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AULA IV – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS – TEORIA GERAL

Disciplina Legal: O tema procedimentos especiais vem descrito no Livro I, titulo III
do CPC, e tutela aqueles procedimentos processuais que possuem particularidades,
necessitando de adequações ao qual o procedimento comum não é capaz de sanar, tais
peculiaridades decorrem principalmente em relação ao Direito Material envolvido.

PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO:
Planos de aplicação do principio da Adequação: conforme adverte a doutrina o
princípio da adequação se aplica em 3 (três) planos

A) Legislativo: é aferível em abstrato devendo as normas a serem criadas pelo


processo legislativo ser adequada ao que diz respeito a constituição. (Esse ponto
será estudado em direito constitucional).

B) Jurisdicional ou Processual: é aquele que iremos estudar, permitindo ao juiz no


caso concreto adaptar o procedimento às peculiaridades próprias partes da causa
que lhe é submetida.

C) Negocial: o procedimento é adequado pelas próprias partes, negocialmente.

Critérios de Adequação:
Os critérios de adequação se subdivide em 3 (três):

A) Subjetivo: o processo deve se adequar aos sujeitos processuais, ou seja, as


regras hão de se melhor adaptar as partes que figuram no processo.

Exemplo: Intervenção do MP; Prazo diferenciado


para entes públicos; procedimento especial para portadores de doenças graves;
prioridade de processamento para idosos.

B) Objetivo: os critérios objetivos se subdividem em 2 (dois)

b.1) Quanto a natureza do Litígio: a depender da natureza do direito material que gera
o litigio impõe uma modalidade de processo adequado
Exemplo: se o direito em litigio já goza de prova pré constituída (direito liquido e
certo) pode-se usar o procedimento do mandado de segurança que teoricamente é mais
célere.
b.2) Quanto a situação processual de urgência: quando se trata de uma situação
jurídica de urgência o processo deve ser adequado ao procedimento capaz de garantir
essa situação.
Exemplo: pedido de liminar para garantir direito fundamental à saúde. Procedimentos
Cautelares

C) Teleológico: o processo deve ser adequado ao seu fim, por exemplo o processo
de conhecimento visa reconhecer um direito, enquanto que o processo cautelar
busca uma segurança do interesse da lide, bem como, os processos do juizado
especial civil é adequado a duração razoável do processo.

Adequação Jurisdicional: o processo já é pensado pelo legislador para ser adequado as


particularidades, todavia não há como se elencar a todas peculiaridades de modo que
esse papel cabe ao juiz que funcionará como um diretor do processo que poderá a
depender da situação fática alterar alguma regra, desde que sempre respeitado o
contraditório.
Exemplo: dilação de prazo em um processo com muitos documentos a serem analisados
(art. 139, VI); não realização da audiência de tentativa de autocomposição.

Espécies de Procedimentos Especiais: O CPC estabeleceu 2 (dois) tipo de


procedimentos especiais denominados de PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
CONTENCIOSOS e PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO
VOLUNTÁRIA.

Vamos relembrar....

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS CONTENCIOSO: trata-se de procedimento


judicial especial em que o Estado Juiz atua para solucionar um conflito entre as partes
demandantes.

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA: trata-se de


procedimento judicial em que o Estado Juiz atua como mero chancelador e ou
integrador da vontade das partes, como administrador de interesses privados que
merecem atenção do Estado.
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PARAMENTO:

Direito Material Relacionado: no plano do Direito material, trata-se de uma relação


jurídica obrigacional, composta de um credor, um devedor, com objeto e vinculo
jurídico, devendo o devedor saldar o crédito conforme convencionado.

VÍNCULO JURÍDICO

Conceito de Ação de Consignação em Pagamento: é o procedimento especial de


jurisdição contenciosa que pretende a prestação de tutela jurisdicional consistente no
reconhecimento judicial da extinção da obrigação pelo devedor em face de seus
credores, mediante o pagamento em consignação (art. 334 do CC).

Em outras palavras, trata-se de procedimento judicial que cabe ao devedor com a


intenção de extinguir uma relação jurídica obrigacional, sempre que o devedor não
quiser, se opuser, dificultar, ou mesmo houver dúvida em relação ao real credor.

Ex: Imagine que Mévio possua uma dívida com Ticio decorrente de um empréstimo a
juros, sendo certo que no dia do pagamento o credor se recusa a receber o valor pelo
devedor, alegando que o mesmo está incorreto. Para evitar a incorrência sob o juros
total, poderá o devedor fazer jus da presente demanda, consignando o valor que entende
correto, sendo que, caso incida juros, o mesmo será somente sob o percentual em
discussão.

Ex2: Imaginemos que um imóvel encontre-se no limite territorial entre Ananindeua e


Belém, sendo que ambas as prefeituras emitem IPTU sob o registro do imóvel. Nesse
passo, o devedor não sabendo a quem de fato pagar, poderá fazer jus da ação de
consignação em pagamento.

Código Civil.

Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a


obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento
bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar


receber o pagamento, ou dar quitação na devida
forma;

II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no


lugar, tempo e condição devidos;

III - se o credor for incapaz de receber, for


desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar
incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente


receber o objeto do pagamento;

V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

Efeitos Primário da Ação de Consignação em Pagamento: o efeito primário e que se


espera com a ação de consignação em pagamento é de que a mesma seja capaz de
extinguir a relação jurídica obrigacional, desobrigando por completo o devedor em
relação ao credor.

Efeitos Secundários da Ação de Consignação em Pagamento: quando a ação em


consignação em pagamento não é por si só capaz de extinguir por completa a relação
jurídica obrigacional, torna-se extinto ao menos os juros e riscos, contados da data do
depósito, ao menos com relação aos valores incontroversos. Extinção de Juros.
Sentença de Improcedência da Ação de Consignação e Efeitos em relação ao
pagamento: Claro é a parte final do artigo 540 do CPC, ao dizer, que da data do
depósito em consignação até a sentença não haverá efeitos quanto a juros e demais
correções se por ventura a sentença julgar improcedente o pedido de consignação.

Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do


pagamento, cessando para o devedor, à data do
depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda for
julgada improcedente.

Ação de Consignação em Pagamento de Prestações Sucessivas: quando se tratar de


relação jurídica obrigacional cujo o pagamento se prolata no tempo, é plenamente
possível a consignação da primeira parcela e as subsequentes serem realizadas no
mesmo processo, desde que depositada no prazo máximo de 05 dias a contar do
vencimento.

Art. 541. Tratando-se de prestações sucessivas,


consignada uma delas, pode o devedor continuar a
depositar, no mesmo processo e sem mais
formalidades, as que se forem vencendo, desde que o
faça em até 5 (cinco) dias contados da data do
respectivo vencimento.

Quais bens podem ser consignado o pagamento: A consignação será feita com o
depósito, judicial ou extrajudicial, de dinheiro ou de outro bem qualquer, que seja objeto
da obrigação, podendo ser móvel ou imóvel. É possível que o pagamento seja feito por
consignação, quando a obrigação é de pagamento ou de entrega de coisa certa, móvel ou
imóvel, por exemplo, na consignação das chaves de um imóvel, que o devedor pretende
restituir e o credor se recusa a receber.

Obrigação de Fazer e não fazer e a consignação em pagamento: considerando trata-


se de conduta humana livre e consciente, não é possível obrigar uma pessoa a fazer ou
deixar de fazer algo, sendo sempre ao final revertido em perdas e danos.

Possibilidade de discussão de clausulas contratuais na ação de consignação em


pagamento:
Com frequência, o devedor oferece um valor em pagamento que o credor se recusa a
aceitar, alegando que não é suficiente, porque não respeita as cláusulas do contrato que
fixam juros, correção monetária ou multa. O devedor alega que tais cláusulas são nulas.
Surgem, então, no curso da consignação, discussões a respeito da legalidade ou validade
de cláusulas contratuais. A ação de consignação não tem por fim declarar nulidade de
cláusula contratual, mas nela pode haver o reconhecimento incidenter tantum de um
abuso contratual, capaz de repercutir sobre o quantum debeatur.

PROCEDIMENTO DA AÇÃO DE CONSIGANÇÃO EM PAGAMENTO:

a) Competência: a competência é relativa e irá variar a depender do tipo da dívida, para


tal definição é necessário analisar o contrato para saber qual é o tipo da dívida se
quesível ou ao portador.

Divida portável: competência é estabelecida a partir do domicílio do Réu, ou seja do credor;


quando o devedor precisará dirigir-se ao domicílio do credor para se isentar da obrigação,
passando a ser sua a responsabilidade de provar que ofereceu a prestação ao credor.

Dívida quesível: domicílio do devedor autor. O Código Civil estabelece que o pagamento deve
ser efetuado no domicílio do devedor, ou seja, a dívida é quesível (ou quérable, expressão
utilizada doutrinária e jurisprudencialmente), sendo o credor responsável por procurar o
devedor para haver o seu pagamento.

ATENÇÃO: SÃO VÁLIDAS AS CLAUSULAS DE ELEIÇÃO DE FOTO PARA


DERROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA, LOGO TRATA-SE DE COMPETÊNCIA RELATIVA,
QUANDO TAMBÉM NÃO FOR ALEGADA EM TEMPO HÁBIL PODE SER CONVALIDADA.

b) Legitimidade Ativa: em regra é o devedor da relação jurídica obrigacional. O


pagamento não é só um dever, mas também um direito.

Espólio: se o devedor principal já tiver falecido, antes da partilha dos bens.

Terceiro Interessado ou não interessado: O pagamento também pode ser feito por terceiro
interessado, ou por terceiro não interessado, desde que o faça por conta e em nome do
devedor. Tal autorização é dada pelo art. 304 e parágrafo único, do CC.
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da
dívida pode pagá-la, usando, se o credor se
opuser, dos meios conducentes à exoneração
do devedor.

Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro


não interessado, se o fizer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste.

c) Legitimidade Passiva: é aquele que pode receber ou dar quitação, o credor, seus
sucessores na falta dele.

D) Depósito: é a principal característica da ação de consignação em pagamento, devendo


o devedor depositar o bem ou valor para conseguir a quitação.
Depósito extrajudicial: só é possível em obrigação cujo o pagamento é dinheiro. pode
depositar o valor em estabelecimento bancário situado no lugar do pagamento, em conta
com correção monetária, cientificando o credor por carta com aviso de recepção.
Recebida a carta, o credor tem prazo de dez dias para manifestar a sua recusa (art. 539, § 1º,
do CPC). O prazo de dez dias conta-se da data de retorno do aviso de recebimento. A recusa
deve ser manifestada por escrito ao estabelecimento bancário em que o depósito foi efetivado.
Embora haja alguma controvérsia, prevalece o entendimento de que deve ser fundada,
cumprindo ao credor expor as razões pelas quais não o aceita. Não havendo recusa no prazo,
reputa-se o devedor liberado da obrigação, ficando o dinheiro depositado à disposição do
credor. Não terá havido ação de consignação em pagamento, mas apenas consignação
extrajudicial.

Art. 539 § 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro,


poderá o valor ser depositado em estabelecimento
bancário, oficial onde houver, situado no lugar do
pagamento, cientificando-se o credor por carta com
aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez)
dias para a manifestação de recusa

Petição Inicial: por mais que trata-se de procedimento específico é necessário que esteja
presente os requisitos essenciais de uma petição inicial descritos no artigo 319 do CPC.

Requisitos especiais da petição inicial da ação de consignação em pagamento: na ação


de consignação em pagamento deve vir fundamento as razões a que se faz jus a presente
demanda, bem como o pedido do Depósito, requisito principal da demanda.
Depósito: Na petição inicial, o autor requererá o depósito do valor ou da coisa, no prazo de
cinco dias. Caso tenha depositado extrajudicialmente o valor, instruirá a inicial com o respectivo
comprovante. Nada impede que, em vez de requerer o prazo para o depósito, o autor já o
comprove, no momento do ajuizamento da ação. Caso esteja em mora, deve depositar o
valor do débito, com todos os encargos.

Planilha de calculo demonstrativa: no que pese não ser elencado pelo CPC, e não gerar a
inépcia da inicial, adverte a doutrina e corrobora a jurisprudência a necessidade de demonstrar
o autor como chegou ao valor depositado, até mesmo para permitir a defesa mais precisa e
específica do Réu.

Prazo para realização do depósito: no termo da lei, Art. 542, I, o autor tem o prazo de 5 dias
contados da decisão judicial para efetivar o depósito da coisa ou dinheiro judicialmente.

Art. 542. Na petição inicial, o autor requererá:

I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a


ser efetivado no prazo de 5 (cinco) dias
contados do deferimento, ressalvada a hipótese
do art. 539, § 3º ;

Consequência processual de não realização do depósito: impetrada a ação e deferido o


prazo para realização da consignação, o seu não cumprimento no prazo legal de 5 (cinco) dias,
acarretará a extinção do processo sem a resolução do mérito.

Art. 542 –

Parágrafo único. Não realizado o depósito no


prazo do inciso I, o processo será extinto sem
resolução do mérito.

Pedido na inicial de Consignação de coisa determinável: no que pese o artigo 543 falar em
coisa indeterminada, mas correto seria utilizar-se da terminologia de coisa determinável, uma
vez que não é possível estabelecer uma relação jurídica obrigacional sem que se determine ao
menos o gênero e quantidade do objeto contratual.

Contudo, nesse casos, quando a escolha couber ao credor, não haverá o depósito imediato da
coisa, mas sim a citação para que dentro do prazo de 5 (cinco) dias, se outro prazo não for
determinado em contrato, exercer o direito de escolha da coisa, ou mesmo passar tal
responsabilidade ao devedor, cabendo ao juiz fixar lugar e hora em que se fará a entrega da
coisa.
Art. 543. Se o objeto da prestação for coisa
indeterminada e a escolha couber ao credor,
será este citado para exercer o direito dentro
de 5 (cinco) dias, se outro prazo não constar de
lei ou do contrato, ou para aceitar que o
devedor a faça, devendo o juiz, ao despachar a
petição inicial, fixar lugar, dia e hora em que se
fará a entrega, sob pena de depósito.

Citação e seus efeitos na ação de consignação em pagamento: assim como na petição

C it a ç ã o n a c o n s ig a n ç ã o
inicial a citação segue as regras gerais do CPC, contudo gerando um efeito específico, que é
realizar o levantamento do depósito ou oferecer contestação.

levantar o
depósito
oferecer
contestação

Levantamento do Depósito e consquência processual: realizando o réu o levantamento do


valor ou coisa depositada, o processo se dará por resolvido com resolução do mérito,
extinguindo-se o mesmo, e condenando-se o réu ao pagamento de custas e taxas processuais.

Contestação: não levantando o réu o depósito consignado, deverá apresentar usa resposta,
peça de bloqueio, contestação no prazo de 15 (quinze) dias.

Alegações específicas da Contestação: O artigo 544 do CPC elenta IV hipóteses especificas


de contestação em que o réu poderá se debruçar para rebater os argumentos autorais, contudo
vale resslatar que não se exclui a possibilidade de alegação de preliminares, ou qualquer fato
do mérito extintivo, modificativo ou impeditivo do Direito do Autor.
C o n te stç ã o
Preliminares

Fatos moditivativos, extintivos


ou impeditivos (mérito)

Hipóteses do Art. 544

I – Não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida: é em verdade


atacar o próprio motivo da ação de consignação de pagamento, afirmando que não haveria o
INTERESSE DE AGIR, que é requisito processual, uma vez que o pagamento poderia ter sido
feito de forma direta e convencional, jogando novamente para o autor/devedor o mora credendi,
ou seja, o ônus de prova causa que justifique a demanda.

II – Que a recusa foi justa: várias são as hipóteses que podem ensejar esse argumento, tais
como as elencadas abaixo a titulo de exemplificação:

- afirmar que não é o credor, uma vez que inexiste relação jurídica de direito material capaz de
comprovar vinculo jurídico entre as partes;

- pode alegar que já recebeu o valor da dívida, sendo a mesma extinta por novação ou
compensação;

- pode alegar a inexigibilidade da dívida, pois ainda não está vencida.

III – Que o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento: Esse tipo de
alegação só servirá como defesa do credor se o objeto da obrigação tiver perdido a utilidade
para ele, ou se este já tiver ajuizado ação para demandar o devedor pela dívida que este
pretende pagar. Não estando presentes essas circunstâncias, o credor não pode recusar o
pagamento do devedor, mesmo em mora, desde que acompanhado de correção monetária,
juros de mora fixados no contrato ou, na omissão, os juros legais, e a multa convencionada.

Ex: tiver o réu já proposto ação de cobrança do valor ou cautelar de sequestro da coisa;

IV – O depósito não é integral: Essa é a causa mais comum de recusa do credor em receber
pagamento. Ao apresentar contestação, é indispensável que ele indique qual o valor que
entende devido, sob pena de sua defesa não ser conhecida pelo juiz. Por isso, é preciso que,
na inicial, o autor indique, de forma discriminada, como chegou ao montante que pretende
depositar, permitindo ao credor conferir os cálculos, e apresentar sua resposta, demonstrando-
lhe a insuficiência. Quando for essa a alegação do credor em sua contestação, o procedimento
da consignação sofrerá uma variação, devendo ser observado o disposto no art. 545 do CPC,
que será examinado em item apartado.

Consequência processual do depósito ou consignação parcial: havendo dúvida quantum


ao valor correto da consignação aplicar-se-á a regra descrita no artigo 545 e seus parágrafos.

a) Complementação do valor no prazo de dias: é lícito ao autor integralizar o


pagamento parcial no prazo de dias após a intimação da contestação.
b) Inadimplência substancial: caso a divergência seja substancial ao ponto de acarretar
a rescisão contratual, não poderá ser feita a integralização, podendo inclusive a
rescisão e suas consequências serem discutida no próprio processo por questão de
economia processual e celeridade.

Art. 545. Alegada a insuficiência do depósito, é


lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias,
salvo se corresponder a prestação cujo
inadimplemento acarrete a rescisão do
contrato.

c) Levantamento parcial do depósito: havendo valor controvertido, nada impede ao


credor/réu, levantar o valor já depositado, prosseguindo o processo quanto à parcela
controvertida. Por óbvio, em relação aos valores já levantados haverá a liberação
parcial do devedor, não podendo por exemplo cobrar mais juros e correção com
relação ao montante já levantado.

Art. 545 -§ 1º No caso do caput , poderá o réu


levantar, desde logo, a quantia ou a coisa
depositada, com a consequente liberação
parcial do autor, prosseguindo o processo
quanto à parcela controvertida.

Reconvenção e ação de consignação em pagamento: não há vedação no CPC em relação


a possibilidade de impetrar reconvenção em ação de consignação em pagamento, razão pela
qual vem admitindo a jurisprudência tal faculdade processual.

Dúvida em relação ao credor e citação processual: sendo a ação de consignação fundada


na hipótese em que há dúvida sobre quem é o devedor originário, deverá ser promovida a
citação de todos quanto pairem a dúvida.

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