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VALORES E VALORAÇÃO (2) Sim, alguns valores são objetivos

• Teoria do objetivismo
1. Conceito de Valores TESE – Alguns valores não são relativos (há
Ideias que atribuímos ao mundo valores que exprimem uma verdade consensual
doando-lhe um significado humano. Constituem ou universal).
padrões ou critérios das nossas preferências, 4. Os argumentos subjetivistas
justificam as nossas ações, decisões. Com eles
exprimimos assim os nossos juízos de valor (1) ARGUMENTO DA DISCORDIA
sobre o mundo. Se os nossos valores se baseiam nas nossas
1.1 POLARIDADE crenças e sentimentos que são subjetivos, há
discórdias morais. Logo os valores não são
Os valores apresentam uma dupla face, objetivos.
positiva ou negativa. São bipolares.
(2) ARGUMENTO DO CONFLITO DE VALORES
1.2 HIERARQUIZAÇÃO
Não há maneiras objetivas de decidir e resolver
Cada pessoa estabelece uma ordem de conflitos de valores. Logo, os valores são
valores de acordo com o seu grau de subjetivos e ninguém deve julgar no lugar dos
importância outros o que é certo ou errado. «A cada um a
1.3 TIPOS DE VALORES sua verdade»

Os valores encontram-se agrupados em várias 5. Objeções ao Subjetivismo


categorias ou tipos: éticos, estéticos, políticos, (1) Não é verdade que haja discórdia em
religiosos. relação a todo o tipo de valores e há maneiras
2. Juízos de facto e juízos de valor objetivas de resolver discórdia e conflito de
valores.
- Juízos de facto: Afirmações que descrevem
objetivamente a realidade, sem acrescentar (2) O subjetivismo moral conduziria a sociedade
qualquer interpretação, comentário ou opinião a uma vida insuportável, na medida em que não
pessoal. haveria referências comuns do que é uma ação
correta e incorreta. Viveríamos numa situação
- Juízo de valor: Enunciados que traduzem o de permanente desacordo e conflito, em que
que valem as coisas para determinado sujeito, ninguém se sentiria seguro.
sejam em função da utilidade, da estética, da
moral ou qualquer outro critério valorativo. (3) O subjetivismo conduziria mesmo à
impossibilidade de haver discussão sobre
3.1 Problema da Natureza dos juízos questões morais.
de valor
6. Argumentos Relativistas
Os valores são objetivos?
(1) A DIVERSIDADE CULTURAL
(1) Não, nenhum valor é objetivo
Diferentes sociedades aceitam diferentes juízos
• Teoria do Subjetivismo de valor, logo, os juízos de valores não são
objetivos.
TESE – Os valores são relativos aos sujeitos (por
isso nenhum de nós está objetivamente certo ou (2) ARGUMENTOS DE TOLERÂNCIA
errado).
Se não formos relativistas seremos intolerantes,
• Teoria do relativismo pois vamos considerar que há valores mais
corretos do que outros. O mesmo é dizer que
TESE – Os valores são relativos ás sociedades (a
nenhuma sociedade ou cultura pode julgar-se
verdade dos juízos morais depende do que
autoridade em assuntos morais. A cada cultura a
cada sociedade considera correto ou incorreto)
sua verdade, e só nos resta aceitar e respeitar
essa verdade sem julgar.
7. Objeções ao relativismo cultural implicar que haja um padrão objetivo com o
qual confrontamos as nossas ações. Se esse
(1) A diferença entre o que uma sociedade
padrão objetivo não existir, não temos
considera moralmente correto, e o que é
fundamento para dizer que em termos morais
moralmente correto.
estamos melhor agora do que antes. Mas se
O relativismo cultural transforma a diversidade para o relativismo cultural nenhuma sociedade
de opiniões e de crenças morais em ausência de esteve ou está errada nas suas crenças e
verdades objetivas. Mas isso pode ser sinal de praticas morais, torna-se dificil compreender a
que há pessoas e sociedades que estão erradas ideia de progresso moral.
e não de que ninguém está errado. Se duas
sociedades têm diferentes crenças acerca de
uma questão moral, o relativista conclui que
então ambas as crenças são verdadeiras. Os
adversários do relativismo cultural objetam que
a conclusão não deriva necessariamente da
premissa porque essa discórdia pode ser sinal
de que uma sociedade está certa e a outra está
errada.

(2) O relativismo reduz a verdade ao que a


maioria considera ser verdadeiro.

Desde quando o que a maioria pensa ser


verdadeiro e moralmente aceitável? Os nazis
acreditavam e fizeram com que a maioria dos
alemães acreditassem que os judeus eram sub-
humanos e que exterminá-los era um favor que
faziam à humanidade. Isso é claramente falso.
Nem todos os alemães concordavam com esta
medida.

(3) Promove o conformismo moral, sem lugar


para a crítica ou discórdia - é correto o que a
maioria considerar correto.

Algumas pessoas ao longo da história quiseram


e conseguiram mudar a nossa maneira de
pensar acerca de certos problemas morais.
Quem lutou contra o apartheid na África do Sul
(Nelson Mandela) e contra a segregação radical
nos EUA (Martin Luther king). Essas pessoas
fizeram bem á humanidade, combateram
injustiças e devemos-lhes grande progresso
moral. Ora, o relativismo cultural parece
implicar que a ação dos reformadores morais é
sempre incorreta, porque põe em causa um
pensamento da maioria que está enraizado em
tradições ancestrais.

(4) O relativismo cultural torna


incompreensível o progresso moral.

A abolição da escravatura, o reconhecimento


dos direitos das mulheres, a condenação e a
luta contra a discriminação radical são
exemplos. Falar de progresso moral parece

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