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RESUMO FINAL PROCESSO CIVIL III

AÇÕES PREVISTAS NOS PROCEDIMENTOS


ESPECIAIS E NOS PROCEDIMENTOS DE
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
1) PROCEDIMENTO ESPECIAL – Art. 539 a 718 CPC.
2) PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA -719 a 770 CPC.

A origem das ações especiais de jurisdição contenciosa


remonta à antiga teoria concretista da ação, segundo a qual a
cada direito corresponde uma ação que o assegura. O CPC em
vigor não foi capaz de abolir essa velharia.
A chamada jurisdição voluntária, a despeito dos estudos
científicos sobre o tema, continua com o equívoco da
denominação, pois, a jurisdição não é voluntária e afirmar que
se destina a “administrar interesses privados” é uma afirmação
sem base científica, pois, é da natureza jurídica da jurisdição
impor conduta. Os procedimentos a serem seguidos são
impostos pela lei, sem que haja lide entre os interessados ou
exigência de manifestação de vontade. O que existe de
positivo nessa modalidade é a simplicidade do procedimento,
fator que pode ser sempre utilizado para tornar razoável a
duração do processo.

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

(CPC Art. 539 a Art. 549 – CCIVIL Art.334 a Art.345; de


1916 Art. 678/694; C.CIVIL. Art. 2038; Lei 8.245/91, Art.
67, Lei das Locações )

A ação de consignação em pagamento possui procedimento


especial, visando atender as particularidades do direito
material.
Consignar deriva do latim consignatio, de consignare, que
significa marcar com, depositar uma soma em dinheiro,
assinalar, marcar depositar uma coisa. Possui, originariamente,
o sentido de prova escrita, documento assinado, ou depósito
feito.
O pagamento por depósito judicial ou extra-judicial é uma das
formas de extinção das obrigações.
O pagamento por consignação é matéria de Direito CIVIL,
constitui uma das formas de extinção das obrigações,
legitimada nos Arts. 334 e 335 do Código CIVIL e Art. 67 da
Lei das locações, cabendo ao Direito Processual regular tão
somente o procedimento para a liberação do devedor,
conforme disposições do Art. 539 e seguintes do CPC.
Se o devedor ou o terceiro que, por circunstâncias diversas,
estiver impedido de efetivar o pagamento diretamente ao
credor, faculta-lhe a lei, especialmente o Art. 334 do Código
CIVIL, a possibilidade de fazer a consignação judicial ou
extra-judicial do valor que entende devido, com o objetivo de
liberar-se da obrigação.
A dívida tem que ser certa, líquida e exigível. Existe certeza
quando não há controvérsia quanto a sua existência; existe
liquidez, quando o objeto da dívida é determinado; existe
exigibilidade, quando o pagamento pode ser reclamado pelo
credor, ou quando ao devedor for lícito antecipá-lo.
O pagamento em consignação pode ser conceituado como o
depósito judicial ou extra-judicial feito pelo devedor da coisa
devida, para exonerar-se da obrigação assumida diante de um
credor determinado.
As hipóteses de pagamento por consignação judicial ou extra-
judicial estão previstas na ordem cronológica nos incisos do
Art. 335 do Código CIVIL:
1) Se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar
receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma
Ocorre quando há mora do credor, ou seja, a mora em receber,
também denominada mora accipiendi ou mora creditoris, é o
caso em que o credor se recusa a aceitar o adimplemento da
obrigação no tempo, lugar e forma contratados, sem ter justo
motivo. É a hipótese mais usual em que a consignação em
pagamento terá lugar.
Exemplo: A empresa “A” deve pagar aluguel a “B”, que
todos os meses se apresenta na sede da empresa para receber.
Ocorreu que “B” deixou de comparecer, sem motivo, dois
meses. A mora accipiendi cria a possibilidade da consignação
judicial ou da consignação extrajudicial do objeto
obrigacional, nos termos do Art. 539 do CPC e do Art. 334 do
CCIVIL.
2)Se o credor não for, nem mandar receber a coisa no
lugar, tempo e condição devidos
O inciso II do Art. 335 do Código CIVIL, também se refere à
mora accipiendi .
O principal efeito da consignação quando se trata de entrega
de coisa, é o de afastar a responsabilidade do devedor,
especialmente quanto à conservação do objeto da prestação.
Assim, em existindo mora do credor, se o bem se perder por
culpa do devedor, não haverá responsabilidade deste.
Outro efeito da mora do credor é a sua responsabilização em
ressarcir o devedor pelas despesas empregadas na conservação
da coisa, além de obrigar o credor a receber o bem pela
estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar
entre o dia estabelecido para pagamento e o de sua efetivação
(Art.400 do Código CIVIL).
3) Se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,
declarado ausente, ou residir em lugar incerto, ou de
acesso perigoso ou difícil
A impossibilidade do devedor em receber a quitação direta do
credor, por ele ser incapaz, desconhecido, declarado ausente
ou residir em lugar incerto, de acesso perigoso ou difícil
permite ao devedor ajuizar ação consignatória, cuja sentença
valerá como quitação da obrigação.
Exemplo: “A” deve pagar aluguel a “B” na sua residência.
Ocorreu que “B”,sem avisar, deixa sua residência,
encontrando-se atualmente em local incerto e não sabido. A
fim de cumprir com sua obrigação, “A” deverá consignar
judicialmente a prestação devida, pois, o credor por sua
desídia é o responsável pelo não pagamento da quantia devida
no lugar, no tempo e na forma estipulados.
4) Se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente
receber o objeto do pagamento.
O pagamento, para ser eficaz, há de ser efetivado ao titular do
crédito.
Havendo dúvida legítima quanto à qualidade do credor, caberá
a consignação e todos os possíveis interessados deverão ser
citados.
Não sendo possível ao devedor definir todos os possíveis
pretensos credores, caberá citação por edital de interessados
incertos.
Isso ocorre, por exemplo, quando falece o credor originário,
não sabendo o devedor precisar, a qual dos sucessores deve
efetuar a quitação. Cabe também a consignação, quando duas
pessoas se apresentam como titulares de um crédito,
decorrente de uma promessa de recompensa (Art. 854
C.CIVIL). Neste particular, não será cabível o depósito
extrajudicial, devendo ser ajuizada a ação de consignação da
quantia ou da coisa devida.
5)Se pender litígio sobre o objeto do pagamento
Se mais de uma pessoa estiver litigando em juízo sobre o
objeto do pagamento, o devedor deverá requerer a
consignação em pagamento para que não tenha que pagar duas
vezes.
O rol do Art. 335 do Código CIVIL não é taxativo, tendo
previsão em leis extravagantes, o caso da mencionada Lei de
Locações (Lei 8.245/91, Art. 67).
Para a eficácia liberatória do pagamento por consignação,
conforme o Art. 336 do Código CIVIL, deverá concorrer, em
relação às pessoas, ao objeto, ao modo e ao tempo, todos os
requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Mora
O Código CIVIL prevê a figura da mora, a qual pode ser
caracterizada para o devedor quando este deixa de pagar, nos
termos acordados, ou seja, se não forem observadas condições
de tempo, lugar, prazo, objeto, pessoa e modo. A mora
significa o retardamento culposo no cumprimento da
obrigação, seja porque o devedor não pagou no prazo
estipulado legal ou contratual, seja porque a prestação foi
entregue para pessoa diversa, em lugar distinto ou consistia
em coisa diferente, ou se o credor não se apresenta para
receber a prestação, conforme previsto no contrato.
Em regra, vencido o prazo sem o pagamento o devedor está
constituído em mora, mas poderá realizar a consignação se
depositar o valor principal acrescido da multa, juros e outros
encargos se houver.
Não é apenas a circunstância temporal que caracteriza a mora,
mas pode ser evidenciada quando o devedor oferece coisa
diversa ou deixa de efetuar o pagamento, ou ainda, quando o
credor se recusa a receber, no modo e no lugar convencionado.
O Art. 337 do Código CIVIL e o Art. 540 do CPC
estabelecem que a consignação deve ser requerida no lugar do
pagamento, salvo se as partes convencionarem a quitação em
local diverso, o que se existir cláusula de eleição de foro.
Tanto o devedor quanto o credor podem incorrer em mora,
respectivamente, mora debendi/solvendi e mora
credendi/accipiendi.
Ao direito do credor em receber o que lhe é devido, há o
direito do devedor em se liberar do vínculo obrigacional.
Independente da origem da obrigação, o fato é que, o devedor
tem o direito e o dever de honrar sua prestação.
O Art. 539 do CPC estabelece que a ação de consignação em
pagamento terá por objeto o depósito de quantia em dinheiro
ou de coisa devida. A coisa devida pode ser fungível ou
infungível, móvel ou imóvel. Entretanto, exige-se que a
prestação seja, em regra, líquida e certa, ainda que
indeterminada a coisa, devendo-se entender por liquidez a
determinação precisa da importância devida.
Não cabe a ação de consignação em pagamento quando se
tratar de obrigação de fazer ou não fazer. Atos, condutas,
ações ou os comportamentos em si não podem ser
consignados, não se pode pensar em depósito da prestação,
quando esta conste de uma abstenção do próprio devedor
(obrigação de não fazer). Todavia, admite-se que o autor da
ação de consignação em pagamento cumule a consignatória
com ação de obrigação de fazer ou não fazer.
Assim, o pagamento por consignação, que tem por finalidade
resolver as obrigações exigíveis, ainda pendentes por ato ou
situação atribuível ao credor, extinguindo a obrigação.
O STJ, em decisão de demandas repetitivas fixou no Tema
967 o entendimento segundo o qual a insuficiência do
depósito feito pelo devedor conduz o julgamento de
improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da dívida
não extingue o vínculo obrigacional.
A improcedência do pedido não autoriza o levantamento da
quantia depositada. O STJ firmou entendimento nesse sentido
no REsp 1.160.697, relatado pelo Min. Luis Felipe Salomão
Em se tratando de obrigações bilaterais (quando ambas as
partes tem obrigações), se um dos contratantes, valendo-se do
direito de consignar, cumpre sua parte, o outro obrigado
somente poderá fazer o levantamento do depósito após
comprovar o cumprimento da prestação que lhe cabia (Art.
787, p. u. CPC c/c Art. 476 C.CIVIL).
O Código de Processo CIVIL contempla duas modalidades de
consignação: a extrajudicial e a judicial.
Da Consignação Extrajudicial
A consignação extrajudicial é possível em pagamento para as
obrigações pecuniárias, nos termos §1º, do artigo 539 do CPC,
cabendo ao devedor efetuar o depósito em estabelecimento
bancário oficial, onde houver situado no lugar do pagamento,
cientificando o credor por carta com aviso de recebimento,
sendo determinado o prazo de 10 (dez) dias para a
manifestação da recusa, contornando com isso a necessidade
de ingressar nas vias judiciárias, com vista a obter a liberação
do débito.
Estabelecimentos bancários oficiais são aqueles que possuem
participação da União ou do Estado em sua composição, como
por exemplo, sociedades de economia mista e empresas
públicas, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica
Federal respectivamente.
Onde não houver estabelecimento bancário oficial também
poderá ser realizada a consignação, com a realização do
depósito em banco particular, conveniado com o tribunal
local.
A consignação extrajudicial só é permitida para as prestações
de pagar dinheiro, não podendo ser utilizada em outros casos,
para os quais deverá ser utilizado o sistema tradicional de
depósito judicial da coisa devida.
Uma vez efetivado o depósito extrajudicial, em conta com
correção monetária, o credor será cientificado por carta com
aviso de recebimento, sobre a existência do mesmo. A lei não
estabelece a quem compete efetuar a comunicação ao credor.
A prática tem mostrado que é a instituição bancária perante a
qual se realizou o depósito extrajudicial.Se a comunicação ao
credor for feita pelo devedor deverá exibir o aviso de
recebimento (AR).
Informado da existência do depósito, o credor terá o prazo de
dez dias para, manifestar-se por escrito, ao estabelecimento
bancário no tocante a sua recusa em aceitar o depósito,
efetuado como pagamento. Ultrapassado este prazo, sem
manifestação de recusa, presumir-se-á aceito o depósito,
ficando a quantia à disposição do credor, exonerando, assim, o
devedor da obrigação, conforme disposto no § 2º do artigo 539
do CPC.
Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito pelo credor ao
estabelecimento bancário, deverá o devedor ser comunicado.
Dessa forma, o devedor que pretende a liberação do débito,
terá o prazo de um mês para ajuizar a ação de consignação em
pagamento, nos termos do Art. 539, § 3º do CPC, a fim de
obter a declaração judicial de que seu débito foi extinto pelo
depósito. Salientando que, o comprovante de depósito e a carta
de recusa são documentos essenciais, que devem acompanhar
a petição inicial da referida ação.
A não propositura da ação consignatória no prazo determinado
de um mês não extingue o direito material à consignação e não
obsta o exercício de direito de ação, garantido
constitucionalmente. A única consequência da perda do prazo
é a cessação da eficácia do depósito extrajudicial, ocorrendo,
tão somente, o restabelecimento da situação anterior à
realização do depósito, ou seja, a obrigação continuará sendo
devida, podendo ainda o devedor, posteriormente ajuizar a
ação consignatória e realizar o depósito.
Não sendo ajuizada a ação dentro do prazo previsto, o
depósito será considerado sem efeito, podendo o depositante
levantá-lo, nos moldes do Art. 539, § 4º do CPC.
A consignação extrajudicial se qualifica como forma
alternativa de solução de conflitos de interesses, não sendo
procedimento de uso obrigatório. O direito de ação está
assegurado mesmo na hipótese de o devedor ou do terceiro
não ter feito uso da modalidade extrajudicial.
Da Consignação Judicial
A) Natureza Jurídica
A consignação será necessariamente judicial quando tiver por
objeto coisa ou quando não for possível utilizar a via
extrajudicial, ainda que se trate de prestação em dinheiro,
como, por exemplo, quando não houver instituição bancária
no lugar do pagamento, quando o credor não tiver capacidade
CIVIL ou quando houver dúvida sobre a titularidade do
crédito.
A ação de consignação em pagamento tem natureza jurídica de
processo
de conhecimento, não obstante existir a prática de ato
executivo, que é o depósito.
Alegada a insuficiência de depósito, é lícito ao demandante
completá-lo, no lapso temporal de 10 (dez) dias, exceto se
corresponder à prestação cujo inadimplemento enseje a
rescisão do contrato, podendo o demandado, levantar desde
logo, a quantia ou a coisa depositada, liberando autor de forma
parcial, prosseguindo o processo quanto à parcela
controvertida (Art. 545 e §1º CPC).
B) Competência
O Art. 540 do CPC dispõe no sentido de que a consignação em
pagamento será pleiteada no lugar onde deve ser cumprida a
obrigação. Trata-se de regra excepcional, que afasta a
incidência da norma geral, a respeito de competência
territorial, prevista no Art. 46 do CPC, que determina a
competência do foro do domicílio do demandado.
No entanto, existem algumas particularidades, na ação
consignatória, se a dívida for quesível, será competente o foro
do devedor, se a dívida for portável, o foro competente será o
domicílio do credor. Em havendo foro de eleição, o mesmo
deverá ser respeitado, uma vez que o critério de competência
fixado pelo Art. 540 do CPC é relativo, podendo ser alterado
por vontade expressa das partes. Considerem a seguinte
hipótese: “A” e “B” celebram determinado contrato
estabelecendo para “A” a obrigação de efetuar o pagamento e,
para “B”, a obrigação de prestar um serviço contendo cláusula
expressa de eleição de foro para a comarca de Piraí. Sendo
necessária a consignação, deverá ser respeitada a cláusula de
eleição de foro, sendo a comarca de Piraí, competente para o
ajuizamento e o julgamento da ação. Destaque-se que o objeto
de escolha só poderá incidir sobre o foro e não sobre o juízo, a
fim de não violar o princípio do juiz natural.
Para tanto, como a regra para competência da ação de
consignação rege-se pelo critério da territorialidade, trata-se
de competência relativa, assim, se proposta em foro
incompetente e se o réu não argüir a incompetência na
preliminar da contestação, haverá a prorrogação da
competência (Art 65 CPC).Não se admite que o juízo, ex
officio, reconheça sua incompetência relativa.
Em regra, na consignação de alugueres a competência a ser
observada, pelo consignante, , conforme dispõe o inciso II do
Art. 58 da Lei n.º 8.245 de 1991, é o foro da situação do
imóvel.
Quando a coisa devida for imóvel ou corpo certo, que deva ser
entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor requerer
a citação do credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de
ser depositada.
Se os litisconsortes passivos possuírem diferentes domicílios,
a ação poderá ser ajuizada no foro de qualquer um deles, à
escolha do autor (Art. 46,§ 4º).
C) Procedimento da Consignação Judicial
A petição inicial deve preencher os requisitos contidos nos
Arts. 319 e 320 do CPC e pode ensejar a extinção prematura
do processo, se não for emendada ou completada no prazo
assinado (Art. 321 e p.u. CPC) . Além dos requisitos genéricos
a petição inicial da ação de consignação em pagamento, deve
observar os requisitos específicos, elencados no Art. 542 do
CPC.
Não sendo cabível o depósito extrajudicial ou não tendo o
devedor logrado êxito com essa modalidade de consignação
diante da recusa do credor em receber, cabível será o ajuizar a
ação consignatória, instruindo o devedor a petição inicial com
a prova do depósito e da recusa, se for o caso. Na hipótese de
não existir depósito extrajudicial, seja porque a obrigação não
comporta essa forma de consignação ou pelo fato do devedor
não ter por ela optado previamente, cabe ao autor requerer, na
petição inicial, o depósito da quantia ou da coisa devida( Art.
542, I, CPC). O devedor deverá, ainda, na petição inicial,
requerer a citação do demandado para levantar o depósito ou
oferecer resposta, conforme dispõe o Art. 542, II do CPC.
Atendidos todos os requisitos necessários, o juiz determinará a
efetivação do depósito judicial da quantia ou da coisa devida,
ressalvado o caso de já ter sido realizado o depósito prévio
extrajudicialmente. O prazo para realização do depósito é de
cinco dias, a contar do deferimento ( Art. 542, I CPC). Porém,
se o depósito no prazo estipulado não for realizado, deverá o
magistrado proferir sentença, extinguindo o feito sem
resolução do mérito ( Art. 542, p.u. CPC).
Tratando-se de obrigação de pagar quantia, o depósito será
realizado em conta a disposição do juízo, sujeita a correção
monetária. Se o depósito foi realizado fora do prazo estipulado
em lei, mas desde que antes da sentença terminativa, deve ser
admitido, pois enquanto não depositada a coisa, persistem os
efeitos da mora.
Se o depósito for de coisa móvel de pequeno porte, o próprio
cartório poderá receber o depósito. Se for móvel de grande
porte, ficará a critério do juizo a designação do local a ser
depositada. Se for imóvel a diretriz é a mesma, podendo a
entrega ser realizada no cartório, mediante tradição simbólica,
como por exemplo: entrega das chaves, mediante a lavratura
do auto de entrega e se for dinheiro o depósito será feito em
instituição bancária oficial.
Depositada a quantia ou a coisa, o juizo determinará a citação
do réu, que poderá assumir três condutas diferentes: oferecer
resposta, permanecer inerte, o que acarretará sua revelia, ou,
requerer o levantamento da quantia ou da coisa depositada
(Art. 544; 545 § 1º CPC).
A resposta deverá ser apresentada no prazo de 15 dias,
podendo o réu oferecer : contestação(Art. 544 CPC),
reconvenção, caso não apresente contestação (Art. 343 CPC) e
exceção de impedimento ou de suspeição (Art. 146 CPC).
Na contestação o réu só poderá alegar que: a) não houve
recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida, b) foi
justa a recusa, c) o depósito não foi realizado no prazo ou no
lugar do pagamento e que o depósito não foi integral. O Réu
pode, ainda, alegar as defesas processuais, como, por exemplo,
argüir a: incompetência relativa ou absoluta do juízo,
litispendência, coisa julgada, perempção entre outras defesas
(Art. 337CPC).
No caso de insuficiência de depósito, o que já foi depositado é
considerado como incontroverso, podendo ser levantado pelo
credor, nos termos do §1º do Art. 545 do CPC, podendo pedir
em sua contestação a condenação no pagamento da diferença,
não sendo necessária, nesse caso específico, a reconvenção. A
ação de consignação em pagamento tem natureza dúplice,
conforme determinação do §2º do Art. 545 do CPC, prevendo
a lei a possibilidade do réu obter a tutela jurisdicional pela via
da contestação, sem necessidade de valer-se da reconvenção.
Se o réu não contestar sofrerá os efeitos da revelia (Art. 344
CPC).
No caso de alegação de insuficiência do depósito realizado, a
lei autoriza o demandante a completar a diferença em 10 (dez)
dias e sendo complementado, o juiz proferirá sentença,
julgando procedente o pedido, declarando o cumprimento da
obrigação ( Art. 545 e § 2º do CPC).
Não ocorrendo a complementação do depósito, o feito
prosseguirá pelo procedimento comum (Art. 318 p.u. do
CPC).
O valor da causa, na ação consignatória, será o valor da
prestação devida. Em se tratando de aluguel, o valor deverá
corresponder a 12 alugueis (Art. 58, III, Lei do Inquilinato).
Tratando-se de obrigação de dar, corresponderá ao valor da
coisa, nas obrigações de pagar quantia, será o valor do débito
principal, acrescido de juros e demais encargos moratórios, se
houver (Art. 292 I CPC). Na consignação de prestações
periódicas, o valor da causa será apurado pela soma das
prestações a consignar, não ultrapassando o valor de uma
anuidade (Art. 292 § 1º CPC).
No contexto da consignação judicial, o que libera o devedor da
obrigação
não é a sentença que julga a procedência dos pedidos
formulados na ação, mas o depósito efetivado no nascedouro
da relação jurídico processual, que é ratificado pelo
magistrado na sentença.
D) Legitimidade
A legitimidade ativa para consignar é daquele que afirma sua
condição de devedor, ou de terceiro juridicamente interessado
na extinção da obrigação, como, por exemplo, o fiador, que
poderá ajuizar ação de consignação em pagamento. Se for
terceiro desinteressado (tio em relação a dívida do sobrinho
com terceiros), também poderá ajuizar a ação de consignação
e terá direito ao reembolso do que consignou (Art. 304 e Art.
305 C.CIVIL).
O legitimado passivo é aquele que o autor indicar como sendo
o credor da obrigação e haverá litisconsórcio passivo
necessário entre aqueles que podem ser titulares do crédito.
E) Consignação de Prestações Periódicas
Em se tratando de prestações periódicas, como por exemplo,
prestações de consórcio, prestações condominiais, dentre
outras, uma vez consignada a primeira prestação, pode o
devedor continuar a consignar as parcelas que forem vencendo
no curso do processo, dentro do mesmo procedimento,
devendo fazer o depósito em até cinco dias contados da data
do respectivo vencimento (Art. 541 do CPC).
Cabe, pois, ao demandante ou ao terceiro, que tenha ajuizado
a ação consignatória, depositar as prestações que forem se
vencendo no curso do processo até a prolação da sentença.
Com a procedência do pedido do réu, a sentença condenatória
servirá como título executivo judicial, na forma do Art. 545,
§2º do CPC, podendo o credor promover-lhe o cumprimento
nos mesmos autos após liquidação de sentença, caso
necessária.
Pagamento de Coisa Indeterminada
Se o objeto da prestação for coisa indeterminada, competindo
a escolha ao credor, deverá o demandante na petição inicial,
requerer a citação daquele para que exerça seu direito no prazo
de 5 (cinco) dias, se outro não constar de lei ou do contrato,
para exercer o seu direito de escolher ou para aceitar a escolha
que o devedor fizer, devendo o juízo, ao despachar a petição
inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob
pena de depósito (Art. 543 do CPC).
Uma vez recebida a coisa e com a devida quitação, o processo
se extingue, com a condenação do credor em custas e
honorários advocatícios, Art. 546, parágrafo único.
Não recebida a coisa, o processo prossegue, podendo o credor
apresentar defesa, inclusive impugnando a escolha.
Consignação em Caso de Dúvida Quanto à Titularidade do
Crédito
Se o devedor desconhecer quem seja o legítimo credor da
prestação, situação que ocorre quando duas ou mais pessoas se
apresentam como titulares de um mesmo crédito, pode ajuizar
ação consignatória.
Nessa hipótese é incabível o depósito extrajudicial.
O credor evitará o risco de pagar mal e ficará livre da
obrigação, depositando a prestação em juízo, o que ocorre, por
exemplo, quando morre o credor original, não sabendo o
devedor a qual dos sucessores conhecidos deva efetuar o
pagamento.
Os supostos credores, se desconhecidos serão citados por
edital, e os conhecidos pessoalmente, em litisconsórcio
passivo, recaindo sobre estes o ônus da prova de seu direito.
Aos revéis citados por Edital o juiz dará curador especial (Art.
72, II CPC).
Citados os réus, três hipóteses podem ocorrer: a) se nenhum
dos réus comparecer em juízo, permanecendo todos
contumazes, o depósito será convertido em arrecadação de
coisas vagas (Art. 548 I, c/c Art. 746 CPC). Na mesma
sentença em que converter o depósito em arrecadação de
coisas vagas, o juiz deverá declarar extinta a obrigação
consignada, tornando certa a eficácia liberatória do depósito
realizado; b) se apenas um comparecer e não impugnar o
débito o juízo decidirá de plano o pedido na ação de
consignação, declarando extinta a obrigação do devedor; c)
comparecendo mais de um, o juízo declarará efetuado o
depósito e extinta a obrigação, continuando o processo a
correr pelo procedimento comum unicamente entre os
credores presuntivos ( Art. 548, III c/c Art. 549CPC).
ATENÇÃO: a Lei n.º 8245 de 1991, também conhecida como
Lei do Inquilinato ou Lei de Locações de Imóveis Urbanos,
estipula as particularidades do procedimento para ação de
consignação de alugueres e de acessórios da locação.
Assim, se o locatário deseja efetuar o depósito judicial de
alugueres ou de acessórios da locação, como por exemplo,
taxas de condomínio, reembolso de tributos, multas por atraso
deverá se valer do procedimento específico contido na Lei n.º
8.245 de 1991. A competência para o ajuizamento será o foro
da situação do imóvel, salvo se outro tiver sido eleito pelas
partes, conforme consta expressamente no Art. 58 II da Lei.
Estando em termos a petição inicial da ação consignatória,
caberá ao magistrado proferir despacho liminar, a fim de que o
demandante no exíguo prazo de 24 (vinte e quatro) horas
proceda ao depósito da quantia indicada na exordial, em caso
de inércia deste haverá a extinção do processo sem resolução
do mérito. Após ser comprovada a realização do depósito, o
demandado será citado (Art. 67, II da Lei).
Como se trata de obrigação de natureza periódica, na ação de
consignação em pagamento de alugueres, o pedido abrangerá a
quitação das prestações que se venceram no curso do processo
e até ser proferida a sentença de primeira instância devendo o
demandante efetuar os depósitos nas datas dos respectivos
vencimentos, a fim de evitar a ocorrência da mora
intercorrente; só poderão ser consignadas as prestações que se
vencerem até a prolação da sentença ( Art. 67, III da Lei).
Se o réu não contestar ou simplesmente requerer o
levantamento dos valores depositados, o julgador deve proferir
sentença definitiva, com eficácia declaratória da extinção da
obrigação e condenar o demandado ao pagamento das
despesas processuais e dos honorários advocatícios, arbitrados
em vinte por cento sobre o valor dos depósitos Art. 67, IV da
Lei).
Se oferecer contestação deve observar o inciso V do artigo 67
da Lei que reproduz as matérias enumeradas no Art. 544 do
CPC, conforme já visto.
Se o réu contestar afirmando insuficiência do valor
depositado, poderá o autor, no prazo de cinco dias, contados
da ciência do oferecimento da resposta depositar a diferença,
desde que o faça com acréscimo de multa de dez por cento
(Art. 67, VII).
Com a complementação do depósito, o magistrado em seguida
irá proferir sentença, julgando procedente o pedido formulado
pelo autor, declarando extinta a obrigação, devendo constar na
parte dispositiva da sentença a condenação deste ao
pagamento das despesas processuais e dos honorários
advocatícios de vinte por cento sobre o total dos depósitos. A
condenação do demandante se impõe, já que se tivesse
oferecido desde o início a integralidade do valor devido,
provavelmente não haveria recusa do credor em receber (Art.
67, VII 2ª Parte, da Lei).
O Art. 67, VI da Lei n.º 8.245 de 1991 AFASTA O CARÁTER
DÚPLICE DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO em pagamento quando se
trata de alugueres e de acessórios da locação, não se aplicando
aqui, o disposto no § 2º do Art. 545 do CPC.
Assim, se o demandado quiser o despejo e/ou a condenação
do inquilino consignante DEVE APRESENTAR RECONVENÇÃO,
pugnando pelo despejo do autor por ausência de pagamento e
a condenação deste a quitar a diferença entre a quantia
depositada e a quantia que efetivamente entende devida.
O parágrafo único do Art. 67 da Lei autoriza ao locador a
efetuar o levantamento das quantias incontroversas. Assim, se
o locador apresenta contestação alegando insuficiência do
valor depositado, poderá levantar o valor depositado
incontroverso, e prosseguir com o processo para discutir a
diferença.
Nos termos do Art. 58, V da Lei n. 8.245 de 1991, o recurso
interposto contra sentença terá apenas efeito devolutivo, não
se aplicando a regra geral prevista no Art. 1012 do CPC, que
prevê o efeito suspensivo ao recurso de apelação.
Destaque-se que os processos referentes à consignação de
alugueres e de acessórios não se suspendem em férias
forenses, conforme previsto no Art. 58, I da n.º 8.245 de 1991,
o que pode ensejar maior celeridade ao procedimento especial
estabelecido.
Resgate da Enfiteuse e ação de consignação

(CPC Art. 549 – CCIVILIVIL. 1916 Art. 678/694;


C.CIVIL Art. 2038)

O artigo 549 do CPC dispõe que o procedimento da ação de


consignação em pagamento é aplicável ao resgate de
aforamento.
O aforamento, ou enfiteuse é regulado pelos artigos 678 a 694
do Código CIVIL de 1916 e continuam sendo aplicáveis às
enfiteuses existentes. O Código CIVIL em vigor excluiu a
enfiteuse do rol de direitos reais, mas conforme o Art. 2038
continuam válidos e eficazes os aforamentos constituídos
antes da entrada em vigor da nova lei.
O direito real de enfiteuse é o vínculo de direito real entre o
enfiteuta que adquire o direito real de usar, fruir e dispor do
bem, mas não tem o direito de propriedade pleno, o qual
permanece com o senhorio direto do bem. O enfiteuta tem a
obrigação de pagar ao senhorio direto uma renda anual,
denominada, foro ( Art. 678 C.Cvil); e toda vez que o bem for
alienado onerosamente, o enfiteuta deverá pagar ao senhorio
direto uma percentagem do preço, chamada laudêmio (Art.
686, 2,5% do preço C,Cvil).
O artigo 693 do C. CVIL de 1916 concede ao enfiteuta o
direito de resgatar o aforamento após dez anos de constituição
do direito real, tornando-se proprietário do imóvel, mediante
pagamento ao Senhorio de laudêmio, fixado em 2,5% (dois e
meio por cento) sobre o valor atual da propriedade plena e, de
10 (dez) pensões anuais.
Nos do referido Art. 693, o enfiteuta tem o direito
irrenunciável, de resgatar a enfiteuse, tornando-se proprietário
do bem na sua inteireza. É direito potestativo do enfiteuta, que
não pode ser afastado pelo senhorio direto, sujeitando-se ao
exercício desse direito.
Caso o enfiteuta pretenda tornar-se proprietário do imóvel
sujeito a aforamento, deverá procurar o e oferecer as quantias
correspondentes a um laudêmio e dez foros e, caso haja recusa
poderá o enfiteuta valer-se do procedimento de consignação,
depositando a quantia necessária para se que ocorra o resgate.
A regra contida no artigo 549 do CPC se justifica pelo fato de
não ser o enfiteuta devedor, nem o senhorio direto credor, da
quantia que se pretende depositar, como ocorre nos demais
casos de ajuizamento da ação de consignação em pagamento.
O enfiteuta é legitimado ativo para propor esta ação por
expressa autorização legal.
O procedimento a ser observado no resgate da enfiteuse é o
mesmo adotado em outras ações de consignação em
pagamento, com a peculiaridade de, declarando-se extinta a
enfiteuse pelo depósito do valor necessário para seu resgate,
constituirá título de remição do aforamento, ensejando seu
cancelamento junto ao Ofício do Registro de Imóveis (Art.
250, I, da Lei 6.015/73) .

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS


CPC Art 550 a 553 e Art 618, VII, Art. 763, § 2º; – C
CIVIL Art 668; 629; 1348, VIII; 1755 ; 1781 1.980.
A ação de exigir contas segue procedimento especial e pode
contemplar duas partes. Na primeira, se houver contestação do
réu quanto à sua legitimidade, o juiz decidirá por sentença se
deve ou não prestar contas. Se acolhido o pedido do réu, a
sentença extinguirá o processo e o recurso será Apelação. Se
rejeitado o pedido, o processo prosseguirá e o recurso cabível
é o Agravo de instrumento.
Em casos específicos do inventariante, tutor, curador a
primeira parte do procedimento fica dispensada porque a
prestação de contas decorre ex vi legis (por imposição de lei).
A ação pode ser proposta por quem afirma ser titular do direito
de exigi-las do réu, que será citado para prestá-las ou oferecer
contestação no prazo de 15 dias (Art. 550, CPC).
A petição inicial deve especificar detalhadamente as razões
pelas quais as contas são exigidas, acompanhadas de
documentos, se existirem(Art. 550, § 1º CPC). Se o réu prestar
as contas, o autor terá o prazo de 15 dias para se manifestar,
prosseguindo o processo pelo procedimento comum(Art. 550,
§2º CPC). As contas devem ser apresentadas na forma
adequada, destacando-se as receitas das despesas e dos
investimentos e o respectivo saldo, comprovando-se
documentalmente (Art. 551, §1º CPC) Se o réu apresentar
contas, a impugnação deverá ser fundamentada e específica,
com referencia expressa ao lançamento questionado (Art. 550,
§3º CPC). Não havendo contestação, o juízo deverá julgar
antecipadamente o pedido proferindo sentença de mérito,
condenando o réu a prestar contas no prazo de 15 dias, sob
pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar
(Art. 550, §§4º e 5º, CPC).
Prestadas as contas pelo réu no prazo assinado, o
procedimento segue o rito comum, podendo o juizo determinar
a realização de exame pericial, se necessário; se não forem
prestadas, o autor as apresentará, no prazo de 15 dias, (Art.
550, § 6º CPC).
As contas do autor deverão ser apresentadas na forma
adequada, já instruídas com documentos justificativos,
destacando-se as receitas das despesas e dos investimentos e o
respectivo saldo (Art. 551, §2º CPC).
A sentença que julgar as contas apurará o saldo e constituirá
título executivo judicial em favor do credor (Art. 552 CPC).
Em se tratando de prestação de contas do inventariante (Art.
616, VII, CPC); o testamenteiro (Art. 1.980 C.CIVIL); tutor
(Art. 1755 C CIVIL); curador (Art. 1781 C CIVIL);
mandatário (Art. 668 C CIVIL); depositário (Art. 629 C
CIVIL); administrador judicial as contas serão prestadas em
apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado (Art.
553 CPC). O síndico de condomínio, mandatários e
administradores civis responderão nos autos da ação de
prestação de contas, dispensando-se a primeira fase do
procedimento, pois o dever de prestar contas é ex vi legis. Em
se tratando de inventariante, depositário judicial, tutor e
curador, se forem condenados a pagar o saldo e não o fizerem
no prazo legal, o juiz pode destituí-los, seqüestrar bens sob sua
guarda, glosar o premio ou gratificação a que teria direito e
determinar medidas executivas necessárias à recomposição do
prejuízo.

AÇÕES POSSESSÓRIAS
CPC Art. 554 a 568; C. CIVIL 1210;
Posse e propriedade são fenômenos jurídicos inconfundíveis e
independentes. A posse está prevista no Art. 1.196 e seguintes
do C.CIVIL e a propriedade no Art. 1.225, I e seguintes do C
CIVIL.
A posse tem a sua proteção nas ações possessórias (Art. 1.210
do C.CIVIL), que são três: o interdito proibitório (Art. 567
CPC); a manutenção na posse (Art. 560 CPC) e a reintegração
na posse (Art. 560 CPC).
A propriedade fundamenta a sua proteção nas ações petitórias
ou reivindicatórias (Art. 1.228 C CIVIL).
A discussão a respeito de a posse ser fato ou direito e a ação
possessória ter natureza real ou pessoal existe há muitos
séculos e vai perdurar muito mais.
As ações possessórias caracterizam-se dentre outras
qualidades pelo principio da fungibilidade, que considera a
utilidade da ação proposta para todos os efeitos da prestação
da tutela jurisdicional, devendo o juízo apreciar o pedido e
outorgar a prestação legal ao caso, conforme a prova
produzida (Art. 554 CPC). Assim, se o possuidor propuser o
interdito proibitório cuja finalidade é evitar que a posse seja
turbada ou esbulhada, e no curso do processo a posse for
esbulhada, o juízo deverá proferir sentença de reintegração na
posse.
Se muitos forem os réus na ação possessória, serão feitas a
citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no
local e a citação por edital dos demais, determinando-se,
ainda, a intimação do Ministério Público e a Defensoria
Pública se envolver pessoas em situação de hiposuficiência
econômica (Art. 554 § 1º CPC). O oficial de justiça procurará
os ocupantes no local por uma vez, procedendo-se a citação
por edital dos que não forem encontrados (Art. 554 § 2º CPC).
O juizo deverá determinar a ampla publicidade da ação
proposta e dos prazos assinados, podendo valer-se de anúncios
em jornal ou rádio locais, publicação de cartazes na região do
conflito e outros meios de divulgação (Art. 554 § 3º CPC).
Ao pedido possessório o autor pode cumular com o pedido
condenatório em perdas e danos e indenização dos frutos, sem
prejuízo de requerer a imposição de medias necessárias e
adequadas para evitar nova turbação ou esbulho, e promover o
cumprimento da tutela provisória ou final (Art. 555 e p.u.
CPC).
As ações possessórias têm natureza dúplice e por esta razão a
tutela possessória será sempre outorgada ao verdadeiro
possuidor não sendo relevante se ele ocupa o polo ativo ou
passivo na ação.
Assim, o réu pode na sua contestação demandar a proteção
possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da
turbação ou esbulho cometido pelo autor (Art. 556 CPC).
A exceção de domínio não pode ser oposta na pendência da
ação possessória, estabelecendo a regra material que não obsta
à manutenção ou reintegração na posse a alegação de
propriedade ou de outro direito sobre a coisa (Art. 557 e p. u.
CPC, c/c Art. 1.210, § 2º do C.CIVIL). Conforme a Súmula
487 do STF, a exceção do domínio somente será aplicada se
os litigantes disputam a posse com fundamento no direito de
propriedade ou houver dúvida da posse de ambos.
O procedimento especial é cabível se a ação for proposta
dentro de um ano e dia contado da turbação ou esbulho e
passado esse prazo deverá ser proposta pelo procedimento
comum (Art. 558 e p.u. CPC).
O CPC cria situação no mínimo embaraçosa quando estipula a
necessidade de caução para o possuidor que foi
provisoriamente mantido ou reintegrado na posse. Diz a lei
que se o réu provar que o beneficiário da tutela provisória não
tiver condições financeiras para responder pela sucumbência e
as perdas e danos, o juiz deverá ordenar que em 05 dias seja
prestada a caução real ou fidejussória, a menos que a parte
seja hiposuficiente (Art. 559 CPC). Resulta dessa disposição
confusa enorme incerteza, pois não evita o dano e nem
assegura a sua reparação se ocorrer a parte final, impondo o
ônus da prova a quem alegar.
Na petição do interdito proibitório, o possuidor direto ou
indireto (Art. 1.197, C.CIVIL) alegando e provando justo
receio de ser molestado em sua posse pode pedir ao juízo que
o segure na sua posse contra eventual turbação ou esbulho
iminentes, mediante a expedição de mandado proibitório, com
a cominação de multa pecuniária e/ou medida coercitiva caso
transgrida a ordem (Art. 567 CPC). Havendo modificação na
situação de fato no curso da ação, o juizo aplicará o princípio
da fungibilidade da tutela possessória.
Na petição inicial para a ação de manutenção ou reintegração
de posse, o autor deve alegar e provar a sua posse, a turbação
ou o esbulho do réu, a data da turbação ou do esbulho e a
continuação da posse no caso se turbação e a sua perda no
caso de reintegração (Art. 561 CPC). Se, ao examinar a
petição inicial e a provas anexadas o juizo se convencer, sem
ouvir o réu, deferirá a expedição do mandado de manutenção
ou reintegração. Não se convencendo suficientemente,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, em
audiência de justificação, citando-se o réu para comparecer. Se
a ação é movida contra pessoas jurídicas de direito público,
não será deferida liminar de manutenção ou reintegração, sem
a prévia audiência dos representantes judiciais (Art. 562 e p.u.
CPC).
Considerada suficiente a justificação, será expedido o
mandado de manutenção ou reintegração (Art. 563 CPC).
Neste caso, o prazo para o réu contestar terá início a partir da
intimação da decisão que deferiu ou indeferiu a medida
liminar (Art. 564 p.u. CPC).
Poderá, ainda, o juizo indeferir de plano a medida liminar se
estiver convencido suficientemente do não cabimento. Neste
caso, o autor, intimado da decisão deverá prover os meios para
a citação do réu nos 05 dias subseqüentes, para que, se quiser
apresente contestação no prazo de 15 dias(Art. 564 caput
CPC).
Se a ação envolver litígio coletivo sobre a posse de imóvel,
quando a turbação ou esbulho houver acontecido há mais de
ano e dia, antes de apreciar o pedido de concessão da medida
liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se
em até 30 dias, intimando-se para comparecer à audiência o
Ministério Público e se houver parte beneficiária de gratuidade
da justiça a Defensoria Pública (Art. 565 e § 2º CPC). Será,
também designada audiência de mediação com a intimação do
Ministério Público e a Defensoria Pública, se o juízo houver
deferido anteriormente a medida liminar e esta não for
executada no prazo de um ano, a contar da distribuição da
ação (Art. 565 § 1º CPC).
O comparecimento do juiz à área objeto do litígio é facultado
pelo CPC (Art. 565 § 3º CPC). Poderá, ainda, o juízo intimar
para a audiência de mediação os órgãos responsáveis pela
política agrária e pela política urbana da União, do Estado ou
Distrito Federal e do Município a fim de se manifestarem
sobre o seu interesse no processo e sobre a existência de
solução para o conflito (Art. 565 § 4º CPC).
AÇÃO DEMARCATÓRIA E DIVISÓRIA
CPC Art 569 a Art. 598; C. CIVIL Art. 1297e Art. 1320

A demarcação e a divisão poderão ser feitas por escritura


pública, se todas as partes forem maiores capazes e concordes
com todos os interessados. (Art. 571).
As ações demarcatória e divisória têm natureza dúplice e é
declaratória. Uma vez extremados os limites entre os imóveis
do autor e do réu, não há necessidade de reconvenção para se
estabelecer as divisas em favor do réu.
A ação demarcatória cabe ao proprietário de um imóvel para
obrigar o seu vizinho confinante a fixar novos limites ou
aviventar os que foram apagados (Art. 569 I CPC, c/c Art.
1297 C.CIVIL). Pode também o condômino promover a
demarcação do imóvel comum requerendo a intimação dos
demais para, querendo intervir no processo(Art. 575).
No processo demarcatório, uma vez fixados os marcos
divisórios, os confinantes serão considerados terceiros quanto
ao processo divisório, ressalvando-se-lhes o direito de vindicar
os terrenos de que se julguem despojados por invasão das
linhas limítrofes constitutivas do perímetro ou de reclamar
indenização correspondente ao seu valor (Art. 572). Todos os
condôminos ou quinhoeiros serão citados para a ação,
conforme o caso se a sentença homologatória da divisão tenha
ou não transitado em julgado. Pode também o condômino
promover a demarcação do imóvel comum requerendo a
intimação dos demais para, querendo intervir no processo(Art.
572 e § 1º). Se os quinhoeiros forem obrigados a restituir o
terreno vindicado ou indenizar o valor correspondente, a
sentença que os condenar valerá de título executivo contra os
demais quinhoeiros ou condôminos que foram parte na divisão
ou de seus sucessores a título universal para obter a
indenização na proporção que lhes tocar (Art. 572, §2º).
Pode também o condômino promover a demarcação do imóvel
comum requerendo a intimação dos demais para, querendo
intervir no processo(Art. 575).
A citação dos réus será feita pelo correio e haverá também a
citação por edital de interessados incertos ou
desconhecidos(Art. 576 e p.u.). Os réus terão o prazo comum
de 15 dias para contestar, seguindo a ação o procedimento
comum (Arts. 577 e 578). O juizo nomeará um ou mais peritos
que farão o levantamento do traçado da linha demarcada,
devendo apresentar laudo minucioso sobre o traçado da linha
demarcada, considerando os títulos, os marcos, os rumos a
relação da vizinhança, as informações de antigos moradores
do lugar e outros dados coligidos(Art. 580). Todas as
operações serão consignadas em planta e memorial descritivo
com as referencias convenientes para a identificação, em
qualquer tempo, dos pontos assinalados, com observação da
legislação que dispõe sobre a identificação do imóvel
rural(p.u. do Art. 582). Deverão constar do memorial
elaborado pelo Agrimensor o ponto de partida, os rumos
seguidos e a aviventação dos antigos com os respectivos
cálculos; os acidentes encontrados, as cercas, os valos, os
marcos antigos, os córregos, os rios, as lagoas e outros; a
indicação minuciosa dos novos marcos cravados, dos antigos
aproveitados, das culturas existentes e da sua produção anual;
a composição geológica dos terrenos, a qualidade e extensão
dos campos, das matas e capoeiras; as vias de comunicação; as
distancias a pontos de referencia, tais como rodovias federais e
estaduais, ferrovias, portos, aglomerações urbanas e polos
comerciais e tudo o mais que for útil para o levantamento da
linha ou a sua identificação(Art. 583).
A colocação do marco inicial ou primordial é obrigatória,
assim também quanto aos vértices dos ângulos, salvo se for
assinalado por acidentes naturais de difícil remoção ou
destruição (Art. 584). Peritos deverão percorrer a linha,
examinar os marcos e rumos, fazendo constar do seu relatório
escrito a exatidão ou as divergências acaso existentes no
memorial e plantas elaborados pelo Agrimensor (Art. 585).
Juntado aos autos o relatório dos peritos o juízo ordenará a
intimação das partes para se manifestarem no prazo comum de
15 dias (Art. 586). Não havendo correções a fazer ou se forem
feitas as retificações devidas, será lavrado o auto de
demarcação dos limites com as minúcias e exatidões
requeridas (Art. 586 p.u.). Assinado o auto pelo juiz e pelos
peritos, será proferida a sentença homologatória da
demarcação (Art. 587). Constatada a invasão de área,
determinará a sentença a restituição da área invadida,
declarando o domínio ou a posse do prejudicado ou
ambos(Art. 581 e p.u).
A ação divisória pode ser utilizada por qualquer condômino
para obrigar os demais consortes a dividir a coisa comum,
extremando os respectivos quinhões (Art. 569 II CPC, c/c Art.
1320 C.CIVIL). A cumulação das ações é permitida e nesse
caso a demarcação total ou parcial deve ser realizada em
primeiro lugar, com a citação dos condôminos e dos
confinantes (Art. 570).
No que toca à divisão, a petição inicial deverá ser instruída
com a prova do domínio do autor, devendo indicar a origem
da comunhão e a situação, os limites, as características do
imóvel e a sua denominação; o nome, o estado CIVIL, a
profissão e a residência de todos os condôminos,
especificando os que estão estabelecidos no imóvel com as
respectivas culturas e benfeitorias; bem como as bem como as
benfeitorias comuns(Art. 588). Feitas as citações o
procedimento segue conforme as regras previstas para a
demarcação (Art. 589), nomeando o juiz um ou mais peritos
que, além das vias de comunicação, deverá indicar as
benfeitorias acaso existentes, seus valores, respectivos
proprietários e ocupantes as águas principais que banham o
imóvel, bem como promover a sua medição, e o esboço ou
esboços de divisão(Art. 590 e p.u.). Apresentado o Esboço
pelo perito, os condôminos serão intimados a apresentar o
respectivo título de propriedade e a formular seus pedidos
sobre a constituição dos quinhões(Art. 591).
O juiz ouvirá as partes no prazo comum de 15 dias e se não
houver impugnação, será determinada a divisão geodésica do
imóvel. Havendo impugnação, o juízo decidirá em 10 dias
sobre os pedidos e os títulos que devam ser atendidos na
formação dos quinhões(Art. 592).
Se qualquer linha do perímetro sugerido atingir benfeitorias
permanentes dos confinantes feitas há mais de um ano, serão
elas respeitadas, bem como os terrenos onde estiverem, não
serão computados na área dividenda (Art. 593). Por outro
lado, assim como ocorre na ação demarcatória, os confinantes
tem o direito de vindicar os terrenos de que se julguem
usurpados, servindo a sentença de título contra os demais
condôminos para obter a composição pecuniária proporcional
ao desfalque (Art. 594 e §§ 1º e 2º).
Transitada em julgado a sentença que acolheu o pedido de
divisão, deverão os peritos elaborar seu laudo fundamentado,
propondo a forma da divisão, observando quanto possível a
comodidade das partes, respeitar a cada condômino a
preferência dos terrenos contíguos às suas residências e
benfeitorias, evitando o retalhamento dos quinhões em glebas
separadas (Art. 595). Após ouvir as partes, no prazo comum
de 15 dias, sobre o cálculo e o plano da divisão, o juizo
deliberará sobre a partilha (Art. 596). Em cumprimento à
decisão, o perito deverá efetuar a demarcação dos quinhões,
observando as marcações obrigatórias para os limites entre os
imóveis e as seguintes: a) as benfeitorias comuns que não
comportarem divisão cômoda será adjudicadas a um dos
condôminos mediante compensação; b) serão instituídas
servidões indispensáveis em favor de uns quinhões sobre os
outros, incluindo o respectivo valor no orçamento para que,
não se tratando de servidões naturais, seja compensado o
condômino aquinhoado com o prédio serviente; c) as
benfeitorias particulares dos condôminos que excederem a
área a que tem direito serão adjudicadas ao quinhoeiro vizinho
mediante reposição; d) salvo acordo entre as partes, as
reposições serão feitas em dinheiro(Art. 596 p.u.). Terminados
os trabalhos e desenhados na planta os quinhões e as servidões
aparentes o perito organizará o memorial descritivo, anexando
aos autos, devendo as partes se manifestar no prazo comum de
15 dias. Não havendo impugnação ou feitas as correções ou
retificações o Escrivão lavrará o auto de divisão,
acompanhado de um folha de pagamento de cada condômino;
o auto deverá conter: a) a confinação e a extensão superficial
do imóvel; b) a classificação das terras com o cálculo das
áreas de cada consorte e com a respectiva avaliação ou,
quando a homogeneidade das terras não determinar
diversidade de valores, a avaliação do imóvel na sua
integralidade; d) o valor e a quantidade geométrica que couber
a cada condômino, declarando-se as reduções e as
compensações resultantes da diversidade de valores das glebas
componentes de cada quinhão (Art. 597 e §§ 1º e 3º). Cada
folha de pagamento deverá conter: a) a descrição das linhas
divisórias do quinhão, mencionando-se as linhas confinantes;
b) a relação das benfeitorias e das culturas do próprio
quinhoeiro e das que lhe foram adjudicadas por serem comuns
ou mediante compensação; c) a declaração das servidões
instituídas, especificados os lugares, a extensão e o modo de
exercício (Art. 597 § 4º).
Assinado o auto de divisão pelo juiz e pelo perito, será
proferida a sentença homologatória da divisão (Art. 597 § 2º).

A AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE


Art. 599 a Art. 609 do CPC e Art. 1.028, Art.1.029 e
Art.1.030 do C. CIVIL e alínea b do inciso II do artigo 206
da Lei 6.404/76.
O Código de Processo CIVIL trata da ação de dissolução
parcial de sociedade no procedimento especiais previstos nos
artigos 599 a 609.
A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto:
a) a resolução da sociedade empresária contratual ou simples
em relação ao sócio falecido, excluído ou que exerceu o
direito de retirada ou recesso; b) a apuração dos haveres do
sócio falecido, excluído ou que exerceu o direito de retirada ou
recesso ou c) somente a resolução ou a apuração de haveres. A
petição inicial será necessariamente instruída com o contrato
social consolidado. A ação de dissolução parcial de sociedade
pode ter também por objeto a sociedade anônima de capital
fechado quando demonstrado que não pode preencher o seu
fim, ou seja, a incapacidade de realizar os objetivos
estabelecidos no contrato social ou estatuto e de produzir
lucros aos sócios ou acionistas. (Art. 559 e §§ 1º e 2º).
O Art. 599 do CPC aplica-se às sociedades limitadas, simples,
anônimas fechadas, em nome coletivo e em comandita
simples.

Os legitimados para a ação de dissolução parcial são: a) o


espólio do sócio falecido, quando a totalidade dos sucessores
não ingressar na sociedade; b) os sucessores, após a partilha
do sócio falecido; c) a sociedade, se os sócios sobreviventes
não admitirem o ingresso do espólio ou dos sucessores do
falecido na sociedade, quando esse direito decorrer do contrato
social; d) o sócio que exerceu o direito de retirada ou recesso,
se não tiver sido providenciada, pelos demais sócios, a
alteração contratual consensual formalizando o desligamento,
depois de transcorridos 10 (dez) dias do exercício do direito;
e) a sociedade, nos casos em que a lei não autoriza a exclusão
extrajudicial; f) o sócio excluído; g) o cônjuge ou
companheiro do sócio cujo casamento, união estável ou
convivência terminou para requerer a apuração de seus
haveres na sociedade, que serão pagos à conta da quota social
titulada por este sócio (Art. 600 e p.u.).
A competência é territorial sendo o foro para o ajuizamento da
ação de dissolução parcial o da sede da sociedade, nos termos
dos artigos 46 e 53, inciso III, alíneas a e b do CPC.
O valor da causa é o valor da quota dos sócios ou acionistas
excluídos, falecidos ou retirantes, conforme determina o inciso
II do artigo 292 do CPC.
Os sócios e a sociedade serão citados em regra, em
litisconsórcio necessário para, no prazo de 15 dias concordar
com o pedido ou apresentar contestação. A citação da
sociedade poderá ser dispensada se todos os seus sócios forem
citados, mas se sujeitará aos efeitos da decisão e à coisa
julgada (Art. 601 e p. u.)..
Feita a citação os réus tem 15 dias para concordar com o
pedido ou contestar a ação, no primeiro caso não haverá
condenação em honorários advocatícios(Art. 603 § 1º)..
Havendo contestação segue-se o procedimento comum. A
sociedade pode pedir indenização compensável com o valor
dos haveres a apurar (Art. 602).
A sentença proferida na ação de dissolução parcial de
sociedade é constitutiva negativa, pois extingue a relação
jurídica existente entre o sócio falecido, o excluído e aquele
que exerceu o direito de retirada e os demais sócios e a
sociedade.
Por sua vez a sentença proferida na ação de apuração de
haveres é condenatória ao pagamento do valor das quotas do
sócio falecido, excluído ou o que exerceu o direito de retirada.
Na sentença o juiz fixará: a) a data da resolução da sociedade
que poderá ser a data do óbito no caso de falecimento do
sócio, na retirada imotivada o sexagésimo dia seguinte ao do
recebimento pela sociedade da notificação, no recesso o dia do
recebimento pela sociedade da notificação do sócio dissidente,
na retirada por justa causa de sociedade por prazo
indeterminado e na exclusão judicial de sócio a do trânsito em
julgado da decisão que dissolver a sociedade e na exclusão
extrajudicial a data da assembléia ou da reunião de sócios que
a tiver deliberado; b) o critério de apuração dos haveres que
pode ser o do contrato social ou o valor patrimonial apurado
em balanço de determinação no caso de omissão do contrato e
c) nomear perito (Art. 604 e 605)..
O critério de apuração está em consonância com o disposto no
artigo 1.031 do Código CIVIL, que determina que nos casos
em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor
da sua quota, considerada pelo montante efetivamente
realizado, liquidar-se-á, salvo disposição contratual em
contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à
data da resolução, verificada em balanço especialmente
levantado.
O Código CIVIL fala em balanço especial, mas o correto seria
falar em balanço de determinação, como o faz o novo Código
de Processo CIVIL. Pode-se definir balanço de determinação
como um balanço patrimonial especial, elaborado para fins
judiciais por perito contábil a partir do balanço oficial da
empresa, que não afeta a contabilidade da mesma e é utilizado
para determinar o montante dos haveres que cabe ao sócio
dissidente, excluído ou falecido, com a avaliação dos bens e
direitos do ativo, tangíveis e intangíveis a preço de saída, além
do passivo também a ser apurado em igual forma(Art. 606)..
A parte pode pedir a qualquer tempo, desde que antes da
perícia, a revisão da data da resolução e do critério de
apuração de haveres(Art. 607).
A apuração de haveres para recebimento do valor
correspondente a quota social segue o rito especial, mesmo
quando não há pedido de dissolução. Neste caso o objeto é a
liquidação de débito reconhecido pelas partes, mas
controverso em seu valor.
Até a data da resolução, integram o valor devido ex-sócio, o
espólio ou os sucessores a participação nos lucros ou os juros
sobre o capital próprio declarado pela sociedade e, se for o
caso a remuneração como administrador. Após a data da
resolução, o ex-sócio, o espólio ou os sucessores terão direito
apenas à correção monetária dos valores apurados e aos juros
contratuais e legais (Art. 608 e p.u.).
Uma vez apurados, os haveres do sócio retirante serão pagos
conforme as regras previstas no contrato social e no silencio
do contrato, na forma do parágrafo segundo do Art. 1031, do
C.CIVIL.
O Superior Tribunal de Justiça decidiu, no julgamento do
Recurso Especial nº 1.139.593/SC, que o prazo prescricional
para a apuração de haveres, no caso de sócio excluído de
sociedade limitada, é o de 10 anos do artigo 205 do Código
CIVIL de 2002.

INVENTÁRIO ARROLAMENTO E PARTILHA


Art. 610 a 673 do CPC; Art. 1784 e Art. 1.991 a Art.2.027
do C. CIVIL; Lei 11.441/07, extra judicial; Lei 6.858/1980
dispensa o inventário c/c Art.725, VII CPC.
Inventário e partilha
O procedimento de inventário e a conseqüente partilha dos
bens estão disciplinados nos procedimentos especiais de
jurisdição contenciosa (arts. 610 a 673 do CPC).
Com a morte, cessa a existência da pessoa natural e, dessa
forma, inicia-se a sucessão de seus bens aos seus herdeiros
legítimos e testamentários (Art. 1.784: Aberta a sucessão, a
herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários do CCIVILIVIL). O inventário judicial será
obrigatório se houver testamento ou herdeiro incapaz e em
regra é requerido por quem tiver posse a administração dos
bens, devendo a inicial ser instruída com a certidão de óbito
(Art. 610 c/c Art. 615 e p.u.CPC) O Art. 616 do CPC
estabelece a legitimidade concorrente para requerer o
inventário.
Quando o patrimônio do autor da herança, também chamado
de cujus, constitui uma universalidade de bens, faz-se
necessário apurar todos os bens que o integram, os herdeiros
do finado para, ao final, ser realizada a partilhada entre eles,
ocorrendo a individualização do quinhão que caberá a cada
sucessor.
A administração e a representação do inventário cabe ao
inventariante, nomeado pelo juiz, que prestará compromisso
assinando o termo de inventariança, e apresentará as primeiras
e ultimas declarações dentre outros deveres, além de prestar
contas da sua gestão (Art. 617 e p.u. e Art. 618). A finalidade
do procedimento de inventário é arrecadar os bens e as dívidas
do falecido e dividi-los entre os seus sucessores. Na primeira
parte, toda a herança com todos os bens móveis e imóveis que
formam o acervo patrimonial do morto, incluindo até mesmo
as dívidas ativas e passivas e quaisquer outros direitos de
natureza patrimonial deverão ser arrecadados e
individualizados. Na segunda parte do procedimento a
atividade será desenvolvida para ultimar a divisão do acervo
entre os diversos sucessores, estabelecendo a partilha e
adjudicando a cada um deles um quinhão certo e definido
sobre os bens deixados pelo morto. Depois de apresentadas as
últimas declarações com a afirmação de inexistir outros bens,
qualquer interessado poderá argüir a sonegação de bens e
pedir incidentemente a remoção do inventariante, que será
intimado para se defender, correndo o incidente em apenso aos
autos do inventário. Se for removido, o juiz nomeará outro
inventariante ao qual deverão ser entregues os bens do espólio,
sob pena de busca e apreensão ou de imissão na posse e multa
de 3% sobre o valor dos bens inventariados. (Art. 621 c/c Art.
622; Art. 623 e p.u.; Art. 624 e p.u. e Art. 625 CPC).
Antes da partilha, poderão os credores requerer em petição
que será distribuída por dependência, o pagamento da dívidas
vencidas e exigíveis, provando por documento, ficando
habilitados no inventário se os herdeiros concordarem,
fazendo-se a separação do dinheiro ou na sua falta a separação
de bens suficientes que serão alienados para pagamento dos
credores, acaso não queiram adjudicá-los com a concordância
de todas as partes (Art. 642 e §§ 1º ; 2º ; 3º e 4º CPC). No caso
de existir donatários e se as dívidas aprovadas implicarem em
redução das liberalidades deverão ser intimados a se
manifestar (Art. 642 § 5º CPC). Situação semelhante se aplica
aos legatários , quando toda a herança for dividida em legados
ou quando o reconhecimento da dívida importar na sua
redução (Art. 645 CPC). Se a dívida líquida e certa não estiver
vencida, e houver concordância dos herdeiros, o juiz ordenará
a separação de bens para o futuro pagamento (Art. 644 e p.u.
CPC).
Não havendo concordância de todas as partes sobre o pedido
de pagamento do credor, e a impugnação não se fundar em
quitação, o juiz determinará sejam reservados bens suficientes
em poder do inventariante, remetendo o pedido e as partes às
vias ordinárias( Art. 643 e p.u. CPC).
Poderão, ainda, os herdeiros, antes da partilha, requerer o
exercício dos direitos de usar e fruir determinado bem, com a
condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a
sua cota, cabendo-lhe todos os bônus e onus do exercício
desse direito (Art. 647, p.u. CPC) Na partilha devem ser
observados basicamente três princípios: 1) principio da
máxima igualdade quanto ao valor, natureza e qualidade dos
bens; 2) prevenção de futuros litígios; 3) a máxima
comodidade dos co-herdeiros, do cônjuge ou companheiro
supérstites. O Esboço de partilha deverá destacar as dívidas
pagas; a meação do cônjuge ou companheiro; a meação
disponível e os quinhões dos herdeiros. Os bens indivisíveis
que não couberem na parte do cônjuge ou companheiro ou no
quinhão de um só herdeiro e não houver acordo entre todos de
serem partilhados em condomínio serão licitados entre os
interessados ou vendidos judicialmente e partilhado o valor
apurado (Art. 648 ; Art. 649 e 651 CPC). Se um dos
interessados for nascituro, o quinhão que lhe caberá será
reservado até o seu nascimento (Art. 650 CPC). Pago o
imposto de transmissão e apresentadas certidões negativas de
dívidas com a fazenda pública, o juiz julgará por sentença a
partilha, que poderá ser emendada, nos mesmos autos do
inventário, mesmo depois de transitada em julgado, quando
tenha havido erro de fato ou inexatidões materiais (Art. 654 e
Art. 656 CPC). Transitada em julgado, será expedido um
formal de partilha, com os requisitos formais, para cada
herdeiro para os fins de registro e comprovação da
propriedade adquirida. Não haverá necessidade da expedição
de formal de partilha, se o valor dos bens não exceder a 05
salários mínimos, o qual será substituído por certidão com a
transcrição da sentença de partilha transitada em julgado (Art.
655 CPC).
ATENÇÃO: A sentença que julga a partilha pode ser
rescindida em ação rescisória por dolo, ou coação, ou erro
essencial ou intervenção de incapaz, ou se feita com preterição
de formalidades legais ou se preteriu herdeiro ou incluiu quem
não seja, devendo ser proposta no prazo de 02 anos contados
da ultima decisão transitada em julgado (Art. 658 c/c Art. 966
e Art. 975 do CPC).
ATENÇÃO: Quando a partilha for amigável, seja por
instrumento público ou particular e for homologada pelo juiz
por sentença meramente homologatória e contiver os vícios do
dolo, ou coação, ou erro essencial ou intervenção de incapaz,
poderá ser anulada por ação comum anulatória no prazo de 01
ano contado o prazo, no caso de coação, do dia em que ela
cessou; no caso de erro ou dolo, do dia em que se realizou o
ato; quanto ao incapaz, do dia em que cessou a incapacidade
(Art. 657, p.u. c/c § 4º do Art 966 CPC).
Inventário por Arrolamento
Em casos especiais, quando todos os herdeiros forem maiores
e capazes, ou quando o valor dos bens do espólio for igual ou
inferior a 1.000 salários mínimos (Arrolamento comum), o
inventário poderá ser realizado por arrolamento, na forma
sumaria. No primeiro caso a partilha amigável celebrada entre
as partes capazes será homologada de plano pelo juiz e no
caso de herdeiro único a sentença será adjudicatória e uma vez
transitada em julgado a sentença de homologação de partilha
ou de adjudicação, será lavrado o formal de partilha ou a carta
de adjudicação, expedindo-se se for o caso os Alvarás para
levantamento de rendas e depósitos, acaso existentes,
procedendo-se à intimação do fisco para lançamento
administrativo do imposto de transmissão e de outros tributos
porventura incidentes (Art. 659 §§ 1º e 2º CPC).
A existência de credores do espólio não impedirá a
homologação da partilha ou da adjudicação, se forem
reservados bens suficientes para o pagamento da dívida, no
valor estimado pelas partes. Se houver divergência, os bens
deverão ser avaliados e o valor decidido pelo juiz (Art. 663 e
p.u.)
No arrolamento comum (valor dos bens igual ou inferior a
1.000 salários mínimos) caberá ao inventariante nomeado,
independentemente da assinatura do termo de compromisso
apresentar com as suas declarações os bens do espólio e
respectivo valor e o plano de partilha (Art. 664 CPC). Se
houver interesse de incapaz e o Ministério Público e todas as
partes estiveram de acordo, o inventário será processado por
esta forma (Art.665 do CPC).
Se qualquer das partes ou o Ministério Público impugnar a
estimativa dos valores atribuídos aos bens, o juiz nomeará
avaliador que oferecerá o laudo em 10 dias, decidindo em
seguida o juiz, em audiência que designar, a partilha, as
reclamações se houver, ordenando o pagamento das dívidas
não impugnadas, lavrando-se um só termo, assinado pelo juiz,
pelas partes ou seus advogados e pelo Ministério Público.
Provada a quitação dos tributos o juiz julgará a partilha (Art.
664 e §§ 1º; 2º; 3º; 4º e 5º).
Inventário extra-judicial
A Lei nº 11.441, de 04 de janeiro de 2007, permitiu que o
inventário pudesse ser efetivado também extrajudicialmente;
sendo indispensável que haja concordância entre todos os
interessados; não exista testamento nem interessado incapaz,
pois existindo qualquer litígio, testamento ou interessado
incapaz, o inventário necessariamente deve ser judicial (Art.
610 ou Art. 664 do CPC).
Sendo todos os herdeiros capazes e concordes o inventário e a
partilha poderão ser feitos por escritura pública, isto é,
extrajudicialmente, desde que todas as partes interessadas
estejam assistidas por advogado ou por defensor público (§§
1º e 2º do Art. 610 CPC)
Trata-se de um negócio jurídico solene, que possui forma
própria, ou seja, escritura pública lavrada por tabelião.
O Conselho Nacional de Justiça editou a Resolução nº 35, de
24 de abril de 2007, com o fim de disciplinar a aplicação da
Lei nº 11.441/07 (procedimento administrativo de inventário e
partilha) pelos serviços notariais e de registro.
A via extrajudicial para o inventário e a partilha é uma opção
dada aos sucessores, e não ma imposição da lei, de sorte que,
se os herdeiros preferirem, poderão se valer do procedimento
judicial estabelecido no CPC (CNJ, Resolução nº 35, Art. 2°:
É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou
extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a
suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via
judicial, para promoção da via extrajudicial.
Podem os interessados na abertura do inventário e
consequente partilha dos bens do de cujus, escolher o tabelião
não ficando este sujeito à regra de competência territorial do
CPC (CNJ, Resolução nº 35, Art. 1°: Para a lavratura dos
atos notariais de que trata a Lei nº 11.441/07, é livre a
escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de
competência do Processo CIVIL.). Tais regras são
estabelecidas no Art. 48 do CPC, priorizando a competência
da justiça brasileira para o inventário, a partilha, a
arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade,
a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para
todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro. Se o autor da herança não
possuía domicílio certo, é competente o foro de situação dos
bens imóveis; e havendo bens imóveis em foros diferentes,
qualquer destes; não havendo bens imóveis, o foro do local de
qualquer dos bens do espólio.
O processo de inventário e de partilha extrajudicial também
tem prazo para ser iniciado, devendo ser instaurado dentro de
2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão. A lei
processual CIVIL também estipula prazo para o seu término,
de 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar
esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte (Art. 611).
Dispensa de inventário
A Lei 6.858/1980 dispensa o inventário ou arrolamento
para o recebimento dos valores depositados no fundo de
garantia do tempo de serviço, fundo de participação PIS-
Pasep, bem como as restituições relativas ao imposto de renda
e outros tributos, os saldos bancários e de contas de cadernetas
de poupança e fundos de investimento de valor até 500
(quinhentas) ORTN (aproximadamente R$19.800,00) não
recebidos em vida pelos respectivos titulares, deverão serão
pagos aos seus sucessores, conforme a lei CIVIL, indicados no
Alvará judicial (Art. 1º e Art. 2º da Lei 6.858/1980). As
quotas atribuídas a menores ficarão depositadas em caderneta
de poupança, rendendo juros e correção monetária, e só serão
disponíveis após o menor completar 18 (dezoito) anos, salvo
autorização do juiz para aquisição de imóvel destinado à
residência do menor e de sua família ou para dispêndio
necessário à subsistência e educação do menor (Art. 1º § 1º da
Lei 6.858/1980 c/c Art. 725, VII) CPC.).
EMBARGOS DE TERCEIRO
Art. 674 a Art. 681 CPC; Art. 1.210 do CCIVIL

Os embargos de terceiro é ação inibitória a ser utilizada por


quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais
tenha direito incompatível com o ato constritivo, requerendo o
desfazimento ou sua inibição (Art. 674).
Assim, quando o pedido é acolhido, possui eficácia
desconstitutiva, ou como dizem alguns juristas, eficácia
constitutiva negativa.
Embargos podem ser opostos por terceiro proprietário,
inclusive fiduciário, ou possuidor (Art. 674,§1º). São, ainda,
considerados terceiros: a) o cônjuge ou companheiro, quando
defende a posse de bens próprios ou de sua meação,
ressalvado se o bem for indivisível a liberação da quota parte
pertencente ao cônjuge ou companheiro; b) o adquirente de
bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; c)
quem sofre constrição judicial de seus bens por força de
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente
não fez parte; d) e o credor com garantia real para obstar
expropriação judicial do objeto de direito real de garantia,
caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
expropriatórios respectivos (Art. 674 § 2º).
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) assentou na Súmula 134
que, embora intimado da penhora em imóvel do casal, o
cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para a
defesa de sua meação. E na Súmula 84 que é admissível a
oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de
posse advinda do compromisso de compra e venda de imóvel,
ainda que desprovido de registro.
O prazo para os embargos de terceiro é fixado no Art. 675 do
CPC, estabelecendo que os embargos podem ser opostos a
qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não
transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de
sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias
depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular
ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da
respectiva carta.
Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que
ordenou a constrição e autuados em apartado. Se a constrição
for realizada por carta precatória, os embargos deverão ser
oferecidos no juízo deprecado, salvo se o bem constrito foi
indicado pelo juízo deprecante ou se a carta precatória já tiver
sido devolvida, casos em que os embargos serão oferecidos no
juízo deprecante (Art. 676 e p.u. do CPC).
O embargante, na petição inicial, fará a prova sumária de sua
posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro,
oferecendo documentos e rol de testemunhas, podendo provar
a posse em audiência preliminar designada pelo juiz e se for
possuidor direto, além da sua posse pode alegar o domínio
alheio (Art. 677 e §§1º e 2º CPC). Se o embargado não tiver
procurador constituído nos autos a sua citação será pessoal
(Art. 677 e § 3º do CPC). O legitimado passivo nos embargos
de terceiro é o sujeito a quem o ato de constrição judicial
aproveita, assim como o será seu adversário no processo
principal quando for sua a indicação do bem para a constrição
judicial (Art. 677 e § 4º do CPC)
Reconhecendo o juiz que o domínio ou a posse estejam
suficientemente provados, determinará a suspensão das
medidas constritivas sobre os bens litigiosos, bem como a
manutenção ou reintegração provisória da posse, se o
embargante a tiver requerido. Se o embargante não for
hipossuficiente, o juiz poderá condicionar a ordem de
manutenção ou reintegração à prestação de caução (Art. 678 e
p.u. CPC).
O prazo para a impugnação do embargado será de 15 (quinze)
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum (Art. 679
CPC)
Se os embargos forem do credor com garantia real, o
embargado na sua impugnação somente poderá alegar que: 1).
o devedor comum é insolvente; 2). o título é nulo ou não
obriga a terceiro; 3). outra é a coisa dada em garantia.
O STJ firmou entendimento na Súmula 195 que: Em embargos
de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra
credores.
Acolhido o pedido formulado nos embargos, o ato de
constrição judicial indevida será cancelado, com o
reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da
reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante
(Art. 681 CPC). A sentença que extingue os embargos de
terceiro é impugnável por meio de apelação (Art. 1009 do
CPC).

OPOSIÇÃO
Art. 682 a Art. 686 CPC; Art. 1.228 do CCIVIL
A oposição é a ação cabível quando o terceiro pretender, total
ou parcialmente, a coisa ou o direito, que está sub judice em
um processo originário no qual litigam sobre ela autor e réu
(Art. 682 do CPC).
A ação de oposição deve ser proposta tanto contra o autor,
quanto do réu da ação originária, existindo assim
litisconsórcio passivo necessário, devendo ser proposta até a
prolação da sentença( Art. 682 CPC.
O autor na oposição (legitimado ativo) será denominado
opoente, e os sujeitos passivos serão denominados opostos,
que são as partes do processo originário.
A oposição – que preencherá no que couber os requisitos do
Art. 319 do CPC (petição inicial) – será distribuída por
dependência ao processo principal e admitido o processamento
da oposição, esta será apensada aos autos da ação principal e
tramitará simultaneamente a ela, sendo ambas as demandas
julgadas pela mesma sentença (Art. 683 e Art. 685 do CPC)
Se a oposição for proposta após o início da audiência de
instrução, o juiz suspenderá o curso do processo principal ao
fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade
da instrução atende melhor ao Princípio da Duração Razoável
do processo (Art. 685, p. u.).
Os opostos (autor e réu da ação principal) serão citados para
oferecerem contestação, no prazo comum de 15 dias (Art. 683,
p.u.).
Se um dos opostos reconhecer a procedência do pedido, contra
o outro prosseguirá o opoente (Art. 684 CPC).
Cabendo ao juiz decidir simultaneamente a ação originária e a
oposição, deve julgar em primeiro lugar a oposição (Art. 686
CPC).

HABILITAÇÃO
Art. 110; Art. 687 a Art. 692 CPC
A habilitação é o procedimento pelo qual os herdeiros ou
interessados substituem a parte que faleceu, estando em curso
o processo (Art. 687 CPC). A habilitação pode ser requerida
pela parte em relação aos sucessores do falecido, ou pelos
sucessores do falecido em relação à parte (Art. 688 CPC). A
habilitação será processada nos autos principais, na instancia
em que estiver, suspendendo-se, a partir de então o processo
(Art. 689 CPC). Citados pessoalmente se não tiverem
advogado nos autos. os requeridos deverão pronunciar-se no
prazo de 05 dias (Art. 690 e p.u. CPC). O juiz decidirá de
plano o pedido de habilitação, não havendo a necessidade de
dilação probatória diversa da documental. No caso de
necessidade de audiência de instrução, determinará a autuação
do pedido em apartado e designará dia para a audiência (Art.
691 CPC).
Transitada em julgado a sentença de habilitação, o processo
principal retomará o seu curso e cópia da sentença será juntada
aos autos principais (Art. 692 CPC).

AÇÕES DE FAMILIA
Art. 693 a Art. 699 CPC; Art. 1583; Art. 1.632; Art. 1.723
C.CIVIL
As “ações de família”, englobam os processos contenciosos de
divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união
estável, guarda, visitação e filiação. Relativamente à ação de
alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou
adolescente, a aplicação do CPC será subsidiária(Art. 693 e
p.u.).
Para a ação de alimentos aplicam-se as regras previstas na Lei
5.478/1968 (lei de alimentos).
Para as ações que versarem sobre o interesse de criança ou
adolescente as normas aplicáveis são as previstas na Lei
8.069/1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). O rol
previsto no Art. 693 é exemplificativo.
O Art. 694 ao prever que nas ações de família todos os
esforços serão empreendidos para a solução consensual da
controvérsia, o juiz deverá
dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de
conhecimento para a mediação e conciliação. As partes podem
requerer a suspensão do processo a fim de submeterem-se a
mediação extrajudicial ou atendimento multidisciplinar (Art.
694, p.u.). Neste caso o prazo será o que for necessário à
solução consensual. Se não houver, a requerimento de
qualquer das partes o processo retoma o curso.
Ao receber a petição inicial, o juiz determinará, se for o caso,
as providencias referentes à tutela provisória, ordenando o
comparecimento do réu à audiência de mediação e
conciliação. Essa audiência não pode ser dispensada pelas
partes (Art. 695).
O mandado de citação deverá conter apenas dados necessários
à audiência, sem a copia da petição inicial, ficando facultado
ao réu o direito de examiná-la a qual tempo (Art. 695 § 1º). A
citação deverá ocorrer com antecedência mínima de 15 dias
da data designada para a audiência (Art. 695 § 2º). A citação
deve ser feita na pessoa do réu (Art. 695 § 3º). As partes
deverão estar acompanhadas dos seus advogados ou
defensores públicos na audiência. (Art. 695 § 4º). O Art. 696
permite que a audiência de mediação e conciliação seja
dividida em tantas sessões quantas necessárias para viabilizar
a solução consensual, sem prejuízo de providências
jurisdicionais para evitar o perecimento do direito reforçando
o Código a valoração das formas consensuais de resolução de
conflito.
O Enunciado 187 do Fórum Permanente de Processualistas
Civis (FPPC), estabelece que “no emprego de esforços para a
solução consensual do litígio familiar, são vedadas iniciativas
de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem, assim como as de aconselhamento sobre o objeto
da causa”. Se o acordo não se realizar, o processo retoma o
seu curso e passarão a incidir as normas do procedimento
comum, observado o Art. 335 (Art. 697).
A intervenção do Ministério Público nas ações de família
limita-se a atuar como fiscal da ordem jurídica se houver
interesse de incapaz, , devendo neste caso ser ouvido
previamente à homologação de acordo (Art. 698).
Se o processo envolver discussão sobre fato relacionado a
abuso ou a alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento
do incapaz, deverá estar acompanhado por especialista (Art.
699). A Recomendação 33/2010 do CNJ aconselha a
realização de depoimento pessoal especial, que deverá ser
realizado em ambiente separado da sala de audiências, com a
participação de profissional especializado, devendo estar os
participantes do ato capacitados para o emprego de técnica do
depoimento pessoal, usando os princípios básicos da entrevista
cognitiva, também chamada de depoimento sem dano.

AÇÃO MONITÓRIA
Art. 700 a Art. 702 CPC
Na vigência das Ordenações do Reino, a ação monitória era
conhecida por “Assinação de 10 dias”.
Costuma a doutrina afirmar que a característica principal do
procedimento monitório é a oportunidade concedida ao credor
de, munido de uma prova literal representativa de seu crédito
sem força executiva, obter com a sua utilização de um título
executivo. Assim, aquele que possui uma prova documental de
um crédito, desprovida de eficácia executiva, pode ingressar
com a demanda monitória para a obtenção de um título
executivo e o cumprimento forçado da obrigação pelo
devedor.
Trata-se, portanto, de uma espécie de tutela diferenciada, que
por meio da adoção de técnica de cognição sumária (para a
concessão do mandado monitório) e do contraditório diferido
(permitindo decisão antes da oitiva do réu), busca facilitar em
termos procedimentais a obtenção de um título executivo
quando o credor tiver prova suficiente para convencer o juiz
da provável existência de seu direito.
Assim, devem ser consideradas as seguintes situações:
(1ª) havendo título executivo, será adequado o processo de
execução e não a ação monitória;
(2ª) não havendo título executivo, mas existindo uma prova
literal e suficiente para convencer o juiz da probabilidade do
direito, será adequada a ação monitória.
(3ª) não havendo título executivo nem prova literal, o credor
deverá propor ação pelo procedimento comum com pedido
condenatório.
A propositura de ação monitória é mera faculdade, porque o
autor pode livremente optar por cobrar sua dívida por meio de
ação de conhecimento pelo rito comum. Optando pela ação
monitória, será observado previsto nos Arts. 700 a 702 do
CPC.
Natureza jurídica
Há entendimentos doutrinários variados a respeito da natureza
jurídica da tutela monitória. O CPC estabelece um
procedimento cognitivo diferenciado, sendo irrelevante para
fins práticos, determinar se tais particularidades
procedimentais são suficientes ou não para a criação de uma
nova espécie de tutela.
A existência de uma prova escrita, sem eficácia de título
executivo e limitada às obrigações de pagamento em soma de
dinheiro, entrega de coisa (fungível ou infungível) ou de bem
(móvel ou imóvel) e adimplemento de obrigação de fazer ou
de não fazer permite a utilização da Ação Monitória.
O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no
sentido de não existir um modelo predefinido dessa prova
escrita, bastando que seja hábil a convencer o juiz da
existência da dívida e editou, ainda, a Súmula 299, segundo a
qual é admissível a ação monitória fundada em cheque
prescrito (AgRg no REsp 399.915-SP).
A prova escrita exigida pelo dispositivo legal é a prova
documental que deverá instruir a petição inicial.
Significa dizer que qualquer espécie de prova, desde que
esteja documentada, pode servir para a instrução da petição
inicial, como ocorre com a prova testemunhal ou pericial
produzida em outro processo também denominada prova
emprestada.
O Art. 700, § 1º, do CPC, expressamente permite que a prova
escrita seja uma prova oral documentada, produzida
antecipadamente nos termos do Art. 381 do CPC.
Além de uma prova documentada por escrito, se exige que a
prova literal indique o quantum debeatur nas obrigações de
pagar quantia, permitindo-se que dois ou mais documentos
apontem com exclusividade o an debeatur e o quantum
debeatur.
Não é possível definir a priori qual é a prova literal exigida
pelo caput do Documentos que não preenchem todos os
requisitos formais para serem considerados títulos executivos,
como o contrato sem a assinatura de duas testemunhas, a
duplicata ou triplicata sem o aceite ou, ainda, o contrato de
abertura de crédito em conta-corrente acompanhado do
demonstrativo de débito são hábeis para o uso da ação
monitória. M Servem também a nota fiscal acompanhada de
prova de recebimento da mercadoria ou da prestação de
serviço .
Na hipótese de ação monitória em face do emitente de cheque
sem força executiva, o prazo prescricional é de cinco anos, a
contar da data de emissão. Também é de cinco anos o prazo
prescricional da ação monitória proposta em face de emitente
de nota promissória, tendo nesse caso como o termo inicial do
prazo o dia seguinte ao vencimento do título.
AÇÃO MONITÓRIA E A FAZENDA PÚBLICA
Art. 700, § 6º; Art. 701§ 4º CPC
A Fazenda Pública é legitimada ativa para a propositura de
ação monitória, para a entrega de coisa móvel e os créditos
pecuniários não fiscais. A Fazenda Pública é também
legitimada passiva para responder à ação monitória.
Se a Fazenda Pública, na qualidade de ré, não apresentar os
embargos à ação monitória (Art. 702 CPC), o juízo proferirá
sentença, sujeita ao duplo grau de jurisdição e uma vez
transitada em julgado será observado o procedimento do
cumprimento da sentença contra a Fazenda Pública (Art. 701,
§4º c/c Art. 496 caput e §3º e Art. 534 e Art. 535 CPC)
Procedimento
A petição inicial segue os termos dos Arts. 319 e 320 do CPC.
Cabe ao autor, na petição inicial, explicitar, conforme o caso:
(I) a importância devida, instruindo-a com memória de
cálculo; (II) o valor atual da coisa reclamada; (III) o conteúdo
patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido
. O valor de causa (Art. 700, §§ 2.º e 3.º CPC ) No tocante à
causa de pedir o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça, defende ser dispensável a alegação fática que
fundamenta o direito alegado pelo autor com base no
contraditório diferido. Em cheque prescrito, por exemplo, para
o Tribunal não há necessidade de descrição da causa debendi.
Havendo dúvida quanto à idoneidade da prova documental
apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo,
emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento
comum (§ 5º do Art. 700 do CPC).
O juiz poderá indeferir a petição inicial, nos termos do Art.
330 do CPC, ou quando não atender às exigências dos incisos
do § 2° do Art. 700 do CPC. O indeferimento se dá por meio
de sentença recorrível por apelação (Art. 1.009)
Sendo evidente o direito do autor, caberá ao juiz o deferimento
de plano de expedição do mandado monitório (Art. 701 CPC).
No procedimento monitório há cognição sumária,
consubstanciada no convencimento de que há verossimilhança
nas alegações do autor. Ao receber a petição inicial monitória,
e antes de expedir o mandado monitório, o juízo irá analisar o
conjunto probatório e os argumentos usados pelo autor em sua
inicial decidindo sobre a adequação da prova trazida na inicial
à pretensão monitória (Art. 700 e § 1º, CPC).
Expedido o mandado monitório, o réu será citado para integrar
o processo e tomar conhecimento da existência e teor da
demanda contra ele proposta, bem como intimado para a
interposição de embargos ao mandado monitório no prazo de
15 dias. Todas as formas de citação são admitidas, inclusive as
formas de citação ficta (hora certa e edital nesse sentido a
Súmula 282 do STJ Cabe a citação por edital na ação
monitória (Art.700, § 7º, do CPC).
Atitudes do réu
Realizada a citação, o réu poderá adotar no prazo de 15 dias
uma dentre três possíveis posturas: (a) satisfazer a obrigação;
(b) não reagir;
(c) ingressar com embargos ao mandado monitório.
Se pagar, em cumprimento do mandado no prazo legal, o réu
ficará isento do pagamento das custas processuais (Art. 701, §
1º, do CPC), mas os honorários advocatícios deverão ser
pagos no equivalente a 5% do valor da causa (Art. 701CPC).
A omissão do réu em apresentar tempestivamente os embargos
ao mandado monitório ou a falta de pagamento faz com que o
mandado se converta de pleno direito em título executivo
judicial.( Art. 701, § 2º, CPC).
O procedimento monitório admite a reconvenção, podendo o
réu reconvir mesmo sem embargar (Art. 702, § 6º, c/c Art.
343, § 6º, CPC).
A reconvenção não impedirá a constituição do título, em razão
da ausência de defesa pela via dos embargos.
Os embargos ao mandado monitório deverão ser oferecidos no
prazo de 15 dias, independentemente de garantia do juízo (Art.
702 c/c Art. 701 do CPC). Pode, ainda o réu no seu prazo de
resposta formular o pedido de pagamento parcelado do débito
( Art. 701, § 5º, c/c Art. 916 CPC). Assim, neste caso a
apresentação dos embargos será incompatível com o ato do
parcelamento.
Oferecidos os embargos, se o embargante afirmar que o autor
pleiteia quantia superior à devida, deverá declarar o valor que
entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e
atualizado da dívida (Art. 702, § 2º). Se não cumprir a
determinação legal, os embargos serão liminarmente rejeitados
se for o único fundamento; se houver outros fundamentos os
embargos serão processados, mas a questão do excesso não
será apreciada (Art. 702, § 3º). Os embargos suspendem a
eficácia da decisão mandamental até o julgamento em
primeiro grau (Art. 702, § 4º). O Autor da monitória será
intimado para responder os embargos no prazo de 15 dias (Art.
702, § 5º). A critério do juiz, os embargos serão autuados em
apartado, e se forem parciais, o título executivo judicial ficará
plenamente constituído em relação à parcela incontroversa
(Art. 702, § 7º).
Se os embargos forem rejeitados, o título executivo judicial
ficará plenamente constituído, prosseguindo o feito na forma
do cumprimento de sentença (Art. 702, § 8º). Da sentença
proferida nos embargos cabe o recurso de apelação(Art. 702, §
9º). Se o réu apresentar os embargos de má-fé, será condenado
ao pagamento de multa de até 10% sobre o valor da causa, em
favor do autor(Art. 702, § 11º). Se o autor propuser de má-fé a
ação monitória, será condenado ao pagamento de multa de até
10% sobre o valor da causa, em favor do réu(Art. 702, § 10º).

HOMOLOGAÇÃO DO PENHOR LEGAL


Art. 703 a Art. 706 CPC e- Art. 1.467 a Art. 1.472 a Art.
1.472 do C.CIVIL
Os donos de hospedagem, pousadas e fornecedores de
alimentos são credores pignoratícios sobre as bagagens, jóias,
móveis ou dinheiro dos seus fregueses ou consumidores pelas
despesas ou consumo que tiverem feito. Igual direito cabe ao
locador sobre os bens móveis que o rendeiro ou inquilino tiver
guarnecendo o mesmo prédio. É o chamado penhor legal Art.
1.472 do (C.CIVIL)
A homologação do penhor legal pode ser judicial ou extra-
judicial, devendo, neste caso o notário encaminhar o
procedimento para homologação judicial (Art. 703 §§2º e
3º CPC)
Estando na posse da coisa, o credor ao requerer a
homologação judicial do penhor, deverá instruir a petição
inicial com os documentos necessários, tais como o contrato
de locação, a conta pormenorizada das despesas, a tabela dos
preços e a relação dos objetos retidos, requerendo a citação do
devedor para pagar ou contestar na audiência preliminar que
for designada (Art. 703, §1º CPC). Se for escolhida a via
extra-judicial, a petição será dirigida ao notário da confiança
do credor que promoverá a notificação do devedor para pagar
no prazo de 05 dias ou impugnar por escrito a cobrança.
Havendo impugnação ou não o notário encaminhará o
procedimento para a homologação judicial ou não (Art. 703,
§§2º; 3º e 4º CPC). Na sua defesa o devedor somente pode
alegar: a) nulidade do processo; b) extinção da obrigação; c)
não estar a dívida nem os bens sujeitos a penhor legal; d)
recusa do credor em aceitar caução idônea (Art. 704 CPC). A
partir da audiência, o procedimento será o comum (Art. 705
CPC). Homologado judicialmente o penhor a posse do credor
sobre o objeto ficará consolidada. Se for negada, o objeto será
devolvido ao réu, ressalvado o direito do credor de cobrar a
dívida pelas via ordinárias se a alegação de extinção da dívida
não for acolhida. Contra a sentença caberá apelação, podendo
o relator, na pendência do recurso determinar que a coisa fique
em poder do autor ou seja depositada (Art. 706§§ 1º e 2º
CPC).

REGULAÇÃO DE AVARIA GROSSA


CPC Art. 707 a 711; C.COMERCIAL Art. 761 a 772 ; (Lei
nº 556 de 05 de junho de 25 de junho de 1850), Lei Nº
2.180/1954 Tribunal Marítimo; Lei nº 9.432/1997(Dispõe
sobre o transporte aquaviário); Lei 9.537/97 (Dispõe sobre
a ordenação do transporte aquaviário); - Decreto-Lei nº
116/1967 (Dispõe sobre a responsabilidade, falta e avarias
no transporte por água).
A avaria grossa é uma espécie de dano que ocorre ao navio
ou à sua carga e deve ser reparada proporcionalmente entre
todos os interessados. O encarregado de apurar a avaria grossa
é o perito regulador de avarias. Geralmente a sua escolha
consta da chamada carta e partida e se não constar e nem
houver consenso, aplica-se para a sua escolha este
procedimento especial.
Considerações gerais sobre as avarias:
O Código Comercial considera avarias todas as despesas
extraordinárias feitas a bem do navio ou da carga, conjunta ou
separadamente, e todos os danos acontecidos àquele ou a esta,
desde o embarque e partida até a sua volta e desembarque.(
Art. 761, C.Comercial) . Se não houver convenção especial
entre as partes exarada na carta partida ou no conhecimento,
aplicam-se às avarias as disposições C. Comercial ( Art. 762
C.Comercial).
As avarias são de duas espécies: avarias grossas ou
comuns, e avarias simples ou particulares. A importância das
primeiras é a repartida proporcional entre o navio, seu frete e
a carga; e a das segundas é suportada, ou só pelo navio, ou só
pela coisa que sofreu o dano ou deu causa à despesa. (Art. 763
C.Comercial).
São avarias grossas: 1 - Tudo o que se dá ao inimigo,
corsário ou pirata por composição ou a título de resgate do
navio e fazendas, conjunta ou separadamente; 2 - As coisas
alijadas para salvação comum; 3 - Os cabos, mastros, velas e
outros quaisquer aparelhos deliberadamente cortados, ou
partidos por força de vela para salvação do navio e carga; 4 -
As âncoras, amarras e quaisquer outras coisas abandonadas
para salvamento ou benefício comum; 5 - Os danos causados
pelo alijamento às fazendas restantes a bordo; 6 - Os danos
feitos deliberantemente ao navio para facilitar a evacuação
d'água e os danos acontecidos por esta ocasião à carga; 7 - O
tratamento, curativo, sustento e indenizações da gente da
tripulação ferida ou mutilada defendendo o navio; 8 - A
indenização ou resgate da gente da tripulação mandada ao mar
ou à terra em serviço do navio e da carga, e nessa ocasião
aprisionada ou retida; 9 - As soldadas e sustento da tripulação
durante arribada forçada; 10 - Os direitos de pilotagem, e
outros de entrada e saída num porto de arribada forçada; 11 -
Os aluguéis de armazéns em que se depositem, em, porto de
arribada forçada, as fazendas que não puderem continuar a
bordo durante o conserto do navio; 12 - As despesas da
reclamação do navio e carga feitas conjuntamente pelo capitão
numa só instância, e o sustento e soldadas da gente da
tripulação durante a mesma reclamação, uma vez que o navio
e carga sejam relaxados e restituídos; 13 - Os gastos de
descarga, e salários para aliviar o navio e entrar numa barra ou
porto, quando o navio é obrigado a fazê-lo por borrasca, ou
perseguição de inimigo, e os danos acontecidos às fazendas
pela descarga e recarga do navio em perigo; 14 - Os danos
acontecidos ao corpo e quilha do navio, que premeditadamente
se faz varar para prevenir perda total, ou presa do inimigo; 15
- As despesas feitas para pôr a nado o navio encalhado, e toda
a recompensa por serviços extraordinários feitos para prevenir
a sua perda total, ou presa; 16 - As perdas ou danos
sobrevindos às fazendas carregadas em barcas ou lanchas, em
conseqüência de perigo; 17 - As soldadas e sustento da
tripulação, se o navio depois da viagem começada é obrigado
a suspendê-la por ordem de potência estrangeira, ou por
superveniência de guerra; e isto por todo o tempo que o navio
e carga forem impedidos; 18 - O prêmio do empréstimo a
risco, tomado para fazer face a despesas que devam entrar na
regra de avaria grossa; 19 - O prêmio do seguro das despesas
de avaria grossa, e as perdas sofridas na venda da parte da
carga no porto de arribada forçada para fazer face às mesmas
despesas; 20 - As custas judiciais para regular as avarias, e
fazer a repartição das avarias grossas; 21 - As despesas de uma
quarentena extraordinária e em geral, os danos causados
deliberadamente em caso de perigo ou desastre imprevisto, e
sofridos como conseqüência imediata destes eventos, bem
como as despesas feitas em iguais circunstâncias, depois de
deliberações motivadas (artigo nº. 509), em bem e salvamento
comum do navio e mercadorias, desde a sua carga e partida até
o seu retorno e descarga. (Art. 764 C.Comercial).-
As avarias simples, posto que feitas voluntariamente e por
deliberações motivadas para o bem do navio e carga, as
despesas causadas por vício interno do navio, ou por falta ou
negligência do capitão ou da gente da tripulação ficam a cargo
do capitão ou do navio (artigo nº. 565) (Art. 765
C.Comercial). Quando for indispensável lançar-se ao mar
alguma parte da carga, deve começar-se pelas mercadorias e
efeitos que estiverem em cima do convés; depois serão
alijadas as mais pesadas e de menos valor, e dada igualdade,
as que estiverem na coberta e mais à mão; fazendo-se toda a
diligência possível para tomar nota das marcas e números dos
volumes alijados (Art. 769 C.Comercial).
São avaria simples e particulares: 1 - O dano acontecido às
fazendas por borrasca, presa, naufrágio, ou encalhe fortuito,
durante a viagem, e as despesas feitas para as salvar; 2 - A
perda de cabos, amarras, âncoras, velas e mastros, causada por
borrasca ou outro acidente do mar; 3 - As despesas de
reclamação, sendo o navio e fazendas reclamadas
separadamente ; 4 - O conserto particular de vasilhas, e as
despesas feitas para conservar os efeitos avariados; 5 - O
aumento de frete e despesa de carga e descarga; quando
declarado o navio inavegável, as fazendas são levadas ao lugar
do destino por um ou mais navios (artigo nº. 614). Em geral,
as despesas feita; e o dano sofrido só pelo navio, ou só pela
carga, durante o tempo dos riscos. (Art. 766 C.Comercial).
Se em razão de baixios ou bancos de areia conhecidos o
navio não puder dar à vela do lugar da partida com a carga
inteira, nem chegar ao lugar do destino sem descarregar parte
da carga em barcas, as despesas feitas para aligeirar o navio
não são reputadas avarias, e correm por conta do navio
somente, não havendo na carta-partida ou nos conhecimentos
estipulação em contrário. (Art. 767 C.Comercial). A lei não
considera avarias, mas simples despesas a cargo do navio, as
despesas de pilotagem da costa e barras, e outras feitas por
entrada e saída de obras ou rios; nem os direitos de licenças,
visitas, tonelagem, marcas, ancoragem, e outros impostos de
navegação (Art. 768 C.Comercial).
Quem tem legitimidade par definir a existência da avaria
grossa e o valor dos prejuízos é o Regulador de Avarias, Por
isso, não é incomum as partes não concordarem com a escolha
de um regulador, impondo a presença do juiz para designar
alguém de sua confiança e presumidamente qualificado e
idôneo para presidir os trabalhos de regulação.
O artigo 8º do DL nº 116/67 dispõe que prescrevem ao fim de
um ano, contado da data do término da descarga do navio
transportador, as ações por extravio de carga, bem como as
ações por falta de conteúdo, diminuição, perdas e avarias ou
danos à carga. O prazo prescricional de um ano somente
poderá ser interrompido mediante protesto judicial (Art. 796, §
2º) e pelo despacho do juiz que ordena a citação (Art. 240, § 1º
do CPC e Art. 202, inc. I do Código CIVIL).
Se o armador (- Armador - pessoa física ou jurídica que, em
seu nome e sob sua responsabilidade, apresta a embarcação
com fins comerciais, pondo-a ou não a navegar por sua conta
(Lei 9.537/97, Art. 2º, III) não promover a regulação da
avaria, ou se não houver consenso acerca da nomeação de um
regulador, qualquer parte interessada poderá fazê-lo mediante
o ajuizamento da ação de regulação de avaria grossa, tendo
legitimidade ativa (RE nº 57591/SP, Min. AMARAL
SANTOS, Primeira Turma, DJ 09/05/1969).
Procedimento:
Recebida a petição o juiz ordenará a citação dos demais
interessados e nomeará um regulador de avarias de notório
conhecimento, que como visto é um técnico que exerce uma
função similar ao do perito (Art. 711 do CPC/2015). O foro
competente é o da seção judiciária federal (Art. 109 da CF e
súmula nº 504- Compete à justiça federal em ambas as
instancias o processo e o julgamento das causas fundadas em
contrato de seguro marítimo- do STF) ou da comarca do
primeiro porto onde o navio houver chegado, pois em se
tratando de reparação de danos é aplicável a regra do lugar
onde se puder apurar os fatos. Trata-se de competência
territorial. O objeto da ação de regulação de avaria grossa é a
determinação do montante das avarias grossas e a fixação da
contribuição das partes interessadas.
Quanto a competência para o julgamento da ação de regulação
de avaria grossa, deve-se destacar que o comércio marítimo se
desenvolve em nível internacional, podendo as partes
contratantes estipular em convenção especial, exarada na carta
partida ou no conhecimento, que as avarias serão reguladas
por normas internacionais (Art. 762 do CCIVIL). Neste caso,
poderá haver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro
em contrato internacional, afastando a competência
internacional concorrente (Art. 21, inc. III, e 25 do CPC/2015)
do foro da comarca do primeiro porto onde a embarcação tiver
chegado (Art. 707 do CPC/2015). De qualquer forma, o
Superior Tribunal de Justiça tem entendimento de que a
cláusula de eleição de foro estrangeiro é válida exceto quando
a lide envolver interesses públicos. Nestes casos, a demanda
pode ser proposta no Brasil mesmo quando o contrato
internacional contiver cláusula de eleição de foro estrangeiro,
nas hipóteses de competência internacional concorrente
(precedentes: REsp nº 1168547/RJ, 4ª Turma, Min. Luis
Felipe Salomão, DJe 07/02/2011; REsp n 1177915/RJ, 3ª
Turma, Min. Vasco Della Giustina, DJe 24/08/2010).
O Código de Processo CIVIL dispõe que se aplicam aos
procedimentos especiais as normas do procedimento comum
(Art. 318 do CPC/318), devendo a petição inicial da ação de
regulação de avaria grossa conter os requisitos do artigo 319
do Código, como:
1) a indicação da seção judiciária, no caso de competência da
justiça federal em razão de interesse da União (Art. 109 da
CF), ou o foro da comarca do primeiro porto onde navio
houver chegado, pois o Código Comercial determina que as
diligências, exames e vistorias sobre o casco do navio e seus
pertences devem ser praticadas antes de dar-se início ao seu
concerto, nos casos em que este possa ter lugar (Art. 772); 2) a
qualificação das partes legitimadas, que são as partes
interessadas na regulação das avarias grossas, como as pessoas
que fazem parte do contrato de fretamento marítimo, o
proprietário e armador da embarcação, o dono da carga, o
capitão da embarcação. Deve ser demonstrado o interesse e a
legitimidade para a causa, em razão da necessidade do
processo para a resolução da regulação de avarias (Art. 17 do
CPC/2015); 3) o fato e os fundamentos jurídicos do pedido,
que são os danos ocasionados por casos fortuitos ou atos
voluntários praticados pelas partes integrantes do contrato de
transporte marítimo, com a conseqüente responsabilidade pelo
ressarcimento dos danos; 4) o pedido de apuração das avarias
grossas com a sua regular liquidação e a condenação do
responsável pelo pagamento dos danos acarretados a carga ou
a embarcação; 5) o valor da causa que é o valor das avarias; 6)
as provas suficientes para demonstrar a existência das avarias;
7) ser instruída com os documentos indispensáveis para a
propositura da ação (Art. 320 do CPC/2015), como os que
comprovem o contrato de fretamento marítimo, a carta-partida
e o conhecimento de embarque, o recibo de entrega da
mercadoria (Art. 1º do DL nº 116/67).
Quando houver decisão do Tribunal Marítimo quanto à
matéria tratada na ação de regulação de avaria grossa, esta tem
valor probatório e deve ser juntada aos autos da ação judicial.
Isto porque, compete ao Tribunal Marítimo, órgão auxiliar do
Poder Judiciário (Art. 1º da lei nº 2.180/54), julgar os
acidentes da navegação, nele incluídos as avarias (Art. 13, inc.
I e Art. 14, al. b da lei nº 2.180/54), definindo-lhes a natureza
e determinando-lhes as causas, circunstâncias e extensão e
indicando os responsáveis cujas condutas foram apuradas
mediante investigação em inquérito (Art. 17 da lei nº
2.180/54). Evidentemente que a decisão do Tribunal Marítimo
não vincula o juiz, mas serve de elemento de prova para a
formação do seu convencimento.
O regulador nomeado judicialmente deverá declarar
justificadamente se os danos são passíveis de rateio na forma
de avaria grossa e exigirá das partes envolvidas a apresentação
de garantias idôneas para que possam ser liberadas as cargas
aos donos/consignatários (Art. 708 CPC). A parte que não
concordar com o regulador quanto à declaração de abertura da
avaria grossa deverá justificar suas razões ao juiz, que decidirá
no prazo de 10 (dez) dias(Art. 708 § 1º CPC). Se o
consignatário da carga não apresentar garantia idônea a
critério do regulador, este fixará o valor da contribuição
provisória com base nos fatos narrados e nos documentos que
instruírem a petição inicial, que deverá ser caucionado sob a
forma de depósito judicial ou de garantia bancária (Art. 708 §
2º CPC). Recusando-se o consignatário a prestar caução, o
regulador requererá ao juiz a alienação judicial de sua carga na
forma dos artigos 879 a 903 – alienação por iniciativa
particular ou em leilão judicial eletrônico ou presencial- do
CPC (Art. 708 § 3º CPC).. É permitido o levantamento, por
alvará, das quantias necessárias ao pagamento das despesas da
alienação a serem arcadas pelo consignatário, mantendo-se o
saldo remanescente em depósito judicial até o encerramento
da regulação (Art. 708 § 4º CPC).
Nos termos do artigo 7º do DL nº 116/67 o armador tem o
direito de retenção sobre as mercadorias nos armazéns, até ver
liquidado o frete devido ou o pagamento da contribuição por
avaria grossa declarada. Ou seja, não sendo efetuado o
pagamento da contribuição por avaria grossa declarada, a
carga poderá ser retida pelo armador.
Conforme determina o Código Comercial (Art. 772) para que
o dano sofrido possa ser considerado avaria é necessário que o
regulador declare o que causou o dano, a parte da carga que se
acha avariada com indicação da marca, número e volume, e o
valor dos objetos avariados e quanto custará o conserto ou
reposição do navio ou seus pertences. A estimativa do preço
para o cálculo da avaria será feita sobre a diferença entre o
valor das mercadorias não avariadas e o das avariadas, no
tempo da entrega (Art. 773 do CCIVILom).
As partes deverão apresentar nos autos os documentos
necessários à regulação da avaria grossa em prazo razoável a
ser fixado pelo regulador (Art. 709CPC).
O regulador tem o prazo de até 12 (doze) meses para
apresentar o regulamento da avaria grossa, contado da data da
entrega dos documentos necessários à regulação pelas partes,
podendo este prazo ser estendido a critério do juiz (Art. 710
CPC). Oferecido o regulamento da avaria grossa, o juiz
concederá vista dele as partes pelo prazo comum de 15
(quinze) dias, e, não havendo impugnação, o regulamento será
homologado por sentença (Art. 710 §1º CPC). Havendo
impugnação ao regulamento, o juiz decidirá no prazo de 10
(dez) dias, após a oitiva do regulador (Art. 710 §1º CPC).
O regulador tem o dever de cumprir o encargo no prazo que
lhe assinalar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo
escusar-se do encargo alegando motivo legítimo (Art. 157 do
CPC/2015). A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze)
dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento
supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la. O
regulador que, por dolo ou culpa, prestar informações
inverídicas responderá pelos prejuízos que causar às partes,
independentemente das demais sanções previstas em lei (Art.
158 do CPC/2015).
O laudo-regulamento deve conter a regulação, a repartição e o
rateio das avarias grossas, apuradas mediante diligências,
exames e vistorias, e obedecendo as normas do Código
Comercial ou as normas internacionais aplicáveis por força de
convenção especial firmada pelas partes na carta partida ou no
conhecimento de embarque (Art. 762 do CCIVILom). Deste
modo, o regulamento contém a classificação das avarias, o
montante delas e a fixação do valor de contribuição dos
interessados.
A sentença que homologar o regulamento da avaria grossa,
também condenará cada um dos interessados ao pagamento do
respectivo valor contribuinte, começando a produzir efeitos
imediatamente após a sua publicação, não estando sujeita ao
efeito suspensivo do recurso de apelação (Art. 793 do
CCIVILom c/c Art. 1.012, § 1º do CPC).

RESTAURAÇÃO DE AUTOS
Art. 712 a Art. 718 CPC
Denomina-se restauração de autos o procedimento especial de
jurisdição contenciosa destinado a refazer os autos do
processo, eletrônicos ou não, quando extraviados ou
destruídos.
O procedimento será desnecessário se houver autos
suplementares, pois, neles que prosseguirá o processo (Art.
712 p.u. CPC).
Qualquer das partes, o Ministério Público ou até mesmo o
magistrado, de ofício, tem legitimidade para dar início ao
procedimento (Art. 712 CPC).
A reconstrução tem que levar em conta o que ocorreu no
processo até o momento em que se deu o desaparecimento e,
por essa razão,
a petição inicial deve as informações e os documentos
porventura
existentes a seu respeito, tais como certidões e cópias de
petições, além de outros documentos que facilitem ou
viabilizem a restauração (Art. 713 CPC). A parte contrária
será citada para, 05 dias, contestar o pedido e exibir as cópias
e reproduções dos atos processuais que tiver consigo (Art. 713
CPC). Pode acontecer de o réu não se opor ao pedido,
hipótese em que será lavrado auto que, assinado pelas partes e
homologado pelo magistrado, suprirá os autos desaparecidos
(Art. 714, § 1º CPC). Se o réu não contestar ou for parcial sua
concordância com o pedido, deverá ser observado o
procedimento comum (Art. 714, § 2º CPC).
Se a perda dos autos deu-se após a produção das provas em
audiência, elas serão repetidas, de preferência com a oitiva das
mesmas testemunhas e na impossibilidade poderão ser
substituídas de oficio ou a requerimento, e se não houver
certidão ou cópia do laudo pericial,far-se-á nova perícia sendo
possível pelo mesmo perito; se não houver certidão de
documentos, esses serão reconstruídos mediante cópias ou
outro meio(Art. 715, §§ 1º, 2º e 3º CPC).
Os serventuários e auxiliares da justiça não podem eximir-se
de depor como testemunhas a respeito de atos que tenham
praticado ou assistido (Art. 715, § 4º CPC). Se o juiz houver
proferido sentença d qual ele próprio ou o escrivão possua
cópia, esta será juntada aos autos e terá a mesma autoridade da
original (Art. 715, § 5º CPC).
Realizadas as provas que se fizerem necessárias, o magistrado
julgará a restauração, seguindo-se o processo em seus
ulteriores termos (Art. 716 CPC). Na decisão respectiva, deve
ser responsabilizado quem deu causa ao desaparecimento dos
autos, pelas custas e pelos honorários advocatícios, sem
prejuízo da responsabilidade CIVIL, penal ou profissional que
incorrer (Art. 718 CPC). Se os autos originais aparecerem,
neles passarão a ser praticados os autos processuais, sendo
apensados os da restauração (Art. 716, p. u. CPC).
Se o desaparecimento dos autos tiver ocorrido no tribunal, o
processo será distribuído sempre que possível ao relator do
processo, restaurando-se no juízo de origem os atos nele
realizados e após completar-se-á a restauração no tribunal,
procedendo ao julgamento (Art. 717 §§ 1º e 2º CPC).

AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRA JUDICIAL


Embora não conste expressamente do rol dos procedimentos
especiais de jurisdição contenciosa a ação de usucapião, o
CPC fez, por força do Art. 1.071, alteração na lei de Registros
Públicos (LRP), Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973,
introduzindo o Art. 216-A, que contempla, sem prejuízo do
procedimento judicial, o pedido de usucapião pela via
extrajudicial, sendo o pedido processado diretamente perante o
cartório do registro de imóveis da comarca em que estiver
situado o imóvel usucapiendo, em procedimento requerido
pelo interessado, representado por advogado. O requerimento
será instruído com: - ata notarial lavrada pelo tabelião,
atestando o tempo de posse do requerente e seus antecessores,
conforme o caso e suas circunstâncias; - planta e memorial
descritivo assinado por profissional legalmente habilitado,
com prova de anotação de responsabilidade técnica no
respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos
titulares de direitos reais e de outros direitos registrados ou
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula
dos imóveis confinantes; - certidões negativas dos
distribuidores da comarca da situação do imóvel e do
domicílio do requerente; - justo título ou quaisquer outros
documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a
natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos
impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel.
O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o
prazo da prenotação até o acolhimento ou a rejeição do pedido
( Art. 216-A § 1º LRP). Se a planta não contiver a assinatura
de qualquer um dos titulares de direitos reais e de outros
direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, esse será
notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo
correio com aviso de recebimento, para manifestar seu
consentimento expresso em 15 (quinze) dias, interpretado o
seu silêncio como discordância( Art. 216-A § 2º LRP). O
oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado,
ao Distrito Federal e ao Município, pessoalmente, por
intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou
pelo correio com aviso de recebimento, para que se
manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido ( Art. 216-A
§ 3º LRP). O oficial de registro de imóveis promoverá a
publicação de edital em jornal de grande circulação, onde
houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados,
que poderão se manifestar em 15 (quinze) dias ( Art. 216-A §
4º LRP). Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida,
poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo oficial de
registro de imóveis ( Art. 216-A § 5º LRP). Transcorrido o
prazo de que trata o § 4º deste artigo, sem pendência de
diligências na forma do § 5º deste artigo e achando-se em
ordem a documentação, com inclusão da concordância
expressa dos titulares de direitos reais e de outros direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo
e na matrícula dos imóveis confinantes, o oficial de registro de
imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições
apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o
caso ( Art. 216-A § 6º LRP). O interessado, em qualquer caso,
poderá suscitar o procedimento de dúvida ( Art. 216-A § 7º
LRP). Ao final das diligências, se a documentação não estiver
em ordem, o oficial de registro de imóveis rejeitará o pedido (
Art. 216-A § 8º LRP). A rejeição do pedido extrajudicial não
impede o ajuizamento de ação de usucapião. Em caso de
impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de
usucapião, apresentada por qualquer um dos titulares de
direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis
confinantes, por algum dos entes públicos ou por algum
terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá
os autos ao juízo competente da comarca da situação do
imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para
adequá-la ao procedimento comum ( Art. 216-A § 10 LRP)
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
Art. 719 a Art. 770 CPC
Procedimentos de Jurisdição Voluntária
Disposições gerais
Não sendo o caso do uso do procedimento específico
(especial) o procedimento geral dessa jurisdição será
observado nos casos de pedido de: (1) emancipação; (2) sub-
rogação; (3) alienação, arrendamento ou oneração de bens de
crianças ou adolescentes, de órfãos e de interditos; (4)
alienação, locação e administração da coisa comum; (5)
alienação de quinhão em coisa comum; (6) extinção de
usufruto, quando não decorrer da morte do usufrutuário, do
termo da sua duração ou da consolidação, e de fideicomisso,
quando decorrer de renúncia ou quando ocorrer antes do
evento que caracterizar a condição resolutória; (7) expedição
de alvará judicial; (8) homologação de autocomposição
extrajudicial, de qualquer natureza ou valor (arts. 719 e Art.
725).
Em todos estes casos, o procedimento terá início a pedido do
interessado, inclusive, se for o caso, do Ministério Público e
da Defensoria Pública, que apresentarão o pedido devidamente
instruído com os documentos pertinentes e especificação da
providência jurisdicional requerida (Art. 720).
Os demais interessados serão citados para, querendo,
manifestarem-se no prazo de 15 dias. Se não for requerente, o
Ministério Público será intimado para atuar, nos casos de
haver interesse público ou social, ou interesse de incapaz (Art.
721 CPC). Se o caso o exigir, também a Fazenda Pública será
ouvida (Art. 722).
Após as manifestações cabíveis e produzidas as provas
pertinentes, o juízo proferirá sentença, no prazo de 10 dias
podendo adotar em cada caso a solução que considerar mais
conveniente ou oportuna(Art. 723 CPC. e p.u.). Da sentença
caberá o recurso de apelação (Art. 724 CPC).

NOTIFICAÇÃO E INTERPELAÇÃO
Art. 726 a 729 CPC
A finalidade da notificação é dar ciência (formal) a pessoas
participantes da mesma relação jurídica de assunto
juridicamente relevante e pode ser instrumentalizada pela via
do procedimento de jurisdição voluntária (Art. 726 CPC).
Se a ciência for dirigida ao público em geral, a publicação de
edital somente será deferida se o magistrado entender que ela
seja necessária para resguardo de direito e se a pretensão for
fundada (Art. 726, § 1º CPC).
Mais específica, a interpelação destina-se a dar ciência ao
requerido para que ele faça ou deixe de fazer o que o
requerente entenda ser de seu direito (Art. 727 CPC).
O requerido poderá ser ouvido previamente, antes do
deferimento da notificação ou da publicação do respectivo
edital, se houver suspeita de que o o requerente pretende
finalidade ilícita com a notificação ou o edital ou quando for
requerida a averbação da notificação em registro público (Art.
728 CPC). Realizada a notificação ou a interpelação, os autos
respectivos, quando não se tratar de autos eletrônicos, serão
entregues ao requerente (Art. 729).
As mesmas diretrizes devem ser aplicadas ao protesto judicial
(Art. 726, § 2º).

ALIENAÇÃO JUDICIAL
Art.730 c/c Art. 879 a 903 CPC
A alienação judicial deverá ser feita, nos casos legais, pela via
do procedimento de jurisdição voluntária.
Não havendo acordo entre os interessados como se deve
realizar a alienação , nos casos legais, o juiz, de ofício se em
processos pendentes ou a requerimento dos interessados ou do
depositário mandará proceder à alienação da coisa em leilão,
judicial eletrônico ou presencial( Art. 730 c/c Art.879 a Art.
903 CPC).

O procedimento a ser observado é o padrão dos Arts. 720 a


Art. 724, e a
alienação, propriamente dita, seguirá a disciplina dos Arts. 879
a 903, que tratam da expropriação dos bens penhorados.
Assim, a alienação de bens de crianças; adolescentes, órfãos
ou interditos; da coisa comum ou de quinhão em coisa
comum; bens vagos; bens nas heranças arrecadadas ; bens
para pagamento do passivo do inventário; bens achados,
quando não encontrado o dono; alienação da carga pelo
regulador de avaria grossa.
O procedimento poderá ser inaugural ou incidental, havendo
neste caso processo em curso. O interessado, ou Ministério
Público ou Defensoria Pública formulará petição contendo o
pedido de alienação, devidamente instruído com os
documentos necessários (Art 720 CPC). Todos os interessados
deverão ser citados para se manifestarem no prazo de 15 dias,
bem como intimado o Ministério Público nos casos que
estiverem envolvidos interesses de incapazes, interesse
público ou social (Art 721 c/c Art. 178 CPC). A fazenda
Pública será sempre ouvida nos casos em que tiver interesse
(Art 721 CPC). Escoado o prazo, não havendo necessidade de
audiência de conciliação e julgamento, o juízo proferirá
sentença, decidindo o pedido, no prazo de 10 dias, não tendo o
dever de observar critério de legalidade estrita, podendo adotar
em cada caso a solução que considerar mais conveniente e
oportuna (Art 723 e p.u. CPC). Da sentença que extinguir o
processo caberá apelação (Art 724 CPC).
DIVÓRCIO E SEPARAÇÃO CONSENSUAIS, A
EXTINÇÃO CONSENSUAL DE UNIÃO ESTÁVEL E A
ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS DO
MATRIMÔNIO
Art. 731 a 734 CPC Art. 1.574, Art. 1.639 § 2º C.CIVIL

O divórcio e a separação consensuais, a extinção consensual


de união estável e a alteração do regime de bens do
matrimônio são tratados nesse procedimento, havendo
previsão do procedimento da separação consensual ao lado do
divórcio e também da extinção consensual da união estável.
As disposições relativas ao processo de homologação judicial
de divórcio ou de separações consensuais aplicam-se ao
processo de homologação da extinção consensual de união
estável (Art. 732 CPC). O Art. 731 trata dos requisitos da
petição inicial em que o divórcio, a
separação ou a extinção da união estável pleiteados
consensualmente devendo conter: disposições relativas à
descrição e à partilha dos bens comuns; disposições relativas à
pensão alimentícia entre os cônjuges; o acordo relativo à
guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e o valor
da contribuição para criar e educar os filhos. As duas últimas
exigências previstas nos incisos III e IV do Art. 731 são
fundamentais em tempos de guarda compartilhada.
A petição deve vir assinada por ambos os cônjuges (ou
companheiros), o que denota, o caráter consensual do
procedimento.
Poderão, no entanto, se não concordarem com a partilha,
deixar para dispor sobre ela em instante futuro, depois de
homologado o divórcio ou a separação, na forma do parágrafo
único do Art. 731do CPC. Neste caso, o procedimento a ser
observado oportunamente é o dos Arts. 647 a Art.658 do CPC,
que cuidam da partilha no âmbito do inventário.
O Art. 733 permite que o divórcio ou separação consensuais e
o desfazimento consensual da união estável sejam realizados
em Cartório quando não houver nascituro ou filhos incapazes.(
Arts. 3º e 4º do C.CIVIL).
Esse é um mecanismo extra-judicial de resolução de conflitos,
máxime porque a hipótese dispensa qualquer manifestação
judicial para atingir os fins a que se destina (Art. 733, § 1º
CPC). A obrigatoriedade de as partes estarem representadas
por advogados ou, se for o caso, pela Defensoria Pública, é
caso de nulidade ( § 2º do Art. 733 CPC).
Importa, de qualquer sorte, entender que o inciso IX do § 1º do
Art. 98 é amplo o suficiente para albergar a gratuidade
também de atos notariais como este, mormente diante da
disciplina que, para este fim, estabelecem os §§ 7º e 8º daquele
mesmo dispositivo.

ALTERAÇÃO DO REGIME DE BENS


Art. 734 CPC, § 2º Art. 1.639 C. CIVIL
O Art. 734 trata do procedimento a ser observado quando os
cônjuges pretendem alterar o regime de bens de seu
matrimônio. Trata-se de novidade sugerida desde o
Anteprojeto e relaciona-se com a profunda alteração que, ao
assunto (regime de bens dos cônjuges), foi introduzida pelo §
2º do Art. 1.639 do CCIVIL. O § 1º do Art. 734 permite a
divulgação ampla e diversificada da alteração pretendida pelo
casal (§ 2º). A iniciativa tem como finalidade proteger direitos
alheios do que pode ser não uma prova de amor entre o casal
ou uma pequena divergência entre um cônjuge empreendedor
e um conservador, mas verdadeira fraude a credores, quiçá à
execução, observação que vai ao encontro da ressalva que,
corretamente, faz o caput do dispositivo.
O § 3º do Art. 734 determina que, acolhido o pedido, sejam
expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro
CIVIL e de imóveis e, se for o caso, ao Registro Público de
Empresas Mercantis e Atividades Afins.

TESTAMENTOS E CODICILOS
Art. 735 a Art. 737 CPC; Art. 1.857 a Art. 1885 e Art.
1.980 C.CIVIL
O quarto procedimento especial, que se estende dos Arts. 735
a 737, disciplina a forma pela qual os testamentos (sucessão
definida por alguém em favor de outrem sobre seu próprio
patrimônio nos termos dos Arts. 1.786, 1.788, 1.789 e 1.857
do C.CIVIL) e os codicilos (escrito particular, revogável,
datado e assinado, feito por pessoa capaz de testar com o
objetivo de fazer disposições especiais sobre o seu enterro,
sobre esmolas de pouca monta a certas e determinadas
pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar,
assim como legar móveis, roupas ou jóias, de pouco valor, de
seu uso pessoal e, ainda, nomear ou substituir testamenteiros,
consoante os Arts. 1.881 a Art.1.885 do C.CIVIL) serão
abertos e confirmados perante a autoridade judiciária que
também determinará, se for o caso, seu cumprimento.
O procedimento varia de acordo com tipo de testamento.
A abertura do testamento cerrado observará o disposto no Art.
735 do CPC, devendo o juízo abrir e determinar que o
escrivão faça a leitura do documento na presença do
apresentante, se o testamento não apresentar algum vício
externo que o torne suspeito de nulidade ou falsidade. Do
termo de abertura deverá constar o nome do apresentante e
como ele obteve o testamento, a data e o lugar do falecimento
do testador e qualquer dado importante (Art. 735 §1º CPC).
Depois de ouvido o Ministério Público e não havendo dúvidas
a ser esclarecidas o juízo mandará registrar, arquivar e cumprir
o testamento, determinando a intimação do testamenteiro para
assinar o termo do testamento, ou, se não houver testamenteiro
nomeado, ou estiver ausente ou não aceitar o encargo, o juízo
nomeará testamenteiro dativo (Art. 735 §§2º; 3º e 4º CPC c/c
Art. 1.984 do C.CIVIL).O testamenteiro deverá cumprir as
disposições testamentárias e prestar contas do que recebeu e
despendeu (Art. 735 §5º CPC c/c Art. 1.980 C.CIVIL). O
testamento público segue, no que couber o procedimento do
Art.735 do CPC, conforme determinação contida no Art. 736
do CPC.
A publicação do testamento particular poderá ser requerida,
depois da morte do testador, pelo herdeiro, pelo legatário, pelo
testamenteiro ou pelo terceiro detentor do testamento, se
impossibilitado de entregá-lo a algum dos outros legitimados
para requer ( Art. 737CPC). Deverão ser intimados os
herdeiros que não tiverem requerido a publicação do
testamento, bem como o Ministério Público e se presentes os
requisitos legais o juízo confirmará o testamento, seguindo o
procedimento conforme as regras dos parágrafos Art. 735
(Art. 737 §§ 1º ; 2º e 4º CPC). As regras do testamento
particular aplicam-se também aos codicilos e aos testamentos
marítimo, aeronáutico, militar e nuncupativo (Art. 737, § 3º
CPC).
Herança jacente
Art. 736 a Art. 743 CPC; Art. 1.819 a Art. 1.823 C.CIVIL
A herança jacente, quinto procedimento especial de jurisdição
voluntária, tem como finalidade a arrecadação dos bens do
falecido que não deixa herdeiros conhecidos e a sua colocação
sob a guarda de um curador. Se eventuais herdeiros não
atenderem aos editais publicados especificamente para sua
convocação, a herança será declarada vacante e os bens
passam ao patrimônio dos Municípios ou do Distrito Federal
conforme a sua localização (Art. 1.822, do CCIVILIVIL).

O Art. 740 ocupa-se com a arrecadação dos bens do falecido,


a ser efetivada por oficial de justiça, acompanhado do escrivão
ou do chefe de secretaria e do curador, enquanto o Art. 741
disciplina a necessidade de dar a mais ampla ciência possível
para eventuais herdeiros e credores do falecido de que a
sucessão está aberta, cabendo destacar a necessária publicação
do edital na plataforma respectiva do CNJ e, se houver, na
página da internet do próprio Tribunal. Não havendo, a
publicação dar-se-á no órgão oficial e na
imprensa da comarca (Art. 741, caput).
A herança será considerada vacante quando passar um ano da
primeira publicação do edital sem que tenha havido nenhuma
habilitação de herdeiro (Art. 743). Se houver habilitação
pendente de solução, a vacância será reconhecida na sentença
que a julgar improcedente (Art. 743, § 1º). O trânsito em
julgado da sentença não inibe que eventuais herdeiros e
credores pleiteiem o que entender de direito, ainda que em
procedimento diverso (Art. 743, § 2º). Não se habilitando até a
declaração de vacância, os colaterais ficarão excluídos da
sucessão (Art. 1.822, p.u. CCivil). Decorridos 05 anos da
abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio
do Município ou do Distrito Federal se estiverem localizados
nas respectivas circunscrições, ou da União se localizados nos
Territórios (se forem criados novos Art. 37 CF), e nenhum
herdeiro poderá pleiteá-los.
Neste ínterim, o juízo competente, que é o da comarca em que
o falecido era domiciliado (Art. 738, caput), nomeará o
curador, observando o disposto no Art. 739, que, dentre outras
incumbências (Art. 739, § 1º), poderá diligenciar para a
alienação de bens, nos termos do Art. 742.

Bens dos ausentes


Art. 744 e Art. 745 CPC; Art. 22 a Art. 39 do CCIVIL
Os bens dos ausentes são arrecadados em procedimento
especial que tem como finalidade o reconhecimento da
ausência de uma dada pessoa (Art. 22 a Art. 39 do
CCIVILIVIL), a nomeação de curador, a arrecadação e a
destinação devida a seu patrimônio.
A arrecadação observará o mesmo procedimento da herança
jacente (Art. 744 CPC). Feita a arrecadação, o juízo ordenará a
publicação de editais com ampla divulgação, anunciando
durante 01 ano a arrecadação e chamando o ausente para
entrar na posse dos seus bens (Art. 745 CPC).
Findo o prazo do edital, os interessados poderão requerer a
abertura da sucessão provisória e, oportunamente, sua
conversão em sucessão definitiva (Art. 745, §§ 1º; 2º e 3º).
Se o ausente regressar ou algum de seus descendentes ou
ascendentes requerer a entrega de bens, serão citados para
contestar o pedido os sucessores provisórios ou definitivos, o
Ministério Público e o representante da Fazenda Pública,
observando-se o procedimento comum (Art. 745, § 4º).

COISAS VAGAS
Art. 746 CPC; Art. 1.233 a Art. 1.237 CCIVILIVIL
O sétimo procedimento especial de jurisdição voluntária é
intitulado coisas vagas, preferindo o Código Civil denominar
“da descoberta” .
Sua finalidade é a de apurar o dono ou legítimo possuidor de
coisas achadas, na forma do Art. 1.233 do CCIVILIVIL.
A coisa deve ser entregue por quem a achou ao juízo
competente (o do local), que determinará a lavratura de auto
do qual constará a descrição do bem e as declarações de quem
o achou (Art. 746 CPC). Se a coisa for entregue à autoridade
policial, esta deverá fazer a remessa ao juízo competente (Art.
746 § 1º CPC).
Depositada a coisa, será determinada pelo juízo a publicação,
na página da internet do próprio Tribunal ao qual estiver
vinculado o juízo e na plataforma de editais do CNJ, para que
o dono ou o legítimo possuidor reclame a coisa achada. Se o
Tribunal não tiver página na internet, a publicação dar-se-á no
órgão oficial e na imprensa da comarca. Tratando-se de coisa
de pequeno valor e não sendo possível a publicação na página
do Tribunal, o edital será apenas afixado no átrio do edifício
do fórum achou (Art. 746, § 2º CPC)..
Em seguida deve ser observado, o disposto no Art. 1.237 do
CCIVIL: Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia
pela imprensa, ou do edital, não se apresentando quem
comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em
hasta pública e, deduzidas do preço as despesas, mais a
recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido.
Se a coisa for de pequeno valor, o Município poderá
abandoná-la em prol de quem a achou (Art. 1.237, p.u., do
CCIVIL).

Interdição
Art. 747 a 758 CPC; Art. 1767 a 1.778 C.CIVIL; Estatuto
da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146/15.
O oitavo procedimento especial é dedicado à interdição,
matéria regulada basicamente no Código Civil.
São legitimados a requerer a interdição o cônjuge ou
companheiro; os parentes ou tutores; o representante da
entidade em que se encontra abrigado o interditando; e o
Ministério Público. A legitimidade deverá ser comprovada por
documento que acompanhará a petição inicial a qual também
deverá indicar as causas que justificam a interdição,
demonstrando a incapacidade do interditando de administrar
os seus bens e o momento em que a incapacidade se revelou,
juntando laudo médico (Art. 747 e p.u. c/c.Art. 749 e 750
CPC).
Justificada a urgência, o juízo poderá fazer e a nomeação de
curador provisório (Art. 750, p. u. CPC).
A legitimidade do Ministério Público fica limitada aos casos
de doença mental grave, se a interdição não for promovida
pelos outros legitimados ou se eles não existirem ou forem
incapazes (Art. 748 CPC).
O interditando será citado para, em dia designado, comparecer
perante o juízo que o entrevistará acerca de sua vida, negócios,
bens, vontades preferências devendo ser reduzidas a termo as
perguntas e as respostas; se o interditando não puder deslocar-
se, o juiz o ouvirá no local onde estiver; podendo a entrevista
ser acompanhada por especialista, com emprego de recursos
tecnológicos, podendo o juiz deferir a oitiva de parentes e de
pessoas próximas (Art. 751,§§ 1º; 2º; 3º e 4º CPC).
Após essa audiência o interditado terá 15 dias para impugnar o
pedido, constituindo, se for o caso, advogado. Se não o fizer,
será nomeado curador especial para ele que contratará
advogado ou pleiteará a atuação da Defensoria Pública (Art.
752, § 2º CPC). Se não constituir advogado, cônjuge,
companheiro ou qualquer parente sucessível poderá intervir
como assistente do interditando (Art. 752, § 3º CPC).
O Ministério Público atuará no processo na qualidade de fiscal
da ordem jurídica se, não for ele o requerente da interdição
(Art. 752, § 1º c/cArt. 748 CPC).
Decorrido o prazo da impugnação, o juízo determinará a
produção da prova pericial e, se for o caso por equipe de
expertos multidisciplinar), devendo ser indicados, em suas
conclusões, os atos para os quais a curatela será
necessária(Art. 753, §§ 1º e 2º).
Ouvidos os interessados sobre o laudo e produzidas eventuais
novas provas, o juízo proferirá sentença que, se acolher o
pedido de interdição, deverá nomear curador e fixar os limites
da curatela segundo o estado e o desenvolvimento mental do
interdito; levando em conta as características pessoais do
interdito, com as suas potencialidades, habilidades, vontades e
preferências. (Art. 754 c/c Art. 755 CPC)
A curatela poderá ser atribuída ao requerente da interdição, ou
a quem melhor possa atender aos interesses do curatelado
(Art. 755 § 1º CPC).
Se, ao tempo da interdição, houver pessoa incapaz sob a
guarda e responsabilidade do interdito, o juízo atribuirá a sua
curatela a quem melhor puder atender aos interesses do
interdito e do incapaz (Art. 755 § 2º CPC).
A sentença de interdição será inscrita no registro de pessoas
naturais e sua imediata publicação no site do tribunal do juízo
e na plataforma de editais do CNJ, onde permanecerá por 06
meses. Sem prejuízo, a sentença deverá também ser publicada
na imprensa local 01 vez e no órgão oficial 03 vezes, com os
requisitos lá exigidos: os nomes do interdito e do curador, a
causa da interdição, os limites da curatela e, não sendo total a
interdição, os atos que o interdito poderá praticar
autonomamente (Art. 755 § 3º CPC).
A sentença que decreta a interdição é apelável (Art. 1.009,
CPC).
Se cessar a causa que determinou a curatela, ela poderá ser
levantada.
O levantamento da curatela poderá ser requerido pelo próprio
interdito, pelo curador e pelo Ministério Público e será
apensado aos autos da interdição (Art. 756 e § 1º).
O Juízo nomeará perito ou equipe multidisciplinar para
proceder ao exame do interdito, e após a apresentação do
laudo designará audiência de instrução e julgamento,
proferindo sentença que, se acolher o pedido e decretar o
levantamento da interdição, após o transito em julgado deverá
ser publicada na forma da que foi publicada a sentença de
interdição e se não for possível, na imprensa local e no órgão
oficial por 03 vezes com intervalo de 10 dias, seguindo-se a
averbação no registro de pessoas naturais. A sentença poderá
levantar parcialmente, quando demonstrada a capacidade do
interdito para praticar alguns atos da vida civil (Art. 756, §§ 2º
3º e 4º CPC).
O curador exerce autoridade sobre as pessoas e os bens do
incapaz que se encontrar sob a guarda e responsabilidade do
curador ao tempo da interdição, salvo se o juízo considerar
outra solução como mais conveniente ao interesse do incapaz
(Art. 757 CPC). O curador tem o dever de buscar tratamento e
apoio apropriados à conquista da autonomia pelo interdito
(Art. 758 CPC).

Disposições comuns à tutela e à curatela


Art. 759 a 763 CPC; Art. 1767 a 1.778 C.CIVIL; Estatuto
da Pessoa com Deficiência - Lei nº 13.146/15
O procedimento que deve ser empregado com a finalidade de
nomeação, remoção ou substituição de tutor ou curador é o
previsto na jurisdição voluntária.
Uma vez nomeado, o tutor ou o curador será intimado para
prestar compromisso no prazo de 05 dias contados da
nomeação ou da intimação do despacho que ordenar o
cumprimento do testamento se nele foi instituído (Art. 759
CPC). Uma vez prestado o compromisso por termo em livro
próprio rubricado pelo juiz, o tutor ou curador assume a
administração dos bens do tutelado ou curatelado (Art. 759 §§
1º e 2º CPC).
O tutor ou pelo curador pode não assumir o encargo ou deixar
de exercê-lo, apresentando escusa ao juízo, no prazo de 05
dias, contados da intimação para prestar compromisso, mas
antes de prestá-lo; ou se estiver no exercício, do dia em que
sobrevier o motivo da escusa, sendo certo que, se não fizer o
requerimento da escusa no prazo estabelecido, presume-se
renunciado o direito de alegá-la (Art. 760 e § 1º CPC).
O juízo decidirá de plano o pedido de escusa. Se rejeitar, o
nomeado continuará a exercer a tutela ou a curatela até o
trânsito em julgado da sentença que o dispense. Acolhido o
pedido, o juízo nomeará outro tutor ou curador devendo o
dispensado prestar contas (Art. 760 e § 2º c/c Art. 763, § 2º
CPC).
São legitimados a requerer a remoção do tutor ou curador o
Ministério Público, ou quem tenha legítimo interesse,
citando-se o tutor ou curador para contestar o pedido em 05
dias , seguindo o processo a partir desse momento o
procedimento comum (Art. 761 e p. u.CPC).
Em casos de “extrema gravidade” o juízo poderá suspender o
tutor ou curador do exercício das suas funções, nomeando
substituto interino (Art. 762 CPC).
O tutor ou o curador, nomeado para servir em prazo certo,
pode pedir a exoneração do encargo pelo decurso do prazo em
que era obrigado a servir, desde que o faça no prazo de 10 dias
seguintes à expiração do termo, sob pena de ocorrer a sua
recondução, salvo decisão em sentido contrário do juízo (Art.
763 e §1º CPC). Cessando as funções do curador ou do tutor
deverá prestar contas na forma da lei (Art. 763, § 2º).

Organização e fiscalização das fundações


Art. 764 e Art. 765 CPC; Art. 44, III; Art.62 a Art. 69
C.CIVIL
A “organização e fiscalização das fundações” é o
procedimento especial cuja finalidade é permitir ao Ministério
Público fiscalizar a formação e a atuação das fundações (Art.
66 do CCIVIL).
Sempre que o interessado requerer a aprovação do estatuto das
fundações e de suas alterações o juiz decidirá o pedido, se não
houver a concordância prévia do Ministério Público ou se este
exigir que se façam modificações com as quais o interessado
não concorde, ou se o interessado discordar do estatuto
elaborado pelo Ministério Público (Art.764 CPC). O estatuto
das fundações deve observar as regras do C.Civil, podendo o
juízo, antes de suprir a aprovação, mandar fazer modificações
a fim de adaptar o estatuto ao objetivo do instituidor (Art.764
§§ 1º e 2º CPC).
Qualquer interessado ou o Ministério Público podem pedir a
extinção da fundação em juízo, quando o objeto da fundação
tornar-se ilícito; ou quando for impossível sua manutenção; ou
quando vencer o prazo de sua existência, e além desses casos,
o Art. 69 do CCIVIL prevê a extinção da fundação quando se
tornar inútil a sua finalidade ( 765 CPC c/c Art. 69 do
C.CIVIL.

Ratificação dos Protestos Marítimos e dos Processos


Testemunháveis Formados a Bordo
Art. 766 a Art. 770 CPC; Art. 501 e Art. 505 do
CCOMERCIAL
A ratificação dos protestos marítimos e dos processos
testemunháveis formados a bordo é procedimento especial de
jurisdição voluntária. O objetivo deste procedimento, na forma
do Art. 766, é o de dar publicidade adequada ao Diário da
Navegação (Arts. 501 e 504 do CCOMERCIAL), dando
certeza ao disposto no Art. 505 do CCOMERCIAL: Art. 505.
Todos os processos testemunháveis e protestos formados a
bordo, tendentes a comprovar sinistros, avarias, ou quaisquer
perdas, devem ser ratificados com juramento do capitão
perante a autoridade competente do primeiro lugar onde
chegar; a qual deverá interrogar o mesmo capitão, oficiais,
gente da equipagem (artigo n. 545, n. 7) e passageiros sobre a
veracidade dos fatos e suas circunstâncias, tendo presente o
Diário da Navegação, se houver sido salvo. A “autoridade
competente” é o “juiz de direito do primeiro porto”(Art. 766
CPC).
O comandante do navio deverá apresentar ao juízo do primeiro
porto nas primeiras 24 horas de chegada da embarcação para
a retificação judicial (Art. 766 CPC).
A petição inicial deverá conter a transcrição dos termos
lançados no livro Diário da Navegação e deverá ser instruída
com cópias das páginas que contenham os termos que serão
ratificados, dos documentos de identificação do comandante e
das testemunhas arroladas, do rol de tripulantes, do documento
de registro da embarcação e, se for o caso, com cópia do
manifesto das cargas que tenham sofrido avarias e a
qualificação de seus consignatários, traduzidos de forma livre
para o português, isto é, sem necessidade de tradutor
juramentado ( Art. 767 CPC). A inicial será distribuída com
urgência e ouvindo-se sob compromisso a ser prestado no
mesmo dia o
comandante do navio e as testemunhas arroladas (no mínimo
duas e, no máximo, quatro), que deverão comparecer
independentemente de intimação (Art. 768 CPC). A
necessidade de intérprete de língua estrangeira para a oitiva
das testemunhas pode ser suprida por indicação próprio autor.
Neste caso, o intérprete prestará compromisso na audiência
(Art. 768, § 1º CPC). Se o autor não providenciar intérprete, o
juiz nomeará um, compromissando-o na própria audiência
(Art. 768, § 2º CPC). Aberta a audiência, o juiz mandará
apregoar as pessoas indicadas na inicial, cabendo ao juiz
nomear, para eventuais ausentes, curador para o ato (Art. 769
CPC).
Convencido da veracidade das alegações após ouvir o
comandante e as testemunhas arroladas, o juízo proferirá
sentença, dispensado o relatório, ratificando as informações
constantes no Diário da Navegação; e independentemente do
trânsito em julgado da decisão, os autos respectivos, serão
entregues ao autor ou ao seu advogado, mediante a
apresentação de traslado (Art. 770 e p.u. CPC).

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