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CURSO - DIREITO
Disciplina - Direito Processual Civil IV Turma B02
Prof. Anderson Rosa Ribeiro
Ou seja, a Ação de Nunciação de Obra Nova, apesar não mais ser um procedimento
especial, como o era no Código de 73, segue o processo comum pelo rito ordinário. A ação não
foi extinta, apenas não adota mais procedimento especial.
O CPC atual, de forma mais técnica que o de 1973, não trata dos procedimentos
especiais em Livro próprio, porque os procedimentos especiais são apenas tipos diferenciados de
procedimento, e não de processo.
6.1. Introdução
a) Incisos I e II, do art. 335, do CC: "I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar
receber o pagamento, ou dar quitação, na forma devida; II - se o credor não for, nem mandar
receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos";
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Esse rol do art. 335 não é taxativo. Pode-se dizer que a consignação será possível
sempre que o devedor quiser pagar e houver algum óbice para que o faça.
2) Outro, quando houver dúvida sobre a quem deve ser feito o pagamento.
Ambos exigem que o autor deposite em juízo o valor oferecido. Mas, no primeiro,
não existe litígio senão entre o devedor e o credor; já no segundo, pode surgir uma disputa entre
os dois ou mais credores potenciais, em relação aos quais existe dúvida sobre quem deva levantar
o dinheiro.
A consignação será feita com o depósito, judicial ou extrajudicial, de dinheiro ou de outro bem
qualquer que seja objeto da obrigação, podendo ser móvel ou imóvel. É possível que o pagamento
seja feito por consignação, quando a obrigação é de pagamento ou de entrega de coisa certa,
móvel ou imóvel, por exemplo, na consignação das chaves de um imóvel, que o devedor pretende
restituir e o credor se recusa a receber.
Somente as obrigações de fazer ou não fazer é que não podem ser extintas por
consignação.
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O devedor alega que tais cláusulas são nulas. Surgem, então, no curso da
consignação, discussões a respeito da legalidade ou validade de cláusulas contratuais.
Por essa razão, tem-se admitido que, no curso da consignação, se discuta a validade
ou licitude de cláusulas contratuais, em caráter incidente.
6.5. Procedimento
6.5.1.1. Competência
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6.5.1.2. Legitimidade
6.5.1.3. O depósito
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Caso a ação não seja proposta no prazo, o depósito fica sem efeito; e poderá ser
levantado pelo devedor. Isso não impede que ele. oportunamente, proponha ação de consignação.
O devedor não perde esse direito, por não o ter feito, no prazo de um mês. Mas a eficácia
liberatória só existirá a partir do novo depósito, não do anterior.
Deve preencher os requisitos do art. 319 do CPC, sendo fundamental que o autor
indique a quantia ou a coisa oferecida. Se for montante em dinheiro, deve indicar como chegou a
ele, declinando os encargos acrescidos, o tempo, o modo e as condições de pagamento.
6.5.1.4.2. Contestação
Caso o réu não aceite a oferta, o prazo para oferecer contestação é de quinze dias.
O art. 544 enumera as principais matérias que o réu pode alegar em contestação.
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“I - não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida; lI - foi justa
a recusa; III - o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento; IV - o
depósito não é integral”.
Esse rol não é taxativo. O réu pode alegar as matérias preliminares enumeradas no
art. 337, do CPC. E, no mérito, qualquer fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do
autor.
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É aquela fundada nos incisos IV e V, do art. 335, do CC. Não há recusa do credor
em receber, mas, sim, dúvida a respeito de quem tenha essa qualidade.
A razão é afastar o risco de pagar à pessoa errada, com o que não se obterá o efeito
liberatório da obrigação.
Por exemplo: Um imóvel que fica na linha limítrofe entre dois municípios recebe o
carnê de IPTU dos dois. Nesse caso o devedor sem saber a quem realizar o pagamento deposita a
quantia em juízo e requer a citação dos dois munípios para levantarem o valor.
6.5.2.1. Procedimento
A ação será ajuizada em face de todos aqueles que tenham a possibilidade de ser
reconhecidos como credores. Na petição inicial, o autor exporá as razões pelas quais tem dúvidas
a respeito de a quem deva ser feito o pagamento. Conquanto ela precise ser séria e fundada, o juiz
deve ter tolerância, uma vez que o devedor não pode correr o risco de pagar mal, sob pena de ter
de fazê-lo novamente. Ele receberá a inicial, ainda que o risco de equívoco seja pequeno, pois só
o fato de ele existir já justifica a consignação. Somente em caso de inexistência de dúvida, quando
a titularidade do crédito for evidente e indiscutível, ele indeferirá a inicial.
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Somente depois, será determinada a citação dos réus. Se o depósito não for feito, o
processo será extinto sem resolução de mérito.
1) nenhum deles compareça a juízo. A lei determina que o depósito converter-se-á em arrecadação
de coisas vagas, aplicando-se, a partir daí, o procedimento do art. 746 do CPC;
2) Apenas um dos potenciais credores compareça reclamando a coisa para si. Nesse caso, o juiz
decidirá de plano, salvo quando a revelia não produzir efeitos, em relação aos demais;
3) Dois ou mais dos potenciais credores apareçam, postulando o levantamento da quantia ou coisa
depositada. De acordo com o art. 548, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta a obrigação,
continuando o processo unicamente entre os presuntivos credores, caso em que se observará o
procedimento comum.
Para que o juiz libere o devedor, é preciso que o depósito seja suficiente.
Além das duas já examinadas, há uma terceira espécie de ação, cujo procedimento
se distingue dos demais: a ação de consignação em pagamento de alugueres, regulada nos arts. 67
e ss., da Lei do Inquilinato.
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