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Questões de Obrigações:
http://recantodasletras.uol.com.br/textosjuridicos/1627231
COMENTÁRIOS:
Como se infere da hipótese prevista na questão, André, Bolívar,
Carlos e Dario são devedores solidários de Zenóbio. A obrigação
solidária é aquela em que, na mesma obrigação, concorre uma
pluralidade de devedores, cada um obrigado à divida por inteiro.
Assim, o credor pode exigir de apenas um, de alguns ou de todos a
dívida toda (art. 264). A solidariedade não se presume (art. 265):
resulta de determinação da lei ou da vontade das partes, como
ocorreu na hipótese, já que os contratantes firmaram-na no contrato.
O credor, nessas obrigações, pode renunciar à solidariedade em favor
de um, de alguns ou de todos os devedores (art. 282). Se o fizer
apenas quanto a um deles, a obrigação permanece solidária em
relação aos demais devedores (art. 282, parágrafo único).
Assim, como Zenóbio já tinha recebido R$ 30.000,00 de André,
referente à sua quota-parte, e a sua própria parte na dívida é de R$
30.000,00, Bolívar poderia exigir dos co-devedores R$ 60.000,00.
Mas como um dos devedores se tornou insolvente, a parte que lhe
cabia na dívida é repartida entre os outros co-devedores. Como
informa o art. 283, “o devedor que satisfez a dívida por inteiro tem
direito a exigir de cada um a sua quota, dividindo-se igualmente por
todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito,
as partes de todos os co-devedores”. Assim, pelo débito do insolvente
– Dario – estão responsáveis o próprio Bolívar, André e Carlos, cada
um na quota-parte de R$ 10.000,00. E mais: “no caso de rateio entre
os co-devedores, contribuirão também os exonerados da
solidariedade, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente”.
Assim, André ficará responsável por R$ 10.000,00, correspondente à
sua quota-parte na de Dario – insolvente, já que pagou a sua própria
parte. Carlos ficará responsável pela sua quota-parte (R$ 30.000,00)
e mais R$ 10.000,00 da parte do devedor insolvente, totalizando R$
40.000,00. Correta, portanto, a alternativa “B”.
B) subjetiva ativa
D) real
E) objetiva
COMENTÁRIOS:
Novação é forma de extinção das obrigações, consistente na criação
de uma obrigação nova, para extinguir uma obrigação anterior.
Substitui-se uma dívida por outra, ficando a primeira extinta.
A novação comporta três espécies: objetiva, subjetiva e mista. Na
objetiva, altera-se o objeto da prestação. Na subjetiva, substituem-se
os sujeitos da obrigação (credor ou devedor). Mista ocorre quando
mudam o objeto da prestação e os sujeitos da obrigação. A novação,
neste caso, é subjetiva ativa, porque haverá mudança nos credores –
de “B” para “C”, que passará a ser o novo credor. Se a mudança
fosse de devedor, a novação seria subjetiva passiva. Apenas a título
de complementação, subjetiva passiva por expromissão, quando é
feita independentemente de consentimento do devedor, ou por
delegação, por ordem ou consentimento deste. Correta, pois, a
alternativa “B”.
a) A quitação sempre poderá ser dada por instrumento particular, ainda que dela
não constem todos os requisitos legais, se dos seus termos ou das circunstâncias
resultar haver sido paga a dívida.
a) O pagamento por consignação somente pode ser feito pela forma judicial.
a) O terceiro não interessado, ao pagar a dívida em seu próprio nome, se sub roga
nos direitos do credor.
Quem se sub-roga é o terceiro interessado (art. 346, III, CC). O terceiro não
interessado que efetua pagamento de outrem tem direito ao reembolso (não à sub-
rogação) se o fez em nome e à conta própria (art. 305, CC), podendo pode se sub-
rogar convencionalmente apenas se o credor expressamente lhe transferir todos os
seus direitos (art. 347, I, CC).
O pagamento feito por consignação pode ser extrajudicial, quando a prestação
for de quantia em dinheiro, sendo depositada em estabelecimento bancário, ou
judicial, quando a prestação for de quantia em dinheiro ou de dar ou restituir coisa
certa ou incerta (art. 334, CC). Neste último caso, de obrigações objetivamente
indetermináveis, o credor, quando titular do direito potestativo de concentração,
será citado para, em cinco dias, individualizar a coisa sob pena de perder seu
direito para o devedor depositante.
Na compensação é necessário que as dívidas recíprocas que se pretende
compensar sejam líquidas, vencidas e fungíveis em si e entre si (art. 369, CC).
A novação não se presume. Indispensável se faz o "animus novandi" declarado
de forma expressa ou tácita, sempre de forma inequívoca ( art. 361 CC). Correta a
alternativa “d”.
Tanto nas obrigações de dar coisa incerta como nas obrigações alternativas o
ato de concentração é efetuado por pessoa escolhida pelas partes (credor, devedor,
terceiro). Contudo, se silente o título, o ato de individualização do objeto (dar coisa
incerta) ou da escolha da prestação (obrigação alternativa) é realizado pelo
devedor (art. 244 e 252, CC).
O devedor que cumpre a prestação da obrigação indivisível se sub-roga nos
direitos creditórios do credor perante os demais co-devedores (art. 259, parágrafo
único, CC).
O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge aos demais, que
poderão ajuizar nova ação contra o mesmo devedor. Já o julgamento favorável lhes
aproveita, salvo se fundado em exceção pessoal do credor que obteve o êxito
judicial.
Resposta correta é a letra “d” pois apenas a afirmativa IV está correta,
transcrevendo literalmente o disposto no artigo 313 do CC.
A) I, II e III;
B) II, IV e V;
C) I, III e IV;
E) III, IV e V.
COMENTÁRIOS:
A suspensão da prescrição em favor de um dos credores solidários só
aproveita aos demais credores se a obrigação for indivisível (art.
201), e não quando a obrigação for solidária. Incorreto o item I.
O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os
demais (art. 274). Se o julgamento for favorável, será a estes
estendido, a não ser que o julgamento se funde em exceção pessoal
ao credor que o obteve. Correto o item II.
Segundo o art. 269, o pagamento feito a um dos credores solidários
só extingue a dívida até o montante do que foi pago, e não a dívida
toda. Incorreto o item III.
Preleciona o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode o
devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”, ou seja, o
devedor não pode alegar matéria de defesa que se refira a outro codevedor.
Correto o item IV.
Se a prestação for inadimplida, e houver a sua conversão em perdas
e danos, a solidariedade entre os co-devedores subsiste (art. 271).
Igual não ocorre quando a prestação for indivisível. Convertida esta
em perdas e danos, cessa a indivisibilidade. Correto o item V.
COMENTÁRIOS:
Obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm por
objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se desonera da
obrigação cumprindo apenas uma delas. As prestações, portanto, são
excludentes entre si: ou o devedor cumpre uma, ou outra.
Se não se convencionou o contrário, a escolha compete ao devedor.
O CC, art. 253 prevê que, se uma das duas prestações se tornou
inexeqüível, não tendo havido culpa do devedor, subsiste o débito
quanto à outra. Assim, se “A”, sem culpa sua, não pode cumprir a
obrigação de reformar o bem, subsiste sua obrigação quanto à outra
prestação, ou seja, de demolir a casa. Correta, pois, a alternativa
“C”.
Algumas Observações:
Danificando-se a coisa, deixa ela de ser idêntica a que fora inicialmente pactuada
na obrigação, neste caso reserva a lei as seguintes alternativas ao credor: dar
como resolvida a situação, ou aceitar a coisa deteriorada, deduzida o valor da
depreciação sofrida.
A diferença entre obrigação de dar coisa certa e restituir está em que, na primeira,
a coisa pertence ao devedor até a data da tradição e o credor recebe o que não lhe
pertence; na segundo a coisa é de propriedade do credor, antes mesmo do fato
gerador da obrigação, ou, a coisa estava legitimamente em poder do devedor,
pertencendo, porem, ao credor, que tinha sobre ela o direito real.
Bibliografia: