Análise comparativa das teorias de Descartes e Hume
 Ambas procuram evitar a regressão infinita da justificação, assentando em crenças básicas distintas
Descartes
 Racionalismo: a
razão/pensamento é a fonte
principal do conhecimento
 Valorização do conhecimento a
priori
 Devidamente guiada pelo método,
a razão poderá alcançar princípios
evidentes, claros e distintos,
independentes da experiência
 Há ideias inatas, factícias e
adventícias
 Obtém-se o conhecimento a partir
das ideias inatas (por indução e
dedução)
 Sublinha-se o papel do raciocínio
dedutivo
 Adotando um ceticismo metódico,
Descartes mostrou ser possível o
conhecimento da realidade,
refutando o ceticismo radical
 Enquadra-se no dogmatismo
racionalista (porque tem total
confiança na razão)
 Podemos ter ideias claras e
distintas dos atributos essenciais
de três tipos de substâncias:
pensante, extensa e divina
Podemos ter ideias claras e distintas dos
atributos essenciais de 3 tipos de
substâncias:
 Substância pensante
 Substância extensa
 Substância divina
 O fundamento do conhecimento
encontra-se na razão, mais
propriamente no Cogito
(enquanto crença básica ou
fundamental e primeira verdade),
e noutras ideias claras e distintas
da razão obtidas de modo intuitivo
 Este fundamento depende
daquele que é o princípio de toda
a realidade: Deus
Hume
Fonte ou origem do  Empirismo: a experiência é a fonte
conhecimento principal do conhecimento e todas
as ideias têm uma origem empírica
 Valorização do conhecimento a
posteriori
 As ideias que conduzem a
proposições evidentes e necessárias
(relações de ideias) derivam, em
última análise, da experiência
Operações da  Não há ideias inatas. Todas as ideias
mente, ideias e (simples ou complexas derivam das
raciocínios impressões)
 As ideias associam-se por
semelhança, contiguidade no tempo
e no espaço e causalidade
 Sublinha-se o papel do raciocínio
indutivo
Possibilidade ou  Hume adotou um ceticismo
validade do moderado ao mostrar que não
conhecimento sabemos o que julgamos que
sabemos. (A realidade reduz-se à
esfera das perceções.) A capacidade
cognitiva do entendimento humano
limita-se ao âmbito do provável
(ceticismo mitigado), afastando-se
do ceticismo radical. Adotou
também um ceticismo metafísico
(pois não conhecemos nada além do
âmbito da experiência).
 Não temos impressões de uma
substância pensante, de uma
realidade exterior nem de Deus
Perspetivas Não encontramos qualquer princípio que
metafísicas confira unidade e conexão às perceções. Não
temos impressões de:
 Um eu pensante
 Uma realidade exterior
 Deus
Fundamentação do  O fundamento do conhecimento
conhecimento encontra-se na experiência, mais
propriamente nas impressões dos
sentidos.
 As crenças básicas de que se está a
ter esta ou aquela experiência
justificam outras crenças que delas
se inferem