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2ª frequência Registos

Direito Dos Registos E Notariado (Instituto Politécnico de Leiria)

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Registo automóvel

Os bens sujeitos a registo são os veículos, os navios e as aeronaves

Legislação

- DL 178-A/2005 Certificado de matrícula

- DL 54/1975 Código do Registo Automóvel (CRA)

- DL 55/1975 - Regulamento do Registo Automóvel (RRA)

- Portaria 99/2008 - Automóvel online

Direito subsidiário – artigo 29º CRA

‫ ٭‬Tudo o que não esteja previamente previsto no CRA e no seu regulamento,


aplica-se (com as necessárias adaptações) o disposto no registo predial.

Função e objeto do registo automóvel – artigos 1º; 2º; 27º CRA

‫ ٭‬Função
o Dar publicidade à situação jurídica dos veículos a motor e respetivos
reboques, tendo em vista a segurança do comércio jurídico
‫ ٭‬Objeto
o Veículos a motor e respetivos reboques que nos termos do Código da
Estrada estejam sujeitos a matrícula – artigo 2º CRA
‫ ٭‬É um registo real

Factos e ações sujeitas a registo – artigos 5º e 6º CRA

‫ ٭‬No registo automóvel vigora também o princípio da tipicidade, apenas estão


sujeitos a registo os factos que a lei prevê

Factos sujeitos a registo obrigatório – artigo 5º/2 CRA

‫ ٭‬Previstos nas alíneas a), b), d), e), f), i) do artigo 5º/1
‫ ٭‬Mudança de nome ou denominação

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‫ ٭‬Mudança de residência habitual ou sede dos proprietários, usufrutuários e


locatários dos veículos
‫ ٭‬Nos termos do artigo 5º/3 CRA é dispensado o registo em comum e sem
determinação de parte ou de direito se o bem se destinar a ser alienado pelos
herdeiros

Prazo para dar entrada do pedido do registo – artigos 42º do RRA

‫ ٭‬Regra geral
o O registo deve ser requerido no prazo de 60 dias a contar da data do
facto, nº1

‫ ٭‬Casos especiais
o Tratando-se de registo inicial de propriedade, o prazo de 60 dias conta-
se a partir da data de atribuição da matrícula, nº2
o No registo de propriedade adquirida por via de sucessão hereditária, o
prazo de 60 dias conta-se a partir da data de partilha ou (se não
acontecer) na data da participação do imposto de selo

Documentos precisos para o registo

‫ ٭‬Requerimento – artigo 11º RRA


‫ ٭‬Assinaturas – artigo 12º RRA
o Assinaturas de sociedades
 Quando os intervenientes são pessoas coletivas, o art. 12º/2
transmite – A pessoas que está a assinar em nome da sociedade,
tem de ter a sua assinatura reconhecida, independentemente de
ser compra ou venda

o Assinaturas de pessoas singulares


 O art. 12º/1 transmite – Não há nenhuma exigência no que diz
respeito a assinatura dessas partes, se não ser igual ao do CC

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‫ ٭‬Documentos – artigo 24º a 29º RRA


o O pedido de registo deve ser acompanhado dos documentos exigidos
legalmente sob pena de recusa da apresentação
‫ ٭‬Certificado de matrícula – artigo 4º/2 DL 178 A/2005

Publicidade e meios de prova

‫ ٭‬Publicidade
o Pretendendo o registo automóvel dar publicidade à situação jurídica dos
veículos nos termos do artigo 1º CRA, resulta que qualquer pessoa pode
obter certidões dos atos de registo e dos documentos arquivados –
artigo 53º RRA
‫ ٭‬Meios de prova
o Qualquer pessoa pode obter certidões e cópias não certificadas dos atos
de registo (artigo 53º RRA) podendo ser emitidas por via eletrónica ou
papel (artigo 55ºRRA), devendo ser feito o pagamento dos
emolumentos – artigo 57º RRA

Atos de registo

Certificado de matrícula

‫ ٭‬Para efeitos de registo automóvel os veículos são identificados por matrículas,


daí que conste do artigo 9º CRA que a cada veículo corresponde um certificado
de matrícula que deve acompanhar sempre o veículo. Este certificado substitui
a dupla “título de registo de propriedade” e “livrete”
‫ ٭‬Artigo 10º/1 CRA

Quando há lugar à emissão do primeiro certificado de matrícula?

‫ ٭‬Artigo 4º/1 DL 178 A/2005 – quando se efetua o primeiro registo

Quando há lugar à emissão do novo certificado de matrícula?

A- Quando há alteração dos elementos do certificado de matrícula - artigo 4º/2 DL


178º A/2005

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‫ ٭‬Sempre que um cidadão pretende fazer uma alteração aos dados do veículo
(dimensão dos pneus, características dos pneus) ou ao registo (alteração da
propriedade, nome, morada) é emitido um novo certificado de matrícula, sendo
obrigatória a entrega do anterior

B- Extravio e furto – artigo 5º DL 178º A/2005


‫ ٭‬Em caso de extravio ou destruição do certificado de matrícula, pode ser emitida
uma segunda via deste, com base em requerimento do titular do certificado de
matrícula, neste caso há renovação sem alteração do conteúdo do mesmo

C- Mau estado de conservação – artigo 4º/4/5 DL 178º A/2005


‫ ٭‬Os certificados de matrícula em mau estado de conservação são substituídos
oficiosamente ou mediante requerimento dos interessados.
Os certificados de matrícula em mau estado de conservação devem ser
apreendidos pelas autoridades a quem compete a fiscalização das leis de
trânsito e remetidos a um serviço emissor, para efeitos de substituição

Organização do registo

Competência para registo automóvel – artigo 2º A CRA

‫ ٭‬Os atos de pedido de registo automóvel podem ser efetuados em qualquer


Conservatória de Registo Automóvel, independentemente da sua localização,
mediante o preenchimento de requerimento em Modelo aprovado.

Processo de registo (ver esquema)

Impugnação das decisões do conservador – artigo 52º RRA

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Registo comercial

Função e objeto do registo comercial

‫ ٭‬Função
o Dar publicidade à situação jurídica dos comerciantes individuais e das
sociedades comerciais, entre outras, com vista à segurança do comércio
jurídico
‫ ٭‬Objeto
o situação jurídica dos comerciantes individuais, sociedades comerciais,
sociedades civis sob a forma comercial, EIRL (estabelecimento individual
de responsabilidade limitada)

Princípios do registo comercial

‫ ٭‬Princípio da instância – artigos 28º e 30º CRC


o O registo efetua-se a pedido dos interessados

‫ ٭‬Princípio da tipicidade – artigos 2º a 10º


o Só podem ser levados a registo os factos jurídicos que a lei indica

‫ ٭‬Princípio da presunção da verdade registal – artigo 11º


o A presunção de que a situação jurídica resultante do registo existe
o Como refere o artigo, o registo por transcrição definitiva beneficia desta
presunção
o Logo, o registo por depósito e registos por transcrição provisório não
beneficia
 Num registo declarativo esta presunção é ilidível, pois somente
irá inverter o ónus da prova
 Se o registo tiver um efeito constitutivo, a presunção é inilidível

‫ ٭‬Princípio da publicidade – artigos 1º; 70º e 73º

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o O registo destina-se a dar publicidade à situação jurídica do comércio, e


consequentemente promover a segurança jurídica – artigo 1º
o É obrigatório dar publicidade aos atos previstos no artigo 70º/1
o A falta de registo apenas produz efeitos inter partes – artigo 70º/2
o Qualquer pessoa pode pedir certidões dos atos de registo

‫ ٭‬Princípio da legalidade – artigo 47º


o Só se aplica aos pedidos de registo por transcrição – artigo 47º

‫ ٭‬Princípio da prioridade – artigo 12º


o O facto registado em primeiro lugar prevalece sobre os que se lhe
seguirem – artigo 12º; artigo 242º C CSC

Factos e ações sujeitas a registo comercial – artigos 2º a 10º A

‫ ٭‬Comerciantes individuais – artigo 2º


‫ ٭‬Sociedades comerciais e sociedades civis sob forma comercial – artigo 3º
‫ ٭‬Cooperativas – artigo 4º
‫ ٭‬Empresas públicas – artigo 5º
‫ ٭‬Agrupamentos complementares de empresas - art. 6º
‫ ٭‬Agrupamentos Europeus de interesse económico – artigo 7º
‫ ٭‬EIRL – artigo 8º
‫ ٭‬Outros factos sujeitos a registo – artigo 10º
‫ ٭‬Representações permanentes de sociedades com sede em país da União
Europeia, artigo 10º-A
‫ ٭‬Ações e decisões sujeitas a registo – artigo 9º

Factos e ações sujeitos a registo comercial obrigatório – artigo 15º

‫ ٭‬Os factos e ações sujeitos a registo comercial obrigatório, estão previstos pelo
artigo 15º/1/5
‫ ٭‬Situações especiais

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o Artigo 15º/3/4/7/8
‫ ٭‬Sanções para o incumprimento de registar factos obrigatórios – artigo 17º

Publicações obrigatórios

‫ ٭‬O artigo 70º diz-nos o que é publicado e o artigo 71º refere os prazos para tal
‫ ٭‬O artigo 70º/1 tem os artigos de registo/publicação obrigatória
‫ ٭‬O artigo 70º/2 refere que as publicações devem ser feitas online e por ordem
cronológica

Tipos de registo comercial

15º + 53º A + 70º = sempre ligados

‫ ٭‬Registo por transcrição – artigo 53º A/2


o consiste na extratação dos elementos que definem a situação jurídica
das entidades sujeitas a registo constantes dos documentos
apresentados
o A data do registo por transcrição é o da apresentação – artigo 55º/4
o Os documentos que lhe servem de base devem ser arquivados – artigo
59º e 1º/1/c RRC
o Em regra, os registos por transcrição observam um prazo de 10 dias –
artigo 54º/1 CRC
o Devem ser publicados de acordo com o artigo 70º CRC, sendo essa
publicação
o realizada oficiosamente – artigo 71º CRC- contendo as menções
obrigatórias dos registos – artigo 72º CRC

‫ ٭‬Registo por depósito – artigo 53º A/3


o consiste no mero arquivamento dos documentos que titulam factos
sujeitos a registo com a respetiva menção na ficha do registo
o o conservador não tem de verificar a legalidade dos documentos
o A data de registo é a do respetivo pedido – artigo 55º/5 CRC

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o A menção na ficha do registo por depósito é efetuada no próprio dia do


pedido
o Os factos sujeitos a registo por depósito estão previstos no artigo 53º-
A/5
o As menções a observar num registo por depósito estão nos artigos 14º e
15º RRC

Efeitos do registo

‫ ٭‬Presunções derivadas do registo – artigo 11º


o O registo por transcrição definitivo constitui presunção de que a
situação jurídica existe

‫ ٭‬Eficácia entre as partes – artigo 13º


o Regra geral – nº1 (se não forem registados, podem apenas ser invocados
pelas partes porque o efeito é apenas inter partes)
o Exceção – nº2 (registo constitutivo)

‫ ٭‬Oponibilidade a terceiros – artigo 14º


o Os factos sujeitos a registo só produzem efeitos erga omnes depois de
serem registados e até lá apenas produzem efeitos inter partes

Cessação dos efeitos do registo

‫ ٭‬Caducidade
o Os registos caducam, deixando de produzir efeitos, por força da lei ou
pelo decurso do prazo de duração do negócio – artigo 18º

‫ ٭‬Cancelamento dos registos – artigo 20º


o Os registos podem ser cancelados:
 Por extinção dos direitos, ónus ou encargos neles definidos
 Em execução administrativa
 Nos casos previstos na lei

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 Pode decisão transitada em julgado


o O cancelamento dos registos é efetuado por averbamento à inscrição a
que dizem respeito – artigo 69º/2/f

Organização do registo comercial

 O registo comercial está a cargo as conservatórias do registo comercial


 Atualmente não existe competência territorial (à semelhança do registo
predial), por isso, o pedido de registo comercial pode ser pedido em qualquer
conservatória do registo comercial

Suporte físico do registo

 O artigo 1º do CRC elenca os suportes físicos:


o Diário, em suporte informático
o As fichas de registo em suporte informático
o As pastas

Mudança de sede ou estabelecimento – artigo 27º CRC

 No caso de uma sociedade pretender alterar a sede ou estabelecimento são


feitas as devidas alterações ao contrato de sociedade e feita uma ata onde
constam as alterações feitas e a conservatória “antiga” remete oficiosamente a
pasta para a nova conservatória
o Exemplo: a sociedade X com sede na Marinha Grande mudou a sede
para a Batalha  a CRC da Marinha Grande envia a pasta da sociedade
X para a CRC da Batalha

Atos de registo

Registos por depósito

 Mero arquivamento dos documentos que titulam factos sujeitos a registo


 Os factos registados por depósito estão no artigo 53º A/5 CRC
 De acordo com o artigo 54º/3 CRC, a menção do registo por depósito é
efetuada no próprio dia em que é pedido o registo, ou seja, a data do registo
por depósito é a data do respetivo pedido – artigo 55º/5 CRC

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 O registo por depósito abrange os documentos arquivados e a respetiva


menção na ficha de registo – artigo 55º/2 CRC
 O registo pode depósito deve conter as menções dos artigos 14º e 15º do
Regulamento do Registo Comercial
o Data do depósito
o Facto a registar
o Entre outros

Registo por transcrição

 Extratação de elementos que definem a situação jurídica das entidades sujeitas


a registo constantes dos documentos apresentados – artigo 53º A/2 CRC
 Os factos registados por transcrição estão no artigo 53º A/5 à contrario
 De acordo com o artigo 54º/1 CRC, o conservador tem 10 dias para realizar o
registo por transcrição
 Quanto ao âmbito do registo por transcrição, este abrange a matrícula, as
inscrições, os averbamentos e as anotações – artigo 55º/1
o A matrícula, prevista pelo artigo 62º CRC, destina-se à identificação da
entidade sujeita a registo, sendo que a cada entidade corresponde uma
matrícula
o A matrícula tem de conter as menções do artigo 8º do Regulamento do
RC
o Para além disso, é aberta com carácter definitivo independentemente se
for um registo por transcrição ou depósito – artigos 61º e 62º A

o As inscrições retiram dos documentos os elementos que definem a


situação jurídica das entidades sujeitas ao registo comercial

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o
o Podem ser provisórias por natureza
 Apenas são provisórias por natureza as situações elencadas no
artigo 64º CRC (taxativo)
 Estão em causa factos que pela sua natureza não podem ser
definitivas
 Quanto ao seu prazo de vigência, aplica-se a caducidade do
registo - artigo 18º

o Podem ser provisórias por dúvidas


 São provisórias por dúvidas as inscrições de factos sujeitos cujo
pedido tenha deficiências, ou seja, não contenha todos os
documentos necessários e exigíveis, no entanto essa falta não
determina a recusa de registo – artigos 50º/1/3 e 52º

o Menções gerais e especiais das inscrições


 Artigos 9º e 10º do Regulamento do RC
 As inscrições devem conter o que consta destes artigos

o Averbamentos
 Previstos pelo artigo 68º CRC
 As inscrições podem ser atualizadas ou retificadas por
averbamento
 Os factos sujeitos a averbamento constam do artigo 69º

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 Os averbamentos devem conter as menções especiais e gerais


dos artigos 11º e 12º do Regulamento do RC

o Anotações
 Artigo 13º do Regulamento do RC
 Não são um ato de registo em sentido próprio, mas uma mera
nota de circunstância a que interessa dar publicidade.
As situações em que há anotações estão definidas na lei, ex.:
publicações, art. 71º/5

Publicidade e meios de prova

 Publicidade
o Artigos 73º e 74º
o Face ao carácter público do registo, qualquer pessoa pode pedir
certidões dos atos de registo e dos documentos arquivados, bem como,
obter informações verbais ou escritas sobre o seu conteúdo. Nesse
sentido podem ser passadas fotocópias ou cópias, integrais ou parciais,
não certificadas, apenas com o valor de informação. Não obstante,
apenas os funcionários podem consultar as fichas e pastas
o Conforme o artigo 74º, as informações são dadas através de cópias não
certificadas

 Meios de prova

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Registo civil

Função e objeto

 Função
o Dar publicidade à situação jurídica das pessoas singulares através do
registo dos factos que integram o seu estado civil (conjunto de
qualidades jurídicas que o CRCivil sujeita a registo)
 Objeto
o Situação jurídica das pessoas singulares
o É um registo pessoal

Factos sujeitos a registo civil

 Artigo 1º CRCiv
 Princípio da tipicidade
o Apenas estão sujeitos a registo os factos enunciados na lei, não
podendo ser lavrados quaisquer outros factos que a lei não refira
 Oponibilidade do registo face a terceiros
o Os factos sujeitos a registo obrigatório só podem ser invocados depois
de registados, salvo disposição legal em contrário, artigo 2º CRCiv

Publicidade e meios de prova

 Artigo 4º CRCiv
 A prova dos factos sujeitos a registo só pode ser feita pelos meios previstos no
CRCiv
 Acesso à base de dados do registo civil OU certidões (artigos 212º a 216º)

Organização do registo civil

Órgãos de registo civil e as suas competências

Órgãos privativos

 Artigo 8º
 Conservatórias do registo civil – competência genérica (artigos 10º e 11º)

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 Conservatória dos registos centrais – competência específica (artigo 11º)

Órgãos especiais

 Artigo 9º
 Agentes diplomáticos e consulares portugueses num país estrangeiro
 Comissários da Marinha e dos navios do Estado
 Capitães, mestres ou patrões nas embarcações particulares portuguesas
 Comandantes de aeronaves
 Entidades designadas nos regulamentos militares
 Quaisquer indivíduos especialmente previstos na lei

Atos do registo civil em geral

Modalidades de registo

 Artigo 50º
 Os factos sujeitos a registo são lavrados por meio de assento ou de
averbamento
o Assento: são o ato primário do registo
o Averbamento: são alterações ao conteúdo dos assentos
 Artigo 68º ss
 69º: 70º; 71º e 74º

Intervenientes em atos de registo: partes e testemunhas

Nos atos de registo intervêm, além do conservador ou outro funcionário competente,


as partes e, consoante os casos, pode ter lugar a intervenção de outras pessoas,
designadamente, interpretes, procuradores e testemunhas.

 Partes – artigo 39º


o Declarante – artigo 40º
o As pessoas a quem o facto diga diretamente respeito (nascimento)
o As pessoas cujo consentimento dependa a plena eficácia do facto

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 Outros intervenientes
o Indivíduos surdos, mudos ou surdos-mudos – artigo 41º
 A intervenção de indivíduos surdos, mudos ou surdos-mudos em
atos de registo só pode fazer-se, consoante os casos, mediante
leitura dos assentos e documentos pelos próprios ou por
intérprete idóneo – artigo 41º/1
 Os mudos ou surdos-mudos que saibam ler e escrever devem
exprimir a sua vontade por escrito em resposta a perguntas
formuladas pelo funcionário – artigo 41º/2

o Indivíduos que não conheçam a língua portuguesa – artigo 42º


 Se alguma parte não conhecer a língua portuguesa e o
funcionário não dominar a língua dessa parte deve também ser-
lhe nomeado um intérprete

o Representação por procurador – artigos 43º e 44º


 As partes podem fazer-se representar por procurador com
poderes especiais para o ato - artigo 43º/1
 No caso de celebração de casamento, só um dos nubentes pode
ser representado por um procurador, devendo a procuração
identificar de forma clara o outro nubente e indicar a
modalidade de casamento (civil ou religioso) – artigo 44º

o Testemunhas – artigo 45º


 A sua função é abonar a identidade das partes bem como a
veracidade das declarações, respondendo civil e criminalmente
em caso de prestar falsas declarações – artigo 45º/3
 Para ser testemunhas, é necessário ser maior ou emancipado e
que saibam assinar e que o possam fazer, podendo ser parentes
ou afins das partes – artigo 46º
 Nos assentos de qualquer espécie, se o Conservador tiver
dúvidas fundadas acerca da veracidade das declarações ou

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identidade das partes pode exigir a intervenção de 2


testemunhas – artigo 45º/2

Atos de registo civil em especial

Nascimento

 Artigos 96º ss
 Onde e em que prazo deve o nascimento ser declarado?
o Quando ocorre em território português, deve ser declarado em
qualquer conservatória de registo civil no prazo de 20 dias ou até ao
momento da alta caso o hospital disponha de meios para o registo –
artigo 96º/1
o Por força do artigo 101º/1 é competente lavrar o registo de nascimento
qualquer conservatória civil ou a unidade de saúde onde ocorreu o
nascimento

 A quem compete fazer a declaração?


o Artigo 97º
o A declaração de nascimento compete obrigatoriamente e
sucessivamente às pessoas enunciadas no artigo 97º. Quanto à falta de
declaração de nascimento rege o artigo 98º, dando lugar ao pagamento
de uma coima nos termos do artigo 295º CRCiv

 Como se estabelece a naturalidade do registando?


o Será por opção dos declarantes ou o lugar do nascimento ou o lugar em
território português onde a mãe reside habitualmente – artigo 101º/2

 Quais as menções do registo de nascimento?


o Além dos requisitos gerais dos assentos, o registo de nascimento deve
mencionar nos termos do artigo 102º, o nome próprio e os apelidos, o
sexo, a data de nascimento, freguesia e o concelho de naturalidade, o
nome completo de pais e avós

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 E se o nascimento ocorrer a bordo de um navio ou avião?


o Artigos 109º e 111º
o A autoridade de bordo lavra o registo de nascimento no livro de bordo
no prazo de 24 horas
o De seguida, o duplicado do registo de nascimento deve ser enviado ou
ao consolado português (no caso de o navio ou avião entrarem em país
estrangeiro com representação diplomática portuguesa) que envia para
a conservatória dos registos centrais dentro de 20 dias
o Caso não exista representação diplomática, a autoridade que tiver
lavrado o registo, envia no prazo de 20 dias o duplicado para a
conservatória dos registos centrais

Óbito

 Onde e quando deve ser declarado?


o O falecimento ocorrido em território português deve ser declarado
verbalmente, dentro de 48 horas, em qualquer conservatória de registo
civil – artigo 192º/1

 A quem compete a declaração por óbito?


o A todos os sujeitos mencionados no artigo 193º, sendo que o
cumprimento por uma destas pessoas desonera as demais
o A falta de declaração do óbito no prazo legal (48 horas) dá lugar a um
processo de suprimento por comissão – artigo 83º - e constitui uma
contraordenação punida com coima pelo artigo 295º

 Quais os requisitos do certificado de óbito?


o Artigos 194º; 196º; 197º; 198º
o A declaração de óbito deve ser confirmada pela apresentação do
certificado de óbito passado pelo médico que o tiver verificado
 Assinatura do médico e cédula profissional
 Em casos de morte violenta, suspeitas de crime, ignorância do
que levou à morte ou óbito ocorrido há mais de um ano, o

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funcionário do registo civil deve avisar as autoridades judiciais ou


policiais, sem lavrar a declaração, para promoverem a autópsia
do cadáver

 Competência para lavrar o registo de óbito


o Artigo 200º
o Qualquer conservatória de registo civil

 Requisitos da certidão de óbito


o Artigo 201º

 Óbitos ocorridos em viagem ou acidente


o Artigos 204º a 209º
o Nestes casos, aplica-se o disposto nos artigos 109º ss, ou seja, a
autoridade de bordo lavra o registo de óbito no livro de bordo no prazo
de 24 horas indicando a latitude e longitude em que o mesmo ocorreu
o De seguida, o duplicado do registo de óbito deve ser enviado ou ao
consolado português (no caso de o navio ou avião entrarem em país
estrangeiro com representação diplomática portuguesa) que envia para
a conservatória dos registos centrais dentro de 20 dias
o Caso não exista representação diplomática, a autoridade que tiver
lavrado o registo, envia no prazo de 20 dias o duplicado para a
conservatória dos registos centrais
o Se o Se o falecimento ocorrer por queda à água ou no espaço sem que o
cadáver seja encontrado, deve ser lavrado um auto da ocorrência na
presença de duas testemunhas e ser remetido a qualquer conservatória
do registo civil

o Viagem por terra


 Artigo 205º

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 O assento de óbito é lavrado em qualquer conservatória de


registo civil
o Acidente, incêndio, desmoronamento, terramoto, explosão, inundação,
naufrágio ou outro
 Artigo 206º
 O funcionário do registo civil deve lavrar o assento de óbito para
cada uma das vítimas cujo corpo tiver sido encontrado em
condições de ser identificado

o Justificação judicial
 Artigos 207º e 208º
 Se não for possível fazer a identificação do cadáver, cabe ao
agente do Ministério Público promover a justificação do óbito. O
mesmo se passa em caso de naufrágio em que pereça toda ou
parte da tripulação

Processos privativos do registo civil

Tipos de processo - artigo 221º

 Processos comuns
o Justificação judicial e justificação administrativa
 Processos especiais – artigo 245º ss
o Previstos no código – divórcio por mútuo consentimento
o O Processo de divórcio e separação de pessoas e bens por mútuo
consentimento
 DL nº 272/2001 de 13/10 com as alterações subsequentes
 Código Civil – art. 1419º e ss. Legislação
aplicável
 Código de Registo Civil – artigos 271º a 274º

 Divórcio requerido por ambos os cônjuges


 Pode ser requerido a todo o tempo – artigo 1775º/1 CC Noção

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 É competente qualquer conservatória - artigos 271º CRC +


Processo
12º/1/ b e n º2 DL 272/2001

 Requerimento assinado pelos cônjuges

 Relação dos bens comuns do casal, com indicação dos respetivos


valores e, caso pretendam, a partilha desses mesmo bens - artigo
Documentos
necessários – 272-A
272º CRC + 14º/1  Acordo sobre as responsabilidades parentais caso existam filhos
e n.º 2 DL
272/2001 menores
 Acordo sobre a prestação de alimentos ao cônjuge
 Acordo sobre o destino da casa de morada de família
 Acordo sobre os animais de companhia

 Os processos privativos de registo civil são instaurados,


instruídos e informados em qualquer conservatória do registo
civil e a sua instrução é presidida pelo conservador, e a decisão
compete, consoante os casos, ao próprio conservador ou ao juiz
– artigo 222º/1.

Têm legitimidade para intervir nestes processos as pessoas a quem o registo respeita,
os seus herdeiros, os declarantes, e em geral, todos os que tenham interesse no
pedido, bem como o Ministério Publico – artigo 223º/1.

Notariado

Função

 Artigo 1º/1
 Dar forma legal ao conferir autenticidade aos títulos e a controlar a legalidade
dos atos

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 Conferir fé pública aos atos jurídicos extrajudiciais que se praticam em cartório


notarial, atribuindo-lhes força probatória formal e material

Assim, existe uma presunção legal de que as declarações de vontade e os atos


realizados perante notário se produziram nos precisos termos constantes dos
documentos por ele lavrados ou em que ele interveio

Desempenho das funções notariais

Órgãos próprios

 Artigo 2º
 O órgão próprio da função notarial é o notário.
 Os seus colaboradores apenas podem praticar determinados atos
expressamente definidos na lei, por exemplo as Certidões de escrituras

Órgãos especiais

 Artigo 3º
 Excecionalmente desempenham funções notariais:
 Aliena d) outras entidades, por exemplo os Solicitadores

Que atos podem os solicitadores e advogados praticar?

 Os que estão previstos no artigo 38º DL 76 A/2006 e no artigo 22º DL 116/2088,


com exceção dos atos previstos no artigo 80º CNOT
 O DL 116/2008 veio alterar os atos para os quais eram exigidos escritura pública
e alargou a possibilidade a outras entidades, como solicitadores e advogados,
de poderem titular esses factos através de documentos particulares
autenticados atribuindo-lhes a mesma validade legal
 A Lei apenas exige que sejam feitas, exclusivamente, por escrituras públicas as
situações previstas no artigo 80º/2 CNOT
 NOTA: Os atos podem sempre revestir a forma de escritura pública, desde que
as partes assim o pretendam, mesmo que a lei não exija esta formalidade

Impedimentos do notário e seus colaboradores, extensível a advogados e


solicitadores

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 Artigo 5º e 6º
 Não podem realizar negócios em que sejam partes ou beneficiários direitos ou
indiretos, quer ele próprio, quer o cônjuge ou um parente ou afim na linha reta
ou em 2º grau da linha colateral

Atos notariais em geral

Suportes físicos

 Livros
o Nos Cartórios Notariais existem suportes físicos específicos para
determinados atos
 Livros de notas - artigo 7º/a/b
 Livros para testamentos públicos e para escrituras de revogação
de testamentos - artigo 11º
 Livros para escrituras diversas – artigo 12º
 Ao fim de 5 anos, os livros são guardados no arquivo municipal e
passados 30 anos são arquivados na Torre do Tomo, o aquivo
nacional
 Índices
o Artigos 25º e 26º
o Em cada Cartório devem existir índices dos outorgantes, utilizando-se o
sistema de fichas ou de verbetes onomásticos, ambos de
preenchimento diário – artigo 25º
 Arquivos
o Artigo 27º
o Ficam arquivados no cartório:
 Livros já referidos
 Instrumentos avulsos que não devam ser entregues às partes
 Documentos apresentados para instruir os atos lavrados nos
livros

Espécies de documentos

 Documentos autênticos

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o Artigo 35º/2
o São lavrados pelo próprio notário nos livros de notas ou em
instrumentos avulsos

 Documentos autenticados
o Artigo 35º/3
o Nos documentos particulares autenticados, o notário apenas garante
que o seu conteúdo reflete corretamente a vontade das partes, cuja
identidade o próprio notário também verifica, (mas não é ele que
elabora o contrato)
o Estes documentos têm um termo de autenticação que é lavrado no
verso do próprio documento a que respeita ou numa folha anexa –
artigo 36º/4
o Documento particular + termo de autenticação = DPA

 Documentos com reconhecimento notarial


o Artigo 35º/4
o O notário garante que a letra e/ou a assinatura pertencem à pessoa a
quem são atribuídas. Os reconhecimentos são lavrados no próprio
documento a que respeitem ou em folha anexa – artigo 36º/4

Regras aplicáveis aos instrumentos notariais

 As escrituras devem ser dactilografadas ou processadas informaticamente –


artigo 38º/3

 Os materiais utilizados na composição dos atos notariais deve ser a cor preta
por ter uma durabilidade superior à tinta azul – artigo 39º/1

 Regras a observar na escrita dos atos - artigo 40º

 Ressalvas – artigo 41º

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 Os atos notariais são escritos em língua portuguesa redigidos com correção, de


forma clara e precisa. O Notário deve utilizar a terminologia mais adequada e
que melhor traduza, em termos jurídicos, a vontade das partes – artigos 42º a
45º

Requisitos gerais aos instrumentos notariais

 Entende-se que os instrumentos notariais estão compostos por três partes


o A primeira é constituída pelo título do ato, data e lugar da celebração do
ato bem como do nome da pessoa que esteve na celebração (titulador),
dos outorgantes e das pessoas que possam vir representá-los,
testemunhas, intérpretes, peritos e a verificação da identidade dos
intervenientes
 Identificação das partes: artigos 46º/1/c + 47º

 Quando se trata de pessoas singulares, é necessário que conste


o nome, estado civil, naturalidade, residência, NIF e os
elementos do artigo 47º

 Quando se procede à verificação da identidade dos outorgantes,


é necessário ter a certeza da identificação da pessoa, por isso a
identificação deve ser feita nos termos do artigo 48º/1
 Por conhecimento pessoal do notário
Não podem estar caducados  Exibição do BI, CC ou Carta de Condução
– artigo 48º/2
 Passaporte ou dois abonadores

 Nos atos notariais, têm de ser mencionados como foi verificada a


identidade, devendo ser mencionado o número e a data dos
documentos exibidos para a identificação de cada outorgante, a
data de validade, bem como o respetivo serviço emitente –
artigos 46º/1/d/3 e 48º

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 Quando se trata de pessoas coletivas (sociedades por exemplo)


é necessário que se verifique a identificação das mesmas,
indicando a firma, sede da sociedade e capital (nas sociedades
de capital) e o número da matrícula na conservatória (NIPC) –
artigo 46~º/1/c – identificação do representante da sociedade
que outorga em representação dela e a sua identificação e a
exibição da certidão da Conservatória do Registo Comercial –
artigo 49º

 Representação das partes – artigo 46º/e


 As partes outorgantes no ato, podem ser
representadas. A menção das procurações e outros
documentos que justificam a qualidade de procurador,
devem ser sempre mencionadas no título – artigo
46º/1/e

 Outorgantes que não saibam ou não possam assinar -


artigo 51º
 Outorgantes que não compreendam a língua portuguesa
- artigo 65º
 Outorgantes surdos-mudos - artigo 66º
 Outros intervenientes: testemunhas instrumentárias ou
peritos - artigo 67º
 Quem não pode ser abonador, intérprete, testemunha,
perito, tradutor ou testemunha consta do artigo 68º

NOTA: Os abonadores, interpretes, peritos médicos, testemunhas instrumentárias são


designados por Intervenientes Acidentais, porque são pessoas que participam no ato, não de
forma originária, mas porque se verificaram determinadas circunstâncias que tornam
necessária a sua participação. Desta forma, devem ser identificados no título pelo seu nome
completo, estado e residência habitual - artigo 46º/1/h, devendo o título fazer também
referência ao juramento e compromisso de honra de bem desempenharem as suas funções -
artigo 46º/1/i e artigo 69º

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o A segunda é constituída pelo conteúdo do ato, onde se refere o negócio


que as partes pretendem fazer. No caso de negócios com imóveis deve
fazer-se referência ao número da descrição ou sua omissão e artigo da
matriz
 Menções relativas ao registo predial – artigo 54º (230 175 0)
 Estando o prédio registado é obrigatória a menção no título do
número de descrição e freguesia e da conservatória – artigo
54º/1
 Estado o prédio omisso, no texto da escritura tem de ficar
que não se encontra descrito na conservatória – artigo
54º/1

 Menções relativas à matriz – artigo 57º


 Deve ser sempre indicado o artigo da respetiva matriz ou
a referência ao prédio estar omisso nas finanças - artigo
57º/1/3. A prova dos artigos é feita com a exibição da
caderneta predial ou IMI com a validade não superior a
um ano - artigo 57º/2

 Harmonização entre a matriz e o registo – artigo 58º

o A terceira é constituída pelas restantes formalidades e menções


exigidas, documentos exibidos e arquivados, explicação do instrumento
e as assinaturas devidas
 Existem documentos cuja menção é obrigatória pelo artigo
46º/1/f/g

 Os meios de pagamento estão previstos pelo artigo 46º/5/6

 Nos documentos exibidos, previstos no artigo 46º/1/f, deve


indicar-se a sua natureza, data de emissão. Entidade emitente e

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o código de acesso das certidões permanentes se se tratar de


uma

 Nos documentos arquivados, artigo 46º/1/f, a sua menção é


feita pela menção desta circunstância

 O ato deve ser lido e explicado – artigos 46º/1/l e 50º


 O notário, solicitador ou advogado devem ler em voz alta
e na presença de todos os intervenientes, a escritura.
Depois de lida, devem explicar de forma resumida o que
foi lido e o que significa
 Assinatura do título – artigo 46º/1/m/n
 Os documentos devem ser escritos a tinta preta, na
medida em que esta se considera inalterável e durável, ao
contrário da tinta azul – artigo 39º

 Deve mencionar-se a circunstância de determinados


intervenientes não assinarem por não poderem ou não
saberem

 A lei não impõe a assinatura pela ordem em que estão


identificados, mas é obrigatório que aquele que titular o
ato seja o último a assinar (o Notário, ou o primeiro
ajudante, etc.) – artigo 46º/1/n

Atos notariais em especial: escrituras públicas

Escritura de habilitação de herdeiros

 Artigo 82º CNOT


 Noção

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o A habilitação de herdeiros realiza-se em cartório notarial e consiste na


declaração feita por EP e por três pessoas em que os habilitandos são
herdeiros do falecido e ninguém lhes prefere na sucessão ou concorre
com eles

 Função
o A habilitação é um título a favor de todos os herdeiros e que permite
realizar os vários atos que constam do artigo 86º/1

 Modo de realizar
o De acordo com o artigo 83º/1/2, a habilitação pode ser feita com três
pessoas ou pelo cabeça de casal

 O que consta?
o Pelo artigo 83º/3, a habilitação deve conter o nome completo, o estado
civil, naturalidade e a última residência habitual do falecido (autor da
herança) bem como dos habilitandos
o No caso de haver um menor, essa qualidade tem de ficar indicada

 Documentos
o O artigo 85º indica que são necessários:
 Certidão de óbito do autor da herança
 Certidões do registo civil que justifiquem a sucessão legítima ou
legitimária
 Certidão de testamento ou de doação quando esses atos tenham
ocorrido

Escritura de compra e venda // doação


Nas doações que impliquem direito de
propriedade pagamos sempre IS e a liquidação do
imposto fica arquivada e os originais ficam para
 Documentos necessários os solicitadores – quando pagamos os impostos,
os originais ficam arquivados no escritório???

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o Documentos de identificação civil e identificação fiscal dos


intervenientes (se tiver procurações ou outros intervenientes acidentais,
as mesmas também são exigidas) - artigos 46º a 49º e se for o caso
artigos 65º a 68º

o Certidão da Conservatória com validade não superior a 6 meses de


todos os imóveis em questão. Se o prédio estiver omisso na
conservatória, e caso estejamos perante a primeira transmissão após
1/10/1984 de um imóvel situado onde não vigorou o registo obrigatório,
deve ser exibido o documento comprovativo do direito ou tem de ser
realizada primeiro escritura de justificação e só depois pode ser feita a
escritura de compra e venda - artigos 54º/1//2/4/5 e 55º/b

o Caderneta predial das finanças ou Pedido de inscrição do Prédio na


matriz (Modelo I do IMI) emitido pelas finanças com validade não
superior a um ano - artigo 57º/2

o Declaração de liquidação do imposto municipal sobre transmissões


onerosas de imóveis (IMT) e Imposto de selo (IS) acompanhada da prova
do pagamento ou invocação da isenção do seu pagamento – artigos
190º CNOT e 49º CIMT. Na escritura de Doação a liquidação dos
impostos é efetuada após a escritura/DPA

o No caso de prédios urbanos: Certificado de desempenho energético,


emitido por perito qualificado pela ADENE - artigos 9º e 18º DL 101-
D/2021
 Visa a proteção do consumidor e é um documento exibido

o No caso de prédios urbanos: Licença de utilização/habitabilidade ou


certidão emitida pela Câmara Municipal onde se refira que o imóvel foi
construído antes da data de entrada em vigor do RGEU (agosto de

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1951), estando por isso dispensado de licença de utilização – artigo 1º


DL 281/99
o No caso de prédio urbanos: Ficha técnica de habitação entregue na
Câmara Municipal apenas para imóveis destinados a habitação e com
licença de utilização emitida após 30/03/2004 – artigos 2º e 9º DL
68/2004; Na escritura de Doação não é necessário a ficha técnica de
habitação

o Para edifícios (ou frações autónomas destes) construídos em lotes


autorizados por alvará de loteamento registado depois de 1992: Na 1.ª
transmissão é necessária certidão das infraestruturas emitida pela
Câmara Municipal da área do imóvel comprovativa da receção
provisória das obras de urbanização ou de que a caução prestada é
suficiente para garantir a boa execução das obras de urbanização –
artigo 49º/2 DL 555/99

o Para edifícios construídos em frações autónomas tem de ser


apresentado a declaração do condomínio emitida pelo administrador
do condomínio com todos os encargos associados à fração e com a
menção de existência ou não de dívidas - artigo 1424-A CC

o No caso de prédios rústicos: Se em causa estiver a constituição de


compropriedade ou aumento de comproprietários de prédios rústicos é
necessário a certidão de compropriedade emitida pela Câmara
Municipal da área do imóvel onde se refira que é possível constituir
compropriedade sobre os prédios - artigo 54º Lei 91/1995

Escritura de justificação notarial

 Tipos de justificação que existem


o Estabelecimento do trato sucessivo – artigo 89º

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o Reatamento do trato sucessivo – artigo 90º


o Estabelecimento de novo trato sucessivo – artigo 91º
 Documentos necessários
o Documentos de identificação civil e identificação fiscal do declarante
justificante (aquele que se arroga como titular do direito) – artigos
46º/c, 47º e 48º

o Três declarantes que vêm confirmar o que o justificante vem afirmar e


respetiva identificação. Att. incapacidade dos declarantes - artigo 96º

o Prédio não descrito: para instruir a escritura de justificação notarial para


estabelecimento do trato sucessivo é necessário: certidão negativa que
comprove que o mesmo está omisso na Conservatória do Registo
Predial, com validade de 3 meses + caderneta predial das finanças com a
validade de 3 meses - artigo 98/º1/2

o Prédio descrito: para instruir a escritura de justificação notarial para


reatamento do trato sucessivo ou estabelecimento de novo trato
sucessivo é exigido: certidão de teor da respetiva descrição, também
com validade de 3 meses + caderneta predial das finanças com a
validade de 3 meses - artigo 98º/1/2

o No caso de prédios urbanos: Licença de utilização/habitabilidade ou


certidão emitida pela Câmara Municipal onde se refira que o imóvel foi
construído antes da data de entrada em vigor do RGEU (agosto de
1951), estando por isso dispensado de licença de utilização ou menção
na caderneta predial de ano de inscrição anterior a 1951 - artigo 1º DL
281/99

 Publicidade e justificação

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Certidões
 O conteúdo dos instrumentos notariais bem como dos documentos arquivados
nos cartórios, provam-se por meio de certidões que podem ser requeridas por
qualquer pessoa, com exceção dos factos previstos no artigo 164º/1/a/b que só
podem ser entregues ao requisitante ou a quem esteja autorizado
o Testamentos, revogações de testamentos
o Termos de abertura de sinal
 As certidões são extraídas por meio de fotocópia e devem reproduzir o original,
podendo ser totais ou parciais consoante reproduzam todo ou só parte do
conteúdo do documento – artigos 165º e 166º

Averbamentos
 O artigo 131º refere as situações que devem ser averbadas ao instrumento a
que respeitam
 O artigo 132º refere outras situações que podem ser ultrapassadas através de
averbamentos
 Independentemente do fundamento, os averbamentos são lavrados,
oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado nos livros de notas
respetivos, devendo ser numerados pela ordem segundo a qual forem
efetuados – artigo 133º

Outros instrumentos públicos


 Estes instrumentos públicos são aqueles que são lavrados em papel avulso (não
são lavrados em livros), e como tal, são também chamados como instrumentos
fora de notas
 São lavrados num só exemplar, sendo entregue aos outorgantes – artigo 103º e
104º

Termo de autenticação (autenticação de documentos particulares)


 Documento particular + termo de autenticação = DPA

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 Os documentos particulares adquirem a natureza de documentos autenticados


desde que as partes confirmem o seu conteúdo perante o notário ou solicitador
– artigo 150º/1
 Assim, quando uma pessoa recorre a um solicitador ou notário com um
documento particular (pode ser uma procuração, um contrato…) para ser
autenticado, deve ser feito um termo de autenticação através da plataforma
ROAS, no caso de procurar um solicitador – artigo 150º/2
 O termo de autenticação deve ser lavrado no documento a que respeita ou em
folha anexa, devendo neste último caso ser agrafado ao documento,
numerando-se e rubricando-se todas as folhas, não sendo permitido que se
separem – artigo 36º/4
 De acordo com o artigo 41º, quando se detetam erros antes das assinaturas das
partes, basta corrigir o que é necessário e imprimir de novo, mas na
impossibilidade de impressão (por exemplo quando as partes já assinaram o
documento), faz-se uma ressalva
o Palavras emendadas
 A data escrita era: 2008/04/10
 As partes assinaram e só depois notaram que em vez de
 Então o solicitador escreve “emendei ….”  ressalva

o Palavra entrelinhada
 Câmara Municipal em 2006/03/2004
 As partes assinaram e só depois notaram que falta a localidade
do município
 Então o solicitador escreve “entrelinhei Marinha Grande” 
ressalva

o Palavra traçada
 A data era 2006/04/10
 “tracei 2006/04/10”  ressalva

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o Se o documento já estiver assinado, somos remetidos para o artigo 132º


CNOT, mas tem de existir prova de que o erro existiu e a correção tem
de ser feita por averbamento – artigo 132º/2 – respeitando a forma do
artigo 133º

Reconhecimentos
 Podem ser simples ou com menções especiais – artigo 153º
o Simples
 Letra e assinatura (documento escrito à mão pelo cliente)
 Só assinatura
 Tem de ser presencial

o Com menções especiais


 Menção no reconhecimento de alguma circunstância especial
por exigência da lei ou a pedido dos interessados
 Presencial ou por semelhança
 Os reconhecimentos são lavrados no próprio documento a que respeitam ou
em folha anexa, devendo neste último caso ser agrafado ao documento,
numerando-se e rubricando-se todas as folhas e não sendo permitido a sua
separação – artigo 36º/4

Assinaturas que não podem ser reconhecidas


 Artigo 157º
 Quando as assinaturas constem de documento cuja leitura não é permitida ao
notário/solicitador ou advogado
 Quando o documento esteja em branco ou que contenham linhas ou espaços
em branco não inutilizados
 Quando se encontrem em documentos escritos em língua estrangeira que o
notário/solicitador não domine, exceto se o documento for traduzido
 Quando o documento estiver escrito ou assinado a lápis ou tiverem sido
utilizados materiais que não ofereçam garantias de durabilidade

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 Quando o documento materialize um ato que beneficie de isenção do imposto


de selo e não mencione a disposição que atribua tal benefício

Conferência/certificação/autenticação de fotocópias
 Artigo 171ºA
 O solicitador/notário tem competência para conferir fotocópias que sejam
extraídas de documentos não arquivados no seu cartório/escritório, desde que
tanto a fotocópia como o original lhe sejam apresentados para esse fim. A
certificação tem o mesmo valor do documento original

Procurações
 A procuração é o ato pelo qual alguém atribui voluntariamente poderes de
representação a outrem – artigo 262º CC

 Como são lavradas? – artigo 116º


o Por instrumento público – exclusivo do notário
o Documento particular escrito e assinado pelo representado com
reconhecimento presencial da letra e assinatura – feito por notário,
solicitador ou advogado
o Documento autenticado, ou seja, documento particular com termo de
autenticação (feito por notário, solicitador ou advogado) e consiste na
confirmação pelas partes perante o profissional que o conteúdo da
procuração corresponde à verdade
 Substabelecimento
o O procurador pode fazer-se substituir por outrem, substabelecendo os
poderes que lhe foram conferidos, no entanto tal substabelecimento só
é possível se o representado o consentir ou se esta faculdade resultar do
conteúdo da procuração ou da relação jurídica – artigo 264º
o O substabelecimento terá que revestir a forma exigida para a
procuração – artigo 116º/3

Casos de recusa e atos anuláveis

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 Existem determinadas situações em que o notário/solicitador ou advogado


deve recusar praticar o ato que foi solicitado - artigo 173º
 No caso de atos anuláveis o notário não pode recusar a sua prática – artigo
174/1/2, devendo fazer constar do texto a advertência de que informou as
partes dessa circunstância

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