Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AÇÃO DE INTERDIÇÃO
Outra regra importante é saber que sempre que há uma ação é preciso
observar a situação apresentada e verificar se há alguma lei processual que trata daquele
caso fora do CPC. Pelo princípio da especialidade, a regra especial será sempre
preferível diante de uma lei geral, assim, as normas do CPC são aplicadas em último
caso, primeiro observando os procedimentos especiais e por fim verificar o
procedimento comum.
É possível cumular procedimento especial com procedimento comum?
artigo 327, parágrafo 2º do CPC: § 2º Quando, para cada pedido, corresponder
tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o
procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais
diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou
mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre
o procedimento comum.
Assim, imagine que há 2 pedidos a serem feitos ao juiz, um pelo procedimento
especial e o outro comum, pode usar um processo só para isso? Depende dos
tipos de pedidos, uns podem ser cumulados, havendo adaptação, outros, por
conta de incompatibilidade, não podem ser cumulados. Tudo vai depender da
análise do caso concreto.
RESP 1703.707 – 25/05/2021: é inadmissível cumulação de pedidos estranhos à
natureza constitutiva negativa dos embargos de terceiros.
O artigo 318, parágrafo único trata da aplicação subsidiária: Art. 318. Aplica-se a
todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou
de lei.
CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO
Art. 539. Nos casos previstos em lei (CC art. 335), poderá o devedor ou terceiro
requerer, com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo
levantá-lo o depositante.
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição
devidos;
Ressalta-se que parte da doutrina entende que o terceiro não interessado não
possui legitimidade para propor a ação de consignação por não ter relação de
subordinação com o cumprimento daquela obrigação nem interesse jurídico naquele
adimplemento. Não há, aqui, pertinência subjetiva para a causa.
O terceiro interessado que paga a dívida em seu próprio nome tem direito de
reembolso pelo devedor original, mas não se sub-roga no direito de credor. Caso a
dívida seja paga antes do vencimento, só pode cobrar do devedor original na data do
vencimento ou após ela.
Avô que quer pagar dívida do neto e entra com ação de consignação: caso
venha esse questionamento na prova, informar a condição do avô de terceiro não
interessado e que como tal, há duas correntes para explicar o seu comportamento, uma
que afirma que ele é legitimado para tanto, e outra que não o considera legitimado pelos
motivos já expostos anteriormente.
A consignação serve para a obrigação de pagar ou dar coisas, mas não serve
para obrigação de fazer ou não fazer, parte final do art. 539 do CPC, nesse último caso,
deverá ser proposta ação de perdas e danos pelo prejuízo causado.
Consignação extrajudicial
Caso haja a recusa, ela deve ser expressa e direcionada ao banco onde
ocorreu o depósito, abrindo um prazo de um mês para o credor propor a ação de
consignação, onde a inicial dever conter como anexo o comprovante de depósito e de
recusa do credor, SEM FAZER A RETIRADA DO DEPÓSITO. Se não houver
propositura da ação dentro desse prazo, aí sim o devedor pode levantar a quantia que foi
depositada.
1) Valor da dívida
2) Cláusula leonina
3) Teoria da imprevisão
4) Alteração das condições do credor ou devedor
Quem pode exigir conta de alguém é quem tem algum vínculo obrigacional
com aquele a quem exige.
Essa ação é divida em duas fases, a primeira fase objetiva demonstrar que o
autor tem direito de exigir e o réu tem o dever de prestar contas, apenas o
reconhecimento dessa relação.
O juiz deve se limitar às contas, se elas estão corretas ou não, de forma que
na primeira fase ele apenas vai aliar se o autor pode exigir e o réu deve prestar e na
segunda fase há análise das contas em si, mas nada além disso, como ocorre na ação de
consignação. Aqui não se discute cláusula contratual.
O autor pode impugnar cada um dos pontos das contas prestadas, desde que
o faça de forma especificada.
Se o réu não presta contas no prazo de 15 dias, nasce para o autor o direito
de ele mesmo apresentar a prestação de contas de forma presumida do que o réu gastaria
para executar a tarefa que lhe foi incumbida, respeitando os princípios da razoabilidade
e proporcionalidade.
Quem toma conta de algo ainda que sem vínculo ou determinação também
precisa prestar constas, por exemplo, o inventariante provisório também precisa prestar
conta aos demais herdeiros. Nesse caso, se houver ação de prestação de contas, ela será
proposta no mesmo local onde corre o inventário.
Nesse momento já estamos na segunda fase (já que agora o que se discute é
a questão do montante da prestação de contas). Dessa forma, pode haver uma sentença
que determina que não há saldo para ninguém porque as contas todas bateram, essa
sentença será declaratória e irá extinguir a obrigação.
Se for estabelecido que as contas não bateram, aí será analisado quem tem o
saldo a receber, condenando a outra parte ao pagamento, sendo, nesse caso uma
sentença condenatória, de forma que a execução irá ocorrer no mesmo processo. Aqui
não cabe reconvenção, já que é um procedimento dúplice.
Quando não for um caso previsto no rol do artigo 553, cuja competência é
sempre absoluta, a competência para ajuizar ação de exigir contas será definida pelo art.
53, inciso IV, alínea ‘b’, que determina que a competência será definida pelo lugar do
ato ou fato para a ação em que for réu o administrador ou de negócios alheios. Pode
haver foro de eleição, que deverá ser respeitado pelas partes.
Prestação de contas na ação de alimentos: o STJ determinou que não cabe prestação
de contas, por se tratar de não de uma relação obrigacional, mas de direito familiar.
Resp. 1767456 – MG. Mesmo porque, os alimentos são irrepetíveis, ou seja, não pode
ser devolvido ao alimentante.
Cumulação sucessiva: ocorre porque essa ação tem duas fases, assim, há a
possibilidade de fazer o pedido de condenar o réu a prestar as contas e condená-lo ao
saldo devedor. Acolhido o primeiro pedido, há a análise do segundo pedido, se houver
saldo devedor.
AÇÕES POSSESSÓRIAS
Imissão na posse: quando a pessoa nunca teve a posse daquele imóvel, é uma
ação petitória que envolve o domínio, para que a pessoa, com o pedido deferido,
passe a ter a posse daquele bem.
Competência da ação: Se bem imóvel, a ação tem que ser proposta no foro de situação
da coisa, se imóvel, no foro de domicílio do réu.
Reconvenção: é possível para outros pedidos que não os dispostos no art. 556, mas a
indenização e proteção possessória pode pedir diretamente na contestação.
A proibição do art. 557 não se estende a terceiros, mas apenas autor e réu.
PROCEDIMENTO
Se for bem móvel, vai pelo procedimento comum, pode ser proposto
inclusive no juizado. Se bem imóvel, vai pelo rito especial.
Terras devolutas: pertencem ao poder público e não podem ser objetos de demarcação,
mas apenas de ação discriminatória.
Para propor esse tipo de ação é preciso ter a anuência do cônjuge, a não ser
que se trate de matrimônio com separação total de bens, se o casal for autor, se for réu,
ambos devem figurar no polo passivo.
Propondo a ação sem essa autorização, o juiz manda emendar, se não houver
emenda, a ação é extinta por falta de pressuposto essencial de validade. Essa falta, em
determinados casos, pode ser suprida pelo juiz.
Contestação: 15 dias (prazo comum), aqui não se aplica o prazo em dobro do artigo
229 (prazo dobrado para processos físico de mais de 1 réu com adv. diferente), porque
se trata de procedimento especial, que se sobrepõe ao rito comum pelo princípio da
especialidade.
É possível que essa ação seja ajuizada apenas para a apuração dos haveres,
quando da sua retirada do quadro societário, ou por seus herdeiros, em caso de sócio
falecido.
Pode ser que essa sentença seja declaratória, o que ocorre quando não há
nada a ser pago a ninguém.
A retirada do sócio não precisa ser motivada, basta apenas uma notificação,
conforme preconiza o art. 60, II, ele, porém, ficará comprometido com a sociedade por
60 dias a contar dessa notificação.
Socio dissidente: é aquele que tem um motivo declarado para sair da sociedade, esse
motivo deve ser contratual e não pessoal. Isso é importante porque a motivação exime o
sócio do compromisso para com a sociedade (ele não precisa ficar comprometido
aqueles 60 dias como no caso citado acima, ele já se desliga desde logo).
Essa notificação pode ocorrer de 3 formas:
1) Particular, por meio de envio de carta. Nesse caso não há como provar que o
conteúdo foi recebido.
2) Extrajudicial, quando é feita pelo cartório, comprovando o recebimento da carta
e do seu conteúdo
3) Notificação extrajudicial, que provê maior garantia de que a notificação de fato
foi entregue.
Na petição inicial o autor precisa pedir a citação do réu para que ele
concorde com a dissolução parcial ou, caso contrário, para que apresente sua
contestação. Mantendo-se inerte, aplica-se a revelia.
É possível que a sociedade apresente PEDIDO CONTRAPOSTO na
contestação (perceba que não se fala em reconvenção aqui), esse pedido só pode ser
feito pela PJ e não pelo sócio ou por seu presentante.
A ação tem início no rito especial e caso haja contestação, segue o rito
comum e retorna ao rito especial na apuração de haveres.
INVENTÁRIO E PARTILHA
Nem sempre que houver o falecimento de uma pessoa que deixou bens
haverá partilha, é possível que ocorra o inventário sem partilha em 2 casos:
INVENTÁRIO EXTRAJUDICIAL:
Ressalta-se que ainda que haja testamento é possível fazer o inventário extrajudicial,
mas havendo, é preciso que ele passe pelo procedimento de jurisdição voluntária, que
nada mais é que um procedimento para controle do juiz e promotor para verificar se os
aspectos do testamento são validos ou não. Esse procedimento precisa ser feito
judicialmente.
Exceção do inventário: lei 6858. Essa lei prevê que os valores que a pessoa deixou em
vida, como rescisão contratual, FGTS, PIS/PASEP, pode receber fora do inventário, por
meio de uma ação de alvará.
O que se tira de mais importante da lei supracitada é que em seu artigo 1º há
uma distinção entre as hipóteses em que são cabíveis o alvará, mas que também deve
haver inventário, quando houver outros bens. Por exemplo: abre a ação de alvará para
retirada do FGTS retido em conta e um inventário para partilha o imóvel e o terreno
deixado pelo de cujos entre os herdeiros.
Nesse caso – proposta a ação de alvará – o valor não é pago aos herdeiros,
mas sim aos dependentes do de cujus. Assim, se o de cujus deixou dois filhos, um deles
maior e um menor de idade e, portanto, incapaz, apenas esse incapaz irá receber, pois é
o único dependente. Com isso, é possível disser que essa é uma lei que protege os
interesses dos menores.
Prazo do inventário: 2 meses a contar da morte, não abrindo o inventário nesse período
é devido uma multa de 10% sob o valor do imposto. Uma vez proposto o inventário, ele
tem um prazo de 12 meses para ser finalizado, esse prazo, porém, é impróprio e nunca
pe cumprido.
Inventário negativo: quando não há bens deixado pelo falecido, servindo apenas para
demonstrar duas coisas:
1) A pessoa que ficou viúva quer se casar novamente em regime que não seja
separação obrigatória e como ela não tem comprovação que fez o inventário,
precisaria casar com separação obrigatória.
2) Quando há cobrança de credores sobres os herdeiros do de cujos por dívidas do
falecido.
Nesse caso é válida apenas uma declaração do juiz afirmando que não
deixou bens, afinal, o herdeiro só responde até o limite da herança.