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TÍTULO I DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES

Direito das obrigações nada mais é do que o conjunto de normas Jurídicas que regulamentam as Obrigações.

Obrigação: é o vínculo jurídico entre o credor e o devedor, onde o Devedor é obrigado a realizar uma prestação
(dever) em favor do Credor.

Objeto da obrigação: pode ser a prestação de: Dar, fazer ou não Fazer

Ex:

Realizar um pagamento (obrigação de dar dinheiro)

Construir uma casa (Obrigação de fazer um serviço)

Não desmatar um terreno (Obrigação de não fazer)

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Sujeito da Obrigação: Vinculo Jurídico


Obrigação
Sujeito Ativo: Credor (é aquele que tem o direito de receber
algo ou de usufruir da obrigação de fazer.
Sujeito Passivo: Devedor (é aquele que tem a obrigação de fazer
algo ou dar alguma coisa a alguém. Credor Devedor

OS ELEMENTOS ESSENCIAIS DA OBRIGAÇÃO

São o sujeito, objeto e vínculo jurídico. Explicando:

o SUJEITO é o credor e devedor;

o OBJETO é a obrigação de DAR, FAZER e NÃO FAZER e o VÍNCULO

O objeto pode ser classificado como: mediato e imediato.


Objeto mediato pode ser uma coisa ou tarefa a ser feita (positiva) ou vedada (negativa);
Objeto imediato é a prestação, podendo ser positiva (dar ou entregar e fazer) ou negativa (não fazer).
O objeto deve ser lícito, possível, determinado ou determinável (art. 166 e 104 CC), pois do contrário não é
suscetível de cumprimento.

O VINCULO JURÍDICO que geralmente é o contrato

Na ausência de algum dos elementos, não se configura a obrigação.

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Mapa Contexto Obrigações
Capítulo I – DAS OBRIGAÇÕES DE DAR (arts. 233 a 246)

Seção I – DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA (ARTS. 233 A 242)

A obrigação de dar coisa resume-se à obrigação de realizar a TRADIÇÃO = ENTREGA DO OBJETO, e pode consistir
na entrega de coisa certa ou incerta.

Na obrigação de dar coisa certa existem duas possibilidades: o ato de dar (entregar) e o ato de restituir. Veremos
mais à frente.

• Perda: Desaparecimento da coisa, ou perda das qualidades essenciais e do valor econômico do bem

• Deterioração: Diminuição de valor, redução das qualidades essenciais da coisa ou de seu valor econômico, mas ela ainda
guarda sua identidade

• Tradição: Entrega – Marca a transferência da propriedade dos bens móveis

• Resolução: Extinção da obrigação por perda do objeto

• Determinado é o que contém os objetos do contrato


• Determinável aquele cujos objetos serão estabelecidos no futuro.
Ex: É determinado o objeto de um contrato que seja específico: um táxi de placa tal e chassi tal. Não sendo determinado,
é determinável um táxi qualquer de uma tal frota.

A COISA É CERTA, quando o objeto a ser entregue, é perfeitamente determinado e individualizado. Por exemplo, o
devedor se obriga a entregar um carro de tal marca, com tais especificações.
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das
circunstâncias do caso.

Pode ocorrer, entretanto, que a coisa se perca ou se deteriore antes que ocorra a tradição:

PERDA (artigo 234, do Código Civil)

a) sem culpa do devedor: caso a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica
resolvida (cumprida) a obrigação para ambas as partes, estando o devedor, obrigado a restituir as importâncias que porventura já
houver recebido;

Devolve-se o que já foi pago pelo credor, regressando as partes ao status quo ante (art. 234, 1ª parte, CC)

Exemplo: “Se A ajustar com B a entrega de um veículo para o dia 15 de agosto e na véspera da tradição o carro for furtado, a solução
será a resolução contratual pela falta superveniente do objeto.

b) por culpa do devedor: se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente à coisa, acrescido de perdas e
danos (extingue-se a obrigação original e é criada uma nova, incluindo indenização da coisa em dinheiro, mais perdas e danos).
(art. 234, 2ª parte- CC).

Exemplo: “Aproveitando o exemplo anterior, caso A não entregue o veículo para B, em razão de um acidente que inutilize o bem,
provocado por sua embriaguez ao volante, caberá a fixação de uma indenização capaz de propiciar a B uma satisfação pela frustração
das legítimas expectativas.”
**** PERDA NA OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA (+ Explicação) ****

E se acontecer algo com a coisa que deveria ser entregue? As consequências são diferentes com relação a obrigação de dar coisa certa e de
dar coisa incerta.
No caso da obrigação de dar coisa certa, a danificação ou perecimento gera consequências específicas. Se houver conduta culposa no
Direito Civil, o responsável terá de efetuar o pagamento de perdas e danos. Caso não haja culpa, no entanto, não haverá reparação com
perdas e danos. As consequências também se diferenciam em razão do momento:

• ANTES DA TRADIÇÃO (antes da entrega da coisa)

1. Perda total (ou perecimento): caso não haja culpa do devedor, o contrato resolve-se para ambas as partes. Devolve-se o que já foi
pago pelo credor, regressando as partes ao status quo ante (art. 234, 1ª parte, CC). Caso haja culpa do devedor, resolve-se a
obrigação, devolve-se o que já foi pago e há pagamento de perdas e danos pelo culpado (art. 234, 2ª parte, CC).

2. Perda parcial (ou deterioração): caso não haja culpa do devedor, o credor terá o direito potestativo de escolher se fica com o bem,
abatido do preço o valor que perdeu ou se resolve a obrigação (art.235, CC). Caso haja culpa do devedor, o mesmo direito
potestativo, acrescido em qualquer escolha das devidas perdas e danos (art. 236, CC).

Por exemplo, imaginemos que um cachorro de raça seja vendido e por descuido do vendedor ele morre de fome (perda total ou perecimento)
ou, em outro exemplo, por descuido do vendedor, o cachorro pegasse uma doença e ficasse cego (perda parcial ou deterioração). Em ambos
os casos, como houve responsabilidade, há indenização equivalente aos prejuízos sofridos pelo credor, que podem ser de ordem patrimonial
ou moral. Se não houvesse responsabilidade do devedor, ele estaria obrigado apenas a restituir ao credor o valor pago, voltando ao estado
anterior. No caso da perda parcial (deterioração), há uma outra opção, que seria entregar a coisa deteriorada, com abatimento proporcional
no preço - quem faz essa escolha é o credor.

Sem Culpa Com Culpa

Resolução do contrato com devolução do equivalente +


Perecimento Resolução do contrato com devolução do equivalente
indenização

Aceita o bem com abatimento do preço ou escolhe a (Aceita o bem com abatimento do preço ou devolução do
Deterioração
devolução do equivalente equivalente) + indenização

Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva,
fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e
danos.

Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o
valor que perdeu.

Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar,
em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.

• DEPOIS DA TRADIÇÃO (depois da entrega da coisa):

Se já houve a tradição, a coisa perece para o dono (res perit domino), ou seja, para o atual proprietário. São exceções ao res perit domino, por
um princípio geral de garantia concedido ao adquirente: vícios ocultos, também chamados de redibitórios (art.441, CC), e vícios jurídicos,
também conhecidos como evicção (art. 447, CC). Ou seja, se depois de entregue o bem, este vem a perecer ou se danificar, isto é
responsabilidade do credor. Contudo, ele está protegido pelo princípio acima citado, caso o bem já tenha lhe sido entregue com algum
problema que levou àquela situação de perecimento (os conhecidos vícios).

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao
uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta
pública.

MOMENTO DO DANO X DESCOBERTA DO DANO

• O importante é o momento do dano, e não de sua descoberta

1. Perda antes da tradição e descoberta depois = Prejuízo do devedor

2. Perda depois da tradição e descoberta depois= Prejuízo do credor


3. Descoberta antes da tradição e perda, necessariamente, antes da tradição= Prejuízo do devedor

• Sempre que o dano acontecer antes da tradição, quem perde é o devedor

• Se o dano ocorrer depois da tradição, quem perde é o credor ( que nem credor é mais, pois a obrigação já havia sido cumprida no
momento da tradição)

• Res perito domino : A coisa perece para o atual proprietário

• O risco correrá por conta do vendedor (alienante) e só será transferido ao adquirente (credor) com a tradição

DETERIORAÇÃO (artigo 235, do Código Civil)

a) sem culpa do devedor: o credor pode resolver a obrigação (recebendo a restituição dos valores que já tenham sido entregues ao
devedor), ou aceitar a coisa deteriorada (danificação da coisa ou sua perda parcial), abatido de seu preço o valor que perdeu;

b) por culpa do devedor: o credor poderá exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado em que se encontrar, facultando-lhe o direito de
reclamar tanto em um caso, como em outro, indenização por perdas e danos (que servem para recompor o valor do bem, atingido pela
deterioração ou diminuição da sua utilidade).

Explicação sobre perda e Deterioração: Determinado veículo é objeto de contrato de compra e venda é roubado antes da transferência do
domínio ou pendente alguma condição suspensiva, sem que haja culpa do devedor, o negócio deve ser desfeito e eventuais valores pagos pelo
comprador ao vendedor devem ser devolvidos. Diversamente, caso o vendedor acidente-se, culposamente, com o veículo antes da
transferência do domínio, ele estará obrigado não só a restituir o valor recebido, como também a indenizar o comprador por eventuais perdas
e danos.

** A deterioração é a perda parcial ou danificação da coisa. Ocorrendo antes da tradição, o prejuízo será, novamente, suportado pelo dono
ou devedor, a quem se abrem duas saídas: ou abate do preço o valor correspondente à depreciação, se o credor aceitar receber a coisa
danificada, ou fica com a coisa e devolve o dinheiro que recebeu por ela**.

DETERIORAÇÃO SEM CULPA (ART.235, CC)

• Em casos de deterioração sem culpa, o credor pode optar por:

1. Resolução da obrigação

2. Aceitar o bem deteriorado, com abatimento proporcional no preço (entrega com abatimento equivalente ao estrago)

• Exemplo: “Se o credor adquire um cavalo para corrida e o animal vem a contrair moléstia que o impede de competir, servindo
apenas para reprodução, o comprador poderá dar por resolvida a obrigação, se não mais pretender a coisa, ou receber o semovente,
abatendo-se o preço respectivo, levando-se em conta o valor de um animal para a reprodução e não mais para competições.”

DETERIORAÇÃO COM CULPA (ART.236,CC)

• Em casos de deterioração com culpa, o credor pode optar por:

1. Resolução da obrigação

2. Entrega com abatimento

• A diferença é que independente da opção que o credor escolher, fará jus à pretensão ressarcitória. Ou seja, poderá pedir pelas
perdas e danos.
MELHORIAS E ACRÉSCIMOS (ART.237,CC)

Art.237, cc: Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço;
se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação

• Todas as benfeitorias e acessões efetivadas na coisa até a tradição serão incorporadas ao patrimônio de seu titular

Em casos de melhorias e acréscimos, o credor pode optar por:

• Resolução da obrigação (pois o objeto inicialmente contratado não existe mais)


• Pagamento da diferença

Se o credor se recusar a complementar o valor, não poderá o devedor obter judicialmente a diferença, ele poderá apenas resolver a obrigação

OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR

A obrigação de restituir envolve uma devolução, como por exemplo, a devolução de um imóvel quando acaba o contrato de locação e o
locador precisa devolvê-lo ao locatário.

Apesar de ser subespécie da obrigação de dar, ela terá um regramento próprio no que diz respeito à perda da coisa, conforme os arts. 238 a
240, CC.
Lembrando que, neste tipo de obrigação, não há transmissão do direito de propriedade, mas sim devolução da posse direta do bem. Antes
ou depois da restituição, quem sofre a perda é o credor, já que ele nunca deixou de ser proprietário da coisa (res perit domino).
• Antes da restituição:
1. Perda total (ou perecimento): caso não haja culpa do devedor, o credor sofrerá a perda e o contrato se resolve (art.238, CC).
Caso haja culpa do devedor, o credor sofrerá a perda, mas o devedor responderá pelo equivalente, mais perdas e danos (art.239, CC).
2. Perda parcial (art. 240): caso não haja culpa do devedor, o credor receberá a coisa tal qual se ache, sem direito a indenização.
Caso haja culpa do devedor, o devedor responderá pelo equivalente, mais perdas e danos.

Mapa DAR coisa Certa

SEÇÃO II – DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA (ARTS. 243 A 246)

A COISA É INCERTA quando não é considerada a sua individualidade. E aquela em que a coisa objeto da prestação
não está especificamente determinada, apenas genérica e numericamente. Ou seja, a prestação não está
individualizada, mas apenas mencionada pelo gênero a que pertence e limitada pela quantidade, sendo indiferente
ao credor.
Exemplo: a compra de uma cabeça de gado de um rebanho específico, pode ser qualquer animal daquele
determinado rebanho

A quem compete a escolha?


Art. 244 do CC/02: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o
contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a
melhor.”

Art. 246 do CC/02 (“Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por
força maior ou caso fortuito.”)

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CAPÍTULO II – DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER (ARTS. 247 A 249)

Diferente das obrigações de dar, que tratam da transmissão de um bem ou coisa, as obrigações de fazer se referem
à um ato ou conduta humana, seja uma prestação de serviço físico, intelectual, ou ainda uma prestação com ênfase
no resultado ou na vantagem auferida pelo credor. As obrigações de fazer são divididas em duas espécies, quais
sejam:

• Obrigações fungíveis – se tratam de obrigações com ênfase no ato ou conduta humana, também
chamadas de obrigações impessoais ou materiais, ou seja, admite-se que terceiros executem o ato. Ex:

Você contrata o serviço de um pedreiro por exemplo, e na hora de ser feito o serviço, o pedreiro diz que irá
mandar uma outra pessoa para fazer e você aceita...uma vez que aceitou o terceiro a realizar, o serviço passou
a ser uma obrigação fungível (passível de ser substituído por outra coisa de mesma espécie, qualidade,
quantidade e valor.)

• Obrigações infungíveis – infungível se trata de algo que não pode ser substituído, pois bem, na obrigação
infungível (personalíssima ou intuitu personae) a pessoa do devedor não pode ser substituída por
terceiros, devendo ela mesma cumprir com a obrigação, seja por suas qualidades profissionais, artísticas
ou intelectuais. Ex:

Você contrata o serviço de um pedreiro por exemplo, e na hora de ser feito o serviço, o pedreiro diz que irá
mandar uma outra pessoa para fazer. E nesta hora vc não aceita, pois contratou o serviço daquele pedreiro
especifico... o serviço passou a ser uma obrigação infungível (é aquela que não pode ser realizada por
qualquer outra pessoa senão o próprio devedor.)

Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por
perdas e danos.

CAPÍTULO III – DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER (ARTS. 250 A 251)

Diferente das obrigações de fazer em que o devedor está obrigado à prática de um ato, a obrigação de não fazer se caracteriza
pela abstenção de algo, ou seja, o devedor poderia livremente praticar tal ato, mas se obrigou a não o fazer, trata-se de uma
obrigação negativa. Ex: Vizinhos convencionaram em não pode levantar um muro entre as casas para não prejudicar a visão,
neste momento passou a existir uma obrigação de NÃO FAZER.

CAPÍTULO IV – DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (ARTS. 252 A 256)

É aquela que tendo objeto composto é considerada cumprida com a entrega de qualquer das prestações. É uma obrigação
jurídica complexa com pluralidade de objetos, na qual o devedor cumpre a obrigação quando presta apenas um deles.
Exemplo: “A pagará a dívida perante B, mediante a entrega de 200.000 reais, OU de um apartamento nesse valor. O devedor
exonera-se do débito quando oferece uma das prestações”. Caso não tenha sido acordado sobre qual das partes se daria, a
escolha no final cabe ao devedor. Lembrando também que não se pode dar metade de um e metade do outro.
CAPÍTULO V – DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS (ARTS. 257 A 263)

OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS
São aquelas que podem ser executadas parceladamente, ou seja, em prestações (Art. 257). Exemplo: dívida de R$
10.000,00, paga em cinco parcelas iguais.

OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS

São aquelas que não admitem tal parcelamento por sua natureza, por motivos de ordem econômica, ou dada a
razão determinante do negócio jurídico (Art. 258). Exemplo: dívida de R$ 10.000,00, que deve ser paga no prazo
de seis meses.

• Art.258: “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante
do negócio jurídico“
• Impossibilidade de se fracionar o objeto da prestação, isto é, a prestação mesma
• Natural
1. Coisas que pela sua própria essência não podem ser divididas
2. Exemplo: Carro, árvore, obra de arte
• Legal
1. Naturalmente até daria para dividir, mas a lei não permite
2. Exemplo: bens imóveis
• Contratual
1. Uma coisa que a princípio seria divisível, mas o contrato a tratou como indivisível
2. Exemplo: uma cláusula que diga “o pagamento será feito à vista, e não será admitido pagamento
fracionário”
• A única explicação econômica para um credor recusar pagamento parcial é que ele
precise do pagamento total para cumprir outra obrigação
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. parágrafo único. O
devedor, que paga a dívida, sub-roga-Se no direito do credor em relação aos outros coobrigados
CAPÍTULO VI – DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (ARTS. 264 A 285)

As obrigações solidárias são aquelas compostas pela multiplicidade de sujeitos que a integram, seja no polo
ativo (solidariedade ativa), seja no polo passivo (solidariedade passiva), ou em ambos (solidariedade mista), se
caracterizando pela unidade objetiva da prestação.

Em outras palavras, há solidariedade quando NA MESMA OBRIGAÇÃO concorre PLURALIDADE DE CREDORES cada
um com direito a dívida toda OU PLURALIDADE DE DEVEDORES, cada um obrigada a ela por inteiro.

Art.264 do CC /02- dois ou mais credores sendo que cada um tem direito à dívida toda (solidariedade ativa) e/ou
dois ou mais devedores, sendo que cada um obrigou-se pela dívida toda.

ESPECIES DA SOLIDARIEDADE

Seção I – Disposições Gerais (arts. 264 a 266)


Obrigação solidária: Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida
indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores. Cada devedor deve o todo e não
apenas sua fração ideal, como ocorre nas obrigações indivisíveis

Seção II – Da Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274)


Solidariedade Ativa = pluralidade de credores (arts.267a274 do CC/02);
Na solidariedade ativa existe um concurso de dois ou mais credores em uma mesma obrigação, cada um
com direito a exigir a dívida por inteiro, assim como promover as medidas para assegurar o crédito.

Seção III – Da Solidariedade Passiva (arts. 275 a 285)


Solidariedade Passiva = pluralidade de devedores (arts.275 a 285 do CC/02);
A solidariedade passiva é a relação obrigacional oriunda da lei (ex: artigos 154 e 585 cc) ou vontade das
partes, com multiplicidade de devedores, em que cada um responde em totalidade pelo cumprimento da
prestação como se fosse o único devedor

Solidariedade Mista ou Recíproca: simultaneamente, há pluralidade de credores e de devedores–lacuna na lei–


fonte = vontade das partes.

TÍTULO II DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES

DA CESSÃO DE CRÉDITO (ARTS. 286 A 298)

A cessão de crédito é o negócio jurídico no qual uma das partes (cedente) transfere a terceiro (cessionário) seus
direitos. O beneficiário poderá ceder total ou parcialmente seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor.

DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA (ARTS. 299 A 303)

Assunção de Dívida" é o negócio jurídico que traduz a transferência de um débito a uma terceira pessoa que
assume o polo passivo da relação jurídica obrigacional se obrigando perante o credor a cumprir a prestação
devida.
Vale dizer também que os termos delegação e expromissão se referem, na assunção de dívida, em formas de sua
consumação. Dessa forma, eles não podem ser confundidos com o conteúdo de novação que utiliza esses mesmos
termos.

TÍTULO III DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES

CAPÍTULO I – DO PAGAMENTO (ARTS. 304 A 333)

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