Você está na página 1de 50

MBA Executivo em Finanças

Investimentos & Risco


2020

GERENCIAMENTO DE RISCOS

Prof. Pedro Bretan

Estrutura do Curso

• Princípios Gerais de Gestão de Riscos

• Gestão de Risco de Mercado

• Gestão de risco em empresas não financeiras

• Gestão de Risco de Crédito

• Gestão de Risco de Projetos

Gerenciamento de Risco
Princípios Gerais de Gestão de Riscos

Princípios Gerais de Gestão de Risco

Objetivo de uma boa gestão de risco é viabilizar negócios em


ambientes em que há chance real e significativa de perdas financeiras

Visão Positiva da Gestão: pró-ativa, ex-ante, essencial.

Visão negativa: gestão de risco como controle para travar, ou


impossibilitar novos negócios. Reativa, ex-post.

Gerenciamento de Risco
Princípios Gerais de Gestão de Risco

Como implementar a visão “positiva”?

- Governança: a alta administração é o principal stakeholder da gestão de risco,


pois é ela que detém o mandato de implantar as estratégias de médio e longo
prazo do negócio, que dependem da gestão. Ela deve definir os apetites de
risco que o negócio precisa seguir, e os procedimentos de revisão do
mesmo.

Princípios Gerais de Gestão de Risco

- Exemplos de apetites:

- Limites de VaR (Mercado)


- Taxa máxima de inadimplência (crédito)
- Grau mínimo de disponibilidade de sistema (operacional)
- Taxa de fraudes (operacional)

Gerenciamento de Risco
Princípios Gerais de Gestão de Risco

Como implementar a visão “positiva”?

- Cultura: disseminar a importância da gestão para todo o negócio ->


alinhamento de objetivos.

- Capacidade: gestão de risco é tema técnico, exige equipes com formação


específica.

Princípios Gerais de Gestão de Risco

Como implementar a visão “positiva”?

Procedimento de uma gestão de riscos positiva – melhoria contínua – PDCA

Plan: estudar o problema e as técnicas existentes que são adequadas para identificar,
medir e tratar os riscos atuais e futuros.

Do: organizar o processo e implementar a governança, cultura, processos, pessoas,


controles e medições que viabilizam a gestão de risco.

Gerenciamento de Risco
Princípios Gerais de Gestão de Risco

Como implementar a visão “positiva”?

Procedimento de uma gestão de riscos positiva – melhoria contínua – PDCA

Check: medir o efeito da gestão no P&L do negócio, investigar quando o resultado se afastar
do esperado.

Act: Redefinir as métricas e controles de acordo com o aprendizado no item anterior.

Princípios Gerais de Gestão de Risco

Melhoria contínua transmite que a gestão está alinhada ao objetivo maior de

aumentar negócios e rentabilidade.

A revisão de modelos de risco, de limites de risco, de apetites de risco, deve

ocorrer sempre, com periodicidade definida. O Mercado muda constantemente,

e o Risco deve se adequar na velocidade do mesmo, para gerar mais negócios e

melhorar a rentabilidade.

Gerenciamento de Risco
Tópicos em Gestão de Risco de Mercado

Motivação

Aumento de volatilidade das variáveis financeiras


Uso crescente de derivativos
Crises em que grandes instituições incorreram em grandes perdas

Perdas
Eventos Razões
(US$ bi)
Barings Bank 1995 1.40 Derivativos
Procter & Gamble 1994 0.16 Derivativos cambiais
Condado de Orange 1994 1.60 Elevação da taxa de juros
LTCM 1997 3.50 Arbitragem em títulos de renda fixa
Enron 2001 ?? Derivativos, investimentos, fraudes

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado

Dois tipos de métricas:

• Uma medida de risco que reflita as perdas mais frequentes, ou diárias. Nesse caso,
trata-se das situações ditas “normais”

-> Value-at-Risk

• Uma medida de risco para as perdas mais raras, ou de situações ditas de “stress”

-> Resultados de Stress Testing

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

VaR - Perda potencial de “patrimônio”, em um determinado horizonte de tempo


e a um nível de significância α %.

Em um “único número” pode ser expresso todo o risco de mercado da instituição.


Matematicamente,

α
%

VaR

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Exemplo: Se o VaR diário de uma carteira é US$4 milhões com nível de significância de 5%, há uma chance em
vinte, sob condições normais de mercado, de se registrar uma perda superior a U$4 milhões (de um dia para
o outro).

METODOLOGIAS DE CÁLCULO DE VaR

Método Analítico (RiskMetrics)


Hipótese da Normalidade dos Retornos
Matriz de Covariância

Simulação de Monte Carlo


Captura os efeitos da não linearidade das opções
Mais difícil implementação e entendimento

Simulação Histórica
Fácil implementação e entendimento
Nenhuma hipótese sobre distribuições
Dependência do intervalo de tempo usado na simulação

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

VaR Paramétrico

Se considerarmos que os retornos tem distribuição normal, o VaR de um ativo pode ser calculado
diretamente do desvio padrão, ajustado por um fator relativo ao intervalo de confiança adotado.

Considerando que r1~N(0,sigma)

Perda ~ N(0,Posição x sigma)

Exemplo de VaR de 1 posição de R$1.000.000 num ativo que tem distribuição normal com média 0 e
desvio padrão 3% ao dia.

O valor em risco tem um distribuição normal com média 0 e desvio padrão R$30.000, ou seja, existe
uma probabilidade de 16% das perdas serem maiores que R$30.000 no prazo de 1 dia .

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Conversão do VaR para os parâmetros escolhidos

O nível de confiança é ajustado segundo a tabulação da distribuição normal. Por exemplo, o

VaR de 95% é multiplicado por 1.65 e o VaR de 99% por 2.33.

O horizonte de tempo é ajustado pelo fator (N)1/2.

No exemplo anterior o VaR para um horizonte de 10 dias, ao nível de confiança de 99% é igual

a 2.33*(10)1/2 * R$30.000 = R$221.043

A regra do ajuste por (N)1/2 considera a hipótese de retornos i.i.d

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

VaR de uma Carteira com N Fatores de Risco

Conceito de diversificação do risco surgiu em 1959 com a teoria da escolha de carteiras


(Markowitz).

Método de Delta Normal, que pressupõe retornos com distribuição normal, segue modelo de
Markowitz.

Rt+1 = P t’. rt+1 r~N(0,Σ)

VAR (Rt+1) = P t’. Σ t+1 . Pt

R é o retorno total da carteira, r é o vetor de retornos, P é o de posições e Σ é matriz de


covariância. m m
VaR = ∑∑Corr VaRVaR
i =1 j =1
ij i j

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Cálculo do VaR da carteira

ρ11 ρ12 ... ρ1n   VaR1 


   
ρ  * VaR2 
VaR = [VaR1 VaR2 .... VaRn ] *  21
 M   M 
   
ρn1 ... ... ρnn  VaRn 

Análise do Mercado

Dados do
Estimativa de Previsão de
Mercado: taxas
Volatilidades e Volatilidades e
de juros, câmbio
e cotações
Correlações Correlações Value

Posição da Empresa
at

Mapeamento das
Posição de risco, Risk
taxas de juros,
Operações posições (fluxos
de caixa) câmbio e
cotações

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Método Analítico

Definição do conjunto de fatores de risco que afetam as posições do portfolio

Cálculo das exposições geradas pelas posições do portfolio a cada fator de risco
Como o retorno do portfolio é explicado pelo retorno dos fatores de risco

Com base em séries históricas, cálculo das volatilidades de cada fator de risco (vetor de
volatilidades) e da correlação entre eles (matriz de correlação)

Pontos importantes:
– Identificação dos fatores de risco
– Definição das equações de mapeamento
– Estimação das volatilidades e correlações

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk
Método Analítico

Desmembramentos de Instrumentos e Mapeamento de Fatores

Instrumento 1
Fator 1
Instrumento 2
Fator 2
Instrumento 3 Mapa Final
Fator 3
Instrumento 4
Fator M
Instrumento N

Gestão de risco de mercado – Value at Risk


Método Analítico

Exemplo de Desmembramento e Mapeamento


(6 instrumentos e 4 fatores)

IBOVESPA R$/US$ Estrutura a Est. a Termo


(índice) (Com.) Termo Pré Cupom Cambial
Fut. de IBOVESPA
Fut. de Dólar Com.
LTNs
NTN-D
Fut. de DIs
Captações Ext.*

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Simulação Histórica

Coerência com intervalo de tempo. Cálculo de VaR mensal implica em utilização de


retornos mensais.

Incorpora não linearidades das opções, permitindo reavaliação total da carteira.

É baseado numa trajetória amostral. Será que o passado representa o futuro?

Grande dependência do período histórico utilizado.

Fácil implementação e entendimento.

Nenhuma hipótese sobre distribuições.

Gestão de risco de mercado – Value at Risk


Simulação Histórica

Inicialmente são formados os conjuntos de cenários. Cada cenário contém um valor para o retorno de um
determinado fator de risco. Por exemplo, cenários históricos de ações irão conter como variável de cenário os
retornos dessas ações, os quais serão calculados a partir de preços passados. Os cenários de taxas de juros são
criados de forma particular para incorporar a estrutura a termo das taxas de juros. Isso significa que, em cada dia,
têm-se valores para taxa de juros de diverso prazos, prazos de vencimento (histórico de vértices pré-
determinados);

Depois de formados os cenários, a carteira sob a qual pretendemos calcular o VaR é apreçada em cada um dos
cenários e o valor da perda ou ganho é calculado. Chamaremos tal valor de Perdas e Lucros (P&L), onde

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk
Simulação Histórica

É importante notar que o valor da carteira sob o i-ésimo cenário é calculado aplicando-se os
retornos dos fatores de risco do cenário i sobre o valores atuais desses fatores (valores utilizados
no MtM da carteira “hoje”);

Na sequência, os valores dos P&L´s são ordenados de forma crescente, e o VaR com a % de
intervalo de confiança é dado pela observação que ocupa a posição (1 – a%)T, onde T é o tamanho
da série histórica. No caso de tal posição não ser inteira, esta é arredondada para cima.

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Simulação de Monte Carlo

É o método mais potente e de difícil implementação;

Etapas:

– Especificação dos processos estocásticos dos ativos

– Simulação dos preços para as variáveis

– Reavaliação e cálculo do VaR

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Vantagens e desvantagens da SMC

Captura os efeitos da não linearidade de produtos como as opções

Permite uma visualização gráfica do retorno da carteira

Demanda maior tempo computacional

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Resumo: Comparativo entre as Metodologias

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Comparação das Metodologias

Conclusão:

O ideal é que as medidas de VaR sejam


calculadas em todas as metodologias e que as
diferenças sejam avaliadas e entendidas.

Gestão de risco de mercado – Value at Risk

Alternativas ao Cálculo “Tradicional” e outras Métricas

Distribuições que contemplem valores extremos;

Inferência não paramétrica ;

Regressões Quantílicas;

Construção de distribuições conjuntas via Cópulas;

Utilização de dados em alta frequência;

Uso de Medidas Coerentes de Risco: Expected Shortfall;

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Avaliação

BackTesting &
Aderência

Uma vez, como apresentamos, que as metodologias para o cálculo do risco


de mercado possuem limitações, foram desenvolvidas técnicas e métodos
para avaliação e validação dos modelos a fim de testar sua eficiência.

Desta forma o BackTesting é utilizado como uma forma de avaliar (medir) o


risco de modelo.

Gestão de risco de mercado – Avaliação

BackTesting & Aderência

O Back-Testing é realizado através da coleta dos dados referentes ao risco


de mercado das posições e confrontado com os resultados observados da
carteira. Sendo que estes resultados podem ser obtidos:

apenas considerando o estoque da carteira (limpo); ou

incorporar as operações realizadas no dia (sujo).

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Avaliação

BackTesting & Aderência

Gestão de risco de mercado – Avaliação

Com base nos resultados obtidos, são realizados dois tipos de análises:

contagem direta dos “erros” observados e comparação com o


intervalo de confiança estabelecido; e

testes estatísticos para aceitação ou rejeição do modelo (Teste de


Kupiec).

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Avaliação

BackTesting & Aderência

Sobre os testes estatísticos são avaliados os seguintes itens:

Proporção de falhas

Tempo até a primeira falha

Ponderação por tamanho de perda

Tempo entre falhas.

Gestão de risco de mercado – Avaliação

Traffic Ligh Approach

Uma forma que tem se popularizado no mercado, principalmente no


tocante ao monitoramento dos limites e indicadores de risco, é o chamado
Traffic Light Approach.
Este processo consiste basicamente em estabelecer zonas de “comforto”
com relação aos riscos reportados e limites definidos. É similar a técnicas já
bastante difundidas e comuns em gerenciamento de projetos.
O principal objetivo é permitir avaliações e ações antes que os limites
sejam violados e acarretem em maiores prejuízos. Esta técnica é utilizada
tanto para limites de risco como para limites de stop-loss / stop-gain.

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Avaliação

Traffic Ligh Approach

Como discutimos, os modelos “clássicos” para mensuração do risco de mercado de


instrumentos financeiros (VaR – Value at Risk) representaram um avanço importante no
desenvolvimento de técnicas quantitativas para o gerenciamento de riscos

Entretanto, as metodologias mais utilizadas apresentam algumas limitações importantes e


que, com a evolução dos modelos e as crises ocorridas, acabaram abrindo espaço para
metodologias e técnicas “complementares” na tentativa de fornecer mais informações aos
gestores de risco e, portanto, mitigar o risco de modelo.

Gestão de risco de mercado – Stress Testing

Stress Testing

Avalia o comportamento de uma carteira de ativos em situações extremas.

Complemento ao VaR, que não traz nenhuma informação sobre o que


acontece quando a perda excede o VaR.

Método, em geral, mais subjetivo ou com maior interferência do usuário


do modelo.

Funciona melhor para portfólios com poucas fontes de risco, pois na


maioria das situações as correlações não são levadas em conta.

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Stress Testing

Definição de cenários - variáveis

Avaliação do comportamento histórico de cada fator de risco e


análise de backtesting em diferentes níveis
ANÁLISE QUANTITATIVA Modelos de EVT – Extreme value theory
Análise das volatilidades implícitas nos mercados de opções e
de densidades neutras ao risco

Avaliação do comportamento histórico do mercado para tentar


encontrar cenários adversos
ANÁLISE QUALITATIVA
(DADOS HISTÓRICOS) Extensão do modelo do Simulação Histórica considerando o
pior cenário possível

Análise do ambiente macroeconômico


CONJUNTURA
Análise do ambiente político
MACROECONÔMICA E
COMPORTAMENTO DAS Análise de fatores conjunturais das variáveis de mercado (juros,
VARIÁVEIS DE MERCADO câmbio, bolsa, inflação)

Gestão de risco de mercado – Stress Testing

Definição de cenários - conceitos

Premissas Não são

Forward-looking Backward-looking
Incorporação de risco de evento Premissa de condições normais de
Estáveis mercado

Revisões periódicas Ligados aos níveis atuais de


volatilidade
Consideração de holding periods
específicos Imutáveis

Nível de confiança – EVT – a partir Consideram único holding period


de 99,75% Nível de confiança único

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco de mercado – Stress Testing

Definição de cenários - abordagens

Stress Histórico (ou Stress de Pior Caso).


Stress Pior Combinação
Stress Probabilístico (utilizando simulações e probabilidades).
Geração de Cenários (Modelos Estocásticos).
Cenários Determinísticos (Modelos Qualitativos)
SVaR – Stressed VaR
Stress para Fundos Long&Short – betas stressados

Gestão de risco em empresas não financeiras

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

VaR para empresas

Como deve ser a adaptação do conceito de VaR para empresas?

Adaptação nada trivial


“So Near, So VaR” - Leslie McNew, financial risk management, Reynolds Metals
“A melhor abordagem de VaR para empresas provavelmente conterá múltiplas facetas” — Shimko
(1996)

Dificuldades:
Objeto de medição: valor econômico, ao invés de patrimônio.
Taxas de desconto: mark-to market não é tão claro para empresas
Horizonte de Tempo da Análise
Tratamento para a volatilidade dos preços associados a fluxos operacionais (ex: séries de commodities
tem reversão à média)

Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Weighted Average Cost of Capital

 Debt   Debt 
WACC = 1 −  ⋅ Ko +   ⋅ (1 − IR ) ⋅ K d
 Firm   Firm 

 Debt ~ ~  Debt ~
WACC= 1−  ⋅ ( rf + λBrasil+ β ⋅ E) +   ⋅ (1− IR) ⋅ (~
rf + λBrasil+ λempresa)
 Firm  Firm

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Fluxo operacional - venda produto indexado a LME.

FUS$
VPR$,t = ⋅ eR$ / US$
(1 + WACC)T − t / 360

Logo, o financeiro é alocado em 3 fontes de risco:


Dólar;
LME
WACC (UST, risco Brasil e spread empresa)

Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Fluxo operacional em R$

NOPLAT6 ⋅ 1 − g 
 ROIC 
Perpetuidade =
wacc - g

• G - Taxa de crescimento da companhia


• ROIC - Retorno sobre capital investido

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Cálculo do VaR em empresas

Caixa (em excesso)

Unid C

Dívida

Unid B
~
{Et+1(EV)/t}
Equity
Unid A
VaR

Valor Unidades Custos do Valor Distribuição


Operacionais Centro Adm. Firma de Valor
Equity
VaR Value

Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Risco Corporativo

Por que o VaR não é uma medida suficiente para empresas?

Exemplo: Impacto de uma maxidesvalorização do câmbio sobre uma empresa exportadora


líquida endividada em dólar:

Do ponto de vista do valor econômico (medido pelo VaR), o efeito, na maior parte dos casos, é
positivo. (Depende da alavancagem da empresa).

O Earning at Risk (EaR) indicaria um enorme risco para o balanço da empresa.


O Cash-flow at Risk CFaR tenderia a indicar um pequeno risco cambial, caso a dívida seja de
longo prazo.

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Modelo Híbrido VaR/CFaR/EaR

O VaR é uma medida de risco útil, porém insuficiente, para a gestão financeira de uma empresa –
nesse sentido, recomenda-se o uso combinado das métricas de VaR, CFaR e EaR, assim como a
avaliação em cenários de stress.

VaR: “Qual a perda potencial de valor da empresa num determinado horizonte de tempo
devido a oscilações de preço de mercado?” Tem-se um enfoque de curto prazo e de valor.
Pode-se utilizar uma metodologia analítica ou simulação.

CFaR/EaR: “Quanto a empresa pode vir a ficar abaixo de suas metas financeiras para o
período devido à oscilações de preços e taxas de mercado?” Tem-se um enfoque de
médio/longo prazo e de fluxo de caixa ao invés de valor. É um processo intensivo em
simulação.

Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Modelo Híbrido VaR/CFaR/EaR

CFaR: mensuração do risco inerente ao fluxo de caixa da empresa


Caixa: fluxo de desembolsos da dívida como um todo, juros e amortizações, em diferentes
moedas, em cenários distintos para trajetórias de moedas, indexadores e juros.
Geração Operacional de Caixa, e outras métricas “gerenciais”.

EaR: mensuração do risco inerente ao balanço da empresa


Lucro líquido, Ebit, etc..
Análise precisa do impacto que a área de Tesouraria pode gerar nos resultados da companhia
(balanço e DRE) diante de trajetórias alternativas de preços.
Contempla todos os aspectos tributários envolvidos.
Necessária perfeita compreensão dos padrões contábeis adotados pela companhia.

Gerenciamento de Risco
Gestão de risco em Empresas Não Financeiras

Modelo Híbrido VaR/CFaR/EaR

Case Petrobras (1) Entendimento dos riscos a que está exposta:


(VaR Corporativo x EaR)
“84% da dívida e parcela considerável do fluxo de
caixa futuro da Petrobrás …”
uma desvalorização do real tem impacto contábil
relevante no CP, já no LP (valor) não.

Filosofia da gestão de riscos:


objetivos gerais:
“O objetivo da gestão de riscos é reduzir ao
mínimo a possibilidade de postergação ou
Interrupção no plano de investimentos.” (PNAR)
uso de derivativos
“… não utiliza derivativos para fins comerciais
ou especulativos”

Gerenciamento de Risco
Resultado do CFaR:
Case Petrobras (2)
“... para manter o saldo mínimo de caixa estabelecido
e seu plano de investimento em 2004, não necessitará
recorrer a captações adicionais com probabilidade de
aproximadamente 90%.”
“na definição das necessidades mínimas do caixa da
Companhia, é considerada uma parcela de precaução
correspondente a 11 meses de serviço da dívida,
aproximadamente US$ 2 bilhões atualmente…”

Tesouraria faz a gestão deste caixa mínimo e dos


instrumentos de hedge!!! (VaR Financeiro)
“ No fechamento de 31.12.2004, o VaR das aplicações
da Tesouraria, para o prazo de um dia e com grau de
confiança de 95% era de US$ 17 milhões (0,2% do
VP)”

Conceitos fundamentais de crédito

• Crédito está relacionado ao termo confiança


• Antes de contratos formalizados, era realizado com base nesta premissa.

• Quais as partes em um contrato de crédito?


• Tomador (Devedor) -> adimplente, inadimplente, “default”
• Financiador/Doador (Credor)

• Definição - > operação de empréstimo de dinheiro ou equivalente, onde há remuneração dado por
juros e pagamento em prazo estendido. O Tomador recebe imediatamente e realiza uma ação com
estes recursos, e deve pagar ao Doador a obrigação de acordo com o prazo e juros contratados.

• Exemplos:
• Crédito bancário: crediário, cheque especial, etc.
• Crédito comercial: duplicatas e recebíveis em geral
• Crédito privado: debentures, CDB, LCA, etc.
• Crédito público: emissões de papel do tesouro e órgãos governamentais

Gerenciamento de Risco
Gestão de Risco de Crédito

Conceitos fundamentais de crédito

Crédito como investimento?

• Conceito pouco difundido no Brasil para o público de pessoas físicas, em crescimento com as fintechs.

• Do lado do tomador, o crédito possibilita exercer alguma ação que lhe trará benefícios futuros em termos
de melhores condições financeiras ou bem estar. Pode ser um empreendimento, quitar uma dívida, adquirir
um bem, etc.

• Do lado do credor, é um investimento que deve ser avaliado como qualquer outro:

• Qual a política que rege este investimento - > quais as regras que direcionam a oferta do capital?
• Qual o retorno esperado do investimento?
• Quais os riscos assumidos?
• Qual as alternativas?
• Qual a concentração deste perfil de investimento, e desses credores, na minha carteira?

Gerenciamento de Risco
Conceitos fundamentais de crédito

O ciclo de crédito

• O ciclo de crédito compreende todas as etapas de uma operação de crédito. São elas:
• Captação, concessão, manutenção, cobrança e recuperação.

Concessão

Captação Manutenção
Monitoração &
avaliação
quantitativa e
Qualitativa

Recuperação Cobrança

Conceitos fundamentais de crédito

O ciclo de crédito

• Captação: de clientes tomadores e de investidores (capital)


• Concessão - > política de crédito
• Histórico
Oferta de crédito: quanto ($$),
• Elegibilidade como (prazo, carência, parcelas) e a
• Capacidade financeira qual custo

• Score de Probabilidade de inadimplir


• Viabilidade financeira para o financiador
• Manutenção -> política crédito e gestão de risco Oferta de crédito de novos produtos e
disponibilidade de crédito para
• Controlar comprometimento de renda produtos já contratados.
• Controlar alavancagem entre produtos.
• Controle de inadimplência
• Viabilidade financeira

Gerenciamento de Risco
Conceitos fundamentais de crédito

O ciclo de crédito

• Cobrança & recuperação - > política de cobrança


• “Findability”
• Capacidade financeira
Oferta de cobrança: qual canal (sms, email,
• Custos de recuperação etc), qual custo, quais condições (prazo,
• Propensão a pagar desconto, meio de pagamento)

• Nível de atraso

Conceitos fundamentais de crédito

O ciclo de crédito

Os 6 C’s do Crédito - empresas

• Caráter – idoneidade do tomador no mercado – propensão a honrar pagamentos.


• Capacidade – capacidade do tomador em gerar receita e controle de custos
• Capital – situação financeira do tomador.
• Condições – aspectos macroeconômicos que podem influenciar a capacidade da empresa no futuro.
• Colateral – garantias oferecidas e sua qualidade
• Conglomerado – expansão da análise para outras empresas do grupo ou relacionadas que podem influenciar na
probabilidade do tomar conseguir pagar o empréstimo

Esta tipo de análise vale também para crédito a pessoas físicas?


R. Sim, mas há maior dificuldade em se obter informações. O mesmo vale para
pequenas empresas.

Gerenciamento de Risco
Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Experiência anterior, restrição cadastral e capacidade de pagamento


São as principais fontes de informação para modelos de crédito.

A experiência anterior tem alta capacidade de indicar quais os comportamentos e preferências do tomador
com relação a contratos futuros. É o que se chama de behavior no mercado. Até 2019, cada credor do
mercado tinha sua própria base fechada de comportamento. Isso começa a mudar com o cadastro positivo,
que entra em vigor este ano.

Até então, já existia o cadastro positivo para os clientes que autorizassem. Agora, a lei obriga todos a
fazerem parte.

Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Experiência anterior, restrição cadastral e capacidade de pagamento


São as principais fontes de informação para modelos de crédito.

O Cadastro Positivo reunirá informações sobre o pagamento de compromissos relacionados à crédito, e


também contas de consumo. Cada cpf terá um histórico com as quantidades, valores e parcelas pagas dos
contratos financiados, além como variáveis comportamentais - por exemplo, pontualidade.

Gerenciamento de Risco
Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Experiência anterior, restrição cadastral e capacidade de pagamento


São as principais fontes de informação para modelos de crédito.

Restrição cadastral é quando a informação de descumprimento contratual, uma situação de inadimplência


ou default, pode ser observada pelos participantes do mercado de crédito
• É o chamado cadastro negativo, que traz qualquer restrição que o tomador teve no passado. É
fornecido pelos bureaux de crédito – Serasa, SPC Brasil, Boavista SCPC.

Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Experiência anterior, restrição cadastral e capacidade de pagamento


São as principais fontes de informação para modelos de crédito.

Capacidade de pagamento são diversas métricas que indicam a capacidade do tomador em gerar fluxo
financeiro compatível com o pagamento integral da sua obrigação.

Empresas: faturamento declarado, balanço, estimativas de movimentação financeira, etc.


Pessoa física: renda, patrimônio, profissão, etc.

Gerenciamento de Risco
Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Visitas de crédito

Realizadas para concessão de crédito para médias e grandes empresas, permite ao doador validar as
informações cadastrais, obter informações mais atualizadas da empresa, observar aspectos operacionais,
conversar com executivos e se atualizar da estratégia da empresa.

Em suma, confirmar de forma qualitativa se a empresa apresenta uma situação operacional


condizente com as condições informacionais e documentais apresentadas anteriormente.

Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Análise econômico-financeira e setorial das médias e grandes empresas

Realizada com o objetivo de avaliar a capacidade de a empresa cobrir os empréstimos necessários para o
financiamento da operação.

Para tal, são utilizados o balanço patrimonial e a DRE para avaliar a geração de caixa da empresa e
portanto sua capacidade de cobrir as obrigações do empréstimo.

Gerenciamento de Risco
Análise de riscos e concessão de crédito – PF e PJ

Informações para crédito

Análise econômico-financeira e setorial das médias e grandes empresas

Qualitativo (30%) Quantitativo (70%)


Tópico Peso Nota 1 a 5 Tópico Peso Indicador Nota 1 a 5
Gestão e Controle 40% Cobertura 25%
Profissionalização da gestão 40% Divida Líq./EBITDA 45%
Estabilidade do negócio 30% EBITDA/Desp. Financeira 40%
Conhecimento do negócio 30% Caixa das atividades oper/desp. Financeira 15%
nota rating
Estratégia Financeira 20% Performance 15%
1 D
Perfil da gestão financeira 75% Margem EBITDA 50%
2 C
EBIT/ (Dívida Liq. +PL) 50%
Exposição Cambial 25% 3 B
Estrutura de Capital 35%
Posição Competitiva 40% 4 A
PL/Exigível LP 30%
Market Share 10% 5 AA Divida Liquida/PL 30%
Valor Estratégico 30%
(Patr. Liquido-Ativo Permanente) / Ativos Totais 40%
Dependência de Fornecedor 30%
Liquidez 25%
Perfil de Portifólio de Clientes 30%
Ativo Circulante/Passivo Circulante 50%
NOTA QUALI 100% (Ativo CP - Passivo CP) / Ativo Totais 50%
Nota Quanti 100%

67

POLÍTICAS DE CRÉDITO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RETORNO EM CARTEIRAS DE


CRÉDITOS
Política de crédito

A política de crédito define os termos e condições das operação de crédito no Varejo. Por exemplo

• Características de elegibilidade
• Quais os limites por características do público e perfis de risco
• Quais os indicadores para monitoração e controle
• Quais os níveis mínimos de inadimplência e rentabilidade (apetites de risco)
• Quais os critérios e prazos para renovação
• ...

Portanto, a estratégia, as normas, os valores e as características do público que serão contemplados com
alguma oferta, e o complementar: os que não serão contemplados.

Gerenciamento de Risco
POLÍTICAS DE CRÉDITO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RETORNO EM CARTEIRAS DE
CRÉDITOS
Política de crédito

As políticas de crédito são inerentes ao público que se deseja conceder. Uma política de cartão de crédito para
pessoa física cliente de uma rede varejista é diferente daquela de um cartão para uma empresa aérea, assim
como é diferente de uma política de cartão de crédito corporativo.

As políticas sofrem constantes alterações seguindo o movimento da economia, alterações nas características do
público, do produto, e da tecnologia.

POLÍTICAS DE CRÉDITO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RETORNO EM CARTEIRAS DE


CRÉDITOS
Fundamento dos modelos de avaliação do risco de crédito

Os modelo de risco de crédito são utilizados para apresentar uma estimativa do risco, em termos de
probabilidades, de que um tomador fique inadimplente em um período futuro determinado.

As variáveis que fazem parte do modelo são aquelas que, estatisticamente, estão mais relacionadas com a
inadimplência observada.

Com o avanço do crédito massificado, torna-se imprescindível o uso de modelos para avaliar o risco de
inadimplemento de um tomador. Além disso, novas fontes de dados (“big data”) contribuem para aumentar a
demanda por técnicas massificadas de estimação de risco.
Independe da tecnologia, por trás dos modelos estão variáveis relacionadas aos 6 Cs do crédito que vimos
anteriormente.

Gerenciamento de Risco
POLÍTICAS DE CRÉDITO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RETORNO EM CARTEIRAS DE
CRÉDITOS
Classificação de crédito (credit scoring e credit rating)

Os modelo de classificação partem de um pressuposto: dividem o público entre bons e maus pagadores.
No caso de modelos de credit scoring, são utilizadas técnicas de machine learning para que a separação entre
estes dois públicos seja a mais eficiente possível, condicionalmente ao conjunto de informações existente. Após
o modelo de score, são criadas faixas de risco com base em uma escala de probabilidade de default.

Os modelos de credit rating, mais utilizados para a classificação de crédito de grandes empresas, utilizam uma
avaliação mais individualizada para se chegar a uma estimativa de probabilidade de inadimplemento da
empresa.

POLÍTICAS DE CRÉDITO, CLASSIFICAÇÃO DE RISCO E RETORNO EM CARTEIRAS DE


CRÉDITOS
O retorno sobre o capital econômico ajustado ao risco

RAROC = RISK ADJUSTED RETURN ON CAPITAL

é VaR

çã ∗ !"#$ ∗ %&'( ) " *+&,'#&ç#

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projeto

Gestão de Riscos de Projeto

Conceito de Riscos do Projeto

O risco do projeto é um evento ou condição de incerteza que, se


ocorrer, terá um efeito positivo ou negativo sobre pelo menos um
objetivo do projeto, como tempo, custo, escopo ou qualidade.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projeto

Modelo Padrão de Riscos do Projeto

Gestão de Riscos de Projeto

Modelo Padrão de Riscos do Projeto

3. Probabilidade de ocorrer 5. Nem sempre é 1.


o risco

1. Risco
identificado

6. Perda total
Definido por
especialista

2. Causas principais 4. Causas do impacto

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projeto

Diferença entre Problema e Risco

Problema Risco
• Situação que de fato ESTÁ ocorrendo e • Situação que PODE vir a ocorrer e
impactando o projeto causar impacto no projeto
• Solucionável; requer ação imediata; • Gerenciável;

• Descoberto (normalmente de forma • Pode e deve ser identificado


reativa) durante o curso do projeto. previamente;
• Pode se transformar em problema.
Exemplos:
• Indisponibilidade de infraestrutura para Exemplos:
instalação de HW • Alta do dólar (em contratos vinculados
• Falta de recursos necessário para início de ao dólar)
certa atividade • Mudança na legislação do setor
• Atrasos no cronograma • Inviabilidade tecnológica (se há
dependência de tecnologia não
comprovada)

Gestão de Riscos de Projetos

Análises de risco no contexto de gerenciamento de projetos

Planejamento
do Risco
Monitoração e Controle
dos Riscos
Como será o Identificação
Plano?
dos Riscos Como estão
os Riscos?
O que pode Análise
dar errado?
Qualitativa
dos Riscos
Como são os
Riscos?
Análise
Quantitativa
dos Riscos
Qual é o Respostas
tamanho?
ao Risco
Como reduzir
os Riscos?

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projeto

Identificação dos riscos

Levantar, identificar e descrever os eventos que


podem produzir efeitos adversos e seus impactos.

Técnicas de coleta de informações:


Brainstorming: lista abrangente
Delphi: Busca consenso de especialistas
Entrevistas: identificação com especialistas
Técnica do grupo nominal: semelhante ao “brainstorming” porém individual. Crawford slip”:
idem, porém com perguntas e respostas
SWOT: strengths, weakness, opportunities, and threats analysis.

Gestão de Riscos de Projeto

Identificação dos riscos

Diagrama de causa efeito


(Diagrama Ishikawa)

Diagrama de sistema ou fluxogramas

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Exemplos de descrição de riscos

1. Como consequência da falta de clareza quanto às especificações para o componente XYZ, poderá
haver necessidade de retrabalho, implicando em atraso de duas a quatro semanas na conclusão da
atividade RST.

2. Um concorrente poderá disponibilizar nova tecnologia, que eventualmente poderá ser


empregada no presente projeto, implicando em redução no prazo de execução do mesmo.

“ Como conseqüência de ( Causa do Risco ),

( Evento incerto ) poderá ocorrer, o que poderá /

conduzirá / levará ao ( Efeito ) “

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

A análise qualitativa baseia-se no julgamento, na intuição e


na experiência para estimar probabilidades de ocorrencia
de potenciais riscos e medir a intensidade de perdas e
ganhos potenciais.

É simples, intuitiva, rápida e econômica.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

A análise QUALITATIVA de riscos em Projetos é o processo que consiste em


se analisar a PROBABILIDADE e o IMPACTO de cada um dos riscos
identificados, nos objetivos do Projeto.

Este processo permite estabelecer uma priorização dos riscos em função


do seu potencial de influenciar os resultados do Projeto.

A análise qualitativa de riscos ( Probabilidade x Impacto ) deve ser feita


para cada risco identificado.

O Valor Esperado de cada Risco ( Probabilidade x Impacto), permite definir


uma priorização dos Riscos do Projeto.

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Probabilidade e Impacto são variáveis independentes:


– Probabilidade : é a possibilidade ou chance de um evento de risco
ocorrer.
– Impacto: é o efeito no projeto se o evento de risco ocorrer.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Graduação da Probabilidade

Total certeza que Escala de Total certeza que irá ocorrer


não irá ocorrer Probabilidade

0 1.0

Escala ordinal – muito baixa, baixa, moderada, alta, muito alta


Escala Cardinal – assinala valores numéricos.

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Medida do Risco (Criticidade) = Probabilidade x Impacto

Probabilidade

Muito alta Mod alta alta alta alta


Alta baixa Mod Mod alta alta
Moderada baixa mod mod Mod alta
Baixa baixa baixa mod Mod alta
Muito baixa baixa baixa baixa baixa mod

muito baixo baixo Moder. alto muito alto

Impacto

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

ANÁLISE QUALITATIVA DE PROBABILIDADES

Probabilidade
Referencial
de Ocorrência

Muito alta 0.90 0.95


Alta 0.70 0.75
Moderada 0.50 0.50
Baixa 0.30 0.25
Muito baixa 0.10 0.10

(alternativa)

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos


MATRIZ DE IMPACTO DE RISCOS

Objetivos do Muito baixo Baixo Moderado Alto Muito alto


projeto (0,10) (0,20) (0,50) (0,70) (0,90)

Custo Aumento <5%aumento 5-10% de 10-20% >20% aumento


insignificante do custo aumento do aumento do de custo
do custos custo custo
Cronograma Deslocamento Deslocamento Deslocamento Deslocamento Deslocamento
insignificantes no cronograma no cronograma no cronograma global do
<5% 5-10% 10-20% cronograma

Escopo Redução do Áreas Áreas principais Redução do Projeto


escopo pouco secundárias do do escopo escopo finalizado-
perceptível escopo afetada afetada inaceitável para resultados
o cliente inúteis
Qualidade Degradação da Apenas Redução da Redução da Projeto
qualidade aplicações qualidade qualidade finalizado-
pouco muito requer inaceitável para resultados
perceptível exigentes são aprovação do o cliente inúteis
afetadas cliente

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Medida do Risco = Probabilidade x Impacto;


alto Risco > 0.25
Probabilidade

0.90 0.09 0.27 0.45 0.63 0.81


0.70 0.07 0.21 0.35 0.49 0.63
0.50 0.05 0.15 0.25 0.35 0.45
0.30 0.03 0.09 0.15 0.21 0.27
0.10 0.01 0.03 0.05 0.07 0.09

0.10 0.30 0.50 0.70 0.90


Impacto

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Medida do Risco = Probabilidade x Impacto;


alto Risco > 0.10

Probabilidade

0.90 0.09 0.27 0.45 0.63 0.81


0.70 0.07 0.21 0.35 0.49 0.63
0.50 0.05 0.15 0.25 0.35 0.45
0.30 0.03 0.09 0.15 0.21 0.27
0.10 0.01 0.03 0.05 0.07 0.09

0.10 0.30 0.50 0.70 0.90


Impacto

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Quadrante de Risco – 1 Quadrante

Alto impacto / Alta probabilidade.


Nenhum projeto sobrevive com riscos em nível
crítico a longo prazo.
Ações de mitigação, são consequentemente,
mandatórias para a “saúde” do projeto.
Impacto

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Quadrante de Risco – 2 Quadrante

Baixo Impacto / Alta probabilidade


Estes riscos frequentemente são relacionados às
operações cotidianas
O efeito líquido destes riscos, se não forem
gerenciados, é tão grande quanto os riscos no
quadrante 1.
São conhecidos como “Comedores de Recursos” Impacto
e devem ser monitorados constantemente.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Quadrante de Risco – 3 Quadrante

Alto Impacto / Baixa probabilidade.


Estes riscos são frequentemente guiados por
fatores externos ou ambientais, fora do controle
da gerência tais como terremotos ou furacões.
O planejamento de contingências é
particularmente apropriado para estes riscos.
Impacto

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Qualitativa dos Riscos

Quadrante de Risco – 4 Quadrante

Baixo impacto / Baixa probabilidade


São geralmente são aceitáveis em seu nível
atual.
Devem ser monitorados porém com menor
frequência.
Impacto

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

Qual é o tamanho ?

Visa analisar numericamente a probabilidade de cada risco e sua


consequência nos objetivos do projeto.
Geralmente e associada a cada risco uma função de probabilidade (ou
range de estimativas).
A análise quantitativa é realizada com base nos riscos priorizados na
análise qualitativa, quando esse for realizado, por afetarem potencial
e significativamente os objetivos do projeto.

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

Técnicas de representação e coleta de dados

Entrevistas: técnica para quantificar a probabilidade


Distribuições de probabilidades: por impossibilidade de se obter amostras da população (ou
simplicidade).
Opinião especializada: pode ser fornecida por um grupo ou indivíduo que tenha conhecimento
especializado.
◦ Consultores
◦ Outras unidades da empresa
◦ Associações de classe
◦ Grupos da indústria.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

Métodos e ferramentas de análise


quantitativa dos riscos

Análise de sensibilidade: determinação de quais riscos tem maior potencial de impacto. Vario um elemento de risco,
observando o efeito nos objetivos do projetos quanto aos outros elementos.
Análise de valor esperado: calcular o EMV do risco a partir de sua probabilidade e impacto.
Análise de arvore de decisão: escolha de uma ou outra alternativas disponíveis, indica a decisão que produz o valor
esperado.
Modelagem e Simulação: o normal é o uso da técnica de Monte Carlo.

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

ANÁLISE DO VALOR ESPERADO (Expected Monetary Value)

Envolve avaliação numérica da probabilidade e do impacto.


O valor esperado é uma avaliação estatística do valor do risco, não uma
previsão de custos final considerando a ocorrência ou não do risco.
EMV = (probabilidade de ocorrência) x (valor em risco)
Avaliar
Melhor caso: acontecem todas as coisas boas nenhuma má.
Pior caso: acontecem todas as coisas más e nenhuma boa.
O valor final provavelmente ficará entre o melhor e o pior caso.
O valor esperado a nível de projeto é igual à soma dos valores esperados
de cada evento do risco.
Pode ser usado em conjunto com a arvore de decisão.

Gerenciamento de Risco
Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

Exemplo da Análise de valor esperado

Orçamento base do projeto atualizado = $ 5.000.000

Lista completa dos eventos de riscos do projeto


Eventos de riscos Probabilidade x Impacto = Valor esperado

Fornecedores entram 50% +$ 500.000 +$ 250.000


em greve durante o
projeto

Protótipo funciona de 20% -$ 200.000 -$ 40.000


primeira

Tempestade de neve em +$ 5.000 +$ 4500


março 90%

Valor esperado total dos riscos de projetos = $214.500


Orçamento base do projeto atualizado = $ 5.214.500

Gestão de Riscos de Projetos

Análise Quantitativa dos Riscos

Exemplo da Análise de valor esperado

Melhor caso: valor base menos a soma de todas as oportunidades .


Pior caso: valor base mais a soma de todas as ameaças
Lista completa dos eventos de riscos do projeto
Eventos de riscos Probabilidade x Impacto = Valor esperado

Fornecedores entram 50% +$ 500.000 +$ 250.000


em greve durante o
projeto
Protótipo funciona de 20% -$ 200.000 -$ 40.000
primeira

Tempestade de neve +$ 5.000 +$ 4500


em março 90%

$ 5.000.000
Melhor caso= $ 5.000.000 pior caso= +500.000
-200.000 +5000
$ 4.800.000
$5.505.000

Gerenciamento de Risco

Você também pode gostar