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Aula 04 – 11/02/2014

1) Introdução: Relação obrigacional

1.a) Relação interpessoal:


Sujeitos: credor e devedor

1.b) Interação em torno de um comportamento: prestação

2) Modalidades: espécies de comportamentos obrigacionais


A classificação será feita de acordo com o tipo de prestação = Obrigação de dar,
obrigação de fazer e obrigação de não fazer.

2.1) Obrigação de dar

Objeto: transferência/transmissão da propriedade/da posse ou de direito real sobre


determinada coisa.

Obrigação de dar coisa certa


Obrigação de dar

Obrigação de dar coisa incerta

2.1.1) Obrigação de dar coisa certa: interesse específico/determinado

2.1.2) Obrigação de dar coisa incerta: interesse genérico -> determinável


Exemplo: Rebanho, 10 cabeças. O gênero é o rebanho e a quantidade é 10, e estes são
elementos de formação para dar coisa incerta. Mas na hora de cumprir a obrigação,
ela passa a ser como uma obrigação de dar coisa certa.
O ato de escolha recebe a nomenclatura técnica de concentração obrigacional. A
escolha, como regra, é realizada pelo devedor de acordo com o critério fixado no
código. O critério de escolha deve ocorrer de forma mediana, nem o pior nem o
melhor.

2.2) Obrigação de fazer e de não fazer

Objeto: um comportamento realizado, via de regra, pelo devedor para atender um


interesse do credor.
Comportamento = ação/omissão

Obrigação de fazer fungível


(Feita pelo devedor ou por terceiro)
Obrigação de fazer
Obrigação de fazer infungível
(Feita apenas pelo devedor)
Por regra, a obrigação de fazer é fungível – Art. 304

Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor
se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à
conta do devedor, salvo oposição deste.

Obrigação de fazer se torna personalíssima em razão das características pessoais do


devedor, da lei ou de cláusulas contratuais.

3) Arranjos obrigacionais

3.1) Obrigação Simples: existe apenas uma única prestação

3.2) Obrigação cumulativa: existe duas ou mais prestações que devem ser cumpridas
conjuntamente. Exemplo: fazer a obra E fornecer materiais

3.3) Obrigação alternativa/disjuntivas: existe duas ou mais prestações. Porém, cabe ao


devedor, como regra, escolher uma delas para cumprir a obrigação como um todo.
Exemplo: bate o carro e a seguradora escolhe se dará o dinheiro OU fará o reparo.

Obrigação de dar coisa incerta X Obrigação alternativa: na de dar coisa incerta escolhe
a coisa e gênero, na obrigação alternativa escolhe a prestação.

4) Efeitos

4.1)Divisível: A divisibilidade representa a possibilidade de fracionamento da


obrigação, ou seja, se eu posso cumprir a obrigação em partes
Como regra geral, as obrigações são indivisíveis. Daí porque a divisibilidade resulta
da natureza da coisa, da lei ou da convenção entre as partes.

4.2) Solidárias: nas obrigações solidárias temos créditos e débitos distintos que foram
reunidos numa única relação obrigacional e podem ser exigidos como um todo.
Principais características:
a) Não se presume: resulta da lei ou de convenção entre as partes, mediante
cláusula contratual. CUIDADO: fiador, EM REGRA, não responde
solidariamente.
b) A solidariedade é mantida mesmo quando a obrigação mesmo quando a
obrigação se converte em perdas e danos.

5) Transmissão das obrigações


Mecanismos contratuais de transferência.

5.1) Cessão de crédito: há a necessidade de notificar o devedor.

5.2) Assunção de dívida: há a necessidade da anuência do credor.


6) Pagamento/adimplemento
O adimplemento obrigacional tem um duplo efeito. Ocorre simultaneamente a
satisfação do crédito e a liberação da dívida.

6.1) Pagamento pode ser:


a) Regular:
Elementos:
- Subjetivos:
i. Quem pode efetuar o pagamento [devedor ou terceiro]
ii. Quem o pagamento pode ser feito [ao credor ou seu representante legal
com poder de quitação]
- Objetivos:
i. Objeto: cumprimento da prestação
ii. Prova: quitação. Ato do credor
iii. Lugar: Regra - domicilio do devedor
iv. Tempo: Regra - pagamento a vista

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