Você está na página 1de 7

Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).

Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA


CPF - 96706767115
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO

CONCEITO

Consignação é o modo indireto de extinção da obrigação, através do depósito judicial ou


extrajudicial da prestação devida.
A consignação extrajudicial, em regra, só é possível mediante depósito bancário, salvo no
compromisso de compra e venda de imóvel urbano loteado, pois, nesse caso, pode ser realizada no
Cartório de Registro de Imóveis onde se encontra registrado o loteamento (arts. 33 e 38, § 1º da Lei
nº 6.766/79).

ESPÉCIES DE CONSIGNAÇÃO

A consignação pode ser judicial e extrajudicial.


A consignação judicial é cabível não só em dívida de dinheiro, mas também para coisas
móveis e imóveis.
Tratando-se de imóvel, cita-se o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser
depositado (art. 341). Trata-se, é claro, de um depósito simbólico, representado pela entrega das
chaves.
Nas obrigações de dar coisa incerta em que a escolha compete ao credor, este é citado para
esse fim, sob pena de perder esse direito de escolha e ser depositada a coisa que o devedor
escolher (art. 342). Acrescente-se ainda que não é cabível a consignação nas obrigações de fazer e
não-fazer devido à própria natureza dessas obrigações, nem nas obrigações ilíquidas, a não ser após
a liquidação.
A consignação extrajudicial só é cabível em dívida de dinheiro, pois a lei faz alusão a depósito
bancário, sendo, pois, inaplicável à consignação de coisas.

CABIMENTO DA CONSIGNAÇÃO

A consignação só é cabível nos casos taxativamente previstos em lei. O rol do Código Civil,
porém, não é taxativo, porque o Código Tributário Nacional e outras leis prevêem outras hipóteses
de consignação.
Fora dessas hipóteses legais, ocorrerá a carência de ação por impossibilidade jurídica do
pedido.
O art. 335 do Código Civil prevê as causas que ensejam o pagamento em consignação.
Com efeito, a consignação tem lugar:
I. “se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação
na devida forma;”.
Assim, a negativa do recebimento ou em dar quitação, é a primeira causa de consignação.
Urge, porém, que essa negativa seja injusta; se for justa, como, por exemplo, o devedor quer
entregar a mercadoria descongelada, ao invés de congelada, conforme pactuado, é incabível a
consignação.

II. “se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;”
Enquanto no inciso anterior a dívida é portable, competindo ao devedor dirigir-se ao domicílio
do credor para pagá-lo, no inciso em apreço a dívida é querable, pois é o credor quem deve
procurar o devedor para receber.

1
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS CPF - 96706767115
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

Em ambas as hipóteses, porém, configura-se a mora do credor. No inciso I ele se recusa a


receber ou dar quitação; no inciso II, que estamos analisando, ele deixa de ir até o devedor para
efetuar a cobrança.
Nos incisos I e II, a mora é do credor, de modo que o devedor não está obrigado a consignar,
mas, como esclarece Silvio Rodrigues, a consignação quase sempre é conveniente, pois evita os
debates sobre quem seja o culpado pelo atraso, além de revelar o propósito de cumprir a obrigação
e poupar-se do trabalho de guardar a coisa a ser prestada.

III. “se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;”
Se o credor for absolutamente incapaz, o pagamento deve ser feito ao representante legal; se
for relativamente incapaz, o próprio credor o recebe sob a assistência do representante legal.
Todavia, caberá a consignação quando não houver o representante legal ou quando o interesse
deste colidir com o do incapaz.
Quanto ao credor desconhecido, cumpre registrar que, no momento da formação da
obrigação, o credor quase sempre é conhecido, mas em virtude da sucessão do credor originário
pode tornar-se desconhecido, tendo em vista a ignorância de quem sejam os herdeiros. Nesse caso,
o credor ajuíza a ação de consignação e os eventuais herdeiros incertos e desconhecidos são
citados por edital.
Na hipótese de credor declarado ausente, o pagamento deve ser efetuado ao curador do
ausente. Se este não for localizado, é cabível a consignação.
Por fim, quando o credor residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil também é
cabível a consignação.

IV. “se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;”
Ocorre quando dois ou mais credores apresentam-se ao devedor. Este, na dúvida, sobre
quem é o legítimo credor, deve consignar a prestação. O exemplo clássico é o da seguradora,
quando paira dúvida se o pagamento deve ser feito à companheira ou à esposa do de cujus, de
quem este estava separado de fato.

V. “se pender litígio sobre o objeto do pagamento entre o credor e terceiro”


Nessa hipótese, o credor é certo, mas está litigando judicialmente com um terceiro sobre o
objeto da prestação.
Assim, por exemplo, o inquilino deve consignar a prestação ao tomar ciência que um terceiro
reivindica o imóvel do locador.
Além dessas hipóteses elencadas acima, o Código de 1916 previa ainda a consignação no
concurso de credores, isto é, quando houvesse sentença de falência ou sentença de insolvência civil
prolatada em execução coletiva. O novo Código não é tão claro sobre o assunto, mas manteve a
hipótese. Com efeito, nesses casos o pagamento deve ser efetuado ao administrador judicial da
falência ou ao administrador da massa insolvente. Se o administrador for desconhecido ou houver
sido destituído, cremos que ainda é cabível a consignação, com base no inciso I do art. 335, que
admite a ação quando o credor não puder receber, ou dar a quitação, sob pena de fraude à
execução.

REQUISITOS

Em relação às pessoas, cumpre salientar que a ação de consignação pode ser proposta pelo

2
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
CPF - 96706767115
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

devedor, seu representante legal ou mandatário, ou terceiro interessado no pagamento. O terceiro


não interessado só pode entrar com a ação se oferecer o pagamento em nome e por conta do
devedor. No polo passivo da relação processual, deve figurar o credor ou quem alega ser credor ou
ainda, sendo o credor desconhecido, deverá ser citado por edital. Se o credor for absolutamente
incapaz, a consignatória é dirigida contra quem de direito o represente, isto é, contra a pessoa que
tem o poder de receber o pagamento, que é o seu representante legal, nos termos do art. 308 do
CC, mas o assunto é polêmico, pois há quem entenda que a ação deve ser movida em face do
representado.
Quanto ao objeto, é preciso ressaltar que a prestação deve ser oferecida na íntegra, isto é, na
qualidade e quantidade avençada. Deve ser completa, abrangendo, além da prestação devida, os
juros, frutos e outros acessórios.
No tocante ao modo ou forma, deve também observar o pactuado. Se, por exemplo, for
pactuada a entrega de mercadoria congelada, a consignação não poderá ser descongelada.
Quanto ao tempo, é necessário que a consignação se realize na data do vencimento ou venha
acompanhada dos encargos da mora, quando em atraso. Nada obsta a consignação antes do
vencimento, na hipótese de o prazo ter sido estipulado em benefício do devedor e o credor
recusar-se ao recebimento antecipado.
O art. 337 do Código preceitua que a ação de consignação deve ser proposta no lugar do
pagamento, e não no domicílio do réu, cessando para o depositante os juros da dívida e os riscos,
salvo se a ação for julgada improcedente.
Finalmente, uma parcela da doutrina sustenta que na ação de consignação não se pode
discutir a validade do contrato, pois sua finalidade é meramente liberatória, sendo vedado o debate
sobre a relação jurídica fundamental, salvo se houver cumulação com a ação de revisão contratual.
Todavia, a jurisprudência dominante tem admitido que, na ação consignatória, seja revista as
cláusulas contratuais, porquanto necessária para a perfeita apuração da prestação devida,
independentemente de acumulação de pedido. Trata-se, no plano processual, de aplicação do
princípio da operabilidade.

PROCESSO DA CONSIGNAÇÃO

A ação de consignação em pagamento tramita em rito especial (arts. 539 a 549 do CPC/2015).
O autor, isto é, o devedor, na petição inicial, requererá o depósito da prestação devida, a ser
efetivado no prazo de 5 (cinco) dias a contar do deferimento. Dispensa-se o requerimento do
depósito se a ação de consignação for precedida de depósito extrajudicial, recusado pelo credor,
pois, nesse caso, o devedor deve instruir a inicial com a prova do depósito e da recusa. Anote-se
que não há mais a audiência de oblação ou oferta da prestação. Não realizado o depósito no prazo,
o processo será extinto sem resolução do mérito (art. 542, parágrafo único, do CPC/2015).
O réu é citado para levantar o depósito ou oferecer resposta.
Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, isto é, contestar o
devedor, ou melhor, o autor da ação, (devedor ou terceiro) poderá requerer o levantamento da
prestação consignada, desistindo, pois, da ação, pagando as respectivas despesas. Nesse caso,
subsiste a obrigação para todas as consequências de direito (art. 338).
Após a contestação, ou aceitação do depósito pelo credor, o devedor não poderá mais
levantar o depósito sem a anuência do credor. E se este aquiescer no levantamento, perderá a
preferência e garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo
desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído (art. 340). Ocorre, portanto, um

3
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS CPF - 96706767115
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

fenômeno similar à novação, pois é como se a primitiva obrigação tivesse sido extinta, sendo
substituída por outra, de igual valor, mas sem as garantias da anterior.
Não oferecida a contestação, e ocorrentes os efeitos da revelia, o juiz julgará procedente o
pedido, declarará extinta a obrigação e condenará o réu nas custas e honorários advocatícios.
Anote-se que a falta de contestação não gera necessariamente a procedência da ação, pois pode
ocorrer de o autor ou réu serem partes ilegítimas.
Por outro lado, se o credor receber e dar quitação, esse ato implica em reconhecimento do
pedido, aplicando-se, destarte, o art. 587, III, a, do CPC/2015. De acordo com o art.343 do CC, as
despesas com o depósito, quando julgada procedente a ação, correrão à conta do credor, e, no
caso de improcedência, à conta do devedor. Aliás, se a ação for julgada improcedente, a situação
do devedor será a mesma em que se encontrava antes da propositura da ação, caracterizando-se a
sua mora, respondendo ainda pelas custas e despesas processuais, bem como honorários
advocatícios, pelos riscos à coisa e juros.
Se, ao revés, o réu optar em contestar a ação, cujo prazo é de 15 (quinze) dias, poderá alegar:
a) que não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida; b) que a recusa foi justa; c)
que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; d) que o depósito não é
integral. Nessa última hipótese, a alegação só será admissível se o réu indicar o montante que
entende devido. Em tal situação, é lícito ao autor completá-lo, dentro em 10 (dez) dias, salvo se
corresponder a prestação cujo inadimplemento acarrete a rescisão do contrato.
Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar, desde logo, a quantia ou coisa
depositada, com a consequente liberação parcial do autor, prosseguindo o processo quanto à
parcela controvertida.
Após a contestação, segue-se o rito ordinário.
A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará, sempre que possível, o
montante devido, e neste caso, valerá como título executivo, facultando ao credor promover-lhe a
execução nos mesmos autos (§2º do art. 545 do CPC/2015). Verifica-se, portanto, que a ação
consignatória é dúplice na hipótese de defesa fundada na insuficiência de depósito, porquanto
dispensado está o réu de apresentar reconvenção para receber a diferença que lhe é devida. Anote-
se ainda que é mera faculdade do credor promover a execução nos próprios autos, pois ele pode
ajuizar ação de execução autônoma. Se a sentença conclui pela insuficiência do depósito, mas não
tem elementos para apurar o valor da diferença devida, a condenação poderá ser ilíquida, isto é,
dependente de futura liquidação.
A sentença prolatada na ação de consignação em pagamento tem natureza declaratória, com
efeito ex tunc, porque a extinção da obrigação opera-se com o depósito válido, antes, portanto, da
sentença. É o depósito que tem a eficácia constitutiva, isto é, de produzir o efeito de extinguir a
obrigação, tanto é que, a partir dele, cessam os juros da dívida e os riscos do devedor, salvo se for
julgado improcedente. Com o depósito válido, considera-se feito o pagamento, liberando-se o
devedor da obrigação. A partir do depósito as despesas com a guarda e conservação da coisa,
desde que procedente o pedido, correm por conta do credor; se improcedente serão arcadas pelo
devedor. Assim, procedente a ação, o depósito judicial (que é o pagamento) gerará os seguintes
efeitos:
a) extinção da obrigação, liberando o devedor;
b) constituição do credor em mora;
c) o credor torna-se o responsável pelos riscos à prestação;
d) liberação dos fiadores;
e) credor é obrigado a indenizar os danos que sua mora causou ao devedor e reembolsá-
lo das despesas pela conservação do bem;

4
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
CPF - 96706767115
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

f) cessação dos juros e riscos para o depositante (autor da ação).

Por outro lado, na hipótese do inciso IV do art. 335, isto é, dúvida sobre quem deva
legitimamente receber o objeto do pagamento, a ação é movida em face dos sedizentes credores.
Haverá um litisconsórcio passivo, em que podem ocorrer as seguintes hipóteses:
a) os dois ou mais réus, na contestação, não impugnam o depósito, limitando-se a disputarem
apenas quem seja o legítimo credor. Nesse caso, o juiz declarará extinta a obrigação, continuando o
processo a correr unicamente entre os credores, no rito ordinário. Trata-se de um processo sui
generis, porque só há réus, tendo em vista a liberação do autor;
b) nenhum dos dois ou mais réus comparecem ao processo para contestar a ação. Nesse caso,
o juiz converte o depósito em arrecadação de coisas vagas;
c) apenas comparece um dos dois ou mais credores. Nesse caso, o juiz decidirá de plano,
liberando o depósito em favor dele, caso ele demonstre a sua condição de credor;
d) os dois comparecem e impugnam o depósito. Se o autor completar o depósito, o juiz o
libera do processo, que prosseguirá apenas entre os réus.

A CONSIGNAÇÃO DE PRESTAÇÕES PERIÓDICAS

Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a primeira, pode o devedor


continuar a consignar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo,
desde que os depósitos sejam efetuados até 5 (cinco) dias, contados do vencimento (art. 541 do
CPC/2015).
Na consignação de prestações periódicas, como alugueres, o cumprimento da obrigação se
prolonga no tempo, e, uma vez consignada a primeira prestação poderá o devedor-autor continuar
a consignar, no mesmo processo, as demais à medida que se forem vencendo, depositando-as
dentro de 5 (cinco) dias, a contar o vencimento. Com isso, evita-se a propositura de nova ação.
Essa prerrogativa de efetuar o depósito das prestações subsequentes, para alguns autores,
estende-se até o trânsito em julgado; outros, acertadamente, sustentam que esse direito perdura
só até a sentença, para evitar a supressão de um grau de jurisdição, devendo as prestações
vincendas serem objetos de outra ação.
Anote-se que se as prestações subsequentes não forem depositadas no prazo de 5 (cinco)
dias, ainda assim a ação de consignação poderá ser procedente quanto ao depósito inicial. Em
relação às outras prestações, o devedor poderá aguardar a ação de cobrança ou então ajuizar outra
ação consignatória.

CONSIGNAÇÃO EXTRAJUDICIAL

A consignação extrajudicial só é cabível em obrigações de dinheiro.


O depósito deve ser feito em estabelecimento bancário oficial, situado no local do
pagamento, pelo devedor ou terceiro. Se não houver um banco oficial, isto é, controlado pelo
Poder Público, o juiz pode designar um banco não oficial para receber o depósito.
O depósito deve ser feito em conta com correção monetária.
Feito o depósito, o banco notifica o credor, pelo correio, assinando-lhe o prazo de 10 (dez)
dias, a contar do recebimento, para a manifestação da recusa. Sérgio Bermudes sustenta que essa
notificação também pode ser feita pelo próprio devedor. A recusa do credor, por escrito, deve ser
dirigida ao estabelecimento bancário, e não ao devedor.
Decorrido esse prazo sem a manifestação da recusa, reputar-se-á o devedor liberado da

5
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS CPF - 96706767115
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

obrigação, ficando à disposição do credor a quantia depositada.


Se o credor levantar o depósito, implicará em reconhecimento de sua mora, exonerando-se o
devedor quanto à soma depositada.
Anote-se, porém, que a ausência de recusa não impede a propositura da ação de cobrança ou
de execução pelo credor, que, contudo, deverá provar a nulidade da consignação extrajudicial.
Assim, caso a defesa do devedor se ampare no depósito extrajudicial, o credor poderá alegar, por
exemplo, que o depósito foi efetuado fora do local do pagamento ou que foi feito sem correção
monetária etc.
Se o credor recusar-se por escrito em receber o depósito bancário, o devedor ou terceiro
poderá propor, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do
depósito e da recusa. Não proposta essa ação no prazo mencionado, ficará sem efeito o depósito,
podendo levantá-lo o depositante. Assim, o banco, tão logo receba a recusa escrita do credor,
deverá comunicar o fato ao depositante.
Finalmente, as despesas cobradas pelo banco serão arcadas pelo depositante, e não pelo
credor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

a) A consignação em pagamento, judicial ou extrajudicial, é mera faculdade do devedor. Este,


para demonstrar a mora do credor, pode, ao invés de consignar, aguardar a propositura da ação de
cobrança.
b) A obrigação de fazer, como vimos, não pode ser objeto da ação de consignação em
pagamento. Se, porém, após realizar o fato, por exemplo, pintar um quadro, o credor recusar-se a
receber a coisa, o devedor pode consigná-lo em juízo. Assim, é cabível a consignação quando a
obrigação de fazer estiver relacionada com a entrega de uma coisa.
c) A ação de despejo por falta de pagamento não inibe a propositura da ação de consignação.
Todavia, em face da conexão de ações, impõe-se a reunião dos processos perante o juiz prevento,
para julgamento simultâneo.
d) Na ação de consignação é cabível a reconvenção quando o fundamento desta for conexo
com o que se discutir na consignatória.
e) A partir do depósito, se procedente a ação, liberam-se os fiadores e demais coobrigados,
tendo em vista a extinção da obrigação.

6
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
CPF - 96706767115
PROCESSO CIVIL – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
PROF. FLÁVIO MONTEIRO DE BARROS

PERGUNTAS:

1) Quem pode propor a ação de consignação em pagamento?


2) Quando é possível propor a ação de consignação em pagamento?
3) Qual o foro competente para a aludida ação?
4) Qual o rito da ação de consignação em pagamento?
5) O autor da ação deve requerer o depósito da prestação?
6) Até que momento o autor pode desistir da ação?
7) Qual o prazo para contestar a ação?
8) Alegada a insuficiência de depósito, o réu pode levantar a quantia depositada?
9) A ação de consignação em pagamento é sempre dúplice?
10) Por que a sentença de procedência da aludida ação é declaratória?
11) Disserte sobre a consignação extrajudicial.
12) A obrigação de fazer pode ser objeto de ação de consignação em pagamento

Você também pode gostar