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ART. 247 - O artigo em questão trata das obrigações de fazer, cujo objeto consiste em um ato
positivo do devedor, em geral relacionado a uma prestação de trabalho, com a exigência de
execução material, por vezes envolvendo esforço físico. Diversamente das obrigações de dar, as
obrigações de fazer têm como pressuposto conduta humana específica. Exemplificativamente,
pode-se mencionar a atividade do marceneiro que produz um móvel ou de um cantor que realiza
um espetáculo. No entanto, a obrigação pode envolver outrossim atos mais complexos, como,
por exemplo, a celebração de um contrato ou de um determinado negócio jurídico – atos a partir
dos quais derivam uma miríade de outros efeitos.
ART. 248 - Impossibilitando-se a prestação de fazer, sem culpa do devedor, a obrigação resolve-
se para ambas as partes e retorna-se ao status quo ante. por outro lado, se o devedor der causa
à impossibilidade, o credor não poderá exigir dele a execução material da obrigação, mas terá a
prerrogativa de cobrar as perdas e danos que tal fato lhe gerou.
ART. 249 - Em se tratando de obrigação de fazer fungível, embora não se possa obrigar o devedor
a prestar, efetivamente, aquilo a que se obrigou, o devedor terá a prerrogativa de ter a prestação
cumprida por outrem à custa do devedor ou ainda se sub-rogar no equivalente ao valor da
prestação descumprida. Importante destacar que, em ambos os casos, o credor terá o direito de
ser ressarcido de eventuais perdas e danos que a inexecução da obrigação lhe gerou. Entretanto,
há que se observar que, embora haja ao credor a faculdade de optar pela conversão da obrigação
de fazer em perdas e danos, prerrogativa semelhante inexiste ao devedor. Em outros termos,
diversamente do que há ao credor, não subsiste qualquer alternativa ao devedor na escolha
entre cumprir a obrigação de fazer ou arcar com as perdas e danos decorrentes da inexecução.
ART. 250 - A obrigação de não fazer tem natureza negativa, consistindo na omissão do devedor
em realizar determinado ato. Justamente por se caracterizar em postura omissiva, não há como
se admitir a purgação de mora de obrigação dessa modalidade. Em geral, nesse tipo
obrigacional, impõe-se ao devedor um non facere dentro de um certo período de tempo.
ART. 251 - À semelhança da estrutura do artigo 249, o artigo 251 também concede ao credor a
possibilidade de exigir do devedor que desfaça determinado ato ou a autorização para que tal
desfazimento seja efetuado por si ou por terceiro, no caso de descumprimento da obrigação. Em
ambas as situações, a parte credora estará autorizada a efetuar a cobrança de eventuais perdas
e danos que o descumprimento do devedor tenha lhe gerado.
ART. 255 - Caso a escolha da obrigação caiba ao credor, a solução da lei é diversa daquela prevista
no artigo 254. Nessa hipótese, concede-se ao credor a faculdade de ou cobrar o valor equivalente
e as respectivas perdas e danos da prestação que se impossibilitou por culpa do devedor ou de
exigir o cumprimento da prestação subsistente.
ART. 256 - tornando-se uma das obrigações impossíveis, sem culpa do devedor, tanto na hipótese
de escolha do devedor como do credor, a obrigação concentra-se na prestação subsistente,
tornando a obrigação alternativa em simples. Assim, nessa hipótese, tornando-se a prestação
remanescente, igualmente, impossível, sem culpa ou dolo do devedor, a obrigação resolve-se e
as partes retornam ao estado anterior.
ART. 257 -Em linhas gerais, pode-se definir como divisíveis as obrigações em que a prestação
pode ter cumprimento fracionado, isto é, aquelas em que, em caso de fracionamento da
prestação, não haja perda ou depreciação acentuada de suas características essenciais. A esse
respeito, é oportuno salientar que nem sempre a divisibilidade material coincide com a
divisibilidade jurídica. Afinal, levado às últimas consequências, a matéria sempre seria divisível
(pense-se no nível atômico). No entanto, é bastante evidente que, em se tratando de objeto de
relação obrigacional, eventual divisibilidade do bem poderia conduzir à sua inutilidade para o
fim socioeconômico almejado pelas partes ou determinado pela lei na constituição do liame
obrigacional. É por essa razão que se adota o critério da perda ou deterioração das qualidades
essenciais da prestação. As obrigações indivisíveis, de outro lado, podem ser definidas, a
contrario sensu, como aquelas em que o fracionamento da prestação acarreta na perda ou
deterioração acentuada de suas características essenciais, razão pela qual não poderá ser
executada de forma dividida.
ART. 258 -Pereira crítica técnica legislativa de referido dispositivo, no seguinte aspecto: “[o] art.
258 do Código Civil de 202 acha-se mal situado. A noção de indivisibilidade deveria abrir o
capítulo sobre as obrigações divisíveis e indivisíveis. Além disso, é simplesmente doutrinária, e
não é de boa técnica legislativa que o Código ofereça definições, salvo naqueles casos em que
há necessidade de afirmar uma posição. Não se trata disso, uma vez que os conceitos, aqui, são
bem extremados”.
ART. 259 - Na indivisibilidade da obrigação, nenhum devedor tem a possibilidade de solver a
obrigação pro parte. Assim, qualquer credor pode cobrar, por inteiro, a prestação de qualquer
devedor, o qual estará obrigado em sua integralidade. O devedor não é obrigado a cumprir desse
modo, porque deve a prestação integralmente, mas sim porque é a única forma de cumprir a
obrigação
ART. 160 -Em semelhança à estrutura do artigo 259, na pluralidade de credores de obrigação
indivisível, qualquer um deles poderá exigir a prestação por inteiro do devedor. Nesse caso, o
credor acipiente ficará obrigado perante cada um dos demais cocredores, na proporção do
direito de cada um, em quotas-partes iguais ou conforme estipulado no título.
O devedor somente poderá se ilidir do liame obrigacional pagando a obrigação, conjuntamente,
a todos os credores ou a apenas um deles, desde que este ofereça caução em garantia. Não
havendo caução e no caso de um dos cocredores rejeitar o recebimento da prestação, todos os
demais estarão em mora accipiendi.
Embora a lei fale em caução, havendo documento assinado pelos demais cocredores investindo
o credor acipiente com os poderes necessários para receber o objeto da prestação, o devedor
poderá ilidir o débito cumprindo com a prestação perante o credor acipiente.
Na pluralidade de credores de obrigação indivisível, a interrupção de prescrição que se opere
contra um dos cocredores aproveitará igualmente a todos os demais.
Art. 261 A ou B podem exigir, do pai ou da
mãe, a obrigação de pagar os
Se o objeto da prestação for
alimentos. Mas as partes podem
fracionável o credor que recebeu
convencionar, juntas, que pagarão
dará a cada credor a sua parte na
aquela obrigação, daí chamar isso
coisa divisível. Se não for possível o
de solidariedade. Mas cada um
fracionamento aplica-se o disposto
deles está obrigado pela dívida
no presente artigo e o valor a ser
toda. Um dos credores poderá
exigido pelos demais credores deve
receber integralmente. Em seguida,
ser apurado de acordo com aprecia
em razão da qualidade das partes,
que caberá a cada um na
eles terão que redistribuir
obrigação.
internamente.
Art 266
Art. 262
A lei permiti tratamento diferenciado
Se o objeto da prestação não for aos devedores com prestação pura
divisível, não se poderá falar de e simples para alguns e
desconto. (Só pode exigir condicionado, ou atermo para
reembolso pelo quanto do credor outros, sem prejudicar a
remetente). solidariedade ademais, os
elementos adicionais ao negócio
Art. 263 não comprometem a estrutura da
-A indenização de perdas e danos é solidariedade.
expressa sempre em dinheiro. Art 267
-Se tudo tiver culpa, todos A essência da solidariedade ativa é
responderão pela indenização em
o direito de cada credor exigir a
partes iguais. totalidade da dívida sem estes
-Se apenas um dos codevedores poderem recusar o pagamento total
tiver culpa os demais responderá alegando outros credores.
apenas por perdas e danos e não Art 268
pela dívida.
Após o início da demanda, o
Art. 264
devedor só pode pagar ao autor da
Diz –se obrigação quando a ação e não aos outros cocredores,
prestação puder ser exigida de pois o primeiro que exerce seu
qualquer um dos devedores, feita direito previne os demais. Quando a
por qualquer credo, convertendo a questão vai para o judiciário o
solidariedade em perdas e danos, devedor deve pagar em juízo.
permanecendo, no entanto, a Art 269
solidariedade.
Eventual montante parcial da
Art. 265 prestação que tenha sido pago a um
A lei estabelece, por exemplo, que o dos credores extingue,
pai e mãe têm que pagar pensão proporcionalmente, a obrigação.
alimentícia aos filhos, então o filho Não só o pagamento como
remissão, novação, compensação, entram na posse da herança,
geram a liberação do devedor do embora tenha-se que fazer a
liame obrigacional. partilha, mas a partilha é meramente
formal. Basta que os Clístenes e
Art 270 Crísipo se apresentem como filhos
de Crátilo e eles já estão na ação.
Isso também está na solidariedade
passiva. Então, se um dos credores
solidários falecer, digamos Crátilo,
que deixa Clístenes e Crísipo como Art 271
filhos. Aproveitem o mesmo
exemplo de antes: os co-credores se perde a qualidade de
tinham a receber R$ 400,00. O que indivisível quando a prestação se
acontece? Qual é a quantia que converter em perdas e danos.
pertencerá a Clístenes e Crísipo?
R$ 50,00 para cada. Por quê?
Art 272
Porque a quota do antecessor era
de R$ 100,00. Vejam o Remissão é perdoar a dívida. Quem
código: “...cada um destes só terá remite o faz em relação à sua
direito a exigir e receber a quota do própria parte, e não se prejudicam
crédito que corresponder ao seu as dos outros.
quinhão hereditário...” O que é
quinhão hereditário? A parte do
espólio que pertence aos herdeiros
necessários. Uma metade caberá à Art 273
viúva meeira e a outra metade aos A todo direito corresponde uma
herdeiros necessários. Isso se
obrigação. E a toda pretensão
chama quinhão hereditário, a parte
corresponde uma exceção.
da herança.
Bernhard Windscheid (1817 -
“Salvo se a obrigação for 1942)? Criou em 1847 o conceito
indivisível”: os autores Gagliano & de anspruch, que quer dizer
Pamplona dizem que Anaxímenes, reivindicação, reclamação,
Bião, Crátilo e Demócrito tinham que exigência.
receber um touro reprodutor. Mas
essa prestação não é divisível. Então
eles tomam o touro e terão que
vendê-lo para pagar os co-credores,
e fazer o rateio interno.
Detalhe processual: se
um dos co-credores falecer no meio
da ação de cobrança, seus herdeiros
imediatamente entrarão na posse de
seus bens, e assumirão seu lugar
como sujeito processual. O pólo
ativo da demanda será, portanto,
composto por Anaxímenes, Bião,
(Clístenes + Crísipo) e Demócrito. É
o princípio da saisine: princípio
francês que diz que os herdeiros
Art; 274. R: O artigo indica que, se houver um processo judicial contra um dos credores
solidários e o julgamento for desfavorável a ele, os outros credores não são afetados. Por
outro lado, se o julgamento for favorável, todos os credores se beneficiam, a menos que
haja uma razão pessoal específica do devedor para contestar em relação a qualquer um
deles. Ou seja, o resultado do processo afeta apenas o credor envolvido, mas se for
favorável, beneficia a todos, salvo exceções pessoais do devedor.
Art; 275. R: O artigo estabelece que um credor pode cobrar a dívida de um ou de alguns
dos devedores, total ou parcialmente. Se o pagamento for feito apenas por alguns
devedores e for parcial, os outros devedores ainda são responsáveis solidariamente pela
parte restante da dívida. O parágrafo único complementa dizendo que mesmo se o credor
processar um ou alguns dos devedores, isso não significa que ele está renunciando à
solidariedade, ou seja, os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo
restante da dívida. O credor pode cobrar a dívida de alguns devedores, mas todos
permanecem responsáveis solidariamente, mesmo que o credor processe apenas alguns
deles.
Art; 276. R: O artigo fala sobre a responsabilidade de pagar uma dívida quando uma
pessoa que deve junto com outras morre. Basicamente, se um dos devedores morrer e
deixar herdeiros, cada herdeiro só será obrigado a pagar a parte da dívida que corresponde
à parte da herança que recebeu, a menos que a dívida seja indivisível. No entanto, todos
os herdeiros juntos serão considerados como um único devedor em relação aos outros
devedores.
Art; 277. R: O artigo trata da situação em que um dos devedores realiza um pagamento
parcial da dívida e consegue obter um perdão ou desconto nessa dívida. Nesse caso, esse
pagamento parcial e o perdão obtido só beneficiam aquele devedor específico, não sendo
estendidos aos outros devedores, a menos que a quantia paga ou relevada seja suficiente
para quitar a parte devida por todos eles.
Art; 278. R: O artigo evidência que se um dos devedores concordar com novas regras ou
condições com o credor, essas mudanças não podem prejudicar os outros devedores sem
o consentimento deles.
Um exemplo: Se três amigos se comprometessem a pagar um empréstimo juntos. Se um
dos amigos concordar com o credor para aumentar a taxa de juros, essa mudança não
poderá afetar os outros amigos sem a concordância deles.
Art; 279. R: Esse artigo se refere à responsabilidade dos devedores solidários em uma
situação em que um deles não consegue cumprir com a obrigação por culpa própria. Nesse
caso, todos os devedores ainda são responsáveis por pagar a dívida, mas apenas aquele
que causou o problema é responsável por eventuais prejuízos adicionais. Ou seja, todos
devem pagar a quantia devida, mas somente o culpado arcará com as perdas e danos
extras.
Art: 280. R: Esse artigo diz que todos os devedores são responsáveis pelos juros de mora,
mesmo que a ação tenha sido movida apenas contra um deles. No entanto, o devedor
culpado é quem deve arcar com a obrigação adicional para os outros devedores. Ou seja,
todos os devedores são responsáveis pelos juros de mora, mas o culpado deve pagar a
parte adicional da dívida para os outros devedores.
Art: 281. R: Esse artigo se refere a uma situação em que alguém deve dinheiro a outra
pessoa. Ele diz que a pessoa que deve o dinheiro pode apresentar argumentos contra quem
está cobrando, desde que sejam argumentos pessoais dela ou argumentos que se aplicam
a todos. No entanto, se esses argumentos forem pessoais de outro devedor, não poderão
ser usados para beneficiar o devedor em questão.
Art: 282. R: O artigo diz que um credor pode decidir abrir mão da solidariedade em
relação a um, alguns ou todos os devedores. Se o credor escolher liberar um ou mais
devedores da solidariedade, os outros devedores continuarão sendo solidários.
Exemplo: três pessoas, Ana, João e Maria, devem um valor a um credor. Se o credor
decidir renunciar à solidariedade em favor de João, isso significa que Ana e Maria
continuam sendo solidárias e podem ser cobradas pelo valor total da dívida, mesmo que
João tenha sido liberado dessa responsabilidade.
Art; 283. R: O artigo fala sobre a situação em que uma pessoa paga uma dívida inteira
que era compartilhada com outras pessoas. Nesse caso, a pessoa que pagou tem o direito
de pedir a parte de cada um dos outros devedores, incluindo a parte do devedor insolvente,
se houver. A lei presume que cada devedor tem a mesma responsabilidade no pagamento
da dívida.
Exemplo: três amigos, Ana, Bruno e Carlos, devem juntos uma quantia de dinheiro para
uma loja. Se Ana pagar toda a dívida sozinha, ela tem o direito de pedir a parte de cada
um dos amigos, ou seja, a parte de Bruno e a parte de Carlos. A lei presume que cada um
dos amigos tem a mesma responsabilidade no pagamento, então Ana pode exigir que cada
um deles contribua com a sua parte.
Art: 284. R: Esse artigo diz que quando há uma dívida compartilhada entre devedores,
aqueles que foram liberados da responsabilidade solidária pelo credor também devem
contribuir com a parte que seria do devedor insolvente, ou seja, aquele que não consegue
pagar sua parte da dívida.
Art; 285. R: Esse artigo fala sobre dívidas solidárias. Ele diz que se a dívida é
compartilhada por várias pessoas, mas somente uma delas tem interesse nessa dívida, essa
pessoa será responsável por pagá-la inteira se for a única a pagar.
Exemplo: três amigos, Pedro, Maria e João, tenham uma dívida solidária de R$300. Se
Pedro for o único a pagar os R$300, de acordo com o texto, ele poderá cobrar R$100 de
cada um de seus amigos, Maria e João, pois a dívida era de interesse exclusivo dele.
Classificação das obrigações quanto ao resultado:
Resultado: o devedor se compromete a atingir determinado fim, sob pena de responder pelo insucesso
Meio: o devedor se compromete a empregar seus conhecimentos com vistas a alcançar determinado fim, pelo qual não
se responsabiliza
Quanto à liquidez:
Obrigação líquida: trata-se da obrigação certa quanto a sua existência e determinada quando ao seu conteúdo.
Podendo ser exigir seu cumprimento desde logo.
Obrigação ilíquida: hipótese de obrigação que muito embora seja certa quanto a sua existência, não é certa quanto ao
seu conteúdo, pois não existe exatidão, tornando impossível a exigência do cumprimento.
As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm como objeto duas ou mais prestações (objeto
múltiplo)
obrigação conjuntiva aquela que, tendo por objeto várias coisas, obriga o devedor a prestá-las de uma só vez,