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CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIA
A ciência constitui, uma atividade e um tipo de conhecimento que nos tem proporcionado a
compreensão do mundo na sua diversidade de seres e fenómenos.
O reconhecimento e a (sobre)valorização da ciência conduzem, por vezes, à ideia (errada e)
precipitada de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento fiável, seguro e
rigoroso que o ser humano é capaz de produzir.
Chama-se cientismo a este modo de encarar a ciência, que resulta na atitude que leva o grande
público a depositar na ciência toda a sua confiança e esperança, mesmo sem compreender muitas das
suas teorias e características.
A par desta atitude, proliferam informações, crenças e atividades que não são científicas, mas que se
fazem passar por científicas. Ao tipo de teoria ou atividade sem qualquer base científica, mas que
pretende ser científica, chamamos de pseudociência.
DO SENSO COMUM À CIÊNCIA
Chamamos de senso comum ou conhecimento vulgar a este tipo de conhecimento que resulta da
acumulação de informações, crenças e ideias dispersas que retiramos diretamente das nossas
experiências de vida.
Este conhecimento, formado a partir da apreensão sensorial espontânea da realidade, é
coletivamente partilhado e transmitido de geração em geração.
A fonte do conhecimento vulgar é a experiência concreta de cada ser humano.
Falsificabilidade Falsificação
Característica que todas as teorias têm de ter para
Todas as teorias científicas são falsificáveis, mas
serem consideradas científicas; têm de poder ser
nem todas as teorias são ou foram falsificadas, isto
submetidas a testes empíricos que visam refutá-las
é, dadas como falsas.
ou falsificá-las.
Uma teoria falsificável é uma teoria para a qual
Uma teoria está falsificada quando não resistiu a
conseguimos, pelo menos em princípio, fazer uma
um determinado teste a que foi submetida, quando
experiência cujos resultados sejam incompatíveis
com ele se provou que ela não é verdadeira.
com o que nela se defende.
A utilização do raciocínio indutivo é, pois, para os indutivista, a chave para o estabelecimento das
teorias e leis universais da ciência, suscetíveis de garantir previsões rigorosas.
O raciocínio indutivo, partindo de observações particulares e atingindo conclusões gerais, aumenta o
nosso conhecimento, tendo um carácter amplificante que o raciocínio dedutivo não tem.
Críticas levantadas ao indutivismo:
▪ A observação – ponto de partida? A observação não é necessariamente o ponto de partida para
fazer ciência. São os problemas que surgem do confronto entre uma observação e as
expectativas ou teorias já existentes.
▪ Não há observação neutra Não é neutra, imparcial, pura ou isenta de pressupostos ou
preconceitos. A observação é afetada por pressupostos teóricos, teorias, conceitos e pelas
expectativas que o cientista desenvolve face à investigação.
▪ Factos inobserváveis Tais teorias não resultaram de um mero processo de indução a partir de
observações.
▪ Problema da indução A ciência não é fiável e as leis científicas não são justificáveis.
A PERSPETIVA FALSIFICACIONISTA DO MÉTODO CIENTÍFICO
Karl Popper concorda com Hume relativamente ao problema da indução: a indução não é
racionalmente justificável. No entanto, acredita que este problema não põe em causa a ciência.
A indução e a verificabilidade não constituem, do seu ponto de vista, aquilo que permite distinguir a
ciência do que não é ciência.