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Evolução demográfica
O modelo demográfico antigo: características
Do final do seculo XVI até á segunda metade do seculo XVIII, a população europeia aumentou mais
lentamente, devido ás crises económicas que se traduziram no comportamento demográfico.
Ciclicamente houve graves crises de mortalidade, devidas quer ás más condições de vida, geradas pelas
crises e pelas guerras, cada vez mais frequentes.
Assim, o modelo demográfico antigo é caracterizado por: valores elevados da natalidade e da
mortalidade, que conduzem a um crescimento natural reduzido.
O seculo XVII
O século XVII foi caracterizado por grandes crises económicas, políticas, demográficas e sociais, originando
a trilogia negra, que também esteve presentes no seculo XVI. Estes períodos são caracterizados de curta
duração mas de um enorme perigo.
O seculo XVII é relembrado como um tempo de desgraças e dificuldade, onde a fome, a peste e a guerra
se juntam, formando a “trilogia negra”.
O seculo iniciou-se com a fome, devido a uma produção reduzida. A fome originada as doenças
(especialmente a peste)
Por fim, um clima de guerra permanente, onde a Guerra dos 30 anos se destacou.
Balanço demográfico
O modelo demográfico moderno é caracterizado pelos valores baixos e próximos entre a natalidade e
mortalidade que conduziram á estagnação de taxas de crescimento.
O seculo XVII
O seculo XVIII foi o seculo das evoluções. O aumento demográfico aliado ás rápidas mudanças no campo
social e político. Essas mudanças, tais como:
• o aumento da esperança media de vida (35/40 anos);
• a melhoria climatérica;
• os progressos técnicos e economicos;
• os avanços na medicina;
• o aumento da higiene;
• maior preocupação com a saúde e com a educação das crianças;
• a diminuição das guerra;
• e, principalmente, o recuo da peste.
O Terceiro Estado
O absolutismo régio
Os fundamentos do poder real
As monarquias absolutas concentram no rei todo o poder do Estado (executivo, legislativo, judicial), tal, é
legitimado por ser essa a vontade de Deus. Não existem quaisquer impedimentos á governação do
monarca com exceção das leis de Deus.
O poder real conjuga quatro características básicas:
• Sagrado: provem de Deus, que conferiu aos monarcas o poder de governarem em seu nome;
nesse sentido o seu poder é incontestável, mas o rei deve ter a obrigação de governar para o
bem da população e da Nação;
• Paternal: o rei era uma espécie de pai dos seus súbditos e, na governação, deve ter em conta o
bem estar do povo;
• Absoluto: o rei não tem de prestar contas a ninguém das suas ações. Deve assegurar o respeito
pelas leis de maneira a criar justiça no seu reino;
• Está submetido á razão: é esta inteligência que lhe permite governar e fazer o povo feliz. Deve
demonstrar certas qualidade como bondade, firmeza, força de caracter, prudência e capacidades
de previsão.
O absolutismo joanino
Foi D.João V, admirador de Luís XIV, que em Portugal melhor encarnou o ideal absolutista:
• Procedeu a uma reforma administrativa, no sentido de melhor controlar o governo do país. No
entanto, a burocracia continuava pesada e lenta;
• D.João V não reuniu as Cortes no seu reinado;
• Copiando Luís XIV, afirmou-se atraves do luxo, da etiqueta, da teatralização do poder, ou seja,
atraves da criação de uma sociedade de corte;
• O rei é o centro do poder;
• Foi favorecido pela descoberta de ouro no Brasil, que vai tornar possível a ostentação do rei;
• Pratica o mecenato das artes e das letras;
• Iniciou uma política de grandes construções;
• Perante os varios conflitos nessa epoca, promoveu a neutralidade do país;
• Atraiu, para a corte portuguesa, artistas portugueses e estrangeiros, que iriam contribuir para o
desenvolvimento do Barroco portugues.
Provincia;
Aprovam os impostos;
elegem os Delegados da Provincia aos Pensionario da Provincia: funções
Estados Gerais executivas
Ao poder centralizado do rei e á preponderância da nobreza que marcou o seculo XVII europeu opunham-
se: as Provincias Unidas; a descentralização governativa; o domínio da burguesia.
Os interesses do Estado e do comercio uniram-se estreitamente. Foi esta união que fez da Holanda uma
potencia marítima e colonial capaz de ombrear com os grandes Estados europeus.
A jurisprudência ao serviço dos interesses economicos: grotius e a legitimação da liberdade dos mares
Atraves do Tratado de Tordesilhas (1494), Portugal e Espanha tinham dividido o Mundo em duas partes,
fechando o mar a outros que pretendessem nele navegar (mare clausum).
Nos finais do seculo XVI, varios países, sobretudo os holandeses procuravam ter acesso a esses mares e
contestavam esta divisão dos mares entre os reinos ibéricos. Em 1608, o holandês Hugo Grotius,
publicou o livro “A Liberdade dos Mares”, onde defendia a liberdade de navegar os mares (mare liberum).
Grotius rejeitou o direito de Portugal e Espanha terem o exclusivo de navegação nos oceanos e
defendeu que os mares eram propriedade da Humanidade.
O sistema financeiro
• Bolsa de valores: a compra de ações do Estado ou de companhias industriais permitiu reunir
capitais em grande escala e fornecer elevados lucros aos particulares e ao Estado
(desenvolvimento do capitalismo);
• Bolsa de Londres: realizava as operações de apoio ao comercio (p.e., depósitos e transferências),
emitia o papel-moeda (notas) e financiava a atividade comercial e industrial. A atividade do
Banco de Inglaterra foi complementada ela dezena de pequenas instituições- os country banks.
O arranque industrial
O processo de industrialização iniciou-se em Inglaterra devido: aos avanços agrícolas e demográfico; ao
alargamento dos mercados; aos avanços tecnológicos; á capacidade empreendedora dos ingleses.
A indústria têxtil
A indústria têxtil progrediu devido aos seguintes fatores:
• Aumento da procura (interna e externa);
• Abundância de matérias primas, provenientes das colonias.
Graças ao melhoramentos na tecelagem, fiação e na estampagem, houve um aumento enorme na
produtividade e na produção.
A metalurgia
Este setor foi, talvez, o setor mais importante de todos, uma vez que é ele quem fornece máquinas e
outros equipamentos para os outros setores poderem produzir.
A força do vapor
Com a introdução do vapor, podemos dizer que as manufaturas duram lugar ás maquinofaturas e, aí,
nasce a revolução industrial.
Um tempo de mudança
Considera-se, geralmente, que foi a invenção da máquina a vapor e a sua subsequente aplicação aos
transportes e à indústria que provocaram a rápida mudança nos modos de produção (da manufatura
passou-se à maquinofatura). A Grã-Bretanha tomou a dianteira da Europa, guiando-a em direção a uma
época nova: a do capitalismo industrial.
O conhecimento do Homem
A ciência medica desenvolve-se. Em 1628, William Harvey publica as suas descoberta sobre a circulação
sanguínea.
Os segredos do Universo
No seculo XVII, com Galileu começa a revolução da conceção do Universo. Foi o primeiro a olhar para o
universo atraves de um telescópio.
Galileu vai corroborar as teses heliocêntricas de Nicolau Copérnico, apesar da perseguição, por parte da
Inquisição, ás ideias divulgadas por Galileu, o conhecimento divulga-se e vai aumentado.
Isaac Newton descobre as leis da gravidade e formula a hipótese de um universo infinito.
O mundo da ciência
• No seculo XVIII as academias científicas tornaram-se vulgares e apareceram em quase todas as
capitais europeias;
• Os jornais e boletins científicos proliferam;
• As Universidades criam laboratórios modernos;
• As ideias científicas discutem-se e divulgam-se com uma rapidez nunca antes vista;
surgem novos instrumentos científicos: telescópio, microscópio; barómetro; relógio de pendulo;
• O gosto pela ciência populariza-se e os debates/discussões científicos são divulgados em publico;
• As razões divinas deixam de ser aceites como explicações para os fenómenos físicos e naturais;
• A ciência subdivide-se em varios ramos do saber: astronomia, química, física, biologia, etc.
• O método experimental torna-se a única forma credível de procurar a verdade na ciência.
Humanitarismo e tolerância
• Defesa da separação dos poderes (legislativo, executivo e judicial);
• Denúncia dos atos de escravatura e servidão, da tortura, da execução aviltante e dolorosa e dos
trabalhos forçados, desenvolvendo a fraternidade humana (Humanitarismo);
• Defesa da tolerância religiosa, da separação da Igreja e do Estado e da aceitação de outros cultos
espirituais.
O reordenamento urbano
A realização dos objetivos do despotismo esclarecido passavam também por transformações da
fisionomia e das características dos espaços urbanos. Esses objetivos do despotismo esclarecido
da centralização política e do nivelamento social tiveram tradução nas cidades da Europa das Luzes na
adoção de uma maior uniformização arquitetónica.
• O terramoto de 1755 exigiu a reconstrução pombalina da Baixa de Lisboa. Esta reconstrução foi
orientada de acordo com o racionalismo iluminista da epoca:
traçado geométrico;
• Ruas largas e retilíneas;
• Subordinações dos projetos particulares á unidade do conjunto, isto é, todas as casas era iguais
porque havia nivelamento do espaço;
• Sentido pratico, p.e. o “sistema gaiola” ou antissísmico;
• Valorização da burguesia com a transformação do Terreiro do Paço na Praça do Comercio.
A reforma do ensino
Os estrangeirados (portugueses que, vivendo no estrangeiro, traziam para Portugal os ideais iluministas)
foram acolhidos por Marques de Pombal. Ribeiro Sanches e Martinho Mendonça foram alguns dos
estrangeirados que mais influenciaram a reforma do ensino.
• Criação do Real Colégio dos Nobres;
• Criação da aula do comercio para os filhos dos burgueses;
• Fundação das escolas menores, entre elas as de ler, escrever e contar, que eram oficiais e
gratuitas;
• Reforma da Universidade de Coimbra.
Com o intuito de subsidiar todas estas reformas e permitir a sua continuação, Pombal criou uma espécie
de tributação nacional, o Subsídio Literário.
A civilização industrial- economia e sociedade; nacionalismos e choques imperialistas
Transformações económicas na Europa e no Mundo
A expansão da Revolução Industrial
A ligação ciência-técnica; novos inventos e novas formas de energia
Inovações na indústria química e na siderurgia
No seculo XX, a siderurgia se tornasse o setor de ponta da revolução industrial. O progresso decisivo dera-
se nos meados do seculo quando se inventara um conversor capaz de transformar o ferro em aço. As
potencialidades do aço levam ao aparecimento da indústria pesada de bens de equipamento (máquinas,
locomotivas, navios, pontes, construções metálicas).
Muito ligada á pesquisa, a indústria química foi um dos mais importantes setores da 2ª Revolução
Industrial. Industria-base, ela desenvolveu e forneceu um conjunto de produtos ás outras indústrias:
pesticidas, corantes, fibras, inseticidas, adubos, etc.
A concentração industrial
Com o avanço da industrialização, a oficina vai progressivamente cedendo o lugar á fabrica. A nova
maquinaria obriga á construção de espaços amplos.
No seculo XIX, as fabricas mais prosperas vão transformando-se em grandes empresas. De forma a captar
o investimento necessário, vai-se assistir á expansão das sociedades por ações, sociedades em que o
capital esta fracionado num conjunto de títulos mobiliários transacionáveis em bolsa.
Também o fenómeno da concentração empresarial se expande na 2ª metade do seculo XIX. Porque:
• Por um lado, a evolução tecnológica reforça a supremacia da “grande empresa” com maior
capacidade de inovação e financiamento de projetos de investigação científica.
• Por outro lado, a “grande empresa” resiste melhor ás crises que ciclicamente abalam a economia,
assim como é mais eficaz na luta contra a concorrência.
• A “grande empresa” dá perspetivas mais amplas de crescimento;
• Nesta altura, quando os mais pequenos abrem falência, são absorvidos por fimas mais
poderosas;
• Outras vezes são mesmo as grandes empresas que se fundem entre si de modo a ganharem mais
força e competitividade
A concentração bancaria
Os bancos desempenharam um papel primordial no crescimento económico do século XIX. Era a sua
atividade que permitia a movimentação das enormes somas envolvidas no comércio internacional e
tornava possível, graças ao crédito, a fundação, ampliação e modernização das indústrias. Assistiu-se
então:
• Ao forte crescimento dos bancos mais poderosos e à falência dos pequenos bancos;
• À constituição de grupos económicos (concentração bancária), que financiam empresas
(participação diretamente no desenvolvimento industrial) e controlam outros sectores da
economia;
• Condução à afirmação do capitalismo financeiro.
A racionalização do trabalho
O desenvolvimento da grande empresa deu origem a uma nova organização do trabalho, que foi
racionalizado, com vista a uma maior produtividade (taylorismo).
Este trabalho mecanizado, realizado de forma acéfala e mecânica, retirava ao operário toda a criatividade
e dispensava o seu saber.
Assim, reforçou-se a estandardização dos produtos, com vista a uma produção em massa, dividiu-se o
trabalho em pequenas tarefas elementares, encadeadas, a fim de assegurar maior rapidez de execução.
Introduziram-se mecanismos que levavam as peças até aos operários, de forma a evitar perdas de tempo
com a movimentação dos trabalhadores e impôs-se, por força da linha de montagem, um ritmo constante
e acelerado de produção.
Mais trabalho em menos tempos, era igual a lucro. O taylorismo para alem de consolidar o consumo de
massas, foi um fator de progresso da industrialização.
A geografia da industrialização
A hegemonia inglesa
Em resultado do seu pioneirismo industrial, a Inglaterra vai manter, ao longo de todo o seculo XIX, um
claro avanço sobre todos os outros paises. A sua indústria moderna permite-lhe abastecer o mundo de
bens de consumo e de bens de equipamento a preços de concorrência.
Todavia, no fim do seculo, em razão da concorrência, verifica-se algum esbatimento desta supremacia. O
equipamento industrial inglês, outrora mais avançado, tornara-se obsoleto quando comparado, por
exemplo, com o da Alemanha, que, fruto de uma industrialização mais recente, se apresentava mais
evoluída. Detetam-se, igualmente, dificuldades em acompanhar o constante avanço tecnológico e em
reorganizar de forma competitiva o trabalho.
A França
Foi o segundo país a arrancar com a industrialização, mas o seu ritmo foi lento. A revolução, as guerras
napoleónicas e a ausência de condições estruturais foram fatores inibidores.
Apesar disso, o crescimento foi constante.
Indústrias de arranque: têxtil e extrativa; siderúrgica (a partir de 1840). Em 1860: construção da
ferroviária, formação do mercado interno e aparecimento dos primeiros bancos. Entre 1901 e 1913, maior
dinamismo, setores: eletricidade, automóvel, cinema, construção. Esforço, todavia, insuficiente para
encurtar o fosso face aos outros paises.
A emergência do Japão
Numa civilização de características ainda feudais, a partir de 1868, o Imperador impõe-se aos senhores
da terra e aos samurais lançando o pais na era Meiji (uma era de luz e progresso), conseguindo a
ocidentalização do país, que de agricola e atrasado se converteu numa nação industrial competitiva.
O impulso industrializador coube ao Estado, ao promover a entrada de capitais e técnicos estrangeiros e
ao financiar a criação de indústrias, ás quais concedeu privilégios. Os setores mais dinâmicos foram o
siderúrgico, o têxtil de seda e a construção naval. O crescimento demográfico funcionou ao mesmo tempo
como reserva de mão de obra e mercado consumidor.
A permanência de formas de economia tradicional
A industrialização não se generalizou em termos mundiais:
A expansão urbana
No decurso do seculo XIX, o número de cidades aumenta. A propria cidade cresce, quer em superfície
quer em densidade populacional, aparecendo então as primeiras aglomerações urbanas.
Este crescimento urbano foi particularmente visível nos paises industrializados.
Os motivos
• Explosão demográfica;
• Transformações económicas e exodo rural. A industrialização fez da cidade um polo de atração
para os jornaleiros e pequenos proprietários expropriados aquando da revolução agricola e
tinham possibilidade de arranjar emprego na cidade. Os camponeses tinham deixado de ser o
grupo maioritário;
• Imigração;
• Ideias de promoção e modernidade. A cidade era simbolo de riqueza, abastança, espetáculo,
fortuna, êxito, sucesso profissional, social e pessoal. Quem vai para a acidade, alem de emprego,
vai atras da ideia de promoção.
Os problemas
Viver na cidade estava longe ser o paraíso. O modo de vida urbano representava uma rotura relativamente
aos valores das sociedades rurais.
Por outro lado, as cidades não estavam prontas para receber tao grandes contingentes populacionais,
nomeadamente a nivel das infraestruturas (sistema sanitário, rede de distribuição de água, serviços de
limpeza).
• Problemas de circulação. A sobrelotação do centro e a fraca rede de transportes refletiam-se na
circulação caótica;
• Problemas de falta de espaço e habitação. Os operários não tinham casa nem dinheiro. Em
alternativa, construíram-se prédios em altura e bairros operários nos subúrbios;
• Problemas de higiene e saúde publica. Habitações mal construídas, sem saneamento e sem
conforto. Ruas sem pavimento e iluminação. Epidemias de cólera e tuberculose. Permanência de
uma mortalidade infantil elevada.;
• Problemas de desregramento social e delinquência. A degradação das condições de vida na
cidade operária trouxe consigo um conjunto de problemas sociais;
• Problemas de abastecimento, na alimentação, água e combustíveis.
Os problemas materiais e morais decorrente no urbanismo selvagem dos primeiros tempos levaram as
autoridades municipais a repensar as cidades. Um novo urbanismo iria nascer.
O novo urbanismo
Ao longo do seculo XIX, nas principais cidades europeias e americanas, vão ser levados a cabo grandes
trabalhos de renovação, reordenamento e requalificação urbana.
As primeiras obras vão ter como objetivo a resolução dos problemas mencionadas, mas também, e em
simultâneo, engrandecer e embelezar o espaço urbano.
Mas os planos urbanísticos refletem a segregação social da era industrial. As grandes obras de renovação
convergem somente para o centro. Muralhas, ruas, sinuosas, casas humildes são destruídas para dar lugar
a edifícios emblemáticos do poder burgues.
Emigração
Na Europa vão registar-se importantes movimentos migratórios entre os varios países. As principais
razoes prendiam-se com desnível económico, crises de desenvolvimento, guerras e instabilidade política.
Desde 1850 que se assiste a partidas em massa, favorecidas pela revolução dos transportes marítimos e
pela propaganda das companhias de navegação. Também os governos e os sindicatos, a certa altura,
estimularam a emigração, de forma a aliviar o mercado interno de emprego, a evitar turbulência social, a
manter o nivel salarial e a desenvolver as áreas coloniais.
Os motivos
• Europa do Sul e Oriente: povoamento denso, distribuição insuficiente de recursos, agricultura
pouco produtiva, fraco desenvolvimento industrial;
• Inglaterra: desemprego tecnológico;
• Irlanda, fome de 1840, que leva a expulsa 1/7 da população;
• Alemanha com dificuldades conjunturais na economia.
A estes fatores de repulsa responderam os paises de destino com boas condições socioeconómicas. Estes
(EUA, Brasil), escassamente povoados, necessitavam de mão de obra (apos a abolição da escravatura)
para exploração dos seus recursos naturais e ofereciam sociedades abertas e flexíveis onde as
oportunidades de ascensão economica e de promoção social abundavam.
A emigração portuguesa
Na segunda metade do seculo XIX, também Portugal participou ni fluxo emigratório europeu. A maior
parte deste caudal teve como destino o Brasil. No mito brasileiro de torna-viagem, rico e bem instalado
na vida, se revia ( e por vezes se iludia) a população mais desfavorecida.
Á semelhança daquilo que sucedia nos restantes paises mediterrâneos, em Portugal, 80% da população
era ainda rural. Por outro lado, a fraca industrialização não absorvia a mão de obra
excedentária. A emigração constituía a única alternativa para a população confrontada, no Norte, com a
pequena exploração que mal garantia a subsistência e, no Sul, com a regressão da cerealicultura, em rezão
da concorrência do trigo americano. A emigração constituiu assim, no nosso país, uma forma de fuga á
fome e á miséria, e não tanto á proletarização.
Condições de vida
• Habitações insalubres e, frequentemente, sobrelotadas;
• Alimentação insuficiente e desequilibrada;
• Doenças OU alcoolismo OU prostituição OU delinquência OU criminalidade;
O socialismo utópico
Distinguiu-se pelas suas propostas de reforma económica e social, que passavam pela recusa da violência,
pela criação de cooperativas de produção e de consumo e pela entrega dos assuntos do Estado a uma
elite de homens esclarecidos que governariam de molde a proporcionarem uma maior justiça social. P. J.
Proudhon chegou mesmo a defender a abolição da propriedade privada e a abolição do próprio Estado
que considerava desnecessário.
Preconizava uma autêntica revolução na economia, através da criação de associações mútuas, onde todos
trabalhariam, pondo em comum os frutos do trabalho. Originar-se-ia, em consequência, uma
sociedade igualitária de pequenos produtores, capazes de assegurarem a melhoria das condições sociais
sem luta de classes ou intervenção do Estado.
O marxismo
A perspetiva marxista concebe a História como uma sucessão de modos de produção (esclavagismo,
feudalismo, capitalismo), sucessão essa devido à luta de classes.
A luta de classes entre proletários e burgueses, devido ao modo de produção capitalista que beneficiava
os burgueses, conduziria à destruição do capitalismo, à implantação da ditadura do proletariado e à
construção do comunismo, a verdadeira sociedade socialista, sem classes, sem propriedade privada e se
Estado.
As internacionais operárias
A I Internacional mantinha secções locais nos países industrializados e apoiou numerosas greves em toda
a Europa. Apoiou também a insurreição dos operários da capital francesa, conhecido por Comuna de Paris.
Apesar de os apelos de Marx surtirem efeito e os partidos de classes operária irromperem, houve teses
que se opuseram ao marxismo como os proudhonianos e os anarquistas (rejeitavam as instituições que
ameaçavam a liberdade do indivíduo e defendiam o associativismo responsável e a repartição equitativa
dos bens. Para o derrube do capitalismo, preconizava a greve geral e o recurso aos atentados
terroristas, afastando-se do pacifismo proudhoniano).
Estes desentendimentos levaram à dissolução da I Internacional. Já a II Internacional viu-se também
ameaçada pelo revisionismo alemão (propôs uma evolução pacífica, gradual e reformista do capitalismo
para o socialismo por um clima de entendimento e colaboração ente os partidos da burguesia) e mais
uma vez levou à sua dissolução em 1914.
O sufragio universal
O sufrágio universal foi instituído, acabando com as restrições financeiras ao exercício da cidadania. A
idade de voto fixou-se num modo geral nos 21 anos mas as mulheres e os negros, bem como os
analfabetos, eram afastados do poder de voto. As classes médias e o proletariado, entravam no exercício
da política.
O conservadorismo
Rigidez e conservadorismo dominavam as sociedades imperiais. As velhas nobrezas mantinham uma forte
implantação nos cargos governativos e no exército, bloqueando a aplicação do princípio democrático da
igualdade de oportunidades.
Quanto às Igrejas gozavam de elevada proteção dos Estados, que as acumulavam de privilégios e não
reconheciam a liberdade religiosa.
A unificação alemã
Em 1850, o território alemão era composto por 39 Estados autónomos, embora ligados pela Confederação
Germânica, criada pelo Congresso de Viena (1815).
A unificação foi impulsionada pela Prússia (o Estado mais industrializado) que já havia derrubado as
barreiras alfandegárias entre alguns dos Estados em 1828 (aliança que tomou o nome de Zollverein).
Os principais obreiros da unificação foram o rei Guilherme I da Prússia e o chanceler do rei Otto von
Bismark. A unidade alemã foi conseguida pelas armas, primeiramente contra a Áustria, na Guerra dos
Ducados, para integrar os territórios do Norte e Centro, e depois contra a França de Napoleão III, em
1870-71, para dominar os Estados do Sul.
A unificação, sob a forma de um Império com 25 Estados – o II Reich - consumou-se 1871, sob o reinado
do kaiser Guilherme I.
A unificação da Itália e a da Alemanha exprime claramente o nacionalismo oitocentista, pois cumpriu,
simultaneamente, dois objetivos: ligar povos com uma tradição comum e satisfazer interesses
económicos. A integração de territórios ricos em matéria-prima para a indústria (caso da Alsácia e Lorena,
anexadas pelo Império Alemão) e a conquista de colónias para escoar os produtos industriais não foram
alheios aos anseios nacionalistas do século XIX.
Rivalidades imperialistas
Profundas tensões acompanharam de perto o fenómeno imperialista. Rivalidades económicas e políticas
originaram acesas disputas territoriais. Nos Balcãs, em Marrocos, no Sudeste africano, no Extremo
Oriente, as rivalidades imperialistas e os nacionalismos fomentavam crises e punham em causa a
segurança mundial.
Vivia-se um clima de “paz armada” patente na formação de alianças militares como a Tríplice Aliança e a
Tríplice Entente, que conjugadas com a corrida aos armamentos, abriram o caminho para a Iª Guerra
Mundial.
Portugal, uma sociedade capitalista dependente
A Regeneração entre o livre-cambismo e o protecionismo (1851-1880)
Uma nova etapa política
A Regeneração foi um período da vida política portuguesa que decorreu entre 1851 e o fim do século XIX.
Teve como objetivo o estabelecimento da concórdia social e política (das diferentes fações do
Liberalismo), bem como o desenvolvimento económico do país. Para o efeito, procedeu-se à revisão da
Carta Constitucional (alargou-se o sufrágio), assegurou-se o rotativismo partidário e promoveu-se uma
série de reformas económicas.
Os resultados
Vislumbravam-se três grandes vantagens decorrentes do investimento em transportes e meios de
comunicação:
• a criação, pela primeira vez na história portuguesa, de um mercado nacional, fazendo chegar os
produtos a zonas isoladas e estimulando o consumo;
• o incremento agrícola e industrial;
• o alargamento das relações entre Portugal e a Europa evoluída.
• Porém, como alertava, então, Oliveira Martins, embora o caminho-de-ferro fosse um meio de
• desenvolvimento económico também criou "condições de concorrência para que não estávamos
preparados".
Bloqueios
• a falta de certas matérias-primas no território nacional (por exemplo, o algodão);
• a carência de população ativa no sector secundário (totalizava apenas cerca de 20%, em 1890);
• a falta de formação do operariado e do patronato;
• a orientação dos investimentos particulares para as atividades especulativas e para o sector
imobiliário, em detrimento das atividades produtivas;
• a dependência do capital estrangeiro.
A Primeira República
O sistema parlamentar
O poder legislativo pertencia ao Congresso da República, composto por duas câmaras- a dos Deputados
e o Senado ambas eleitas por sufrágio direto e universal, com restrições (Eleitores: todos os portugueses
com mais de 21 anos, com a condição de saberem ler e escrever ou de serem chefes de família).
O predomínio do poder legislativo expressava-se nas vastas competências do Congresso a quem cabia a
legislação geral, tal como muitas matérias do exercício regular do Governo e da Administração Pública. Já
o presidente, eleito de 4 em 4 anos, promulgava de forma automática, as leis aprovadas.
Pelo contrário, era ao Parlamento que cabia o controla das ações do Governo e do Presidente, o que
contribuiu para uma enorme instabilidade governativa.
Palco de encarniçadas lutas políticas, o Congresso obstruía de forma quase sistemática, a ação dos
governos que, constantemente substituídos, não dispunham de tempo nem de autoridade para
concretizarem as suas tarefas.
Os caminhos da cultura
A confiança no progresso científico
O avanço das ciências exatas e a emergência das ciências sociais
Palco de extraordinárias descobertas, o século XIX não se limitou a acrescentar o volume dos
conhecimentos, mas revolucionou também as suas bases:
• Na Química, Mendeleiev elaborou a primeira tabela periódica;
• Na Física, os britânicos formularam a teoria cinético-molecular, onde todos os corpos são
formados por partículas dotadas de movimento, cuja intensidade varia pela ação de fatores
externos por como, por exemplo, a temperatura;
• Na biologia, Charles Darwin publicou a “Origem das Espécies”, uma hipótese da evolução das
espécies animais e vegetais e Mendel desvendaria o complexo mecanismo que preside à
transmissão dos caracteres hereditários;
• Na microbiologia e na medicina, os estudos de Louis Pasteur e de Robert Koch, deram melhores
conhecimentos sobre as causas da propagação de doenças;
• A Sociologia nasceu e Émile Durkheim lançou os seus fundamentos na obra “As Regras do
Método Sociológico”;
• Na economia política, Marx tentou tornar “científico” o socialismo utópico;
• A Geografia deixou de ser puramente descritiva, debruçando-se sobre a relação entre homens e
o espaço;
• A História desenvolveu as regras para a seleção e a crítica das suas fontes, na esperança de, desse
modo, reconstituir o passado com toda a exatidão.
O impressionismo
Corrente pictórica que se esboça na década de 60 e persiste, pelas mãos de pintores como Claude Monet,
até ao início do século XX. Os impressionistas procuram captar a realidade visível tal como, de imediato,
a percebemos, transfigurada pelas diferentes intensidades de luz. Caracteriza-se por uma técnica
pictórica rápida, de contornos diluídos, que privilegia as cores fortes e claras. Rejeita a pintura de atelier,
a aplicação tradicional das cores, o esboço prévio e os contornos definidos.
O simbolismo
Corrente artística da segunda metade do século XIX que atingiu a sua expressão mais forte cerca de 1880-
1890. O Simbolismo toma como tema o mundo dos pensamentos e dos sonhos, o sobrenatural
e o invisível, adquirindo um carácter hermético e isotérico. Revela um desprezo pelo mundo industrial
(evasão do quotidiano) e rejeita o “culto dos factos”, a simples reprodução da realidade visível.