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Testes e questões-aula

Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano 4


Teste 4
Nome da Escola: Ano letivo: Filosofia | 11.° ano
Nome do Aluno(a): Turma: N.°: Data: - -

Professor(a): Classificação:

Grupo I
Na resposta a cada um dos itens seguintes, selecione a única opção correta.

1. De acordo com Popper, a ciência parte


A. da observação. C. da recolha de dados.
B. da experimentação. D. de problemas.

2. De acordo com Popper, a ciência


A. não progride, já que há avanços e recuos.
B. progride por intermédio do método indutivista.
C. progride através do método das conjeturas e refutações.
D. não progride, já que é impossível conhecer a realidade.

3. De acordo com Popper, os erros constituem


A. obstáculos que impedem o avanço do conhecimento.
B. oportunidades de aprendizagem e, à medida que vamos aprendendo com os erros, o nosso conhecimento
aumenta.
C. sinais do retrocesso do conhecimento.
D. anomalias que os cientistas devem evitar.

4. Considere os seguintes enunciados, relativos à evolução da ciência, segundo Popper.

1. O cientista não deve procurar o erro numa hipótese ou teoria.


2. Uma nova teoria é melhor do que a anterior.
3. Uma vez que a ciência não é conjetural, ela atinge a verdade.
4. Uma nova teoria resolve problemas que a teoria anterior não conseguia resolver.
5.
Deve afirmar-se que
A. 1 é correto; 2, 3 e 4 são incorretos. C. 1 e 3 são corretos; 2 e 4 são incorretos.
B. 2 é correto; 1, 3 e 4 são incorretos. D. 2 e 4 são corretos; 1 e 3 são incorretos.

5. Segundo Popper, nunca podemos afirmar que uma teoria científica é


A. verdadeira, porque há sempre a hipótese de vir a ser refutada no futuro.
B. falsa, porque o método garante a verdade.
C. verdadeira, porque a verdade não existe.
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D. falsa, porque para uma teoria ser científica tem de ser verdadeira.

6. De acordo com Kuhn, a ciência


A. progride em direção a um fim preestabelecido.
B. evolui de paradigma para paradigma de modo cumulativo.
C. não progride em direção à verdade.
D. produz teorias que são melhores a descrever objetivamente a realidade do que as anteriores.

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


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4 Testes e questões-aula
Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.°
ano

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7. De acordo com Kuhn, a aceitação de uma nova teoria científica


A. acontece de modo pacífico e implica um modo de pensar a realidade semelhante.
B. acontece à custa da imposição dessa teoria por parte de cientistas mais poderosos.
C. impõe-se pela sua maior proximidade à verdade.
D. faz-se à custa de tensões e implica alterações profundas na maneira de pensar.

8. De acordo com Kuhn, a pré-ciência corresponde a


A. uma etapa posterior ao desenvolvimento de teorias científicas.
B. um período da história em que as pessoas não acreditavam na ciência.
C. uma fase em que ainda não existe um modelo ou paradigma.
D. um estádio que decorre da ausência de anomalias.

9. O tipo de investigação que ocorre no âmbito de um dado paradigma aceite pela comunidade
científica e que consiste no trabalho de consolidação desse paradigma corresponde, segundo
Kuhn, à
A. crise científica.
B. ciência normal.
C. ciência extraordinária.
D. revolução científica.

10. Segundo Kuhn, quando surge uma anomalia, no período de ciência normal, a atitude do cientista
costuma ser
A. revolucionária, implicando o abandono imediato do paradigma.
B. empreendedora, procurando uma solução nova.
C. conservadora, procurando resistir à mudança de paradigma.
D. desistente, deixando de acreditar no paradigma vigente.

Grupo II
1. Explicite o significado, para Popper, do conceito de verosimilhança.

2. Para Popper, como evolui a ciência?

3. Caracterize, de acordo com a perspetiva de Kuhn, o período de ciência extraordinária.

4. Explicite a tese da incomensurabilidade dos paradigmas, à luz do pensamento de Kuhn.

Grupo III
1. Considere o seguinte excerto:

«A exigência de objetividade científica torna inevitável que todo o enunciado científico permaneça
provisó- rio para sempre. Sem dúvida que o podemos corroborar, mas toda a corroboração é relativa a
outros enun- ciados que, por sua vez, também são provisórios.»
Karl Popper (1980), La Lógica de La Investigación Científica, Madrid, Editorial Tecnos, p.
261.

Compare, com base no excerto, as perspetivas de Popper e de Kuhn sobre a objetividade


científica.

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Cotações

Grupo I
1. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
2. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
3. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
4. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
5. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
6. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
7. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
8. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
9. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
10. .................................................................................................................................................................................. 5 pontos

Grupo II
1. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
2. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
3. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
4. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos

Grupo III
1.....................................................................................................................................................................50 pontos

TOTAL.........................................................................................................................................................200 pontos

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Sugestões de resposta do teste 4 EQT11DP © Porto Editora

Grupo I
1. D. 2. C. 3. B. 4. D. 5. A. 6. C. 7. D. 8. C. 9. B. 10. C.

Grupo II
1. Segundo Popper, nunca podemos afirmar que uma teoria científica é verdadeira. Aquilo que se pode afirmar
é que, até ao momento, não se provou a sua falsidade e, neste sentido, aquilo que ela nos proporciona está
mais perto da verdade do que aquilo que outras teorias anteriores ofereciam. Por isso, podemos mostrar
apenas que dada teoria é mais verosímil do que outra. A verosimilhança é, assim, o grau com que uma
teoria capta a verdade: uma teoria é mais verosímil do que outra apenas se implicar mais verdades e menos
falsidades do que essa outra teoria.
2. De acordo com Popper, a ciência evolui através do método das conjeturas e refutações. Ela parte de
problemas, propõe hipóteses ou conjeturas e procura eliminar possíveis erros, isto é, submete as teorias
a testes ou tentativas de refutação. Este processo conduz à descoberta de novos problemas, e assim por
diante. As hipóteses estão sujeitas a uma espécie de evolução seletiva: as teorias mais fortes – as que
resistem às várias tentativas de falsificação – são as melhores. As teorias menos aptas são eliminadas e
dadas como erros. É mediante esse processo de crítica permanente que a ciência evolui progressivamente
em direção à verdade, dado que as teorias falsificadas são substituídas por outras melhores e que mais se
aproximam da verdade.
3. Segundo Kuhn, é só em condições muito especiais, isto é, quando já não é possível responder às exigências
dos factos e há uma acumulação de anomalias persistentes, que a ciência entra em crise. «Entrar em crise»
significa, neste contexto, viver um período de insatisfação, desorientação e instabilidade, num clima de
desconfiança e insegurança face às fragilidades detetadas no velho paradigma. A crise instalada leva a
ciência para uma nova fase do seu desenvolvimento, a que Kuhn dá o nome de ciência extraordinária ou
revolucionária, que corresponde à fase em que a comunidade científica se vê envolvida em desacordos,
divergências e em debates sobre quais as melhores teorias, que novos conceitos e princípios devem ou não
ser adotados, procurando definir os alicerces de um novo paradigma, que permita explicar aquilo que já não é
explicável à luz do paradigma anterior.
4. A mudança de um velho paradigma para um novo paradigma não é um processo cumulativo. É, antes, um
processo revolucionário que leva a uma alteração profunda na forma como os cientistas olham para a
realidade, concebem e resolvem os problemas. Esta mudança radical, profunda e muitas vezes abrupta leva
Kuhn a defender a tese da incomensurabilidade dos paradigmas, ou seja, a perspetiva segundo a qual não
existem, entre os paradigmas, pontos comuns a partir dos quais eles possam ser objetivamente comparados:
não podemos avaliar ou comparar objetivamente, isto é, pelos mesmos parâmetros ou por critérios neutros
e independentes, aquilo que dois paradigmas diferentes defendem, pois eles correspondem a formas
totalmente distintas de explicar e prever os fenómenos – no novo paradigma, impõem-se novos métodos,
novos problemas e soluções, e inclusive diferentes significados para termos científicos.

Grupo III
1. Para Popper, a ciência é objetiva, quer na aplicação do seu método, quer nos seus resultados ou teorias.
O conhecimento científico é independente dos valores, opiniões e crenças dos cientistas. Por isso, Popper
considera que devemos entendê-lo como um “conhecimento sem conhecedor”. Apesar de a ciência ser
conjetural, a escolha e a avaliação das teorias dependem apenas de critérios objetivos (tais como a
capacidade explicativa das teorias, a sua capacidade de fazer previsões e o sucesso em testes
independentes). Embora os aspetos subjetivos possam ser determinantes no contexto de descoberta de uma
teoria, eles estão totalmente afastados do contexto de justificação. Por outro lado, nenhuma teoria científica

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pode ser aceite como um dogma, já que “todo o enunciado científico” permanece “provisório para sempre”
e todas as teorias são passíveis de refutação. Neste sentido, o conhecimento científico é entendido como o
esforço de aproximação da ciência à verdade.
Kuhn, por sua vez, dá uma resposta distinta. Na sua ótica, a ciência não é totalmente objetiva. O conhecimento
científico depende dos valores, opiniões e crenças dos investigadores, os quais estão inseridos numa
comunidade científica. A ideia de “conhecimento sem conhecedor” não se aplica, já que não é possível
existir ciência sem uma comunidade científica que se orienta por um dado paradigma partilhado por todos.
A escolha e a avaliação das teorias dependem de critérios objetivos – tais como a exatidão, a consistência, a
simplicidade, entre outros –, mas também são influenciadas por fatores subjetivos – uma vez que há critérios
individuais, relativos ao que cada cientista sente e pensa, que interferem nas suas escolhas e avaliações.
A interpretação e a aplicação dos critérios objetivos estão sempre dependentes de fatores subjetivos
(psicológicos, sociológicos, ideológicos, culturais, etc.).

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