Você está na página 1de 18

Segundo Bimestre

Contratos e Obrigações I

1. Pagamento com sub-rogação


“Sub-rogar”: Significa substituir

 Conceito: É a substituição de uma pessoa em uma relação jurídica


obrigacional

Ex. 1:
Credor: (Locador) Devedor: (Locatário) ->
deve 5.000 entra o fiador que paga a dívida e assume o lugar do credor e que pode
cobrar o devedor e se não pagar pode ajuizar ação de cobrança

2. Imputação do pagamento:
“Imputar”: Nesse contexto significa indicar
 Conceito: Consiste na indicação da dívida a ser quitada quando
uma pessoa se encontra obrigada por dois ou mais débitos da
mesma natureza a um só credor e efetua pagamento não suficiente
para saudar todas elas.
3. Dação em pagamento

 Conceito: É um acordo de vontades entre credor e devedor por


meio do qual o primeiro concorda em receber prestação diversa da
que foi contratada.

 Requisitos: - Existência de débito vencido;


- “animus solvendi”: vontade de resolver a obrigação;
- Diversidade do objeto oferecido em relação ao
devido;
- Consentimento do credor
1. Novação

 Conceito: É a criação de uma nova obrigação. É a substituição de


uma obrigação por outra, extinguindo-se a anterior.

 Espécies:
- Novação subjetiva: Substituição de uma pessoa por
outra
- Novação Objetiva: Substituição de uma obrigação por
outra, que não necessariamente é coisa adversa.

 Requisitos:

a) Existência de relação jurídica anterior:

b) Constituição de nova obrigação:

c) “Animus Novandi”: Vontade extinguir a antiga obrigação e vai


ter que agir sobre a nova
1. Da compensação

 Conceito: É meio de extinção de obrigação entre pessoas que são


credoras e devedoras ao mesmo tempo, uma da outra. Trata-se de
meio de extinção da obrigação. Seu objetivo é evitar transações
financeiras desnecessárias.
Ex.:

1. Da confusão

 Conceito: Na confusão reúnem-se em uma só pessoa a


figura de um credor e de um devedor. É ter na mesma
pessoa o credor e o devedor.

Devedor ---------5.000---- Credor

 Ex.: Filho deve para o pai e o pai morre, ele sendo o único filho
torna-se credor e devedor ao mesmo tempo, extingue-se a
obrigação.
1. Da remissão

 Conceito: Perdão da dívida, ou seja, o credor renuncia ao direito


de receber o pagamento daquela dívida
Espécies:

{Total: Perdão do valor total da dívida}


{Parcial: Perdão parcial da dívida}

{Expressa: Aquele perdão de dívida que está


documentado}
{Tácita: Aquele perdão que não necessariamente está
documentado mas assume-se que está perdoado.)
1. Inadimplemento das Obrigações

Adimplemento = Cumprimento
Inadimplemento = Não Cumprimento

 “Pacta sunt servanda”

o Conceito: Ele trata da obrigatoriedade dos contratos, significa


dizer que ninguém é obrigado a celebrar um contrato, mas se
celebrou terá de cumprir

o O contrato faz LEI entre as partes

 Descumprimento: Não cumprida a obrigação, responde


o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado. art. 389, CC

1.1 Modalidades de Inadimplemento

a) Inadimplemento absoluto: É descumprimento


definitivo, isso significa que a obrigação não tem mais
nenhuma utilidade ao credor
Ex: Bolo entregue no aniversário estava errado, não tem mais
utilidade, pois tinha que ser entregado certo naquela data
naquela hora, não quero que entregue na semana que vem pois
não tem mais utilidade.

b) Inadimplemento relativo: A prestação ainda não foi


cumprida mas ela ainda tem utilidade ao credor, ou o
devedor cumpriu com sua obrigação mas cumpriu de
maneira imperfeita, ou seja, não saiu exatamente da
forma que foi combinado.

Ex: Cortador de grama fala que vai no sábado, mas não


comparece, porém foi na segunda e cortou, torna-se
relativo pois ainda tem utilidade para mim que ele
corte a grama.

 Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der


causa, mais juros, atualização dos valores monetários
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e
honorários de advogado. Parágrafo único, art. 395, CC

1.2 Regras quanto ao inadimplemento

 Espécies de mora: Mora é o retardamento (atraso na


prestação) ou o cumprimento imperfeito.

1.2.1 Mora do devedor ( mora “debitoris” ou mora “solvendi”)

 Requisitos:
a) Exigibilidade da prestação positiva e líquida:

- Exigibilidade significa que esta prestação tem que


ser exigível e ela é exigível quando ela já venceu;

- Uma prestação positiva é uma obrigação de fazer,


uma obrigação de entregar coisa, obrigação de dar;

- Uma prestação líquida é uma prestação


determinada, ou seja, eu sei exatamente o que é
devido;

b) Culpa na não realização: O devedor não cumpriu por culpa


dele mesmo.
1.2.2 Mora do credor (mora “creditoris”):
 Requisitos:
a) A recuso do credor em receber a prestação: Diz respeito
ao tempo, ao lugar e a forma. Há alteração em alguma dessas.

b) A culpa do credor: É necessário caracterizar a culpa do


credor para que exista mora

1.3. Termo Inicial da Mora

a) Mora “ex re”: É aquela que independe de interpelação


(ato jurídico em que alguém é notificado judicial ou
extrajudicial).

Ex: Boleto da faculdade para pagar até dia 10, chega dia 10
e não paga, a faculdade não precisa notificar para
sabermos que estamos atrasados (em mora), todos sabem
o dia que é preciso ser feito o pagamento.

b) Mora “ex persona”: É aquela que depende de


interpelação para que o devedor tome conhecimento de
que ele está em mora, é necessário notificar pois não
havia prazo para essa obrigação

Ex: Empresto dinheiro para ela e ela pergunta quando eu


tenho que pagar, eu falo “depois você me paga”, só posso
falar que está em mora depois que eu a notifico com um
prazo razoável

 A interpelação na prática pode ser judicial ou extrajudicial, na


judicial eu vou comunicar o fato ao juiz e fazer um requerimento
para que ela seja notificada, na extrajudicial em que eu mesmo vou
notifica-la de alguma forma estipulando um prazo.
1.4.Purgação e Cessação da Mora

1.4.1. Purgação da mora (emendar a mora): É neutralizar


os seus efeitos, é corrigir, é sanar a mora, cumprindo a
obrigação e indenizando pelas perdas e danos.

1.4.2. Cessação da mora: Vai ocorrer a cessação da mora com


a extinção daquela obrigação.

1. Juros Legais
1.1. Conceito: Juros são os rendimentos do capital.
Representam o pagamento pela utilização de capital
alheio.

1.2. Espécies:
1.2.1. Juros Compensatórios: São aqueles devidos pela
utilização de capital pertencente a outrem.
Ex: Empréstimo no banco, financiamento de carro e casa.

1.2.2. Juros Moratórios: São aqueles devidos quando


ocorre um atraso no cumprimento de determinada
obrigação ou prestação.
Ex: É visto em boletos quando vence a data de
pagamento, um juro pela demora.

1.2.3. Juros Convencionais: São aqueles convencionados


(combinados), entre as partes.
Ex: Contratos.
1.2.4. Juros Legais: São aqueles previstos em lei.
Ex: -> Art. 406, CC + Art. 161, &1, CTN e Art 52,
&1, CDC.

1. Cláusula penal (Cláusula Convencional): Art. 408, CC

 Conceito: Trata-se de obrigação acessória (secundária)


pela qual se estipula uma pena ou multa destinada a evitar
o descumprimento (inadimplemento) da obrigação. Sendo
nulo o contrato, desaparece a multa, mas o inverso não é
verdadeiro. (Multa Contratual)
O Acessório segue o principal, desaparecendo o principal o
acessório também desaparece.

1.1. Natureza jurídica da cláusula penal: Ela tem


natureza jurídica acessória, secundária.

1.2. Funções da cláusula penal


1.2.1. Coerção:
1.2.2. Perdas e danos: A prefixação das perdas e danos.
Ex: Fixando no contrato de prestação de serviço as
partes prefixaram o que a parte irá perder se a outra
parte não cumprir sua obrigação.

 Vantagem da cláusula penal: Não preciso


comprovar o porque das perdas e danos prefixadas.
 Desvantagem da cláusula penal: Se houver mais
prejuízo do que o decidido na prefixação não poderá cobrar
o excedido. Art. 416, parágrafo único, CC.
 Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue
prejuízo.

 Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode
o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver
sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo
excedente.

1.3. Valor da cláusula penal


 O Juiz pode reduzir? Em regra, o juiz não pode reduzir,
pois aquela multa foi convencionada pelas partes, mas em
duas situações o juiz é autorizado a reduzir.

1.3.1. Além do limite legal: Se o valor da multa ultrapassar


o valor do principal o juiz poderá e deve reduzir Art.
412, CC
Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da
obrigação principal.

1.3.2. Hipóteses do art. 413, CC: O juiz irá verificar o


quanto o devedor já cumpriu da obrigação e se ele
achar que boa parte da obrigação já foi cumprida ele
vai diminuir essa multa proporcionalmente.

Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal
tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.

1.4. Espécies da cláusula penal:


1.4.1. Compensatória: Para os casos de inadimplemento
absoluto, descumprimento absoluto da obrigação. art.
410, CC
Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da
obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor.

1.4.2. Moratória: Para os casos de inadimplemento parcial,


descumprimento parcial da obrigação, ou o atraso para
a entrega da obrigação. Art. 411, CC

Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança
especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da
pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal.
1.Das arras ou sinal: art. 417, CC
 Conceito: É a garantia/quantia dada a um dos
contratantes sobre a realização/confirmação de um
negócio.
Ex:
1.1. Natureza Jurídica: Tem também natureza jurídica acessória
1.2. Espécies:
1.2.1. Confirmatórias: art. 417,418 e 419, CC: Objetivo é
apenas confirmar um negócio que será realizado.

Ex:
HÓSPEDE (quer reservar e vai pagar 2.000 como arra)
---2.000 de 10.000---- HOTEL (Quer um sinal
para ter certeza que ele virá no final do mês)

Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras,
dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou
computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.

Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu
haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de
advogado.

Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo,
valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do
contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
 Se o hóspede descumprir: Chega no dia combinado e
hóspede não comparece no dia da reserva, o hóspede não
irá conseguir recuperar os 2.000 reais.

 Se o hotel descumprir: Primeiramente a devolução da


arra (2.000 reais) + o equivalente (nesse caso 2.000 reais), o
hóspede também pode buscar indenizações (Correção
monetária e perdas e danos).

1.2.2. Arras penitencias: Art. 420, CC: É o direito de


arrependimento.
 Ex: Comprador da casa paga 50.000 como arras porém se
arrepende, o vendedor da casa irá reter os 50.000.
Se o arrependimento for do vendedor, ele terá que
devolver os 50.000 + o equivalente

Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu
perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o
equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.

PERDI 1 semana de AULA


Slide prof conversa dela!
1. Elementos estruturais do negócio jurídico – a Escada Ponteana

Eficácia-------------
Validade-------------
existência------------

1.1 Pressupostos de existência:

A) Partes (Agentes): São as pessoas envolvidas no negócio.

B) Vontade: Preciso que as pessoas envolvidas queiram celebrar o


negócio.

C) Objeto: É a coisa do contrato

D) Forma: A forma como será celebrado, verbalmente ou escrito.


1.2 Pressupostos de validade:

CC - Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002


Institui o Código Civil.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.

a) Agente capaz: art 3 e 4, cc


Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os
menores de 16 (dezesseis) anos. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: (Redação dada pela
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)
(Vigência)
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; (Redação
dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. (Redação dada
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Negócio sem representação/nulo:


Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito;
IV - não revestir a forma prescrita em lei;
V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;
VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa;
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção.
Relativamente incapaz:

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

*Legitimidade é diferente de capacidade


Legitimidade é uma capacidade especial para exercer determinados atos.

b) Vontade (ou consentimento livre): É a intenção das partes, uma


vontade consciente e livre.

 Expresso: pode ser escrito ou verbal


 Tácito: art 111,cc
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for
necessária a declaração de vontade expressa.

c) Objeto:
 Licito:
 Possível:
 Determinado:

Você também pode gostar