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RESUMO DE DIREITO CIVIL

1. OBRIGAÇÕES
- O Direito das Obrigações é a relação jurídica transitória, estabelecendo vínculos jurídicos entre duas diferentes partes
(credor e devedor), cujo objeto é uma prestação pessoal positiva ou negativa garantindo cumprimento, sob pena.
DIREITO NÃO PATRIMONIAL → Pessoa Humana/ Personalidade → não intransigíveis
DIREITO PATRIMONIAL → reais (coisas) e obrigacionais (pessoas) → são transigíveis

DIREITO REAL (COISA) DIREITO OBRIGACIONAL


O Direito Real é um poder jurídico, direto e imediato O Direito Obrigacional consiste em um vínculo
do titular sobre a coisa, é declaração juridica da jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do
pessoa na posse do que é de sua propriedade. sujeito passivo determinada prestação.
Elementos → sujeito ativo + coisa + determinio da Elementos → sujeito ativo + sujeito passivo +
coisa prestação
Objeto → coisa corpórea e incorpórea Objeto → prestação de algo economico, positivo
ou negativo.
Sujeito → titular do bem e sociedade
Sujeito → ativo (credor) e passivo (devedor)
Duração → permanente
Duração (extensão) → transitório, se extingue pelo
Formação → limitado, por ser criado por leis.
cumprimento ou outros meios.
Exercício → exercício diretamente sobre a coisa.
Formação→ ilimitada, por resultar da vontade das
Ação → contra quem quer que detenha a coisa. partes

Exercício → exigem figura intermediária, o


devedor.

Ação → contra o sujeito passivo.

CARACTERISTICAS DO DIREITO OBRIGACIONAL

1- Relativa: só tem o envolvimento dos sujeitos envolvidos juridicamente, que estão vinculados através de um
contrato (ao assinarem).
2- Direito a uma prestação: assegurar o direito de prestar algo negativo ou positivo.
3- Patrimonialidade: é necessário possuir interesse economico; ter caráter patrimonial.

FIGURAS HIBRIDAS

- São obrigações que se inserem entre os direitos reais e os direitos obrigacionais, tendo características de ambos.

Obrigação propter rem

- Obrigação que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real, ela só existe em razão da situação
juridica do obrigado, do titular do domínio, do detentor ou determinada coisa.

Características:

1- Origem: decorrem de um direito real, de propriedade.


2- Transmissibilidade: se transmite junto da propriedade.
3- Natureza juridica: é um direito híbrido.

- Qualifica-se como obrigação propter rem as obrigações dos condomínios de contribuir para a conservação da coisa
comum e adimplir os impostos alusivos à propriedade.
2. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA

- Conceito: Obrigação que tem como prestação a entrega de bem determinado.

- Coisa certa: é perfeitamente identificável e individualizada, ou seja, é determinado (quantidade, gênero e qualidade).

- Princípio da especialidade (Art. 313, CC): o credor não pode ser constrangido a receber coisa distinta daquela
combinada, mesmo que esta seja melhor.

- Acessorium sequitur principale (Art. 237, CC): a obrigação de dar coisa certa também abrange acessórios (frutos,
produtos, rendimentos, partes componentes e integrantes da coisa e benfeitorias incorporadas ao solo).

- Direito aos melhoramentos e acrescidos: enquanto não ocorrer a tradição, a coisa continuará pertencendo ao devedor,
“com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação”

- Res perito domino: “a coisa perece para o seu dono”. Enquanto não houver transmissão da propriedade (tradição ou
registro), o titular continuará sendo o credor, que suportará a perda da coisa em razão de algo.

- Perda ou perecimento: perda total

1. Sem culpa: resolve-se a obrigação, sendo restituído ao adquirente o montante eventualmente antecipado.
2. Com culpa: equivalente (os valores adiantados pelo adquirente serão ressarcidos) + Perdas e Danos (lucros
cessantes).

- Deterioração: perda parcial

1. Sem culpa: o credor resolve a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro ou o credor aceita o bem
deteriorado, com abatimento proporcional ao preço.
2. Com culpa: o credor pode resolver a obrigação e exigir o equivalente ou aceitar a coisa do jeito que está com
abatimento do preço + Perdas e Danos.

2.1. OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR

- Conceito: o devedor restitui a coisa que achava em seu uso, mas pertence ao credor, titular do direito real. Ex: o
locatário que deve restituir ao proprietário, nos prazos ajustados, a coisa que se encontra em seu poder por força do
vínculo obrigacional.

- Se a coisa for perdida, sem culpa do devedor, prejudicado será o credor, na condição de dono.

- Perecimento:

1- Sem culpa: o credor sofre a perda, a obrigação será resolvida, ressalvados os seus direitos até o dia da perda (o
credor tem direito aos frutos, naturais ou civis, como os aluguéis, até o dia do perecimento).
2- Com culpa: equivalente + Perdas e Danos.

- Deterioração:

1- Sem culpa: o credor irá recebe-la, sem direito a indenização.


2- Com culpa: equivalente em dinheiro + Perdas e Danos ou aceitar no estado em que está + Perdas e Danos.

2.2. OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA

- Conceito: tem por objeto uma prestação em dinheiro.

- Princípio do nominalismo: considera o valor da moeda o valor nominal que lhe atribuiu o Estado, no ato de emissão
ou cunhagem. Ou seja, o devedor libera-se entregando a quantidade de moeda mencionada no contrato ou título da
dívida.

- Clausula de escala móvel: o valor da prestação deve variar segundo os índices de custo de vida.

- Teoria da imprevisão (Art. 317, CC): pode ser aplicada pelo juiz quando fatos extraordinários ou imprevisíveis tornarem
excessivamente oneroso para um dos contratantes o cumprimento do contrato, e recomendarem sua revisão.
- Art. 316: é ilícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas

- Estipulações contratuais em moedas estrangeiras (art. 318): “são nulas as convenções de pagamento em ouro ou em
moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os
casos previstos na legislação especial”. Exceções: contratos referentes a importação e exportação de mercadorias e
naqueles em que o credor ou devedor seja pessoa residente e domiciliada no exterior.

- Divida em dinheiro: objeto da prestação é o próprio dinheiro. Ex: empréstimo.

- Dívida de valor: o dinheiro representa seu valor, não o objeto da prestação. Ex: obrigação de indenizar.

- Dívida remunetórias: prestações de juros.

3. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA – ART. 243 A 246, CC

- Conceito: aquela que te por objeto de prestação algo determinável (definido pelo gênero e quantidade).

- obrigação de dar coisa incerta X Obrigação alternativa: na primeira o ato de escolha é sobre a qualidade do objeto, na
segunda a escolha é sobre dois ou mais objetos individuais, sendo que a escolha deve recair sobre um deles.

- Concentração:

→ A determinação da qualidade da coisa incerta é feita pela escolha.

→Concentração é o ato de escolher e cientificar a outra parte. Se não estiver disposto no contrato, quem faz a escolha
da qualidade da coisa é o devedor. O terceiro pode escolher a qualidade da coisa, mas apenas se estiver previsto no
contrato.

- Princípio da Equivalência: limita a atuação do devedor e do credor na hora da escolha, nenhum dos dois pode escolher
nem a pior nem a melhor das prestações, deve ser um meio termo. No entanto, se houver apenas duas opções de
escolha, o princípio de equivalência não cabe mais, então o devedor e o credor podem escolher a opção que quiserem.

- Antes da escolha, o devedor não pode alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso
fortuito, se ocorrer a obrigação permanece indeterminada.

-Perda ou perecimento: perda total

1. Sem culpa: resolve-se a obrigação, sendo restituído ao adquirente o montante eventualmente antecipado.
2. Com culpa: equivalente (os valores adiantados pelo adquirente serão ressarcidos) + Perdas e Danos (lucros
cessantes).

- Deterioração: perda parcial

1. Sem culpa: o credor resolve a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro ou o credor aceita o bem
deteriorado, com abatimento proporcional ao preço.
2. Com culpa: o credor pode resolver a obrigação e exigir o equivalente ou aceitar a coisa do jeito que está com
abatimento do preço + Perdas e Danos.

4. OBRIGAÇÃO DE FAZER

- Conceito: atos ou serviços a serem executados pelo devedor.

- Espécies:

1. Infungível, imaterial ou personalíssima: havendo clausula expressa, o devedor só se exonera se ele próprio
cumprir a prestação, executando o ato ou serviço prometido, pois foi contratado em razão de seus atributos
pessoais, não podendo ser substituído por terceiro.
2. Fungível, material ou impessoal: não há exigência expressa, nem se trata de ato ou serviço cuja execução
dependa de qualidades pessoais do devedor, ou de usos e costumes locais, podendo ser realizado por terceiro.

- Inadimplemento:

1. Fungível:
a. Sem culpa: resolve-se a obrigação.
b. Com culpa: convergência da obrigação em perdas e danos ou o credor pode mandar alguém fazer às
custas do devedor.
2. Infungível:
a. Sem culpa: resolve-se a obrigação
b. Com culpa: convergência da obrigação em perdas e danos, e se o credo, e se o credo quiser, pode
obrigar o devedor a pagar uma multa diária até a prestação ser cumprida, se ainda interessar.

5. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER

- Conceito: impõe ao devedor um dever de abstenção, o de não praticar o ato que poderia livremente fazer, se não se
houvesse obrigado.

- Limite: as obrigações de não fazer, não podem ser ilícitas, que exijam sacrifício excessivo da liberdade do devedor ou
que atentem contra direitos fundamentais da pessoa humana.

- Inadimplência com culpa do devedor: o credor pode exigir que ele o desfaça, sob pena de ser desfeito à sua custa,
além de indenização e perdas e danos. O devedor pode desfazer pessoalmente o ato, respondendo também por perdas
e danos, ou poderá vê-lo desfeito por terceiro, por determinação judicial, pagando ainda perdas e danos. Em certos
casos não há como ter a prestação restituída, então só será pago a perdas e danos.

- Inadimplência sem culpa do devedor: nesses casos extingue-se a obrigação de não fazer.

6. OBRIGAÇÃO ALTERNATIVA

- Obrigação Simples: a obrigação tem por objeto uma só prestação. Um só sujeito ativo e passivo.

- Obrigação Complexa ou Composta: pluralidade de prestações.

1. Obrigações cumulativas: pluralidade de prestações e todas devem ser resolvidas, sob pena de não ser cumprida.
Nela há obrigações distintas quantas as prestações devidas. O pagamento pode ser simultâneo ou sucessivo,
mas o credor não pode ser compelido. Conjunção: E.
2. Obrigações alternativas: duas ou mais prestações, somente uma será escolhida para pagamento ao credor e
liberação do devedor. Conjunção: OU
3. Obrigações facultativas

- Conceito: compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas uma. Quando se devem várias
prestações, mas, por convenção das partes, somente uma delas há de ser cumprida, mediante escolha do credor ou do
devedor

- Ato de escolha: A obrigação alternativa só estará em condição de ser cumprida depois de definido o objeto a ser
prestado, essa escolha acontece através do ato de escolha.

- Princípio favor debitoris: em falta de estipulação ou de presunção em contrário, a escolha cabe ao devedor.

- Prazo de concentração: 10 dias (quando couber ao devedor – art. 800, CPC) ou 5 dias (quando couber ao credor – art.
342, CC).

- Inadimplência:

1. Uma das prestações se torna impossível sem culpa:


a. Materialmente impossível: se uma das prestações se torna materialmente impossível, a obrigação se
concentra na outra prestação, a obrigação vira simples.
b. Juridicamente impossível ou ilícita: se uma das prestações se torna impossível ou ilícita ela anula a outra
prestação, anula a obrigação inteira.
2. Duas prestações perdidas sem culpa: resolve-se a obrigação.
3. Duas prestações perdidas com culpa:
a. Escolha do devedor: o valor da última prestação + perdas e danos.
b. Escolha do credor: o valor de qualquer uma delas + perdas e danos.
4. Uma prestação perdida com culpa:
a. Escolha do devedor: pode entregar a remanescente ou pagar o valor da outra + perdas e danos.
b. Escolha do credor: ele recebe a remanescente ou o valor da outra + perdas e danos.
• Não cabe perdas e danos se o credor receber a prestação remanescente.

7. OBRIGAÇÃO FACULTATIVA

- Conceito: é uma obrigação simples em que é devida uma única prestação, ficando, porém, facultado ao devedor, e
só a ele, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e pré-determinada.

- Não está prevista na lei.

- Espécies:

1. Convencional: estabelecida no contrato.


2. Legal: objetos encontrados para serem recuperados devem ser recompensados ou então ele irá abrir mão
da coisa. O credor só pode exigir a recompensa.

- Características:

1. Não há escolha pelo credor, que só pode exigir a prestação devida.


2. Não precisa consentimento para o devedor pagar a prestação alternativa, já que já foi autorizado no contrato.

- Impossibilidade de prestação:

1. Perda da coisa principal sem culpa: extingue-se a obrigação, a não ser que o devedor queira cumprir a
obrigação subsidiária.
2. Perda da coisa principal com culpa: equivalente + perdas e danos, mas não o cumprimento da obrigação
subsidiária.
3. Perda da coisa subsidiária: se pereceu a secundária ela não interfere na original.

8. OBRIGAÇÃO DIVISIVEL – ART. 257, CC

- Conceito: quando há mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta se resume dividida em
tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

- Efeitos: quando há apenas um devedor e credor, a prestação, normalmente, é realizada na sua integralidade, sendo
o objeto divisível ou não, salvo se as partes tenham convencionado ao contrário. Agora, se há uma pluralidade de
sujeito e sendo a obrigação divisível, a prestação reparte-se, criando obrigações distintas, e recebendo cada credor ou
pagando cada devedor a sua quota-parte.

9. OBRIGAÇÃO INDIVISIVEL

- Conceito: uma obrigação que tem por prestação um objeto insuscetível de fracionamento/ divisão, quando houver
a multiplicidade de sujeitos, cada credor é credor de sua parte e só pode exigir ela, cada devedor deve apenas sua
parte e só pode pagar ela.

- Espécies:

1. Naturalmente: que por sua natureza não possa ser dividido sem que perca sua utilidade. Ex: cavalo.
2. Legal: aquilo que em virtude da lei não pode ser fracionado/ dividido, aquele que embora naturalmente possa
ser dividido a lei estabelece limites para ele ser dividido.
3. Vontade das partes: embora naturalmente divisível por vontade das partes ele se torna indivisível. Ex: um pai
doa um imóvel pros filhos, mas fala que ele não pode dividi-lo.

- Multiplicidade de devedores:

• Cada devedor será obrigado pela dívida toda: o credor ao cobrar de um só devedor a prestação, está
resolvendo a obrigação, porque o credor pagou a prestação inteira. Esse devedor que pagou a prestação vira
credor para o resto dos devedores da obrigação.
• Devedor que paga a prestação se sub-roga nos direitos dos credores: o devedor que pagar a prestação vira
credor para o resto dos devedores da obrigação, ele passa a ter os mesmos direitos que o credor tinha.

- Multiplicidade de credores:

• Credor pode exigir o débito todo: se um credor tiver autorização dos outros, através de uma procuração, ele
pode receber toda a prestação. Nesse caso é resolvida a obrigação.
• Devedor se desobriga pagando a todos, mas pode pagar a um só autorizado ou exigir caução de ratificação:
o devedor pode pagar pra um dos credores a prestação toda, se esse credor tiver uma autorização a prestação
esta resolvida, mas se ele não tiver autorização dos outros o devedor exige um garantia da quitação da
prestação, através da caução de ratificação.
• Remissão: se um dos credores perdoar a obrigação, os outros credores continuam tendo a mesma prestação.
A parte perdoada da prestação deverá ser devolvida ao devedor na hora que a prestação for quitada, se não
for possível ela se trona um crédito para o devedor.
• Perda da indivisibilidade: se houver culpa dos devedores, eles irão pagar o equivalente da sua quota e aquele
que teve culpa irá pagar o equivalente + perdas e danos.

10. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA

- Conceito: Aquela em que havendo multiplicidade de credores ou devedores cada credor terá direito a totalidade da
prestação como se fosse o único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo débito todo como se fosse o único
devedor.

- Características:

1. Pluridade de sujeitos ativo/ passivo: são necessários dois ou mais credores ou devedores.
2. Multiplicidade de vínculos: cada relação entre credor e devedor é um vínculo independente
3. Unidade de prestação: uma prestação com responsabilidade de todos, todos respondem por ela, ou um deles
pode exigir tudo.
4. Corresponsabilidade dos interessados:

- Espécies:

1. Ativa: dois ou mais credores


2. Passiva: dois ou mais devedores
3. Mista: dois ou mais credores e devedores

- Princípios:

• Variabilidade do modo de ser da obrigação solidária: a multiplicidade de vínculos permite que todos eles sejam
diferentes.
• Não presunção da solidariedade: a solidariedade não se presume, não há presunção no direito brasileiro da
solidariedade, se a obrigação for solidária ela tem que estar expressa na lei ou no contrato.

- Fontes: leis e contrato.

- Diferenças entre a obrigação solidária e a obrigação indivisível:

1. Fonte:
a. Obrigação solidaria: decorre dos sujeitos
b. Obrigação indivisível: decorre do objeto
2. Extinção:
a. Obrigação solidária: não se extingue
b. Obrigação indivisível: se extingue com o objeto
3. Morte:
a. Obrigação solidaria: não se extingue com a morte.
b. Obrigação indivisível: não se extingue com a morte o que cessa é a indivisibilidade.

10.1 OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA


- Conceito: há a multiplicidade de credores, com direito a uma quota da prestação, mas podendo reclama-la por inteiro
do devedor comum, no entanto o devedor paga a apenas um deles. O credor que receber o pagamento entregará aos
outros credores as quotas de cada um.

Efeitos:

- O pagamento pode ser feito a qualquer credor, enquanto não for demandado (art. 268): o devedor pode pagar a
prestação para qualquer credor, mas se for demandado por um credor a prestação deve ser paga especificamente a
ele.

- pagamento a um credor extingue a obrigação até o momento que foi pago: o devedor se libera do vínculo pagando
para qualquer credor, o credor que receber o pagamento entregará aos demais a quota de cada um.

- morte de um dos credores solidários (art. 270): os herdeiros do credor falecido só poderão exigir a quota herdada.
Ex: 3 credores com uma prestação de 60.000, os herdeiros só podem exigir 20.000 e depois eles dividem entre si.

*Exceções em que pode ser cobrada a prestação inteira:

1. Um só herdeiro
2. Agirem conjuntamente
3. Bem indivisível

- Perda do objeto: a perda do objeto não vai cessar a solidariedade. Se ocorrer sem culpa o devedor deve pagar apenas
o equivalente, se for com culpa é o equivalente + perdas e danos.

- Remissão: se um dos credores perdoar a obrigação, significa que todos os outros credores terão que excluir a parte
da prestação daquele credor e só poderão cobrar o resto. Ex: 3 credores uma dívida de 60.000, um credor perdoa, os
outros só podem cobrar 40.000 ou 20.000 cada um.

- Exceção pessoal: defesas que só são atribuíveis a determinados credor por motivos pessoais. O devedor não pode
opor exceções pessoais oponíveis aos outros credores por causa de um.

- Julgamento contrário e favorável: o julgamento contrário não prejudica, mas o favoravel beneficia.

10.2 OBRIGAÇÃO SOLIDARIA PASSIVA

- Conceito: é uma obrigação solidária com multiplicidade de devedores, pelo qual cada devedor pode ser obrigado por
toda obrigação. O credor pode cobrar a prestação de todos os devedores ou de apenas um.]

Efeitos:

- credor pode escolher qualquer devedor: o credor pode escolher qualquer devedor para pagar a prestação total.

- Pagamento parcial: o credor pode cobrar a prestação total de um dos devedores e a obrigação é extinta, ou pode
exigir a quota de cada um.

- Remissão: se o credor perdoou um dos devedores, ele perdoa apenas a parcela desse devedor. Ex: 3 devedores uma
prestação de 60.000, se um dos devedores é perdoado os outros ainda devem pagar 40.000 mil ou 20.000 cada um.

- Clausula superveniente: é uma cláusula feita depois no contrato por um dos devedores que pode agravar a situação
dos demais, esse tipo de cláusula não é aplicado a todos apenas ao que criou a cláusula. Mas se no caso a cláusula for
beneficiar o devedor que a criou e os demais ela será aplicada a todos.

- Morte: se um dos devedores morrer os outros devedores continuam devendo o que deviam antes da morte. Se ele
tiver herdeiros, eles dividiram entre si a quota do devedor. Ex: 3 devedores uma prestação de 60.000, um dos
devedores morre e deixa dois herdeiros eles deverão pagar 20.000, ou seja, 10.000 cada um.

- renúncia de solidariedade: se um dos credores abrir mão da obrigação solidária de um dos devedores, ou seja, ele
não pode mais exigir a prestação inteira desse devedor, apenas a quota dele, então a obrigação vira simples. Ex: são
3 devedores com uma prestação de 60.000, o credor renuncia a solidariedade de um dos devedores, esse devedor só
poderá pagar 20.000, já os outros podem continuar pagando 40.000 mil ou 20.000 cada um.
- Juros de mora: juros de atraso de cumprimento. Pelos juros de mora todos respondem solidariamente, se um dos
devedores atrasar o pagamento os juros de gerados por isso serão aplicados a todos os devedores, e depois quando a
prestação for quitada, os devedores se acertam entre si.

- Perecimento: se o objeto perecer sem culpa, extingue-se a obrigação. Se perecer com culpa de um dos devedores, o
valor integral pode ser cobrado de qualquer um deles, mas a perdas e danos, apenas daquele que teve culpa.

- Devedor que paga: o devedor que paga se sub-roga e pode cobrar a parte dos outros devedores.

- Insolvência: se houver insolvência de um dos devedores, a parte que seria paga por ele será dividida para os outros
devedores, no caso se um deles foi remitido, ele irá pagar do mesmo jeito.

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