terceiro (adquirente) vem registar a propriedade do veículo a seu favor. Este registo
terá "Sujeito Activo" (o novo proprietá rio) e "Sujeito Passivo" (o proprietá rio anterior).

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Qualificaçã o Jurídica - Só pode ser lavrada em definitivo, rejeitado ou recusado - artigo
7.º do Regime do Registo Automó vel.

Documentos para o registo de transmissão:

 Título de propriedade
 Có pia do livrete
 Formulá rio de declaraçã o de compra e venda. Modelo 2
 Có pias dos bilhetes do comprador e vendedor
 Caso seja pessoa colectiva deve apresentar o NIF e fazer o reconhecimento com
qualidades e poderes para o acto.
 Comprovativo de IVM (Imposto Sobre o Veículo Motorizado)

A emissão do duplicado do título de registo, ou segunda via do registo.

Duplicado do título de registo, ou Segunda via do registo de propriedade - Acto


praticado para a remissã o do título de propriedade automó vel por pessoas colectivas
ou singulares por requerimento ou documento passado pelo interessado; a segunda via
pode ser solicitada por posse de título deteriorado, por extravio e por destruiçã o. O
pedido de duplicado de registos, podem ser feitos de três formas conforme os casos:
Quando tratar-se de deterioraçã o, a substituiçã o do título em mau estado de
conservaçã o, serã o substituidos oficiosamente ou a requerimento verbal do
interessado, bastando que o mesmo apresente o título em mau estado de conservaçã o, a
có pia do bilhete e do livrete do veículo automó vel, e o comprovativo do pagamento do
IVM. Artigo 21º. do Decreto n.º 55/75 de 12 de Fevereiro, aprova o regulamento do
Registo Automó vel.

Quando tratar-se de extravio, a substituiçã o do título extraviado será feita mediante


requerimento (em papel comum) escrito, em que o mesmo declara que se compromete
a entregar na conservató ria o exemplar perdido se o vier a recuperar. Exige-se que o
requerimento deva conter o reconhecimento presencial da assinatura, a có pia do título
extraviado, có pia do bilhete, có pia do livrete e o comprovativo do pagamento do IVM.
N.º 2 do Artigo 22º. do Decreto n.º 55/75 de 12 de Fevereiro, aprova o regulamento do
Registo Automó vel.

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No ú ltimo caso, por destruiçã o, a substituiçã o do título destruido será feita mediante
requerimento escrito, em que o mesmo declara a efectiva destruiçã o do título de
registo. Exige-se que o requerimento deva conter o reconhecimento presencial da
assinatura, a có pia do título destruido se existir, có pia do bilhete do requerente, có pia
do livrete e o comprovativo do pagamento do IVM. N.º 2 do Artigo 22º. do Decreto n.º
55/75 de 12 de Fevereiro, aprova o regulamento do Registo Automó vel.
Atençã o que, os títulos de registo de propriedade de veículos do Estado, de corpos
administrativos ou de qualquer outro organismo oficial, quando extraviados ou
destruidos, podem ser substituídos em face de simples ofício, autenticado com o
respectivo selo branco. N.º 3 do Artigo 22º. do Decreto n.º 55/75 de 12 de Fevereiro,
aprova o regulamento do Registo Automó vel.
DIREITO DE PROPRIEDADE

Formas de aquisiçã o do direito de propriedade:

• Contracto — exemplos: compra e venda, doaçã o, troca, etc.

• Sucessã o por morte • Usucapiã o • Outras

USUFRUTO

Artigo 5.0, no 1, alínea a) do Regime do Registo Automó vel: Direito de gozar temporá ria
e plenamente um bem, sem alterar a sua forma ou substancia (artigo 1439. ° do Có digo
Civil).

Qualificaçã o Jurídica - Só pode ser Lavrado em definitivo, rejeitado ou recusado — art.


7° do Regime do Registo Automó vel.

RESERVA

Artigo 5.0, no 1, alínea b) do Regime do Registo Automó vel: Nos contractos de


transmiss5o da propriedade, o transmitente pode reservar para si a propriedade do
bem até que o adquirente cumpra as obrigaçõ es do contracto — Artigo 409º do Có digo
Civil. Só produz efeitos contra terceiros com o registo. Enquanto existir reserva
registada, o bem nã o pode ser transmitido a terceiros.

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Qualificaçã o Jurídica - Só pode ser lavrado em definitivo, rejeitado ou recusado - artigo
7º do Regime do Registo Automó vel.

Documentos para o registo do acto:

 Contrato de mútuo original


 Titulo original
 Cópia do livrete
 Cópia do bilhete do mutuário
 Impresso de requerimento para registo de Reserva/Hipoteca, modelo 4
Nota: valor determinado de acordo ao tipo de veiculo.

INDIVISAO DA COMPROPRIEDADE

Artigo 5.º no 1, alínea c) do Regime do Registo Automó vel: Existe compropriedade


quando duas ou mais pessoas s5o titulares em simultâ neo do direito de propriedade
sobre um determinado bem — artigo 1403.0 do Có digo Civil Pode convencionar-se
entre as partes que o bem permanece indiviso por determinado período (no má ximo 5
anos) — artigo 1412.0 do Có digo Civil.

Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por duvidas e/ou por natureza.

Documentos para o registo do acto:

 Titulo original
 Có pia do livrete
 Copia do bilhete dos comproprietá rios
 Declaraçã o de compra e venda, Modelo 2

Nota: o título de propriedade é emitido com o nome dos vários


proprietários.

HIPOTECA

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Artigo 5.° no 1 alínea d) do Regime do Registo Automó vel: Consiste no direito de um
credor a ser pago pelo valor de certos bens pertencentes ao devedor, com preferência
sobre os demais credores — artigo 686.° Có digo Civil Só produz efeitos, mesmo entre as
partes, depois de registada.

Documentos para o registo do acto:

 Contrato de mútuo original


 Titulo original
 Cópia do livrete
 Cópia do bilhete do mutuário
 Impresso de requerimento para registo de Reserva/Hipoteca, modelo 4

MODIFICACAO DA HIPOTECA — a hipoteca pode ser alterada, reduzindo ou


aumentando o seu valor e/ou o prazo. CESSAO — a hipoteca pode ser transmitida, para
garantia do credito pertencente a outro credor do mesmo devedor (art. 727.° Có digo
Civil) CESSAO DO GRAU DE PRIORIDADE — a prioridade do registo de uma hipoteca
pode ser cedida a outra hipoteca posteriormente registada (art. 729.° Có digo Civil)

Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por duvidas e/ou por natureza.

ACÇÃO JUDICIAL

Artigo 6.° do Regime do Registo Automó vel: Estã o sujeitos a registo as petiçõ es iniciais
e as decisõ es judiciais das acçõ es que tenham par fim, principal ou acessó rio, o
reconhecimento, modificaçã o ou extinçã o de algum dos direitos sujeitos a registo
automó vel.

Qualificaçã o jurídica - As petiçõ es iniciais sã o sempre registadas provisoriamente por


natureza, podendo ser acessoriamente por dú vidas ou recusadas.

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ARRESTO

Artigo 5.0, n° 1, alínea f) e g) do Regime do Registo Automó vel:

Quando alguém tem receio de perder a garantia patrimonial do seu credite pode
requerer o arresto de bens do devedor — art. 619.° do Có digo Civil

Qualificaçã o Jurídica Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente par duvidas e por natureza.

PENHOR

Artigo 5.°, no 1, alínea f) do Regime do Registo Automó vel:

E possível dar de penhor créditos inscritos — artigo 666.° Có digo Civil

Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por dividas e/ou por natureza.

PENHOR

Artigo 5.°, n° 1alínea f) e g) do Regime do Registo Automó vel:

Pode ser de bens ou créditos inscritos e consiste na execuçã o judicial de uma duvida
através da venda coerciva dos bens do devedor.

Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por dividas e/ou por natureza.

TRANSMISSÃO E EXTINÇÃO DE DIREITOS E CRÊDITOS INSCRITOS

art. 5.º, alíneas e) e h) do RRA

Os créditos/encargos inscritos podem ser transmitidos a terceiros. Pode acontecer nos


actos de registo de hipoteca, arresto, penhor e penhora.

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Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado
provisoriamente por dú vidas e/ou por natureza.

ALTERACAO DE NOME E MORADA

art. 29º, no 2 Regulamento do Registo Automó vel

O sujeito activo da inscriçã o pode alterar o seu nome e/ou morada.

Este acto lavra-se por averbamento a inscriçã o onde o sujeito se encontre identificado.

Qualificaçã o Jurídica — Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por duvidas e/ou por natureza.

CANCELAMENTO E REPOSIÇÃO DA MATRICULA

 • Artigo 5.º no 1, alínea d)Decreto n.º 55/75 de 12 de Fevereiro, aprova o regulamento


do Registo Automó vel e artigo 117º do Decreto-Lei n.º 5/08 de 29 de Setembro que
aprova o Có digo de Estrada.

• O sistema de matrículas em Angola pressupõ e que a matrícula é do cidadã o. Isto


permite que se troque a matrícula de veículo para veículo. Assim, é possível hoje que
uma dada matrícula pertencente a um Ford, amanha seja atribuída a um Peugeot, por
exemplo.

• A troca de matriculas e realizada pela DTSR, que emite um documento que atesta a
mudança.

• Para que uma matrícula seja usada noutro veículo, será necessá rio cancela-la primeiro
no veículo onde se encontra atribuída e só depois poderá ser usada noutro veículo.

Oveículo ao qual vai ser atribuída a matricula poderá ter ou nã o uma matricula já
registada.

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LOCAÇÃO FINANCEIRA

• Art. 10 do Regulamento do contracto de locaçã o financeira aprovado pelo Decreto


Presidencial no 64/11 de 18 de Abril

• A "Locaçã o Financeira" é o contracto pelo qual uma das partes se obriga, contra
retribuiçã o a conceder a outra o gozo temporá rio de uma coisa, move] ou imó vel,
adquirida ou construída por indicaçã o desta e que a mesma pode comprar total ou
parcialmente num prazo convencionado, mediante um pagamento de um prego
determinado ou determiná vel, nos termos do pró prio contracto.

• Qualificaçã o Jurídica - Pode ser lavrado em definitivo, recusado, registado


provisoriamente por duvidas e/ou por natureza.

AFECTACAO DO VEICULO AO REGIME DE ALUGUER SEM CONDUTOR FINANCEIRA

E uma actividade comercial especifica de determinado tipo de sociedades, criadas


exclusivamente com o fim de alugar veículos, de passageiros, mediante retribuiçã o.

Passara a ser sujeito a registo.

APREENSÃO

Art. 13º do RRA

A apreensã o do veículo é decretada judicialmente e pode ser pedido o registo a


Conservató ria directamente pelo Tribunal ou, a requisiçã o deste, pelas autoridades
administrativas ou policiais.

E um acto de registo oficioso, pelo que nã o necessita de ser requerido, pode ser lavrado
de imediato mediante a sentença do Tribunal.

Qualificaçã o Jurídica — Só pode ser lavrada provisoriamente por natureza.

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AVERBAMENTOS

• Rectificaçã o

• Actualizaçã o

• Conversã o

ANOTAÇÕ ES

• Caducidade

• Cancelamento

MEIOS DE PROVA

• Certidã o integral

• Certidã o de Documentos

• Informaçã o nã o certificada

DOS ACTOS EM GERAL

Apresentação e qualificação dos registos

• Livros de registo artigo nº.1 Decreto nº. 55/75 de 12 de Fevereiro

1. Livro Diá rio-serve para anotaçã o específica dos títulos e dos requerimentos
apresentados para serviço de registo.
2. Livro IP ou inscriçõ es de propriedades é destinado apenas à s inscriçõ es de direito
de propriedade e à sua transmissã o.

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3. Livro-índice de matrículas anota-se por ordem crescente os nú mero das matrículas,
características do veículo, dados do proprietá rio, bem como o cancelamento e a
reposiçã o da mesma.
4. Livro de recusa e dú vidas já nã o é usado.

5-Livro de emolumentos- destinado a distribuiçã o emolumentar.

6- COBRANÇA EMOLUMENTAR • Anteriormente a cobrança emolumentar era feita


através de: preparo- correspondia a emolumento tipificado no Diá rio da Repú blica

7 - valor do Título • 3-valor do formulá rio • 4-selo de verba.

8 - Total do emolumento a pagar.

• Hoje esta cobrança é feita nos termos do Decreto Presidencial nº.300/19 que define as
regras de arrecadaçã o, distribuiçã o e controlo da receita emolumentar.

• Com a entrada em vigor deste Decreto o uso do Livro de Emolumentos e Diá rio,
deixou de existir, passando a ser digitais o que veio significativamente reduzir o esforço
físico dos funcioná rios em funçã o dos nú meros de pedidos de registo.

A APRESENTAÇÃO

• Os elementos essenciais do pedido, designadamente os factos e os veículos objectos de


registo sã o fixados definitivamente com a apresentaçã o dos documentos no Livro
Diá rio. • Com a anotaçã o da apresentaçã o fica definida a prioridade dos factos sujeitos a
registos e os direitos que se pretendem inscrever. • A anotaçã o dos factos sujeitos a
registo corresponderá a uma apresentaçã o por cada um dos factos. Para cada registo
lavrar-se-á uma lavrar-se-á uma inscriçã o ou um averbamento.

ELEMENTOS DA APRESENTAÇÃO art.34 do RRA

• A nota de apresentaçã o deve ter seguintes elementos: -Indicaçã o do nú mero de


ordem, dia, mês e ano da apresentaçã o, o nome completo do requerente, a mençã o da
espécie do acto requerido (PR, TR, etc), matrícula.

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As rasuras, emendas ou entrelinhas feitas no Livro Diá rio, ser ressalvadas com a rú brica
do Conservador ou ajudante, apó s a ú ltima apresentaçã o do dia. Terminadas as
anotaçõ es do livro deve ser encerrado, com um traço horizontal, na linha subsequente à
ú ltima apresentaçã o.

CONSERVATÓRIAS INTERMEDIÁRIAS

Art.35 RRA • Os requerimentos para actos de registo automó vel podem ser
apresentados em qualquer Conservató ria, e na sua falta, nas Conservató rias dos
Registos. • A conservató ria intermediá ria anota no livro-diá rio os requerimentos e
menciona na ú ltima coluna a Conservató ria onde vã o ser enviados os processos.

• A apresentaçã o feita na Conservató ria intermediá ria nã o confere prioridade ao


registo.

FUNÇÃO QUALIFICADORA DO CONSERVADOR

• A qualificaçã o do pedido de registo é o acto mais importante do Conservador.

• O Conservador nã o pode julgar com base em meras suposiçõ es, mas sim com base na
aná lise dos documentos que titulam os factos sujeitos a registo respeitando sempre a
legalidade dos actos.

RECUSA DO REGISTO

No art.º. 49º e ss. do RRA prevê que “ serã o recusados ou registados provisoriamente,
conforme os casos, os actos cujos os requerimentos, declaraçõ es, ou documentos nã o se
mostrem redigidos claramente ou contenham emendas, rasuras ou entrelinhas nã o
ressalvadas”. • Casos de recusa: -Quando o facto nã o esta sujeito a registo; o facto
enferma de um vício que o torna nulo, a legitimidade do vendedor, se nã o for possível
lavrar o registo como provisó rio, a Conservató ria nã o for territorialmente competente,
etc. A recusa do acto será sempre lavrada com as deficiências do acto requerido.

NULIDADE DO REGISTO

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• O registo definitivo lavrado pelo Conservador é um documento pú blico autêntico. O
registo é nulo nos seguintes casos:

1-Quando for falso ou tiver sido lavrado com base em títulos falsos.

2-Quando tiver sido assinado por pessoa sem competência funcional.

3-Quando lavrado em Conservató ria incompetente. Quando enferma de omissõ es.

4- Quando nã o se verifica o princípio do trato sucessivo.

5-Quando nã o se encontra efectuada a respectiva apresentaçã o no Livro Diá rio.

AVERBAMENTOS

1- A conversã o de títulos provisó rios para definitivos.


2- Cancelamento dos registos da hipoteca.
3- A mudança do Estado Civil.
4- A declaraçã o de extinçã o de direitos.

RECTIFICAÇÃO

• Oficiosamente.

• Em funçã o de erros nos documentos trazidos pelo requerente.

MODELO DE DOCUMENTOS

 Requeimento para registo inicial de propriedade, modelo 1, ou simplesmente


registo inicial.
 Requeimento para registo de propriedade aquirida por compra e venda, modelo
2, ou simplesmente compra e venda.
 Impresso de requerimento para registo de hipoteca/reserva de propriedade.

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 Requerimento para solicitaçã o de duplicado de registo de propriedade ou
segunda via, por extravio.
 Requerimento para solicitaçã o de duplicado de registo de propriedade ou
segunda via, por destruiçã o.

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