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Características da norma

jurídica

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• Características da Norma Jurídica:

1- Imperatividade – A norma jurídica exprime sempre uma ordem ou um comando, seja


para proibir, seja para permitir, seja apenas para declarar.

2- Violabilidade - A norma dirige-se a seres livres e por isso se diz que é violável, isto é, a
norma é suscetível de violação.
Essa violabilidade desenvolve-se no plano dos factos (embora esteja em vigor a norma que
proíbe furtar, há muitos furtos). É nesse sentido, isto é, ao nível da previsão, que a norma é violável.
Ao nível das consequências jurídicas, isto é, em matéria de estatuição, a norma é inviolável.
A consequência está sempre latente mesmo que não se consiga efetivar, pôr em prática. Assim,
quem furtar está sempre sujeito à consequência (pena de prisão entre x e y dias), mesmo que não
tenha sido julgado porque, por ex, fugiu. Mas, se for apanhado está sujeito a essa consequência
jurídica.

Violabilidade – capacidade da norma ser violada sem prejudicar a sua própria essência. Os
destinatários podem quebrar a norma no plano dos factos mas a sua validade não sofre com a sua
violação.

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3 - Generalidade - significa que a norma jurídica se destina a uma
generalidade de pessoas e não a uma ou várias pessoas determinadas
• Com esta característica, o importante é que no momento da criação
da norma se não possa identificar quais as pessoas que irão ser
abrangidas pela norma.
• A norma pode destinar-se a uma classe de pessoas e ainda assim
considera-se que é geral se à partida não se sabe quem vai preencher
essa categoria.
• Ex: artº 483º CC: todo aquele que violar ilicitamente ….

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• Não estão previamente identificadas as pessoas em cuja esfera
jurídica se vão produzir os efeitos jurídicos fixados na estatuição da
norma.

• Generalidade não se confunde com pluralidade de destinatários:

• Pluralidade – aplicar-se a mais do que uma pessoa.

• A norma tem a característica da generalidade, mas pode não ser


plural, porque se aplica apenas a uma pessoa.

• Ex. al b) do artº 134º CRP:

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4) Abstração
• Esta característica respeita ao modo como a previsão da norma
descreve a situação de facto sobre a qual vai recair a estatuição
(consequências).
• Essa descrição das condutas, da situação de facto, é feita de uma
forma não individualizada.

• A norma não pretende regular apenas um ou vários casos mas um nº


indeterminado de situações que se venham efetivamente a verificar.
Pretende regular toda uma categoria de situações que são previstas
de forma não individualizada.
• Ex: nº 1 do artº 483º CC: quem violar ilicitamente …
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• Não se aplica apenas a um caso específico de violação mas a toda e
qualquer violação ilícita. Engloba um nº indeterminado de situações
que se podem vir a verificar.
• Se, por ex. a norma dissesse que apenas obrigava a indemnizar
“quem” “partisse com uma pedra, o vidro da janela da casa do Sr
Francisco”, não seria uma norma jurídica porque lhe faltava a
abstração. A norma indicava a conduta em concreto: partir o vidro do
Sr Francisco (não um qualquer vidro).
• A norma continuava a ser geral porque se destinava a qualquer um
que partisse o vidro (destinatários da norma= “quem”) mas a
conduta, a previsão, deixava de ser abstrata porque descrevia uma
conduta em concreto.

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5) Coercibilidade – Suscetibilidade de imposição coerciva, ou coativa
(por via da força), das suas próprias normas jurídicas.
• A coercibilidade não é elemento essencial de todas as normas
jurídicas, mas é elemento essencial do sistema, do Direito no seu
conjunto.
• Coação – efetivo emprego da força física. A coação não é
característica do Direito porque em regra as normas jurídicas são
observadas sem que seja necessário o emprego da força física. Já a
coercibilidade é característica do Direito. Isto porque há normas que
não são imperativas (as normas permissivas, as normas supletivas) e,
por isso, alguns autores consideram que a coercibilidade não é
característica do Direito.

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• Portanto, todo o Direito é para ser cumprido. A sua inobservância dá
lugar à aplicação de sanções.

• O que acontece se alguém não cumprir o Direito ou não acatar a


sanção?

• Só pela força, legitimada pelo Direito, se pode impor o respeito pelo


Direito.

• Só o Estado dispõe dos meios coercivos, isto é, dos meios de coação,


que permitem colocar a força ao serviço do Direito (policias, tribunais
e prisões).

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Time to work
• Em que se distingue a generalidade e a abstração?

• O que é a imperatividade?

• E a violabilidade?

• A coercibilidade é característica das normas jurídicas?

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Muito obrigada

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