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EXAME

MÓDULO 4
RESUMOS 11º ANO HISTÓRIA

Um novo regime demográfico na segunda metade do século XVIII:

Natalidade e Mortalidade

O regime demográfico antigo foi marcado pela inconstância do contingente


populacional e pelo crescimento contínuo a partir da segunda metade do século
XVIII.
Durante todo o século XVIII, a natalidade mantém-se alta e a mortalidade
diminui acentuadamente a partir de meados do século. Antes de 1740-50, os picos
de mortalidade são próximos e muito intensos. A natalidade é, nestas ocasiões,
largamente superada pela mortalidade;
A partir desta data, os picos de mortalidade tornam-se mais brandos e depois
de 1765, são praticamente inexistentes as ocasiões em que a mortalidade supera a
natalidade, esta mantém-se num patamar mais alto do que na primeira metade do
século e acentua-se a sua diferença positiva face à mortalidade, indiciando um
crescimento demográfico acentuado.
O crescimento demográfico foi comum às várias regiões da Europa.

Fatores explicativos

A alteração centra-se na diminuição acentuada da taxa de mortalidade. Entre os


fatores que a explicam contam-se:

Um clima mais benéfico, pouco propício à propagação das epidemias e


favorecedor de boas colheitas.

A preocupação em proporcionar cuidados médicos e sanitários.

Os progressos da Medicina, nomeadamente no que respeita aos progressos da


obstetrícia.

A valorização da infância e dos cuidados que lhe são inerentes, com a


consequente redução da mortalidade infantil.

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A sociedade de Antigo Regime:

A estrutura social da Idade Média é baseada no nascimento e na desigualdade


entre os grupos sociais.

Estrutura social

A estrutura social é tripartida em ordens ou estados: clero ou primeiro estado;


nobreza ou segundo estado; povo ou Terceiro Estado (nos séculos do Antigo Regime
fixa-se a designação “Terceiro Estado” em detrimento de “povo”).
A divisão social tem como fundamento a desigualdade. Esta desigualdade, que se
considera ser vontade de Deus, é considerada fundamental para que reine a ordem na
sociedade já que a cada estado corresponde uma determinada função social que,
sendo cumprida, viabiliza o bom funcionamento do corpo social: ao clero cabe a vida
espiritual e a salvação das almas; à nobreza a defesa de todo o corpo social; ao
Terceiro Estado, a produção da riqueza material através do trabalho
A condição de cada um decorre do nascimento. No nascimento espelha-se a
condição que Deus quis dar a cada indivíduo.

Estatuto das diferentes ordens sociais

Clero: goza de alta consideração social por se considerar o estado mais


próximo de Deus; os seus membros estão isentos do pagamento de impostos, da
prestação de serviço militar e beneficiam de um sistema jurídico próprio (foro
próprio); vive dos rendimentos das suas vastas propriedades e das contribuições
dos crentes, com destaque para o dízimo.

Nobreza: muito próxima do rei, é, de facto, a ordem social mais influente e


dela saem os elementos mais destacados do clero. Para além dos velhos direitos
senhoriais de que continua a usufruir nas suas propriedades, está também isenta
de impostos ao Estado (exceto em caso de guerra). Cabe-lhe o desempenho dos
principais cargos político-administrativos e goza de tratamento diferenciado.

Terceiro Estado: encontra-se no último lugar da estrutura social, embora


os seus membros ocupem posições muito diferenciadas, consoante a sua função
específica, grau de instrução e riqueza. Compete-lhe a dedicação ao trabalho,
bem como o pagamento de todo o tipo de contribuições e impostos. Em caso de
castigo, está sujeito às penas, reflexo da sua condição inferior.

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Mobilidade social

A mobilidade social é reduzida, já que as distinções sociais se baseiam no


nascimento, perpetuando-se, por isso, de pais para filhos.
Os casos mais significativos de mobilidade social dizem respeito à nobilitação de
elementos do Terceiro Estado. Industriosos, eficientes e cheios de iniciativa, muitos
elementos do Terceiro Estado distinguem-se pelo mérito, adquirindo instrução e
riqueza. Desempenham, por isso, cargos administrativos a nobreza de toga. O seu
dinheiro e serviços financeiros são favoráveis aos monarcas, que em troca lhes davam
títulos de nobreza pelos serviços prestados.
Tornam-se relativamente frequentes os casamentos entre os filhos da nobreza
empobrecida e elementos ricos dos Terceiro Estado, o que se salda na sua ascensão
social.

A sociedade do Antigo Regime é uma sociedade assente no


privilégio.

Resumindo...

Características gerais da sociedade de ordens:

divisão genérica em três ordens ou estados: clero, nobreza e Terceiro Estado;

estrutura social fortemente hierarquizada, mesmo dentro de cada uma das ordens;

estrutura social bastante rígida porque assente no nascimento OU reduzida


mobilidade social uma vez que o estatuto do indivíduo deriva do nascimento;

função social diferenciado de cada uma das ordens;

distinções sociais refletidas no vestuário, nos comportamentos e nos valores.

Estatuto da nobreza

• ordem privilegiada, ligada à defesa do Reino;

• distinção entre a “nobreza de sangue”, antiga e hereditária, e a “de toga”,


concedida pelo rei e ligada ao desempenho de altos cargos administrativos;

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• forte hierarquização, de acordo com os diferentes graus de nobreza;

• elevado prestígio social, pela proximidade com o rei, o desempenho de altos cargos
administrativos e militares, bem como pela posse de extensas propriedades;

• ligação estreita ao alto clero, ao qual a nobreza fornece os membros mais


destacados;

• regime jurídico próprio, que isenta a ordem nobre de penas e do pagamento de


impostos à Coroa.

Sociedade portuguesa

• é à nobreza fundiária, à qual estão reservados, quase exclusivamente, todos os


altos cargos, tanto em Portugal como no Império;

• ligação da nobreza ao comércio ultramarino, do qual retira grossos proventos,


dando origem a um tipo social específico: o cavaleiro-mercador;

• debilidade da burguesia, privada dos cargos ligados aos comércio ultramarino e


prejudicada nos negócios pela mercantilização da nobreza;

• gosto pelo luxo e pela ostentação.

A vitória do parlamentarismo em Inglaterra:

As origens do parlamentarismo inglês, remontam à Idade Média, com a


imposição da Magna Carta ao rei João Sem Terra.

Consolidação do parlamentarismo

A tensão entre Carlos I e o Parlamento, motivada pelas pretensões do rei em


assumir um governo de cariz absolutista, conduz à cedência do rei, que assina a
Petição dos Direitos. Este documento reitera as antigas liberdades inglesas, assentes
na existência de um parlamento, órgão representativo do povo inglês que limita a
atuação do rei.
A insistência do rei em governar sem o Parlamento provoca, em 1642, uma guerra
civil. As forças monárquicas cedem perante os “cabeças-redondas”, exército de ideais
republicanos, chefiado por Cromwell. O rei é julgado e condenado à morte.

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Entre 1649 e 1660, vigora em Inglaterra o regime republicano que, no entanto, não
cumpre os ideais de liberdade e governo partilhado que lhe dera origem.
Em 1660 é restaurada a monarquia na pessoa de Carlos II, filho do anterior rei.
Durante este reinado, novos documentos reiteram e ampliam os direitos e liberdades
dos ingleses, com destaque para o Habeas Corpus, em 1673.
O autoritarismo de Jaime II, irmão e sucessor de Carlos I, bem como a fé católica,
originam uma nova revolução: a Revolução Gloriosa (1688). Jaime II é substituído pelo
stathouder da Holanda, Guilherme d’Orange, casado com a filha mais velha do rei. O
casal deixa as Províncias Unidas para assumir o trono inglês.
Pouco depois, os novos soberanos juram solenemente um documento fundamental
para a consolidação do regime parlamentar, a Declaração dos Direitos, onde se
definem claramente os limites do poder real e a esfera de atuação do Parlamento.

Fundamentação teórica do regime parlamentar

A legitimidade da luta dos ingleses contra o poder absoluto do rei foi teorizada por
John Locke, no seu “Tratado do Governo Civil”. Segundo Locke, os homens nascem
livres e iguais, pelo que não podem ser governados contra sua vontade. Toda a
autoridade emana através de um contrato tácito o compromisso de zelar pelo bem
comum. Quando esse contrato é desrespeitado pelos soberanos, os governados têm
o direito de retomar o poder e substituir o mau príncipe, como aconteceu na
Revolução Gloriosa, com a destituição de Jaime II.

Política económica e rivalidades imperialistas nos séculos XVII e XVIII:

O capitalismo comercial caracterizava-se pela valorização do comércio como meio de


obtenção de riqueza. Os metais preciosos eram necessários para sustentar o poderio e a
ostentação dos Estados absolutos.

Principais medidas económicas

Fomento manufatureiro com vista à autossuficiência do reino;

Protecionismo das manufaturas nacionais através da sobrecarga dos direitos de


entrada das mercadorias estrangeiras;

Estímulo das exportações pela diminuição dos direitos alfandegários;

Criação de grandes companhias monopolistas de comércio.

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Importância dos espaços coloniais

As colónias funcionavam como fontes de matérias-primas e mercados consumidores


dos produtos da metrópole. As trocas com as colónias faziam-se em regime de
exclusivo comercial da metrópole, que, assim, controlava os preços.
Os produtos coloniais eram, frequentemente, reexportados para o estrangeiro,
engrossando o volume de exportações da metrópole. A posse de extensos territórios
coloniais era, para um estado, sinónimo de grandeza e poderio.

Conflitos político-económicos

Encarado como o principal meio de canalização de metal precioso para o país, o


comércio gerou choques de interesses entre as nações, que deram origem a conflitos
armados. De salientar as três guerras travadas entre a Holanda e a Inglaterra, entre
1652 e 1674, o poderio comercial crescente da Inglaterra desafiava a supremacia
marítima holandesa, e a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) que, em termos coloniais,
opôs sobretudo a Inglaterra à França, que se confrontaram no Oriente e na América, a
guerra deu a vitória à Inglaterra que, a partir de então se tornou a maior potência
colonial da Europa.

A economia portuguesa:
do fracasso da política industrializadora de Ericeira à ação do Marquês de Pombal

A atividade mercantil do país é baseada no transporte e comercialização de


produtos coloniais e à debilidade permanente da sua produção manufatureira.

Fatores que condicionaram o abandono do esforço industrializador do fim


do século XVII

A política industrializadora das décadas de 1670-80 foi uma resposta à conjuntura


de crise comercial que a Europa e o país atravessavam e que nos impedia de adquirir
ao estrangeiro os muitos produtos que não produzíamos; inspirada pela ação de
Colbert, reservou ao Estado um papel primordial.
No fim do século, a conjuntura de crise inverteu-se e o açúcar, o tabaco e as
especiarias voltaram a vender-se por bom preço nos mercados europeus, gerando uma
maior liquidez.
A descoberta de minas de ouro no território brasileiro trouxe a Portugal uma
riqueza inesperada, permitindo aquisição fácil de todo o tipo de bens e em
complemento, o Tratado de Methuen, assinado entre Portugal e a Inglaterra em 1703,
em troca das exportações dos nossos vinhos anulava as restrições à entrada dos

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têxteis britânicos, trazendo às nossas fábricas dificuldades acrescidas, dada a alta
qualidade e o baixo preço dos tecidos ingleses.
Fruto destas circunstâncias, o esforço industrializador enfraqueceu e a maioria das
fábricas encerrou e o país regressou à sua vocação comercial.

Apropriação do ouro brasileiro pela Inglaterra

Nossa aliada política, a Inglaterra recebeu em troca, grandes facilidades


comerciais. A produção manufatureira inglesa muito competitiva e o poderio
comercial que esta potência adquire nos séculos XVII e XVIII, permitem-lhe
aproveitar devidamente as vantagens oferecidas pelo mercado português,
sobretudo após a Tratado de Methuen.
Deste modo, as exportações britânicas para Portugal, na primeira metade do
século XVIII, não param de crescer. O défice da balança comercial portuguesa
acentua-se esgotando o ouro que nos chega do Brasil .

Política económica de Pombal

A política pombalina orienta-se por dois seguintes vetores principais:

- redução do défice comercial com a Inglaterra implementando uma política de


fomento industrial, com vista à autossuficiência do país, a partir da revitalização
de antigas manufaturas, criação de novas unidades industriais, concessão de
privilégios e outros incentivos;

- nacionalização do comércio português, sobretudo o comércio colonial, que


havia caído em mãos estrangeiras. Com esse objetivo em vista, cria um
organismo regulador, a Junta do Comércio, à qual entrega o controlo das
alfândegas e trata das atividades comerciais, entre outras funções.

- Empenha-se também na constituição de companhias monopolistas


privilegiadas, suficiente fortes para fazerem face aos interesses ingleses. Estas
ações são reforçadas pela valorização do grande comércio pela formação
profissional dos comerciantes, através de uma “Aula do Comércio”.

Crise comercial de 1670-1692

Medidas económicas do conde da Ericeira

1. Política protecionista da indústria nacional, com o fim de substituir as


importações por artigos de fabrico português;

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2. criação de novas indústrias, que recebem subsídios e outros privilégios;

3. contratação de artífices especializados estrangeiros, capazes de implementar a


manufatura de artigos que requeriam técnicas complexas;

4. promulgação de leis pragmáticas, que proibiam a utilização de diversos artigos


de luxo estrangeiros, com o fim de reduzir as importações;

5. recurso à desvalorização monetária como forma de encarecer as importações e


tornar mais competitivos os produtos nacionais;

6. criação de companhias de comércio de cariz monopolista destinadas ao grande


comércio atlântico e asiático.

Fatores que motivaram o abandono da política industrializadora

A crise comercial promoveu a decadência das unidades industriais, devido à fraca


qualidade dos artigos produzidos e à incapacidade de fazer cumprir as Pragmáticas.
Com a celebração do Tratado de Methuen (1703), que previa a livre entrada de têxteis
ingleses em Portugal, contra a exportação dos nossos vinhos para Inglaterra, em
condições privilegiadas incrementou as trocas entre os dois países aumentando o
défice da balança comercial com a Inglaterra.
O grande afluxo de ouro vindo das minas descobertas no Brasil forneceram a liquidez
necessária para o pagamento das importações exigidas.

Política económica pombalina

Visava a proteção da economia nacional, seguindo máximas mercantilistas com a


redução do défice comercial através do fomento da indústria, da redução das
importações e da reestruturação do comércio nacional.
Valorizava a revitalização do setor manufatureiro, com a criação de novas unidades
industriais, privilegiadas, e a concessão de incentivos e apoios às já existentes, numa
política semelhante à empreendida pelo conde da Ericeira. Criou-se a Junta do
Comércio, estrutura estatal que passou a coordenar/controlar a atividade comercial
portuguesa e a Aula do Comércio, primeira escola comercial da Europa, com o fim de
preparar os futuros comerciantes.
Promoveu as companhias monopolistas, capazes de concentrar capitais e fazer face à
concorrência comercial inglesa atribuindo condições nobres aos grandes acionistas das
companhias de comércio.

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Chegou ao fim a distinção entre cristãos-novos e cristãos-velhos, bem como do poder
da Inquisição, como forma de proteger os cristãos-novos, grupo social do qual provinha
boa parte dos comerciantes.

O ideário das Luzes:

A modernidade do pensamento do século XVIII era bastante visível permitindo a


destruição da ordem social e política do Antigo Regime.

Crença no valor da Razão

O pensamento do século XVIII pauta-se, em geral, pelo otimismo, acreditando no


progresso da Humanidade. Esse progresso seria fruto das capacidades racionais do
homem, isto é, da Razão. Só o pensamento racionalista seria capaz de melhorar
tanto a situação material do Homem como o funcionamento das sociedades,
tornando-as mais justas.
Na Razão residiria, pois, a chave da felicidade Humana.

Ideais e propostas políticas

Pondo a tónica no indivíduo, a filosofia iluminista defende os direitos que lhe


são inerentes, como a igualdade e a liberdade, que considera dádivas da Natureza.
Decorrente da igualdade e liberdade naturais, defende-se que o poder político
tem por base um “contrato” tácito entre os governados e os governantes, isto é
“o consentimento daqueles que lhe estão submetidos” – teoria do “contrato
social”.
Com vista a evitar a arbitrariedades do poder absoluto, propõe-se o
desdobramento da autoridade do Estado em três poderes distintos: legislativo,
que elabora as leis; executivo, que as põe em prática; judicial, que julga e pune a
infração das leis.
A teoria da separação dos poderes é enunciada por Montesquieu na obra “O
Espírito das Leis”.

Atitudes religiosas

São exemplos a defesa da liberdade religiosa - dotado de Razão e devendo usá-la


com plena liberdade, todo o indivíduo tem o direito de escolher a fé; separação entre a
Igreja e o Estado - pertencendo a escolha da religião a seguir a cada indivíduo, o Estado
não deve ter qualquer interferência em matéria religiosa
Aparecimento do Deísmo - considerando as religiões uma obra dos homens e
não de Deus, alguns filósofos advogam a crença num ser supremo, ordenador do
Universo que, depois da criação não mais se revelou.

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O projeto pombalino de inspiração iluminista:

O despotismo iluminado era a forma de conciliação entre o poder supremo dos


soberanos e as ideias do Iluminismo, sobretudo no que concerne ao valor da Razão
enquanto motor do progresso e bem-estar das sociedades humanas.

Reforço do poder do Estado

Fez-se a reorganização das finanças e da justiça através da criação de


organismos coordenadores – o Erário Régio e a Intendência Geral da Polícia.
Promoveu-se a submissão das forças sociais privilegiadas, capazes de afinar o
poder régio: processos decorrentes da tentativa de regicídio e expulsão dos
Jesuítas.

Projeto urbanístico de Lisboa

O Terramoto de 1755 proporcionou a ocasião de levar a cabo uma


reorganização urbanística da capital segundo critérios racionalistas. A cidade foi
reerguida segundo um traçado rigorosamente geométrico, de ruas largas e
retilíneas que se entrecruzam em ângulos retos. O rigor de harmonização
urbanística estendeu-se aos edifícios, cujo traçado ficou prescrita no projeto
aprovado para a reconstrução da cidade da autoria de Eugénio dos Santos.
A preocupação com a saúde pública e a segurança das populações exprimiu-
se no traçado urbano amplo e aberto, na rede de abastecimento de águas, na
construção de um sistema de esgotos eficiente e, ainda, na adoção de um tipo de
construção antissísmica, a gaiola.

Reforma do ensino

O pensamento iluminista vê no ensino um meio essencial para o melhoramento


do espírito humano e, consequentemente, uma alavanca do progresso. A expulsão
dos Jesuítas que controlavam as principais instituições de ensino, permitiu uma
ampla reorganização deste setor.
Assente em princípios e métodos “modernos” – racionalismo e
experimentalismo -, a reforma pombalina atingiu todos os graus de ensino,
desde as primeiras letras (criação de postos para “mestres de ler e escrever”) até
ao ensino universitário; empenhou-se igualmente na educação da nobreza, para
a qual criou um colégio próprio, o Real Colégio dos Nobres.
Merece especial destaque a reforma da Universidade de Coimbra, cujo ensino
foi modernizado de acordo com critérios racionalistas e experimentais.

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A contestação das monarquias absolutas na Europa dos séculos XVII e
XVIII:

Verificou-se a afirmação dos regimes absolutos nos séculos do Antigo Regime


rejeitados este modelo político na Inglaterra e nas Províncias Unidas. O
parlamentarismo inglês constituiu uma inspiração para o ideário das Luzes que
rejeitou o absolutismo régio.

Princípios gerais do absolutismo

• Poder real conferido por Deus, os reis prestam contas apenas a Deus, de quem
provem o poder que detêm;

• Concentração no rei da totalidade dos poderes do Estado (legislativo, executivo e


judicial), dele dependendo toda a ação política;

• Poder de carácter paternal. O rei é o “pai da pátria”, o “pai político do seu povo”;

• Atribuição ao rei de certas qualidades, conferidas por Deus e destinadas a


assegurar o bom governo.

Limitações ao poder real em Inglaterra

De acordo com o estipulado na Declaração dos Direitos e outros documentos


fundamentais, os monarcas ingleses partilham o poder com o Parlamento pelo que:

• não detêm o poder legislativo, estando impedidos de alterar as leis;

• não podem proceder a prisões desnecessárias;

• não podem levantar impostos sem o consentimento do Parlamento;

• não podem recrutar um exército em tempo de paz sem o consentimento do


Parlamento;

• não podem retirar o livre direito de palavra e de reunião;

• não podem interferir nas decisões do Parlamento.

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Ideias políticas do Iluminismo

Contrapondo ao absolutismo os direitos individuais, os Iluministas consideram que


a Natureza dotou todos os homens de um conjunto inalienável de direitos que
nenhum regime político tem legitimidade para desrespeitar, afirmam que todos os
homens nascem livres e iguais, proclamam a liberdade de consciência e de palavra.
Defendem que o poder político provém do povo/ soberania popular que o confere aos
governantes através de um contrato tácito (contrato social OU rejeitam o poder real,
consideravam que ele emana do povo.
E, por fim, advogam a divisão dos poderes do estado – legislativo, executivo e
judicial - por órgãos diferentes.

FIM.

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